No que resultou a investigação que levou o reitor da UFSC ao suicídio?

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência RBS
 
 
Jornal GGN – Elio Gaspari cobrou em sua coluna na Folha, neste domingo, algum resultado da operação Ouvidos Moucos, que acabou levando Luiz Carlos Cancellier, então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ao suicídio. A morte vai completar dois meses na próxima semana.
 
“Não se trata apenas de saber o que o reitor fez de errado”, diz Gaspari. “Trata-se de saber em que resultou a investigação da Ouvidos Moucos. Até agora, nada.”
 
 
Por Elio Gaspari
 
Na Folha
 
Dois meses de mistério na morte do reitor
 
No próximo sábado completam-se dois meses da manhã em que se matou o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier.
 
Desde então, sabe-se que Robert Mugabe perdeu o trono do Zimbábue e que a Justiça devolveu Jorge Picciani à cadeia. Só não se conhecem os resultados das investigações que permitiriam “maior aprofundamento na análise” das denúncias que levaram a Polícia Federal a pedir e a conseguir que a Justiça mandasse prendê-lo. Levado para a carceragem, ele foi solto com a proibição de pisar na UFSC. Seu corpo voltou à universidade para o velório.
 
A operação “Ouvidos Moucos” mobilizou 105 policiais e foram presas outras seis pessoas. A PF anunciou que haviam desviado R$ 80 milhões de um programa de ensino à distância. Falso, esse era o montante do programa. O desvio teria sido, no máximo, de R$ 500 mil.
 
Sabe-se que Cancellier não era acusado de ter desviado um só tostão. O corregedor Rodolfo Hickel do Prado denunciava-o por tentar obstruir investigações. Ele pediu licença médica e daqui a pouco voltará ao serviço.
 
Não se trata apenas de saber o que o reitor fez de errado. Trata-se de saber em que resultou a investigação da “Ouvidos Moucos”. Até agora, nada.
 
Sabe-se, contudo, que o matemático Acioli Antônio de Olivo pediu, em nome da família, que o Ministério da Justiça abra um “procedimento de responsabilidade administrativa, civil e penal” para apurar a conduta da delegada Érika Mialik Marena, que solicitou as prisões. (Criadora da expressão Lava Jato, ela é interpretada pela atriz Flavia Alessandra no filme “A Lei é Para Todos”.) O pedido começou a tramitar.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. “Não se trata apenas de saber

    “Não se trata apenas de saber o que o reitor fez de errado. Trata-se de saber em que resultou a investigação da “Ouvidos Moucos””:

    Eh que o resultado foi Ralas Merdas.

  2. Ora, caro Colunista,

    Ora, caro Colunista, obviamente que a meganhagem, os desprocuradores e a juizeca de meia pataca nada fizeram depois da explosão mediática. E, pior, obviamente que nenhum desses órgãos possui qualquer controle sobre seus – impróprios – atos por parte das corregedorias que, sabem as antas, só funcionam pela proteção do corporativismo. Ou seja, seguem todos nos mesmos lugares, inclusive, ostensivamente “aplaudidos” por seus órgãos de classe. Uma merda.

  3. Fascismo é violência

    Quem provocou a maior tragédia para a humanidade no século XX ?

    Resposta mais consistente: Foram os nazi-fascistas.

    Pois os nazi-fascistas estão agindo livremente no Brasil, no século XXI, com a colaboração ativa do sistema judiciário.

    1. É mesmo, os nazi-fascistas
      É mesmo, os nazi-fascistas estão tomando conta de tudo, tentando aplicar seu modelo de governo absolutista. Por isso devemos impedir que os apoiadores de governos absolutistas consigam seu plano. Abaixo os nazi-fascistas, abaixo o absolutismo, viva o liberalismo.

  4. Gaspari é um equilibrista

    Como de outras vêzes Gaspari tenta  dizer que é contra mas continua a favor.  Afinal o que Gaspari quer dizer com  a frase:

    “os desvios foram de apenas 500 mil.” Como chegou a esta quantia, com que dados. Se nada desta operação é conhecida,  como ele mesmo confessa, não sei de onde ele tirou esta quantia .  De fato me parece que até agora nao se demonstrou sequer a existência de desvios e não se sabe o que esta sendo investigado.  Mas Gaspari vai reforçando o campo acusatório, quando afirma  que não se trata de saber o que o reitor fez de errado. Vejam que nesta frase tem a afirmação de que ele tenha feito algo de errado.  E não se posicionou contra a violação dos direitos, portanto Gaspari se equilibra fingindo ser critico.

    Mas  com certeza  Gaspari deve saber que por enquanto o que resultou da Ovidos Moucos, foi   morte de um reitor, o afastamento de professores e o contingenciamento de verbas das atividades de Ensino a Distância o que já causou a demissão de toda uma equipe de tutores e especialistas em webdesign didático. Uma equipe que levou muito tempo para ser formada o que pode levar  a suspensão de cursos ou a manutenção em pessimas condições de funcionamento.

  5. “Não se trata apenas de saber

    “Não se trata apenas de saber o que o reitor fez de errado”‘,  afirma o Sr. Gaspari……. ou seja as mesma cantinela da mídia golpista.

     

  6. Lei contra o abuso de autoridade

    A aprovação de uma lei contra o abuso de autoridade, certamente, seria um bom começo no sentido de impedir que a “República da Meganhagem” continue fazendo “ouvidos moucos” para os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos de nosso país. 

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