A festa dos desalentos, por Janio de Freitas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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da Folha

A festa dos desalentos, por Janio de Freitas

Os ‘governos petistas’ esvaziam o PT; Lula conteve os movimentos sociais, Dilma desconheceu-os

O ensaio, na tarde dominical, foi mais autêntico: não tinha povo. Para a posse, o PT providencia a ida de centenas de ônibus, há quem fale em 800 deles, que levem a Brasília forasteiros em milhares suficientes para o que deve ser uma posse presidencial petista. Mas, a poucas horas dessa posse, o PT ainda luta pelo reconhecimento ao seu direito de uma presença menos inadequada ao novo “governo petista”.

O PT se esvazia. Os “governos petistas” esvaziam o PT. Os “governos petistas” servem ao PMDB, proporcionam-lhe a nutrição que trouxe de volta o seu predomínio político, perdido quando o governo do PSDB entregou-se ao PFL, o hoje comatoso DEM.

A militância petista míngua, no corpo e no espírito. Com suas bandeiras relegadas e até contestadas pelos “governos petistas”, nas eleições a militância exibiu a que está reduzida: no seu território, São Paulo, não foi capaz de mobilizar-se, de ser parte efetiva da disputa. Não para enfrentar as dificuldades paulistas dos candidatos do seu partido à Presidência e ao governo estadual, mas para não ser, como foi, com seu alheamento, a causa fundamental dessas dificuldades.

Os chamados movimentos sociais sentiram os efeitos do desalento petista. Com a recusa a ser petistas nos “governos petistas”, mesmo em atitudes tão simples como prestigiar o PT no Congresso, Lula e Dilma fizeram o mesmo por modos e em graus diferentes: Lula conteve os movimentos sociais, Dilma desconheceu-os.

Podem ser 800 ônibus, até mais, é provável que lotados. Mas não será o PT viajando neles. É só aquela lembrança de militância petista, é uma representação da militância que não se moveu nas eleições, porque não foi reconhecida nem reconheceu os “governos petistas”. É uma presença simbólica dos movimentos sociais, imagino que saudosos de si mesmos. São pessoas que esperariam ouvir falar, quando a eleita falou do novo governo, em ainda mais empregos, em distribuição da renda subindo, subindo, subindo muito mais, e o Minha Casa, Minha Vida se completando, e os empresários sendo chamados a gastar menos bilhões em casas no exterior e investir mais no seu país.

Não foi o que o PT ouviu. Por certo, grande parte dos petistas e dos componentes de movimentos sociais nem entendeu o que ouviu, nas escolhas ministeriais auspiciosas para a direita e conservadores em geral. Tudo sugere que a massa dos recém-empregados e dos beneficiados pelo assistencialismo entenderá pelo método prático. É o seu método histórico de aprendizado. Mas são muito diferentes o longo não receber e o perder ganhos. Ainda assim, às vezes dão no mesmo. Às vezes, não.

O que não foi dito quando esperado será dito nos discursos, é o que convém aos discursos dos vitoriosos. E Dilma Rousseff é vitoriosa. À qual acrescenta uma explicação, para os que não entendem como lida com sua vitória: “Saber vencer é não ter medo de mudar a si próprio, mesmo que isso lhe cause algum desconforto”.

Essa, porém, é a sabedoria conveniente a quem perdeu, não a de quem venceu. O perdedor é que não deve temer a lição da derrota, e aprender com a reprovação o que deve mudar para vencer. A sabedoria do vencedor –e, nela, os valores éticos– consiste em ser coerente com o que disse e fez para obter o apoio que lhe deu a vitória.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

46 Comentários

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  1. Sempre que houver risco do

    Sempre que houver risco do poder  ir para as mãos dos conservadores e reacionários a militância esquerdista comparecerá com sua força e impedirá a desgraça maior.

    Somente em SP, no centro oeste e no sul é que isso não se dá.

  2. Lição bolivariana

    Em longa reportagem de Ignácio Ramonet Míguez, reproduzida no DCM sobre a revolução que está ocorrendo na Bolívia, chamou minha atenção a estratégia descrita por um ministro do governo de Evo. http://www.diariodocentrodomundo.com.br/viagem-a-uma-nova-bolivia/

    “Em seu gabinete do Palacio Quemado (palácio presidencial) o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, explica isso em uma frase: “Vencer e integrar”. “Não se trata – diz ele – de derrotar o adversário e abandoná-lo à sua sorte, correndo o risco de que comece a conspirar com o ressentimento do derrotado e embarque em novas tentativas de golpe. Uma vez vencido, é preciso incorporá-lo, dar-lhe oportunidade de juntar-se ao projeto nacional em que todos estão envolvidos, sob a condição de que admitam e se submetam ao fato de que a direção política, pela decisão democrática das urnas, é exercida por Evo e o MAS.”

