Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
[email protected]

Brasil no beco: Bolsonaro, Centrão e Oposição, por Aldo Fornazieri

A oposição, por sua vez, não apresenta uma estratégia definida para enfrentar este agravamento da crise política e das tensões sociais. No Congresso, a iniciativa está com o centrão e a oposição parece ser sua caudatária.

Brasil no beco: Bolsonaro, Centrão e Oposição

por Aldo Fornazieri

Os acontecimentos das últimas semanas, incluindo as manifestações do dia 15 em defesa da educação e contra o governo, e as do dia 26, em favor do governo, encaminham o Brasil para um crescente impasse político, para um beco sem saídas. Ao contrário das análises ufanistas de alguns setores de esquerda, é preciso perceber que as manifestações pró Bolsonaro foram significativas e não podem ser menosprezadas. Não foram tão estrondosas a ponto de o governo cantar grande vitória, mas não foram insignificantemente pífias, a ponto de representarem um fracasso. Escamotear a realidade é um jogo perigoso para as oposições. O ufanismo inconsequente já foi causa de muitas derrotas – uma delas, inclusive, a do impeachment que levou ao golpe. Muitos analistas vendem a ilusão, mesmo sem evidências, de que Bolsonaro está prestes a cair, a ser deposto, a renunciar.

As manifestações em apoio ao governo, contudo, não tiram Bolsonaro das cordas. A questão de fundo é que ele não consegue encontrar um caminho que possa garantir a governabilidade. Os problemas são vários. O governo não tem programa e Bolsonaro se recusou construir uma base partidária de apoio permanente no Congresso. A primeira tática adotada consistia na crença de que as bancadas temáticas lhe dariam maioria parlamentar. Esta tática ruiu, pois as bancadas temáticas só se unem na especificidade do tema. No mais, seguem a lógica dos interesses partidários.

Derrotada a primeira tática, o governo intentou uma segunda, baseada crença de que seria possível construir maiorias pontuais. Isto é: em cada pauta encaminhada ao Congresso o governo construiria uma maioria momentânea, negociando sempre a partir dos interesses do governo. Isto também se mostrou inviável. Assim, o governo viu-se forçado a colocar em marcha a terceira tática: a da pressão pelas redes sociais e pelas ruas, com ataques concentrados sobre o centrão, visando desgastá-lo, emparedá-lo e força-lo a ceder. Esta tática de confronto é de alto risco e vem conduzindo o governo para o isolamento. Isolamento do presidente é a ingovernabilidade e ingovernabilidade é risco de curto circuito, de destampamento da panela de pressão social e política e, no limite, de queda do presidente.

Até onde irá Bolsonaro com a tática da pressão e da confrontação sobre o Congresso, sobre o centrão? Não se sabe. Na medida em que a crise política se agrava, que o descontentamento popular cresce e que as manifestações de protesto ganham corpo, Bolsonaro poderá ver-se forçado a adotar uma retirada estratégica se conseguir perceber que tem muitos inimigos contra si – inimigos mais poderosos do que ele. Esta retirada estratégica consistiria em ceder ao centrão, promover uma reforma ministerial, trocar seus líderes no Congresso, acertar uma nova agenda com esta possível base. Para que isto se torne factível, Bolsonaro teria que parar de esticar a corda e começar um lento recuo, abrindo negociação. Evidentemente, isto provocaria desencanto na sua base radicalizada, mas poderia salvar o mandato.

Se não optar pela retirada estratégica resta a Bolsonaro duas outras saídas. A primeira, consiste partir para um tudo ou nada, apostando na radicalização, contanto, inclusive, com a adesão de setores das forças armadas e das polícias militares. Esta possibilidade, embora longe no horizonte, não deve ser descartada. A outra seria a renúncia. Mas para isto, as manifestações dos movimentos sociais e das oposições precisariam ser robustas e o centrão precisaria passar para uma oposição aberta. Embora mais factível do que a primeira, esta possibilidade não é imediata.

