Projeto “Precisamos falar com os homens”, por Matê da Luz

Por Matê da Luz

Tem um moço que eu não conheço mas que gente que me é querida conhece e, por causa desse bem querer todo acabei encontrando virtualmente, bem, o fato é que este moço anda fazendo um dos projetos mais bacanas que senti nos últimos tempos. 

Há alguns anos, uma grande amiga estava namorando um cara por quem era apaixonada há tempos. Já na terceira semana de encontros, o dito cujo chamou de galinha, assim mesmo, na ofensiva. A amiga achou normal, “as pessoas já nem podem se expressar que todo mundo já sai julgando”. No segundo mês de namoro, o santo chamou de puta num casamento em Santos e a ignorou, deixando-a sozinha na praia. A amiga seguiu no discurso de que “todo mundo erra” e, pra resumir essa história que já me enxeu o saco, entre afirmações de que ninguém a amava porque ela não merecia e altas crises de choro porque ninguém estava apto a entender o que havia ali, minha amiga tomou um soco na cara. Apavorada, porque muita gente bem disse que isso iria acontecer, ela nunca mais foi vista junto daquele cara, porém levou um certo tempo pra que ela entendesse de uma vez por todas que só se ajuda quem quer ser ajudado. Segundo ela, aquele cara estava sendo violento porque não conhecia outra forma de manifestação. 

O que isso tem a ver com o projeto “Precisamos falar com os homens: uma jornada pela igualdade de gênero”? Tem a ver que, aos meus lindos olhos, o eixo das duas histórias é bem parecido: o olhar amoroso para gerar mudanças. Num último post que encontrei sobre o projeto, a entrevistada é uma atuante do movimento Pró-Mundo que participa ativamente de grupos reflexivos, que são os grupos para onde são indicados os homens punidos pela Lei Maria da Penha. O princípio de “desenvolver em ambiente de amor” que minha amiga pregava é, ali, utilizado com segurança para todas as partes e, percebam, os resultados beiram a maravilha: apenas 2% dos homens que participam destes grupos volta a cometer atos violentos. 

E isso sim é uma notícia muito importante, num mundo onde a violência entre gêneros é vista com tamanha normalidade. 

Eu acompanho o projeto pelo perfil do Papo de Homem no Instagram e também pelo blog deles, e tudo isso logo deve render um material simplesmente maravilhoso, afinal, abordar uma temática destas com um olhar realmente novo – tendo o masculino como centro de observação e amorosamente possível (e não como “o violento”) – só pode ser algo muito do bem, além de sensível e corajoso. 

Que assim seja! 

Mariana A. Nassif

2 Comentários

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  1. Nao sei o grau em q funciona, mas é uma tentativa interessante

    Só que, como o texto do tópico bem diz, nao pode ser uma iniciativa pessoal de uma mulher envolvida com o violento, mas deve acontecer num contexto em que todos estejam seguros.

  2. Cultura doentia machissta.

    Nassif. A cultura machista é a mais perversa, a mais opressora e a mais depravada que  todas as culturas criadas pelo gênero homem. Ela é a mais doentia porque aliena desproporcionalmente bem mais intensamente que a todas as outras doenças sociais, levando os seus seguidores e praticantes a miríades de desvios físicos, mentais e psíquicos, dentre êles, o do homossexualismo enrustido. Todos estes desvios doentios incorporados e introjetados nos mais recôndidos do seu ser o torna mau inconscientemente  sem perceber o erro que está praticando, não só com uma mulher que necessita da sua companhia e também do seu afeto que infelizmente está aprisionado pela doença sociais de que é vítima. Esta cultura social machista surgida em priscas eras criada pelo gênero homem teve origem através de um pequeno grupo detentor dos bens de produção que lhe dava um poder econômico absoluto. Este poder não era suficiente e por este motivo teve que criar mecanismos totalitários para subjugar todas as mulheres, criando doutrinas religiosas cruéis para que o homem fosse considerado um ser superior em relação às mulheres. Estamos vivenciando hodiernamente todos os tipos de crueldade dirigido sobre todas as mulheres em todo o mundo. Todos este males são fortalecidos pelos nossos “meios de enganação de massa” – as mídias; escritas, faladas e televisionadas. Esta última mídia, a televisão, é a oitava maravilha do mundo e encontra-se na palma da mão alienando a todos. Os homens, infelizmente, não atentaram ainda que esta cultura machista perversa, doentia, opressora e depravada, por êles criada, é a origem de suas próprias tragédias e as suas principais vítimas. Evidentemente que a Mulher que foi predestinada pela nossa Mãe Natureza para gerar a vida de uma criança que também e  filha da Vida são as principais vítimas desta odienta cultura. É só!

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