J.J.Jameson – a personificação da mídia brasileira nos quadrinhos?, por Alfeu

J.J.Jameson – a personificação da mídia brasileira nos quadrinhos?

por Alfeu

Naqueles anos 60 o mundo estava em ebulição o que provocava diversas e novas formas de se manifestar seja politicamente, nos movimentos sociais, nas expressões artísticas, nada escapava. Essa onda também atingiu os quadrinhos, principalmente aqueles que estavam surgindo naquele momento. É nesse cenário que aparece Stan Lee com seus personagens; eram super heróis sim, mas longe de serem apenas gladiadores. Seus conflitos e os problemas que carregavam e enfrentavam tinham alguma verossimilhança com o dia a dia, e isso aproximava muito o público leitor com a história.

Peter Parker era o personagem que melhor se encaixava nesse contexto; repórter fotográfico free-lancer do Clarim Diário cujo o editor-chefe é J.J.Jameson, que nutre um ódio mortal pelo Homem-Aranha, além de tentar destruí-lo através das páginas do seu jornal. Pela “facilidade” de conseguir boas fotografias do Homem-Aranha, faz com que Parker seja sempre convocado pelo seu chefe para essa tarefa. O objetivo de J.J.Jameson é utilizá-las contra o Homem-Aranha; Parker tenta, através de seu trabalho, mostrar algo positivo do seu alter-ego, como os seus feitos que ajudam às pessoas, para o editor-chefe. Todavia, essa ilusão não resiste à próxima manchete do jornal.

Se uma foto aparece o aracnídeo com um saco de dinheiro na mão, fruto da recuperação de um roubo, pelas mãos de J.J.Jameson a imagem será uma prova de que o Homem-Aranha é um chefe de quadrilha. Parece que essa turma não gosta do Reino Animal. A perseguição implacável imposta pelo dono do Clarim Diário ao Homem-Aranha, o torna o seu maior rival. Faz parecer que os vilões que aparecem nas histórias sejam apenas uma forma figurativa dos conflitos internos de Parker.

A campaha difamatória feita pelo jornal consegue atingir muita gente, chegando a entrar na própria casa de Peter Parker, contaminando a frágil Tia May, que se sente desconfortável apenas ouvindo a palavra “Homem-Aranha”.
 

Redação

1 Comentário

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  1. Motivo é o velho nepotismo
    Mas por que o jornalista odeia tanto assim o herói mascarado da Marvel?

    A resposta é simples e apareceu logo na primeira (e já distante) edição do gibi “Amazing Spider-Man”, de março de 1963, e de autoria de Stan Lee e Steve Ditko, os próprios criadores do Homem-Aranha.

    Em palestras e também em um editorial do jornal Clarim Diário, Jameson diz o seguinte:

    “Não podemos permitir que um mascarado qualquer faça a lei com suas próprias mãos! É um péssimo exemplo para nossos jovens! As crianças podem tentar imitá-lo! Já imaginaram o que aconteceria se nossos filhos fizessem dessa aberração o seu herói? Digo que o Homem-Aranha deve ser considerado um fora-da-lei! Não há lugar para uma criatura tão perigosa em nossa cidade”.

    Jameson postula que quem deve ser adorado como herói é o filho dele, John Jameson, astronauta em ascensão.

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