Se Bolsonaro se encontra numa situação de risco, o centrão se encontra numa situação ambígua, pouco confortável. Boa parte do centrão ajudou Bolsonaro a se eleger. Com três anos e meio pela frente, o centrão quer espaços de poder e cargos. Por um lado, se sente desconfortavelmente emparedado por Bolsonaro e os bolsonaristas junto às bases eleitorais. Por outro, se compõe com a oposição visando pressionar o governo por espaços e poder. O centrão pode avaliar que Bolsonaro é um caso perdido e que, pela sua personalidade e pelo seu radicalismo, não irá se compor. Neste caso, resta ao centrão articular uma saída traumática buscando a queda de Bolsonaro e uma composição com Hamilton Mourão.

O centrão pode, ainda, viabilizar um parlamentarismo branco, consolidando uma maioria em torno de Rodrigo Maia e buscando ditar a pauta do Congresso, ora negociando com o governo, ora se compondo com a oposição. Buscar-se-ia uma estabilidade tensa com o governo, com o objetivo de evitar um curto-circuito e uma solução traumática.

A oposição, por sua vez, não apresenta uma estratégia definida para enfrentar este agravamento da crise política e das tensões sociais. No Congresso, a iniciativa está com o centrão e a oposição parece ser sua caudatária. Esse mesmo centrão que amanhã pode se compor com o governo. O PT não conseguiu transformar o “Lula Livre” num movimento de massas e as oposições, no seu conjunto, também não criaram grandes mobilizações contra s reforma da Previdência.

Comparar as manifestações dos estudantes e professores do dia 15 com as manifestações bolsonaristas do dia 26 é pouco produtivo. As manifestações do dia 15 foram impulsionadas pelos cortes das verbas do ensino e da pesquisa e tiveram como mote principal a defesa da educação. Foram lideradas por um setor da sociedade institucionalmente organizado: professores e estudantes. Já, as manifestações do dia 26 tiveram uma natureza mais claramente política, de defesa do governo e de sua pauta e de ataque ao Congresso e ao STF. Assim, as duas manifestações são pouco comparáveis.

Os partidos de oposição, até agora, não conseguiram mostrar força de rua. Perderam as ruas em 2015 e até agora não as recuperaram. Precisam perceber que a extrema-direita que está aí não é tímida em ocupar as ruas. As manifestações do dia 15 não podem ser contabilizadas como atos dos partidos de oposição. Da mesma forma que esses partidos não conseguem mostrar uma consistência mobilizadora, não conseguem apresentar uma pauta unificada, que expresse uma estratégia de oposição visível e identificável aos olhos da sociedade. Uma pauta que conseguisse organizar as lutas, apontar um norte, uma direção e um sentido. Sem esta capacidade, o que resta aos partidos de oposição consiste em se colocarem a reboque dos movimentos sociais, estes sim capazes de ganhar as ruas.

A não ser que surja um fato de alta gravidade comprometendo Bolsonaro, as oposições são devem propor o impeachment. Esta tradição golpista, da qual o PT foi vítima, precisa ser refutada pelos partidos progressistas. Se o desgoverno e a destruição do Brasil continuarem levando a um impasse traumático, as oposições têm como alternativa propor a renúncia de Bolsonaro. Mas isto só seria factível no bojo de um grande movimento de massas, no qual o povo nas ruas seria o protagonista dessa consigna. Neste momento isto ainda não é visível em um horizonte próximo. Por isso, as oposições deveriam buscar ganhar consistência e robustez na sociedade com uma plataforma unificada de lutas e de proposições, mostrando que é alternativa de poder. As oposições deveriam agregar força social e política, seja para se opor à agenda do governo Bolsonaro ou ao arranjo de forças que eventualmente vier a substituí-lo.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

10 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Embora pertinente, o texto do professor mantém o tom de conciliação. Enquanto a esquerda não assumir uma luta radical – ou seja, com pautas da esquerda de verdade, e não com pautas da esquerda cirandeira – vamos continuar na lama. O geral das pessoas vive uma vida de gado e sonham (pior, creem) que se elas se esforçarem, vão ter conquistas materiais para viverem. A esquerda precisa voltar às bases, pé no.chão e na lama, olho no olho, tocar no outro, sentir a vibe e aí recomeçar seu trajeto. Do contrário, nós, progressistas sempre sairemos perdendo. Estamos lutando no campo do inimigo com as armas e regras desse inimigo cujo nome é CAPITALISMO.