    Imediatamente me lembrei que talvez nosso governo venha adotando a estratégia inversa, ao invés de “Vencer e integrar”, o que seria o certo, o que estamos fazendo, e isso desde de 2002, é “Vencer e entregar”. A gente ganha arduamente a batalha e executamos o programa de governo do adversário. Assim fica difícil.

  3. É primeira medida é extirpar

    É primeira medida é extirpar direitos sociais. Não que mudanças não fossem necessárias, porém, há pouco mais de 50 dias eu me lembro da Dilma dizer que ” em direitos trabalhistas eu não irei mexer”. Mentiu.

  4. Cotidiano

    Palavras ditas por um jornalista que não é “progressista”, trabalha na mídia tradicional(apontada como culpada de muitas das nossas mazelas) e que tem o tom de uma auto crítica de um petista. A nossa imprensa(a nova e a velha) necessita de muitos Jânios.

    Enquanto isso, todos brasileiros devemos esperar que bons ventos afastem as nuvens negras que ameaçam nossas cabeças:

      As centrais sindicais temem o impacto das medidas anunciadas pelo governo para frear as despesas com benefícios trabalhistas em um momento em que se espera alta do desemprego.

    http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/12/1568582-oposicao-e-centrais-dizem-que-vao-tentar-mudar-regras-para-beneficios.shtml

  5. Muitos petistas do meu

    Muitos petistas do meu círculo de convivência estão literalmente desaparecidos, quando aparecem é de forma envergonhada quase pedindo desculpas. Se antes detinham uma suposta “superioridade moral” para acuar nós da oposição, essa foi esfarelada, hoje o sinal trocou.

    Sem querer exagerar, mas tem muito neguinho da militância petista com o hashtag do Itaquerão #DVTNC engasgado no gogó..

    Dou razão a todo petista que se sente traído. Entendo suas mágoas solitárias, guardadas em seu íntimos, pois como pessoa de oposiçao também, de certa forma, me sinto traído quando Dilma e Levy (O Cara) adotam medidas (tão demonizadas no horário eleitoral) que em tese seriam adotadas por Aécio Neves e Fraga.

     

     

     

  6. “A militância petista míngua,

    “A militância petista míngua, no corpo e no espírito. Com suas bandeiras relegadas e até contestadas pelos “governos petistas”, nas eleições a militância exibiu a que está reduzida: no seu território, São Paulo, não foi capaz de mobilizar-se, de ser parte efetiva da disputa. “

    Discordo do Janio, se não fosse a militância petista, a Dilma não conseguiria a diferença dos 3 milhões necessário para se reeleger.

    Se não fosse a militância petista, o PT não suportaria 12 anos de desconstrução da sua imagem.

    Qual o partido no mundo democratico que aguenta 12 anos de bancada diaria na mídia ?

    Se não fosse a militância petista, o partido já teria se desintegrado na época do sangramento do Lula.

    O PT só existe por causa da sua militância.

    Na direita qual o partido que tem militância, PSDB ? DEM ?

    A militãncia desses partido é o PIG.

    A Dilma não deve desdenhar a militância do PT, até porque, ela não sabe o dia de amanhã.

    1. Prezado GilsonA

      Prezado Gilson

      A predominancia da mídia nordestina é do PIG.

      Qual a explicação da lavada governista por lá, sendo que as maiores militancias petistas estão no sul/sudeste?

      Abração

      1. A explicação, meu caro,

        A explicação, meu caro, parece ser a baixa repercussão da mídia no norte e nordeste, coisa diferente do que acontece no centro / sul.

        Não ignorar, por exemplo, a cultura política conservadora do Estado de São Paulo, do Paraná e de Santa Catarina. O Rio Grande do Sul me surpreendeu nessa eleição, pelo erro do PT em não se contrapor ao candidato do PMDB,

        Também deve ser levado em conta que a massa que saiu da pobreza ainda é neófita em política e está se mirando no que era a classe média, no que se pode chamar de emulação.

