Maré negra e vergonha, por Gustavo Gollo
No final de agosto de 2019, manchas de óleo oriundas de um mega vazamento de petróleo ocorrido em plataforma marinha começaram a se espalhar pelo litoral, provocando a gigantesca maré negra que assolou mais de metade do país, se estendendo do Pará ao Rio de Janeiro, perfazendo tanto uma extensão, quanto um prazo de contaminação, inauditos – estima-se que o óleo que continua a chegar às praias até hoje permanecerá a emporcalhá-las pelo menos até março.
Vergonhosamente, o desastre ambiental sem precedentes – provavelmente o maior do gênero no mundo, seguramente o maior em águas tropicais – foi escamoteado pelos criminosos, com a cumplicidade do governo brasileiro e dos meios de comunicação que descaradamente fingem advir o desastre monstro de um simples vazamento de navio.
Tendo sido criada uma CPI para averiguar o desastre, bastaria aos parlamentares descobrir o poço originário do vazamento monstro – informação tornada sigilosa em outubro pelo presidente da república –, para expor toda a farsa e desvendar as proporções gigantescas do crime descomunal.
Tendo retornado do recesso parlamentar, no entanto, a CPI dá mostras claras de ter sido comprada – o desvendamento do crime ocasionaria a imputação de multas bilhonárias aos infratores. Dezenas de bilhões de dólares, pelo menos, seriam cobradas dos poderosos transgressores, cifra muito além do preço de compra de nossos parlamentares. A vergonha se renova.
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