  2. Pra conversar com esses caras do congresso !
    4KNO3(s) + 7C(S) + S(s) –> 3CO2(g) + 3CO(g) + 2N2(g) + K2CO3(s) + K2S(s)
    Algemas , camburões e polícia federal
    E um presídio bem grande .

  3. Onde os empresários estão com a cabeça?
    Eu me pergunto até aonde vai o discernimento dos empresários que trabalham, que têm seu negócio e precisam ir trabalhar todo dia…
    No golpe 1.0 contra a Dilma vendeu-se uma ideia que o Brasil entraria no céu…
    E o que aconteceu de lá para cá?
    Qual os efeitos práticos na realidade de cada um?
    A primeira coisa feita foi a Lei do teto dos gastos que beneficiou verdadeiramente aqueles que vivem de juros, do mercado de juros e papéis!
    O sistema financeiro cresce e vampiriza tudo que está compreendido entre CAPITAL E TRABALHO!
    É bom, é uma maravilha ganhar dinheiro sem ter que trabalhar, sem fazer força com a certeza que o tempo é inexorável e que passa, basta esperar fazendo o que quiser…
    Isso é uma maravilha!
    Mas, não tenho notícia que nenhum pais do mundo se tornou uma potência utilizando essa matriz econômica!
    Desde a revolução francesa, quem não trabalha não deveria comer…
    Veio o golpe 2.0 e aleijou nossa eleição!
    Agora o todo poderoso ministro da economia disse que vai vender tudo, até o Palácio do Planalto que parece já ter sido alugado por potência estrangeira!
    Será que os empresário não conseguem ver o que está acontecendo?
    Se tudo for vendido não haverá defesa para a economia contra qualquer flutuação de preços externos de energia e petróleo?
    E onde vão buscar financiamento contra os concorrentes americanos financiados a juros baixíssimos!
    Vão buscar no Itaú?
    Vão queimar as reservas?
    Aproveitaram por que os empresários têm ou tiveram algum problema com algum funcionário…
    E no Brasil se confunde o Todo pela parte!
    Foi sempre assim…
    Os militares que mataram evocam para si a sombra das Forças Armadas!
    Tolos esquerdistas confundem as Forças Armas com militares corruptos e assassinos!
    Isso está no judiciário, em todas as instituições brasileiras!
    Até a rede globo evoca a liberdade de imprensa na luta pelo seu direito de opinar e distorcer fatos!
    Não confundam TRABALHO COM TRABALHADORES!
    Há maus trabalhadores sim!
    Mas fazer o que está sendo feito contra o trabalho vai matar também o capital!
    Capital e trabalho andam juntos!
    Se o golpe 3.0 do Bozo vingar tudo poderá ser privatizado e não teremos como competir numa economia vinculada a juros brasileiros com empresas que usam financiamento baixos como os EUA e Europa e estatais como as Chinesas!