        Aguardemos os próximos passos do partido, em relação aos movimentos sociais e sindicais, que pelo visto estão sendo retomados. Ano novo, vida nova.

      2. Vc dev achar irrelevante o NE ser a regiao do Brasil q + cresceu

        Parece que bebe! Foi onde as políticas de inclusao social fizeram mais efeito. O povo nao é burro. O PIG tem mais influência na classe média e em regioes que nao cresceram tanto. 

        1. Prezada  Lucida.Pelo

          Prezada  Lucida.

          Pelo contrário, não bebo.

          Sabemos do poderio da Globo pelo Nordeste (80% 24 horas por dia) e também sabemos o tamanho da militância petista por lá, logo, temos que analisar isto, visto que o povo de lá, por causa dos investimentos que foram feitos também evolui. Não foi a toa que o “principe’ disse que o nordestino age no cabresto, foi um recado. O discurso do “nós contra eles” tem que acabar. Pense, pois sabemos que não foi o petismo que elegeu a Dilma no nordeste, mas sim uma coligação. Se o Lula não começar a assanhar as bases urgentemente, a presidente não termina o mandato e eles ainda podem ser presos.

          Abração

    2. Eu ia dizer isso, Gilson.

      Eu ia dizer isso, Gilson. Talvez por ser de São Paulo, o quase sempre excelente Janio não viu o que eu e voce também viu. Aqui no Rio após um primeiro turno, esse sim parecido com que o jornalista descreveu, tivemos um segundo com muita garra da militância. Talvez não só petista, pois tinha gente do PCdB e do Psol. Mas todos com o botom da Dilma, geralmente aquele junto com o Lula. Me parece que foi assim no Brasil do Rio para cima. Aquele que o FHC chamou de “menos dinâmico” 

      O quase sempre excleente Janio deveria separar o PT, a parte mais burocrática, da militância, na hora de fazer sua análise. Em relação ao partido, sem dúvida, há por parte da maioria dos membros oficiais uma certa pasmaceira. 

  7. Melhor seria se o PT não

    Melhor seria se o PT não fosse governo.

    Aquele PT das origens forte, aguerrido.

    Quanto pior a situação do povo maior a força de sua militância histórica.

    E maior a alegria da direita e seus intelectuais de “esquerda” críticos das mazelas do capitalismo*.

    *Não é o caso do JF, um crítico autêntico (mas como todo bom jornalismo de opinião é uma no cravo outra na ferradura).

    Agora, sem ironias. Este é um processo contraditório ser governo de esquerda numa democracia capitalista. Há perdas como no caso e desmobilização da militância histórica e ganhos como melhoria no nível de emprego, aumentos de salário, mais acesso a educação superior, ampliação do atendimento a saúde básica, mais acesso a energia elétrica, financiamento habitacional, mais investimento em infra-estrutura, etc. É preciso colocar na balança. Coisa que JF não fez neste caso. Ok. Já foram muitas no cravo, desta vez a ferradura merecia uma também. hehehe

    1. Por favor, Nassif

      O PT concorre com o PSDB.

      Dos dois partidos, o primeiro foi o que mais enganou os seu eleitores e, é o mais que enganará .

      Existe uma concorrência entre os dois partidos para quem melhor agrada os barões.

      O ator principal do partido PT foi gerado num período importante, isto é: já se tinha os planos para preparar o país para a democracia.

      Lula foi criação midiática para  acontecer exatamente este estado de coisas que vivemos hoje.

      O sistema político brasileiro foi criado para manter certos limites de privilégios para uma determinada casta, ou seja: os nefilins, quem sabe?

      Os partidos concorrem em agradar os barões das mídias e os monarcas …

      O Brasil foi gerido para ser uma terra constituída de cidadães passivos e simples e, todos políticos sabem disso.

      Querer dividir o país como o PT faz é malandragem para angariar votos.

      O problema não é o capitalismo, visto à bandeira da social democracia keynesiana, em seu tempo é o melhor sistema para o capitalismo(tudo tem um ciclo, na economia).

      A fora a questão econômica, a esquerda tem o dever de prover a justiça, isto é: se analisarmos o governo (agora digo com prazer: dos petralhas) nada fizeram para as instituições, pior, as tornaram piores, pois os tucanos fazem o que fazem é porque não se tem um partido de esquerda que os fritem.

      Os crimes que os tucanos cometeram, o abuso da divida pública e a privataria não serão apresentadas.

      Os bancos suíços agradecem.

       

      Não se enganem o PMDB é quem governa.

       

      Chega de serem enganados – parem de idolatrar pilantras, isto é: políticos.

       

      Vivem em paz e, os planos traçados para está terra não são tão ruins – o PT que está tumultuando.

       

      Viveremos na simplicidade e passivos, no entanto, verdadeiros e justos.

  8. HÉLIO SCHWARTSMAN
    O que

    HÉLIO SCHWARTSMAN

    O que aconteceu?

    SÃO PAULO – Flashback para os anos 80. O então recém-surgido Partido dos Trabalhadores prometia um jeito diferente de fazer política. Era tão intransigente em relação a seus princípios que nem sequer negociava com outros partidos, mesmo aqueles que poderíamos classificar como de centro-esquerda.

    No que diz respeito à moralidade pública, a legenda a cultuava com fervor religioso. Naqueles primeiros anos, o PT era o partido de onde surgiam quase todas as denúncias de corrupção e aquele cujos membros jamais apareciam nos escândalos.

    Mesmo quem não gostava das ideias que o PT defendia, concordava que a legenda desempenhava papel relevante ao apresentar e exigir uma nova atitude dos políticos.

    De volta ao presente. Dilma Rousseff, recém-eleita presidente pelo PT, propõe ao procurador-geral da República passar-lhe os nomes das pessoas que pretende nomear ministros para que ele diga se estão ou não envolvidas em alguma das delações premiadas relacionadas ao caso Petrobras. Ou seja, ela não apenas está negociando com legendas tão à direita quanto PP (o sucedâneo da Arena) como nem sequer está segura de que seus futuros auxiliares não sejam corruptos. Isso tudo, vale frisar, depois da experiência do mensalão, que atingiu em cheio a cúpula do PT.

    O que aconteceu nos últimos 30 anos? Tenho algumas hipóteses, mas não uma resposta acabada. Assim, prefiro destacar o que, pelo menos para mim, foi um aprendizado. Ninguém exerce o monopólio da virtude. Embora um homem possa individualmente ser mais honesto do que outro, basta que reunamos um número razoavelmente grande de pessoas e lhes ofereçamos oportunidades um pouco mais tentadoras de tirar vantagens indevidas, para que as diferenças entre grupos maiores tendam a anular-se, retratando aquilo que chamamos de natureza humana.

    O descenso moral do PT não é um espetáculo bonito, mas é didático.

  9. O Janio errou

    Janio errou! Nao como a VEJA que erra em todos os assuntos, sobretudo quando se refere ao  governo do PT.

    A militancia continua firme, agora com outro comportamento pois como o governo petista é massacrado diariamente pela mídia a tática de posicionamento torna-se outro.

    O entusiasmo mudou pois  como foi criado, pela mídia, o antipetismo pelo país afora, para nao perder a ternura, o militante petista está menos aguerrido. 

    Portanto,desta vez, o Janio errou!

    1. Não é que errou, José Emilio.

      Não é que errou, José Emilio. Há um engano em sua análise – e na de todos aqueles que clamam por um governo bem mais esquerdista. Acontece que se isso estivesse acontecendo, se Lula e Dilma pusessem pra quebrar, estariam sendo mais linchados do que foram ao longo de seus governos “centristas”, pelos mesmos que clamam hoje por mais radicalização.

      Também acho que poderíamos/merecíamos governos mais alinhados à esquerda, programas mais incisivos em questões tabu – comunicações, econômico-financeiras (impostos sobre heranças e grandes rendas), etc. Mas… nem tudo é possível, nem tudo é fácil como parece, tenho essa noção. 

      Se Lula ou Dilma metem a mão nessa cumbuca, Jânio de Freitas e outros críticos estariam falando que não é por aí, não se deve ir com tanta sede ao pote, que não se pode assustar a sociedade, que etc etc etc. Simples assim.

      Acredito que todos – excetuando-se os coxinhas tucanos – gostaríamos que a coisa fosse um pouco diferente, que a pegada tivesse sido mais forte, que as mudanças fossem realmente de fundo. Entretanto, bem ou mal, conseguiu-se fazer alguma coisa, mesmo que pouca por muitos ângulos de análise; assistimos a ações nunca antes tomadas neste país, por mais simples que fossem.

      Resumindo, o que digo é o seguinte: se Lula e Dilma seguissem à risca o velho programa do velho PT, teriam sido – com certeza absoluta – criticados violentamente pelos mesmos que hoje lhes desancam por não terem realizado aquilo que pregava o partido em sua origem. 

       

  10. Bem, segundo Jânio de

    Bem, segundo Jânio de Freitas, a antiga e aguerrida militância petista, chuva ou sol não tinha tempo ruim, (ninguém acredita, mas já fui um), hoje ficou restrita a soldistas e militantes (nada a ver) movidos por 30 reais, refris tubaína e sanduiches de mortadela Seara. 

    Triste fim para quem algum dia acreditou no partido…

    PT Hoje = Final de Feira…isso está acontecento à vistas grossas..

     

  11. Ganhou????

    O PT ganhou, vamos ver quem mais ganhou:

    Os banqueiros e especuladores com dois aumentos de juros apos as eleições.

    Os conservadores, de direita, que ganharam varios ministerios e cargos.

    O PSDB e o PSB, pois todas as medidas anunciadas em relaçao ao INSS foram ditas pela oposição, e agora estao sendo utilizada pelo governo.

    Quem perdeu:

    O PT pois achou que estava apoiando uma candidata de esquerda, mais na verdade não era.

    O povo, pois acreditou nas propagandos politicas da candidata, e no final viram que era tudo mentira.

     No caso mais recente, do INSS, foi muito parecido o que ocoreu na eleiçao do presidente collor, pois ele dizia que o LULA iria bloquiar (roubar) a poupança do povo, e nos primeiros dias de eleito ele bloquiou as contas. Com a Dilma é um caso bem parecido , ela dizia que a oposição iria mudar a previdencia e que no seu governo nada mudaria, agora vemos ela fazer tudo ao contraria do que havia prometido. 

    Sabe ha muito tempo eu ouvia politicos dizendo que o povo deveria dar sua cota de sacrificio para o bem do pais, quando vai ser a vez dos politicos, dos ricos e poderosos darem sua cota de sacrificio, pois nos ja nos sacrificamos demais para o bem deste pais, então pergunto: quando os outros começaram a dar a sua cota?

     

  12. .

    Não vamos defender o indefensável, mas também não devemos subestimar a força da militância aguerrida de um partido de massas com autocrítica suficiente para dar a volta por cima.

  13. A cota da Rede Globo

    E sabem o que um dos irmãos Marinhos foi exigir da Dilma?

    A cota da Rede Globo, ou seja, a manutenção do Zé Cardozo na justiça.

    E parece que conseguiram. Ou não?

  14. Concordo com a maior parte do


    Concordo com a maior parte do texto de Janio e, francamente, acho babaquice ficar querendo descredenciá-lo por escrever na FSP. Acho que ele tem se provado muito correto e consistente em suas críticas ao pensamento único da mídia e tem todo direto de fazer uma crítica que ele ache pertinente à presidenta.

    Só uma discordância: ele está tirando toda a militância do PT pelo que testemunhou de perto em SP. Errado! Aqui em Pernambuco, por exemplo, a militância petista – e a militância de esquerda em geral – fez muito e fez bonito na campanha do 2º turno. Contra tudo e contra todos. 

    Agora fica dificil levantar o pessoal tendo em vista não apenas as concessões, que qq um com visão poderia esperar considerando a conjuntura e a base de sustentação, mas principalmente um certo desdém com a militância, um certo cavalo de pau em termos de declarações (comparando o que era dito na campanha com o que é dito agora). É muito aceno pra direita, que não se sensibiliza nem um pouquinho, enquanto nós podemos nos danar, pois estaremos sempre aqui quando a coisa apertar. Só que isso cansa. Um dia cansa. Janio está certíssimo na crítica, a meu ver.     

  15. O Janio sempre correto e

    O Janio sempre correto e preciso em suas analises acabou

    dando uma de observador de “gabinete agora.A militância

    do PT ( aquela antiga..) realmente só sai  do repouso quando

    percebe que os “trogloditas de sempre” saem da casinha..

    de forma agressiva e ant-democratica.Essa militância e  a 

    mais ferrenha  crítica ao PT em  suas posições e rumos  sem 

    nunca jamais fazer  uso daquele jargão bunda-mole :Já fui do PT viu?

    “conheci o Lula ! Mudei..porque..porque.e etc.Há uma nova

    militância em formação, atuante .. e anda assustando sim a

    direita (e até a esquerda-barbicha) com sua capacidade de manobra

    e envolvimento.Ser governo por 16 anos tem seu preço,  ficar

    dando estilingadas com pose progressista tambem….as

    pedras nunca acabam e o alvo vai se movendo .Se o PT morrer

    uma dia será em cima do palco , sabendo que a atual oposiçaõ não 

    serviu e não serve nem para “roadie”.Quanto a futura? Sem mídia

    não cola nem como terceira via , o discurso é péssimo quiça o projeto.

    Viva os blogs sujos , a liberdade!

     

  16. É um ponto de vista

    É um ponto de vista incompleto. Foca numa suposta coesão de movimentos sociais e de um partido como se um indivíduo fosse. A época é de desmobilização pós eleitoral, e num cenário complicado por diversos fatores, principalmente externos.

    E esquece o principal: a abissal diferença entre o comportamento da militância para se chegar ao poder e o clima de expectativa no início de um segundo mandato em que as limitações impostas por um congresso ainda mais conservador e uma pressão externa/mídia/etc cada vez mais irracional e ameaçadora pairam sobre o governo. Não me parece hora para arroubos utópicos.

    Gostaria de saber o que o ilustre colunista faria na posição de chefe de estado nessas condições…

  17. comentario

    Perfeito Janio! Eu mesmo, depois de 25 anos de militancia, fiz um ultimo esforço nesta ultima eleiçao, mas cansei… nao dá pra o PT ficar fazendo suas transaçoes e quando o coisa aperta, convoca a militancia “pra fazer diferença” – e fizemos, mas cansei, nao conte comigo pra outra dessa, ou se resgata o sentimento da rua, da participaçao apaixonada que sempre tivemos ou nao conte comigo… 

    1. Mais um “petista arrependido”. Ora, ora, inventem outra farsa

      Essa já tá conhecida, já vem sendo usada desde a segunda eleiçao do Lula. Ainda mais por parte de alguém nao cadastrado e desconhecido aqui. Cara de troll, pinta de troll, discurso de troll. 

  18. comentario

    Perfeito Janio! Eu mesmo, depois de 25 anos de militancia, fiz um ultimo esforço nesta ultima eleiçao, mas cansei… nao dá pra o PT ficar fazendo suas transaçoes e quando o coisa aperta, convoca a militancia “pra fazer diferença” – e fizemos, mas cansei, nao conte comigo pra outra dessa, ou se resgata o sentimento da rua, da participaçao apaixonada que sempre tivemos ou nao conte comigo… e sem a militancia, o PT é tao mesquinho quanto os outros…

     

  19. KKKKKK

    Queridos manos e minas. O q vocês, fãzocas da ex-guerrilheira, estariam dizendo se as tais medidas, e o ministério, fossem anunciados por um Aócio Never ou pela Marina Um-Itaú-de-vantagens? A grita seria geral. Mas como é Dilminha é governabilidade, certo? Pra mim, que sigo a cartilha Millôr Fernades, livre pensar é só pensar!, o nome disso é estelionato eleitoral. Sem mais. Feliz ano novo a todos.

  20. KKKKKK

    Queridos manos e minas. O q vocês, fãzocas da ex-guerrilheira, estariam dizendo se as tais medidas, e o ministério, fossem anunciados por um Aócio Never ou pela Marina Um-Itaú-de-vantagens? A grita seria geral. Mas como é Dilminha é governabilidade, certo? Pra mim, que sigo a cartilha Millôr Fernades, livre pensar é só pensar!, o nome disso é estelionato eleitoral. Sem mais. Feliz ano novo a todos.

  21.  
     
    Quando se fala na

     

     

    Quando se fala na militância petista, outrorai aguerrida e atuante até eleger o Lula. Logo depois, esmoreceu, amofinou-se, acabou.

    Não vejo assim, se nos permitir atinar melhor verificaremos que aqueles moços e moças, hoje, estão rodando  com acréscimo de quilometragem equivalente, no mínimo, há 15 anos de rodagem. Quilometragem igual à faina de um taxista. Coisa que daria por baixo: 50 mil km/ano x 15 anos = 750 mil km. Covenhamos que quilometragem dessa envergadura afeta o desempenho de qualquer filho do tempo, naturalmente, alterando sua maneira de rodar.

     Por conta daquela agitação a rapaziada era estigmatizada, sendo acusada de incendiária, subversiva e terrorista. Lembro da resposta a esses recorrentes ataques, quando propiciou ao escritor baiano Euclides Netto,  engendrar  belíssima defesa da rapaziada. levando-o a afirmar, mais ou menos, nestes termos: “Nada!  Na verdade, esses jovens são como lamparinas, apenas cuidam de alumiar a escuridão. Impedidos, proibidos pelos apagões do vendaval inclemente, foram levados  a reagir, e, a se transmutar, passando a atuar como maçarico*”…

    Orlando

    *Creio, que atravessamos tempos de iluminar, usando luminárias LED alimentadas por placa fotovoltaica. Entretanto, se necessário for, os já rodados militantes cuidarão de instruir os mais novos, na arte de alumiar com o velho maçarico de guerra.

     

  22. Muita falação de merda.
    O

    Muita falação de merda.

    O fato é que o Brasil mudou para melhor nos governos petistas, isto não dá para negar.

    Vai continuar mudando para melhor, mais devagar. Mas mudando.

    Parede que vocês se esqueçem que u mundo est´atyravessando a maior crise em oitenta anos!!!!!

    Tenho certeza que se o PSDB estivesse no governo desde 1994 estaríamos dez vezes pior do que a Grécia.

    Com tudo a favor, conseguiram quebrar o país três vezes em oito anos. Imaginem com a crise pós 2008?

     

  23. Seria descortês pedir a cada

    Seria descortês pedir a cada um dos comentaristas as respectivas idades, correto? Por essa impossibilidade concernente às boas maneiras vou palpitar: acho que a maioria já passou dos quarenta anos. Talvez até dos cinquenta, Quantos seriam os jovens que não vivenciaram os contextos políticos das décadas de 80 e 90? Seria interessante sabermos. 

    Parece incrível, mas o mundo evolui. Em todos os sentidos. Eterna? Só a mudança, já disse Heráclito há mais de 24 séculos. 

    Enquanto isso para alguns, sejam petistas ou não, o tempo parou. Estáticos com relação ao presente, ao novo que lhes roçam às ventas, porque extáticos pelo passado de glória, de lutas, do que já foi e não poder mais ser. 

    São os saudosos de si mesmos. “Ah que saudade de mim!” 

     

    1. Não sou petista. Por
      Não sou petista. Por temperamento e formação, me considero de centro-esquerda, se é que estas divisões realmente existem. Mas, vá lá! Eu ruminava um misto de admiração e de espanto com a ousadia e as certezas da militância (esta palavra …) petista. Tive colegas no ensino médio (2o. Grau à época) e depois na faculdade que andavam com garbo com a estrela vermelha no peito e mil, milhões de idéias libertárias e igualitárias na cabeça. Assistia a sua inesgotável esperança, energia e entusiasmo na construção de um país mais justo e mais igualitário para todos. Minha vertente humanista ficava saciada de tanta garra e no meu humano egoísmo, feliz , pois havia ali genuína vontade de lutar – presencialmente, efetivamente, concretamente – por aquilo tudo que cabia no meu coração e no meu pensamento, mas que não cabia no meu modo de vida. Era bonito… Mas a gente cresce e percebe que esta mudança de que falava Heráclito de Éfeso (contínua, perene, ininterrupta) está em tudo, e que a transformação não ocorre somente em nós; mas em nós, no outro, nos outros, em toda parte, em todo lugar; tudo ao mesmo tempo. Por isso, quando hoje percebemos certa apatia nos jovens, não é que eles não se importem como nós nos importavamos: eles se importam com questões diferentes. Houve luta por acesso ao ensino, hoje o que se busca é integração e inclusão, houve luta por sairmos de uma grande depressão, de um vale profundo, hoje há anseios por manter e ampliar. As necessidades mudaram e com isso as vontades e as práticas também mudaram. Sinto no ar, nos da minha geração, um difuso sentimento; blend de nostalgia, de saudade de coisas que não voltam, acho que de nós mesmos naqueles dias. E que a conjuntura só faz agravar, pois temos tido que ceder em coisas muito caras a todos nós.

  24. a militancia petista

    a militancia petista contionua aguerrida e talvez tenha se

    transformado como o governo progressista transdformou

    o país nestes últimos doze anos.

     s antigos militantes, os chamados “dinossauros”,

    seguram a barra com a luta de sempre.

    nesses onibus que vão a brasília estarão militantes, como sempre,

    das várias tendencias do pt e dos movimentos sociais,

    incluindo alguns das  alas mais radicais..

    certamente politizados.

  25. É, vamos assim

    e veremos 2018 por um monóculo. Só para o olho direito. Sem crítica, séria como a de Jânio, não haverá evolução partidária à esquerda. Ou continuaremos pensando que o mensalão não existiu e a corrupção na Petrobras não se deu sob as barbas do PT.

    Com uma esquerda tão tíbia, tão cega, o que nos sobrará? Começar tudo com o PSOL e, novamente, esperar 20 anos até uma nova etapa de inserção social? Divirtam-se. Eu já terei partido. Leiam Pierre Bourdieu. Pode ajudar.

  26. Há uma só forma de diminuir os desalentos políticos.

    Há uma só forma de diminuir os desalentos políticos não só dos militantes do PT, mas como da população em geral, dividir o poder com a mesma.

    Nas experiências de tentativas de introdução de governos socialistas sempre o maior obstáculo da efetivação de uma verdadeira participação popular foi a forma de comunicação entre o governo e o povo em geral.

    Quando lemos relatos do início da Revolução Russa se vê que claramente foi necessário a introdução de uma burocracia partidária para servir de intermediária entre os anseios populares e o governo central.

    Em todos os casos esta burocracia em maior ou menor intensidade saíram do papel de intermediários para o papel de atores nos destinos dos governos, por mais bem intencionada que fossem estas burocracias a tendência de distorção da função de um mero intermediário para um formulador de políticas foi sempre crescente.

    Hoje em dia com a universalização da Internet é chegado o momento de utilizando este meio começar a tentar a implantação de uma Governança Digital, governança esta que desse um acesso fácil e claro a todas as ações do governo, e ao mesmo tempo abrissem canais de participação de todos nas políticas estatais, ou seja, abrir mão de parte do poder.

    Passou a época em que a Internet era um privilégio de uma minoria, e através de políticas públicas de acesso universal seria possível trazer o povo tão junto ao estado que a diferença entre os dois diminuiria até o ponto de deixar de existir.

    Não vejo uma política agressiva do governo central neste ponto, deveria existir o Ministério da Transparência e da Participação Popular, que deveria ter a única função fazer com que as burocracias estatais abrissem cada vez mais os seus dados informando o que o estado e seus funcionários fazem e recebendo a participação na gestão pública.

    Na última pesquisa sobre segurança alimentar se verificou que 10% das residências com problemas de segurança alimentar tinham COMPUTADORES, ou seja, pessoas de baixa renda verificaram que a inserção digital é tão importante quanto a alimentação.

    O governo deveria ser ousado, forçando a abertura completa da gestão (excetuando itens estratégicos de segurança) e permitindo que as pessoas participassem.

    Caso esta participação fosse efetiva, independente do partido que estivesse no poder, o poder popular poderia ser mais forte do que o próprio governo.

  27. O maior problema social

    As ideias de financiamento gratuito e corrupção de empresas sofreram indubitavelmente a influência do mercado financeiro que corrumpe toda adminstração nos contornos da produção.

    O maior problema social implicado na purificação das facetas do poder públiico não é só a abolição do financiamento de campanha (gratuito que é de rir), mas, da abolição de financiamentos paralelos à propriedade privada que o Estado tem que arcar com as fontes do meio produtivo do dinheiro.

    Este tema de classes sociais se comunicarem, mas, se fossem envolvidas na produção, poderia ter dado origem a organização das transições de classes do sistema econômico, consoantes nas polémicas de poder, concentradas na improdutiva classe dos dirigentes de governos eleitos.

    Por que o Estado tem que fazer um financiamento para criar a emissão do dinheiro público, através de uma propriedade privada, para emprestar o mesmo dinheiro ao curso do desenvolvimento da propriedade privada? Ou se faz o dinheiro pelo que se faz todas as classes da propriedade privada; ou o Estado reproduz fundamentos de dinheiro público do nada.

    As distinções de classes – de todo dinheiro que existe – não teriam que aparecer para o herário público encontrar-se no ajuste fiscal com a sociedade?

    Como o poder público encontrará o seu caráter político? Pela opressão das outras classes? Pela tributação? Investimento estrangeiro?

    A divisão de classes sociais nunca terá poder político propriamente dito pelo país?

     

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