  4. Olhe, está difícil de descobrir um norte nessa análise, onde ao que parece oposição seja somente o PT, os petistas. Os movimentos sociais que se manifestaram no último dia 15 não seriam oposição? Acima de tudo, está não levar em conta que estamos dentro de um furação provocado pelo golpe de estado concretizado em 2016, que afastou Dilma Rousseff e o PT do poder e mais à frente prendeu o Presidente Lula e, até agora o mantém preso. Tudo para impor a volta da condução neoliberal de nossa economia, como já aconteceu dentro dos pressupostos democráticos, na década de 1990, com Collor, Itamar e Fernando Henrique Cardoso, que passaram mais de dez anos desestruturando o Estado brasileiro, tirando direitos do povo e entregando nossas riquezas ao grande capital internacional. Num fluir de um golpe de estado como estamos, ainda mais o Judiciário sendo parte do comando golpista, dentro do novo modelo de dominação dos EUA, a Constituição deixa de ser respeitada, nos pontos de interesse para impor as políticas golpistas. Assim, essas hipóteses de tomada de poder pela oposição, ou no âmbito de uma frente que possa atender seus interesses, só se dará caso os acontecimentos forçarem no sentido de uma mudança da política maior, como o abandono da condução neoliberal de nossa economia, voltando políticas no sentido de reduzir o desemprego, abandono dessa maluquice de estado mínimo num país pobre com tudo que é carência e o retorno da soberania do Brasil, voltando os interesses do país a se sobreporem a quaisquer outros. O que se quer dizer é que não se vence um golpe de estado com eleição promovida pelos golpistas. Na solução, a rutura institucional, que exigirá novos regramentos. Não dá para perceber como retornar ao estado de antes do golpe. A solução não prescinde de que muitos dos golpistas sejam afastados de suas funções no aparelho do estado. Não é uma questão trivial. De outra feita, é continuar tudo capenga mesmo.

  5. Desta vez concordo com o professor. No fundo, no fundo ninguém sabe como isto vai acabar. Quanto isso o desemprego aumenta, o pobre empobrece, o rico enriquece e sonha viver fora… como o Guedes.
    E a classe média faz papel de bobo. Como sempre fez…

    Resumindo: a saida esta cada vez mais distante….

  6. Ótima análise, bem realista, sem os ufanismos e as certezas de outras análises. Acho que a esquerda está completamente perdida, com discursos superficiais e vazios. Na verdade é preciso chamar Sócrates para ajudar a entender o conceito “esquerda” hoje, pelo menos no Brasil. Acredito, mas posso estar errado, que o único horizonte é a igualdade. Uma esquerda republicana que perceba as desigualdades crescentes quer seja pelas atividades sibilinas dos bancos e das falcatruas da dívida, quer por aquelas suscitadas pelo próprio Estado monárquico e seus acólitos. A corrupção é um epifenomeno da miséria política que o PT em seu berço queria mudar mas acabou afundando os pés no pior da realpolitik. Hoje a única manifestação anti sistema vem da extrema direita, uma lástima. E a esquerda (?) sem visão de mundo, sem teoria, sem projeto anda às cegas, sem, é claro, conseguir mobilizar o povo, como bem constatou o articulista. Um anti bolsonarismo obvio não é suficiente para engajar corações e mentes. Crítica, crítica, critica, onde anda ela?

  7. Sinto muito, ma o Aldo exagerou ao dizer que impeachment de Bolsonaro é seguir a tradição golpista. Se alguém se encontra perdido, como cachorrinho que caiu do caminhão de mudança, essa é a “pseudo-esquerda” parlamentar. A importância das manifestações do dia 15 é que ela retirou os movimentos sociais da letargia em que ele se encontravam desde a resseca de 2013. Representou a alforria dos movimentos do jugo dos partidos políticos burocráticos progressistas. Poucas bandeiras de partido se viram nos atos, a maioria dos cartazes, faixas, representavam as palavras de ordem dos movimentos e suas setoriais. O que há de significativo em uma manifestação como a do dia 15 é que ela representa a faísca que poderá ou não dar ignição a revolta social que permanece adormecida. O fato do movimento surgir de setores tradicionalmente organizados como estudantes e professores é bom, porque, como se sabe, a consciência vem de fora. Como setor formador de opinião a educação tem como atingir pelo seu discurso e pelo seu exemplo as demais classes sociais. Ficamos na espera do dia 30. Tudo é, como se diz nas redes sociais, um “esquenta” para a greve geral. Mas há, também, outros efeitos duradouros que essas manifestações do dia 15 e 30 podem criar, e não são lembrados, o principal é que nas manifestações de rua se realiza o “teste das direções”. Separa-se o joio do trigo e se abre caminho para o surgimento de novas lideranças e a formação de novos quadros partidários com legitimidade junto as massas. A superação da letargia é, portanto, a superação das direções pelegas da “pseudo-esquerda”, que contribuíram e promoveram o desencanto da sociedade com seu discurso derrotista e conciliador desde 2016. Ninguém se esqueça quem em 2018, após as eleições, elas disseram em nota oficial que reconheciam como legitimas as eleições e Bolsonaro como incontestável presidente do Brasil. O golpe de abril de 2016, o estado policial da lava jato, o jornalismo de guerra, as pesquisas eleitorais suspeitas, o resultado oficial da justiça eleitoral inusitado, que negava as bocas de urna feitas 24 hs antes, as fake news, etc., tudo escamoteado para debaixo do tapete. O importante era discursar para as elites o “bom mocismo” do pensamento “republicano” do “partido hegemônico” da esquerda: jogamos como nunca e perdemos como sempre! O peleguismo da pseudo esquerda será posto a prova agora quando as ruas não apenas gritarem “fora Bolsonaro” mas derem um passo além, com a única palavra de ordem valida para o momento: ABAIXO A DITADURA!. Por isso digo que a natureza da política não é a descrita no artigo. Arriscar é da política. Já dizia o Maquiavel que 50% é virtude e 50% fortuna. Os movimentos e e suas lideranças que tratem de se engajar e garantir esses 50% da virtude. A fortuna a Deus pertence. Se nunca nos arriscarmos, nunca faremos nada! Que fique claro: a discurseira conciliatória dos parlamentares pseudo-esquerdistas é mais que uma simples covardia, é adesão a ditadura! É o sim envergonhado ao golpe de 2016.

  8. Desculpa gente…..o coiso só não caiu ainda porque estão pegando leve com ele, a midia assassina e quadrilheira está interessada na reforma da previdencia, o povo e a governabilidade que se fodam…….
    A verdade é essa…..esses abutres não vivem de salario, não dependem de aposentadoria, mas vivem de juros, do sangue dos brasileiros…….são viciados e dependentes quimicos dos juros……
    Não á toa, insistiam vergonhosamente que o desfile de horrores de ontem também era em apoio a reforma…….o coiso é só um detalhe, o que interessa é o sinistro bosta nova, aquele de uma nota só, que, quando destruir a previdencia dos brasileiros, pega um avião e vai ser gauche na vida……
    Burros e idiotas somos nós………………………….

  9. do colapso institucional brasileiro nenhuma das matizes do espectro político está a salvo.

    o mesmo baixo-clero parlamentar sob o comando de Eduardo Cunha, responsável pela contínua sabotagem do governo Dilma II até conduzí-la ao abatedouro do impeachment, agora ironicamente faz de “Bolsonaro a prova que o Brasil, fora desses conchavos, é ingovernável”.

    sem maioria parlamentar entre os mais de 300 picaretas do Congresso, e apesar de sua própria trajetória política no seio do baixo-clero, agora o Capitão-Presidente tenta contornar o Centrão para escapar do Presidencialismo de Coalizão.

    como aderir ao dá-lá-toma-cá do “é dando que recebe”, após as FFAA terem aparelhado o governo?

    os Generais se curvarão a bater continência a um “sistema corrupto”, um condomínio de quadrilhas, um consórcio de organizações criminosas, uma confederação de sindicatos de ladrões?

    nem as bancadas temáticas, tampouco as maiorias pontuais, muito menos a “pressão das ruas”, ou qualquer que seja a tática, nada, absolutamente nada que este governo, ou qualquer outro, faça será capaz de restaurar um mínimo de governabilidade a este país.

    e quanto mais se aprofundar o austericído, também mais se aprofundará esta ingovernabilidade, dado o fosso escavado entre os interesses de uma cleptocracia rentista e parasitária e as condições miseráveis de sobrevivência da imensa maioria da população.

    não sairemos desta crise pelo mesmo caminho que a ela chegamos. esta crise é a crise de nossas lideranças de Esquerda. beco sem saída.
    .

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador