Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
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O fim das ilusões conciliadoras, por Aldo Fornazieri

O fim das ilusões conciliadoras

por Aldo Fornazieri

Os três governos petistas – dois de Lula e o primeiro de Dilma – foram, sem dúvida. arranjos conciliadores em sentido amplo do termo. Abrigavam partidos que representavam interesses diversos, incluindo setores do capital nacional, internacional, do agronegócio etc. Foram governos de conciliação também no sentido ideológico ao abrigarem partidos conservadores como o PP, o PTB, o PRB, entre outros.

A partir do segundo mandato de Lula, o eixo principal das alianças teve na forte estrutura e capilaridade do PMDB uma nitidez centrista, secundado pelos partidos conservadores, hoje identificados no chamado centrão. A funcionalidade dessa aliança conciliadora teve no chamado jogo do ganha-ganha, bem analisado por André Singer, seu alicerce de sustentação. Sem entrar no mérito dos erros e dos acertos dos três governos, o fato é que sem o ganha-ganha, a conciliação se torna insustentável, como, de fato, se tornou, levando à derrubada do governo Dilma.

Os governos de conciliação petistas talvez tenham um paralelo, guardadas as diferenças históricas, no Gabinete de Conciliação do Marquês do Paraná, no Segundo Reinando, entre 1853 e 1856. Nos governos petistas, tal como naquele Gabinete, grupos que estavam alijados do poder passaram a integrar as estruturas governamentais. Sob o Gabinete de Paraná, houve um período de paz e de certa prosperidade, após uma série de dissídios liberais em várias províncias. Sob os governos petistas houve uma pacificação das lutas sindicais e sociais, depois de sua ascensão cuja trajetória havia se projetado nos processos de redemocratização, da Constituinte e das lutas trabalhistas, sindicais e sociais.  As ações do governo, tanto em relação à política de recuperação do salário mínimo, quanto às diversas políticas sociais de combate à pobreza e a desigualdade, resultaram nessa relativa paz social. No caso do Gabinete de Paraná, Cristiano de Abreu, por exemplo, nota que a “conciliação implicava abrandamento das paixões, renúncia aos meios violentos, …”.

No Gabinete de Paraná e nos governos do PT, viabilizou-se um reformismo brando em face das estruturas rígidas e conservadoras do poder no Brasil. Como resultado, a Conciliação do Segundo Reinando fortaleceu a unidade das elites e a sua estabilidade. Mas com a morte de Paraná, ainda durante o governo, quem assumiu a chefia do Gabinete foi Caxias, o Duque de Ferro, que havia combatido quase todas as revoluções regenciais e liberais do período anterior. A instabilidade política retornou com todo ímpeto ao Segundo Reinado, provocando o seu fim em três décadas.

O resultado da conciliação petista traduziu-se numa instabilidade política generalizada, com o colapso do sistema político, e num catastrófico golpe que expurgou as esquerdas do poder, promove uma grave regressão nos direitos sociais e articula uma via conservadora para as eleições de 2018. Ou seja, as elites conservadoras triunfaram e agora procuram meios de estabilizar o poder com a aposta em uma estratégia de constituição de um longo ciclo de poder.

Em resumo: nem Paraná e nem Lula, nos seus devidos tempos e com suas específicas causas, conseguiram produzir reformas fortes que mudassem substantivamente o padrão conservador, anti-social e antipopular das estruturas de poder no Brasil. Como diria Raymundo Faoro, a conciliação é um método de operação das elites para permanecerem no poder, mantendo o statu quo, sob uma enganosa aparência de mudança. Como caminho de mudanças efetivas, a conciliação fracassou.

Os inimigos do povo

As conciliações enganam os sentidos políticos das partes mais fracas que as integram. Cria-se uma ilusão de amizade e de comunhão de propósitos. Perde-se de vista a lógica antagônica amigo-inimigo, tão bem ilustrada por Carl Schmitt, mas que já estava pressuposta em boa parte dos filósofos políticos anteriores. Na medida em que o conflito é inerente às sociedades humanas, ele jamais pode ser expurgado da atividade política. A relação amigo-inimigo sempre existirá enquanto os humanos forem dotados desta natureza. O que ocorre é que esta relação segue gradações diferentes, determinadas pelas circunstâncias e pelos interesses dos atores do jogo político.

A gradação mais branda da relação de inimizade implica em tratar o oponente como um adversário e a mais extrema, resulta na guerra. Se a guerra permite perceber com nitidez e pureza a relação, a conciliação dissolve a inimizade na normalidade política, trazendo desvantagens evidentes para os setores subalternos da sociedade que lutam por igualdade, direitos e justiça. Esses fins e bens legítimos do corpo político sempre têm inimigos e esses inimigos precisam ser tratados como inimigos. A política é, de fato, a continuidade da guerra por outros meios, como sentenciou Clausewitz. Mas a atividade política pode desaguar na guerra, sendo esta sempre uma possibilidade daquela.

Dissolver o antagonismo amigo-inimigo na política representa deixar um vazio estratégico e cavar o fosso da própria derrota. O problema da conciliação do PT é que os inimigos estavam dentro do governo. Mesmo que pudessem estar. pelas circunstâncias da singularidade da vitória eleitoral do PT,  deveriam ter sido tratados ou vigiados como inimigos. O erro consistiu em tratá-los como amigos.

O PT, em estando no governo, viu apenas como inimigo o PSDB e seus grupos orbitais. Viu-os, recobrindo-os com uma capa ideológica, a capa do neoliberalismo, dissolvendo, em grande medida, o tipo de risco que eles representavam para os interesses reais das grandes massas do povo localizadas nas periferias. Criou-se um curto-circuito entre o discurso das esquerdas (e não só do PT) com os interesses das massas populares. Nos governos de conciliação, em grande medida, o espaço do inimigo fica vazio ou é preenchido por conteúdos que dissolvem o combate e a polarização.

Supor que nas democracias se dissolve o antagonismo amigo-inimigo representa um auto-engano. Se esse antagonismo implica gradações, então significa que, a depender das conjunturas e dos atores, se pode disputar ou fazer alianças com adversários e se pode rivalizar e combater inimigos sem que isto leve à violência e à guerra, pois as regras das disputas e dos combates estão constitucionalmente definidas. Evidentemente, quando se fala de inimigo se está falando no sentido político do termo ou em um agregado humano definido por uma comunhão de vontades. Isto é: um movimento, um partido, um povo, um Estado. Na democracia, os indivíduos podem até ser amigos, mas no jogo político público, enquanto membros de partidos ou movimentos hostis, são inimigos.

É impossível dizer onde o PT chegaria se não tivesse optado pela conciliação. Mas é possível constar que a conciliação, como método e estratégia de mudança histórica, fracassou. Diante disso, os petistas podem e devem rever sua estratégia no processo de Congresso partidário. Se o caminho não é o da conciliação, a estratégia deve ser de longo prazo, de construção de um campo democrático, progressista e de esquerda, constituindo espaços de poder popular de baixo para cima.

Essa estratégia deve remeter-se a uma representação das massas populares, das pessoas que vivem nas periferias, das chamadas classes C, D e E, a partir de uma nova pedagogia política emancipadora, que saiba combinar participação horizontal com estruturas verticais. Será preciso propor um conjunto de reformas radicais, removedoras das condições de desigualdade e novas políticas públicas. Será preciso reinventar os métodos de governo, viciados pelo burocratismo e comodismo. Será preciso propor um novo federalismo, radicalmente descentralizador, que permita uma ação e um controle da sociedade organizada sobre o Estado. 

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política.

 

Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

54 Comentários

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  1. Problema são as propostas

    Artigos como este são interessantes no diagnóstico, mas pecam pelo irrealismo das propostas de superação da situação diagnosticada.

    Ele fecha o artigo dizendo: “Será preciso propor um conjunto de reformas radicais, removedoras das condições de desigualdade e novas políticas públicas. Será preciso reinventar os métodos de governo, viciados pelo burocratismo e comodismo. Será preciso propor um novo federalismo, radicalmente descentralizador, que permita uma ação e um controle da sociedade organizada sobre o Estado”.

    Sim, essas ações seriam necessárias, sem dúvida. Mas são irrealistas. Afinal, como torná-las realidade numa conjuntura em que as forças conservadoras e/ou golpístas estão com total controle da máquina pública e das suas principais instituições?

    Os golpistas estão conduzindo o Poder Executivo. Estão com maioria folgada no Congresso Nacional. E a maioria dos juizes das várias instâncias do Poder Judiciário (incluindo STF) e dio Ministério Público têm clara vinculação ideológica com as elites conservadoras e a plutocracia do país. E a mídia oligopolizada garante a comunicação de massa necessária para mantê-los no poder.

    Em resumo: diagnóstico correto, mas indicação de objetivos de superação que são totalmente inviáveis dentro do cenário político atual do país. 

    1. Tá, quanto a maioria no

      Tá, quanto a maioria no Congresso um trabalho de alguns anos de árdua e constante militância até pode conseguir algum equilíbrio, mas, como fica o Judiciário? A impressão que para ser admitido lá (por concurso meu Deus, por famigerado concurso) faz-se um trabalho de imersão total antes que as excelências assumam os postos para que sintam nojo de tudo quanto lembre povo e as excelências sintam-se como habitantes do Olimpo flanando e planando. Tem sugestão sobre a questão do Judiciário?

    2. Comentário perfeito

      Cláudio Freire,

      Daqui a pouco meu comentário deve ser publicado. Ele diz mais ou menos o mesmo que você afirmou neste. Ou seja, AF faz um diagnóstico correto, mas não apresenta nenhum prognóstico sobre o que poderia ter acontecido, se o PT optasse por outra forma de governar, que não fosse a da conciliação. Fazer diagnóstico é muito mais fácil do que uma análise prognóstica; e para isso não é preciso dser mestre ou doutor em ciências sociais.

  2. O erro não foi a política de conciliação.

    O erro não foi a conciliação com as diversas forças políticas antagônicas, foi tratar como “republicanos” forças não políticas, mas que entraram cada vez mais no jogo do poder: Judiciário, MPs e PF. A mídia isoladamente, o PT já havia aprendido a lidar há muito e ganhou várias eleições apesar do chumbo grosso que recebia. Não percebeu, no entanto, a nova aliança entre a mída corporativa e agentes do Judiciário, MPs e PF, que foi a essência do golpe. Devemos considerar também a total inabilidade da Presidenta Dilma para fazer política. A tentativa de permanência dela por 8 anos no poder foi outro erro que com o tempo e redução das paixões envolvidas ficará mais claro. O Lula já deveria ter retornado em 2014. Para ilustrar esta inabilidade basta ver a foto dela comendo sozinha em NY. Alguém imagina o Lula comendo sozinho em algum lugar? Políticos não comem sozinho, eles estão sempre se articulando.                  

    Mas, retornando ao assunto do “republicanismo”, a constituição de 88 criou uma utopia de instituições como o Judiciário, a PF e, principalmente, os MPs. Como se os integrantes destas instituições não tivessem valores pessoais pregressos ao entrarem na instituição, como se não integrassem estratos sociais com valores e interesses específicos. A constituição criou a ilusão de que eram super humanos capazes de julgar conforme a lei, capazes de julguar com racionalidade fria e não se deixar levar pelos próprios valores pré-adquiridos e pelos interesses pessoais e da corporação. O que, como estamos vendo está longe de ser verdade e só muito recentemente o Lula, o grande patrocinador deste discursso do “republicanismo”, começou a perceber que estas instiuição, não são neutras e também não são adversários, elas são inimigos que querem a destruição do Lula e do PT como único resultado aceitável.

    Por outro lado, o PT intensificou cada vez mais um discurso de ódio contra a classe média como um todo, o vulgo coxinha, e para alguns setores em particular, como os Médicos. O que levou milhares de indivíduos que poderiam não gostar do PT, mas que não eram necessariamente ativistas políticos, a irem para as ruas e para os seus ambientes sociais e de trabalho começar a fazer manifestações passionais contra o PT. 

    Estes fatores todos levaram a uma combinação fatal para a esquerda no poder.

    Baseado nesta análise, minhas sugestão para as esquerdas, principalmente o PT seriam as seguintes:

    – Mais atenção aos poderes Judiciário, PF e MPs. Eles são essencialmente conservadores e tem que ser tratados como tal. Neste sentido, a indicação para a chefia destes órgãos (MP e PF) bem como para os tribunais superiores deve ser feita com extrema cautela. Indicações displicentes como Joaquim Barbosa, Dias Toffoli, Janot, Gurgel, Fux, como estavos vendo, são fatais para um projeto de nação mais justo.

    – Mais atenção às escolhas do partido para as sucessões, a Dilma não poderia ter ficado mais do que 4 anos na presidência. O cargo de presidente é importante demais para ser acupado por neófitos na política.

    – Mais atenção na escolha dos “inimigos”. Eleger a classe média como inimiga é um grande erro em qualquer lugar do mundo.

    – E, por fim, se possível apressar a derrocada da grande mídia, que já está em curso, mas que se puder se apressada em alguns anos, será bom para o país,

     

  3. Concordo em parte
    LULA,

    Concordo em parte

    LULA, pragmático e conhecedor da URGÊNCIA social, tentou conciliar e fazer do limão a limonada ..o país prosperou ..não o ideal, mas quase ninguém reclamou

    ..DILMA não ..latiu, mordeu, agrediu, não se conformou  ..imatura e despreparada, comentendo também boa dose de erros ..deu no que deu ..o país parou, voltou pra trás

    uma prova ?

    ..já em 2012 Dilma anunciava – sem revelar publicamente as causas – a demissão sumária de 3 importantes diretores da Petrobrás pegados em delitos ..demissões que desaguariam em insatisfação e inviabilização das bases de sustentação política 

    ..as demissões que provocaram o desmanche do castelo de cartas foram as de Zelada, Paulo Roberto Costa e de Renato Duque

    ..posteriormente este episódio foi ignorado diante da exploração midiática por parte da Lava Jato 

    FINALMENTE, admitir o “fim das ilusões conciliatórias” como alude o titulo, pra mim é como negar a força da POLITICA (não tem sentido)  ..faz parte de teorias e panacéias que vez em sempre correm as bancas como com a “recente” teoria do “fim da história”

     

  4. Ou seja, volta a entregar estrelinha na rua.

    Para quem temia que a antecipação da candidatura de Lula atrapalharia a justeza do julgamento sob Moro, de repente Fornazieri se encheu de coragem, e de agora em diante não há conciliação, como se opor ao golpe e ao congresso eleito e que será eleito após a reforma política do golpe? Para isso, uma estratégia de longo prazo, com muito movimento de base, bê a bá na porta das fábricas que não existem mais, suponho que com o Boff, e com outros “esquerdistas” que não leem o GGN.

    “O resultado da conciliação petista traduziu-se numa instabilidade política generalizada, com o colapso do sistema político, e num catastrófico golpe que expurgou as esquerdas do poder, promove uma grave regressão nos direitos sociais e articula uma via conservadora para as eleições de 2018. Ou seja, as elites conservadoras triunfaram e agora procuram meios de estabilizar o poder com a aposta em uma estratégia de constituição de um longo ciclo de poder.”

    Eu acho engraçado é que a culpa é do PT, não do esfaquear da guarda pretória, nem da mídia, nem do sistema eleitoral e partidário que fragmentam ainda mais a esquerda. Enfim, a sociedade civil é compartimentalizada e o político reside somente nas fronteiras do Congresso e do Planalto.

    Lula deveria ter sido Chavista democrático, um ditador bonzinho, que enfrenta a direita por meio das instituições e da justiça, mas sem o apoio do povo (limitado à eleição, temos que assumir aqui que o investimento emocional a cada 4 anos é muito pequeno), e sem um congresso de esquerda.

    Quero ver ir pro choque em 2018  contra o STF, PF, MPF e Forças Armadas, com a mesma Globo que está aí, só hipertrofiada após Temer, com esse congresso, e após as eleições de 2016 onde PMDB e PSDB cresceram.

    1. Mea culpa, mea máxima culpa.

      O moralismo e o idialismo perpassam a análise:

      1º) Fez o que foi possível, e no fracasso dessa conciliação, se expôs as questões sociais e de classe que permeiam a sociedade brasileira, ou seja, com o possivel testou e pôs fim a condição burguesa da  democracia, pois a burguesia não respeita eleição, e o judiciário a serve;

      2) Houvesse o PT e PC do B radicalizado seriamos hoje uma Venezuela. Seriamos acusados de querer dividir casas com os pobres, como Caiado afirmou em 1989, a alcunha de bolivariano no sentido de caos teria se iniciado bem antes. Os blecaute de produção e comercialização, como aconteceu no Chile de Alende, e hoje na Venuezuela, retardado devido as importaçãos que Chaves fez com os recursos do petróleo, que mesmo Sarney sofre em 1987, teriam jogado gasolina na esquerda;

      3º) A extrema esquerda – PSOL, PSTU, Catraca Livre, black bock – têm sobre a cabeça o velho dito de Lênin – “o esquerdismo doença infantil do comunismo” -, arrisco mais, é  pregação, pregação de redendação e salvação, é de um moralismo insuportável, como Edmund Wilson observou em Rumo a Estação Finlândia;

      4º) No final é CEBs e CPT, como se fosse a esquerda, marxistas, é não adeptos da justiça social católica. Fornaieri devevia ler sobre o Partido Católico nas primeiras décadas do novecentos.

  5. Análise central omitida

    Em artigos anteriores não foram poucos os erros de raciocínio e de concordância observados nos textos de AF. Reconheça-se que ele tem se esforçado para afastar de si o vírus que há tempos atingiu quase todos os chamados ‘intelectuais esquerdistas’, que é o de fazer o jôgo do PIG/PPV, usando a manjada técnica “uma no cravo outra na ferradura”. Foi essa técnica que permitiu a AF e WGS, por exemplo, manter o espaço no noticiário pigal, sendo convidados para entrevistas, palestras e debates, mantendo assim a visibilidade e com isso o interesse por livros e artigos acadêmicos em que figuram como autores.

    Numa época em que jornalistas, colunistas, apresentadores, analistas, articulistas, alguns acdêmicos e intelectuais dizem e escrevem com empáfia coisas do tipo “tinham duas pessoas…” e que um ocupante do MEC, sem nenhum constrangimento, sapeca declarações como “houveram mudanças” ou “haverão mudanças” não deixa de ser uma evolução encontrar neste artigo de AF a seguinte construção:

    “Como diria Raymundo Faoro, a conciliação é um método de operação das elites para permanecerem no poder, mantendo o statu quo, sob uma enganosa aparência de mudança. Como caminho de mudanças efetivas, a conciliação fracassou.”

    O mais comum é encontrarmos gente “ilustrada” dizendo e escrevendo o barbarismo “status quo”, que é equivalente a “a gente fomos”.

    Quanto ao conteúdo da crítica, ele se mostra coerente; a argumentação pode ser considerada satisfatória. Não a considero boa porque o autor se exime de fazer uma análise de fundo e problematizadora. Apenas um dilema é levantado no texto e dele o autor foge. Querem ver? 

    “É impossível dizer onde o PT chegaria se não tivesse optado pela conciliação. Mas é possível constar que a conciliação, como método e estratégia de mudança histórica, fracassou.”

    Ora, ora, ora! Ser engenheiro de obra pronta ou apontar  os erros de que quem a projetou, calculou e construiu, principalmente depois de ocorrido um acidente ou falha, é moleza. Mas conceber um projeto, dimensioná-lo, calculá-lo, viabilizá-lo e executá-lo é que são elas. Não é preciso ser mestre ou doutor em ciências sociais, para constatar que a política de conciliação levada a termo pelos governos petitsas fracassou. Mas de forma marota (ou seria malandra, esperta?) AF se exime de analisar o que poderia o PT fazer para governar, caso não aderisse à conciliação, afirmando ser impossível dizer onde o partido poderia chegar, caso adotasse outra estratégia para governar. Aí fica fácil fazer uma crítica em cima de fatos ocorridos; como eu disse, não é preciso ser acadêmico para fazer esse tipo de análise e de crítica.

    Observem os leitores que AF sequer menciona o governo Collor, quem o derrubou e por que. Esquecimento? Impertinência? Certamente não. 

    É provável que muitos leitores mais empolgados ou ingênuos em relação a esses ditos ‘acadêmicos esquerdistas’ não percebam esse tipo de ‘malandragem’ em análises supostamente críticas e ‘científicas’. Mas a mim esse tipo de truque usado por AF e outros nã engana.

     

    1. Engenheiros de obra pronta

      Sim, é lamentável mas é inevitável. A análise histórica demanda esse olhar de retrovisor.  O problema é essa postura “eles fizeram assim”  quando todos participaram, inclusive os acadêmicos, a inteligência, as bases, a militância. Todos e cada um, em seus mundinhos, usufruíram da pujança. Hora de roer o osso.  E maior problema ainda é o abster-se de então propor o que construir a partir da base que restou ou apresentar o que seria a alternativa a adotar e as mudanças necessárias para modificar a realidade. Até eu, leigo, sou capaz de dizer: todos erraram. Até aí…  Mas cadê as proposições, o envolvimento, e o “assumir de responsabilidades”? Quando os acadêmicos e intelectuais se manifestam às vezes dão a impressão de que passaram os últimos 50 anos em Marte e acabaram de chegar.  Todos fomos e somos responsáveis.

    2. ‘status quo’ ou ‘statu quo’

      ‘Statu quo tem o substantivo e o pronome no ablativo; status quo tem o substantivo no nominativo, o pronome no ablativo. Ambas são perfeitamente corretas em latim, dependendo do que se queira dizer.’

      O texto acima está na Wikipédia, em um artigo resumido, mas muito bom. Concordo com a explicação lá exposta, já que foi assim que aprendi latim, em um seminário católico. Ver https://pt.wikipedia.org/wiki/Status_quo 

      1. Não questiono teus conhecimentos de latim

        O objeto central da crítica não é o conhecimento de latim que porventura AF possua e que você afirma ter. Mas na língua brasileira atual escrever e dizer “staus quo”, sobretudo precedido de artigo singular é equivalente a dizer “a gente fomos”. Quem afirma isso são professores de português, que também estudaram latim. Embora útil, nem sempre a wikipedia é uma boa referência, pois há muitas informações falsas postadas lá, além de outras com erros.

  6. Falando em conciliação. O que

    Falando em conciliação. O que tanto conversaram Arlindo Chinaglia e Gilmar na sexta-feira à tarde, lá em Lisboa?

  7. Fogo amigo na parte de baixo

    Acho que falta uma parte importante do problema citado pelo post. Trata-se da parte de abaixo da estrutura política: o povão.

    Tudo bem que a política de conciliação com o poder histórico foi para o brejo quando o “poder” viu debilidade da nossa parte, mas, agora que queremos recuperar as bases de esquerda e fazer tudo diferente notamos que foi cometido um sério equivoco, um descuido, ao colorir demais as nossas bandeiras, afugentando um setor de base, porém conservador em termos de comportamento social: o povo evangélico.

    Essa massa de eleitores foi saindo da base de apoio a Lula e ao PT, na exata medida em que fomos avançando acima da estrutura familiar e comportamental das pessoas. Ganhamos poucos e duvidosos votos, que migraram para o PSol, mas perdemos milhões de eleitores, ora na Marina e hoje, pior ainda, com Doria e Bolsonaro, não pela cor dos olhos desses sujeitos, mas pela própria repulsa a discurso modernosos demais para uma nação ainda em vias de desenvolvimento..

    Lamentavelmente, a eventual conciliação com o “poder” não depende muito de nós. Mas, a perda da base popular conservadora (comportamental) é uma clara mostra de falta de inteligência política e de senso de oportunidade, atropelando bandeiras justo na hora em que devemos primeiro salvar a nação e promover justiça social.

    Um grande inimigo da esquerda brasileira é a esquerdinha ingênua, global e modernosa. Essa é a melhor arma do neoliberalismo, nos países do hemisfério sul.

    1. Alex

      Mas há tb uma insatisfação generalizada no Brasil e em todo o mundo. Pessoas mudam de partido, mudam de religião, mudam os conselhos dos pais, pelos do “guru” da moda, idoso é velho que não tem mais utilidade, caem nas drogas, etc.etc..

      Todos em busca de alguma “muletinha” a que se apegar.

      1. É verdade!

        E verdade!

        É urgente simplificar as bandeiras, as cores e os partidos. É urgente simplificar o discurso e reduzir a candidatura para um projeto de nação autônoma e com justiça social. 

    2. Alexis, acho que você tocou

      Alexis, acho que você tocou num ponto novo e interessante!  Não necessitaríamos do apoio da tchurma do PMDB se os evangélicos tivessem permanecidos como aliados, como foi no início do primeiro governo Lula. Talvez o êrro da aliança com parte dos setores produtivos não teria sido tão sério quanto a investida em agradar a setores bem mais à esquerda do PT, e que são pouco representados na sociedade brasileira, haja visto a pequena votação do PSOL. Com maioria de candidatos oriundos de classes populares eleitos ao Congresso, o suborno representado pelas elites econômicas seria sufocado e manter-se-ia o equilíbrio necesário. Não acredito tanto nas análises políticas de autores tradicionais porque o ator pentecostal é um fato novo no mundo.

  8. “Em resumo: nem Paraná e nem

    “Em resumo: nem Paraná e nem Lula, nos seus devidos tempos e com suas específicas causas, conseguiram produzir reformas fortes que mudassem substantivamente o padrão conservador, anti-social e antipopular das estruturas de poder no Brasil. Como diria Raymundo Faoro, a conciliação é um método de operação das elites para permanecerem no poder, mantendo o statu quo, sob uma enganosa aparência de mudança. Como caminho de mudanças efetivas, a conciliação fracassou.”

    Esta mudança de padrão só vai ser possível no dia em que não mais existir o grupo globo. 

    Se este grupo não for extirpado da nossa sociedade, JAMAIS seremos um país próspero e democrático.

    Ou o Brasil acaba com a globo ou a globo acaba com o Brasil.

    Não há meio termo possível.

  9. Para um homem que vem

    Para um homem que vem sofrendo uma violência tão avassaladora da sua vida e da vida de sua família, que asiste, impotente, seu povo antes tão acolhido e protegido agora sumetido a um verdadeiro massacre da própria dighidade, esse homem chamado Lula, citado nas diversas pesquisas de opinião como um possível vitorioso, com a mais absoluta certeza, jamais retornaria ao poder movido por injênuos pensamentos de conciliação, sem se ater com profundidade aos inimigos. com seu olhar de lince, de político calibrado nos pneus, essa construção de baixo pra cima, já feita em seu governo, só tenderia a ser mais contundente. 

    Uma coisa é ser conciliador, como foram Lula e Dilma em seus governos. A outra, é não ter olhos pra ver a cara dos vadios que os cercavam, enquanto se valeram da traição e covardia para tentar destruí-los, até o ponto de conseguirem, em parte. O recado dado por Roberto Jefferson a Lula, na presidência, ficou no meio do caminho. A partir dali não era mais concebível o enredo que se deu aos passos seguintes desses governos petistas. 

    A chance de Lula não se recriar como político permanece viva se a imprensa não o abandona, se o judicário, em parte substancial age em favor dos adversários, ou simplesmente silencia, lavando as mãos para tantos absurdos.

    Sabemos que Moro tem pressa em acabar com Lula, pois já insinuou por diversas vezes sua ida definitiva para os Estados Unidos onde já a mulher se econtra à sua espera. Não ter conseguido o feito de encarcerar Lula em 2016 só lhe deu muito dissabor, que agora, deve estar dizendo a si mesmo: “Deste 2017 não passa”.

    O futuro a Deus pertence, já dizia o velho adágio. De todo modo, cabe ao PT, como um todo, saber reagir, em favor do seu ídolo maior, e com ou sem ele atuando na política, enxergar novos caminhos. 

     

  10. Conciliação às avessas

    Discordo em essência desse excelente artigo do Aldo Fornazieri. Apesar de interessante a comparação, noto mais diferenças que semelhanças entre o período de Conciliação e o Brasil atual, além de entender que uma eventual conciliação ainda está por vir.

    Um semelhança importante é o enfraquecimento das forças políticas tradicionais(ou algumas delas)presenciado em ambos os períodos, porém, com diferenças significativas.

    O enfraquecimento das forças políticas tradicionais durante a Conciliação se deu, principalmente, por meio da Lei dos Círculos Eleitorais(uma espécie de “voto distrital” de então), que propiciou a derrota eleitoral de políticos tradicionais.

    Algo parecido ocorreu ao longo do governo Lula, porém, com uma diferença essencial: ao invés de decorrer de mudanças na legislação eleitoral, a derrota de caciques conservadores foi causada por programas econômicos, principalmente o Bolsa Família, que reduziu a dependência de setores do eleitorado(os mais pobres)dos favores da política clientelista. Esse fenômeno foi mais visívil no Nordeste, onde se viu um verdadeiro fim na trajetória política de velhos mandatários, sendo, talvez, a derrota e subsequente morte de Antonio Carlos Magalhães para o petista Jacques Wagner, o episódio mais emblemático.

    Esse é um aspecto essencial, pois, se no Império, o enfraquecimento das forças políticas tradicionais decorrem de estratégias essencialmente associadas à disputa pelo Poder; no governo Lula, essa derrocada do coronelismo é consequência direta do aprofundamento do regime democrático instaurado pela Constituição de 1988. Assim, não causa surpresa que a reação das forças derrotadas se dê não apenas contra as forças políticas que sustentavam o governo Lula, mas contra o próprio regime democrático.

    Também, é perceptível como o movimento reacionário do golpe de 2016 procura resistir a processos históricos independentes de forças políticas. O grupo golpista é formado majoritoriamente de forças que se encontram na contra-mão da história, como políticos derrotados nas urnas, conglomerados midiáticos suportados por tecnologias ultrapassadas, sem viabilidade nem futuro. No campo político, importante notar como a reação do candidato derrotado nas eleições de 2014 foi mera questão de sobrevivência, não apenas de sua própria carreira política, mas de todo o seu grupo, tendo em vista que a eleição do PT em MG representava a expansão do movimento político que no Nordeste eliminou ACM e afins.

    Por fim, note-se que, enquanto na Conciliação, o enfraquecimento dos partidos políticos resultou na centralização do Poder na Coroa, no Brasil, está ainda indefinido o que acontecerá. Na ausência de um Imperador, é ainda bastante incerto quem vai preencher esse vácuo de poder. Na minha opinião, o fortalecimento dos partidos via o voto em lista fechada parace ser a posição mais viável e coerente, já que vejo como insustentável a estratégia desesperada de prisão do ex-presidente Lula, tendo em vista que o ex-presidente representa muito mais que sua própria pessoa, e sua prisão não vai eliminar essa força já organizada em movimentos sociais e no eleitorado. Eventual prisão do ex-presidente é apenas a continuidade das estratégias frcassadas já implementadas para sua destruição política.

    1. Sem Lula candidato, não há

      Sem Lula candidato, não há simbolismo ou o diabo que faça o povo votar nesses baixo-clero desconhecidos do PT.

      O povo cai chiar, mas vai acabar votando num Dória contra o Bolsonaro, ou numa Marina.

      Se Lula não puder ser candidato, não adianta capital político dele, por que a esquerda não tem ninguém.

      Eu mesmo lá tenho minhas dúvidas se posso confiar em um poste do Lula. Dilma foi um desastre completo !!!! E preso não tem como ele fazer campanha.

      1. Eu concordo com  avaliação do

        Eu concordo com  avaliação do Nelson Jobim, Lula preso elege qualquer um.

        Sobre a Dilma, tenho convicção que um governo Aécio ou similar seria muito pior. No meu entender, Dilma foi o primeiro presidente que, de fato, tentou moralizar a política, não conseguiu não apenas pela resistência dos corruptos, mas porque a sociedade brasileira, principalmente a classe média, não é evoluída o bastante para viver em um país minimamente civilizado.

        1. Ontem ARKX, li uma entrevista

          Ontem ARKX, li uma entrevista enorme, sugerida por um Marineiro, falando que Lula não seria uma possibilidade boa para a esquerda, que seria até conervadorismo (Até aí vai…), mas aí ele me arremata que as alternativas para a esquerda são Ciro e Marina. Ciro não tem votos e Marina não é de esquerda.

          O autor fala o tempo todo da queda do establishment, mas para mim, nada é mais ligado ao establishment do neoliberalismo progressista do que Marina…

          1. O fim das ilusões conciliadoras

            ô Marcelo33, tu tá me estranhando? Marina, eu? e o Ciro evito criticar porque ele mesmo se incumbe de fazer isto… ou seja: Marina não é nada, e o Ciro é o Ciro.

            meu candidato é o Lula! mas não o Lulinha Paz de Amor, e sim o Lula deste vídeo de 1984: “hoje eu não tôu bom!”.

            .

  11. O xeque mate dos Donos do Brasil

    O Brasil tem donos. Sempre teve. Mas, vá lá, todo país tem donos e mesmo o Mundo tem donos (Warren Buffet e os Koch que o digam).

    Nosso país foi criado como colônia de exploração para enriquecimento da elite dona da metróple estrangeira. Já foi Portugal depois Reino Unido e hoje são os EUA. Desde o começo, o esquema é o mesmo: Os verdadeiros donso, la´fora, nem vem aqui, dão procuração aos donos locais, os quais tem todo o pdoer de lei, vida e morte sobre a riqueza e  a população local, em troca de manter o envio do lucro pros verdaeiros donos do exterior. Esta estrutura foi panejada 500 anos atrás e se mantpem a mesma até hoje.

    Não temos um povo. Um povo é um grupo etnico com mesma origem, vinculso e ligações culturais, afetivas e históricas, como japoneses, alemães, russos ou egípcios. Aqui, o povo original, os índios, foram chacinados, desculturados,  e os que sobreviveram acabram miscigenados e descaracterizados. Africanos foram trazidos aqui à força e jogaods  a esmo. Europeus e aisáticos vieram de todos os lados,  e vieram rpa cá ou obrigados, ou por necessidade, tendo como objetivo explorar esta terrinha, enriquecer e voltar pra sua verdadeira terra. Somos portanto um catadão de reminiscentes de povos e etnias múltiplas sem ligação. Um catadão de orpimidos presos neste país de expoliação e exportação de riquezas. Logo é muito difícil unir tal conjunto tão homogêneo de pessoas sem a menor ligação. Não somos um povo.

    Por fim, nossa estrutura social e política sempre foi repressiva e voltada pra manter o sistema de expolição e exportação de riquezas. O Brasil tem donos e estes donos apenas obedecem aos verdadeiros donso lá fora. É assim que sempre foi, é assim que eles querem que continue. Todo o sistema, estado e leis é feito por eles pra manter ests sistema como sempre foi. O governo e o estado é formado por eles mesmos, de modo a que não haja intrusos de classes subalternas. Eles mandam, eles fazem as leis, eles garantem os cumpriemnto das leis, eles comandam o Estado. O Brasil tem donos.

    Então pegue um catadão de pessaos qeu não é povo e não tem motivos pra união ou confiança recíproca. Perceba que o que sempre valeu foi um clima de todos contra todos, de sobrevivência, de cada um por si e perceba como é difícil se achar um objetivo comum pra unir todo o povo. Some a isto a educação de pe´ssima qualidade que intencionalmente é imposta ao povo, pra que se mantenha ignorante e oncapaz de entender o país, a política e como modificar tudo. por fim, pense como o ser humano tende à comoda solução de ouvir tudo que tv e grande mídia dizem, ainda mais em um povo tão ignorante, e pense como nossa mídia é da elite.

    Agora de tudo isso, vem a pergunta de um milhão: Se não há povo brasileiro, senão há senso d eunião, se não se consegue unir as pessaos em um espírito de comunidade, de fraternidade e de objetivo comum; se o povo é incapaz de entender a relaidade, o brasil e a política; se o povo só se preza pela tv e pela grande mídia, e estas tem dono e é da elite; se o estado, as empresas, os grande fazendeiros, a mídia, se justiça, o ministério público, os advogados e os politicos, se são todos elitistas, anti brasil e fechads em manter tudo como está, como vencê-los se eles detém todo o poder e os meios?

    Tiradentes tentou organizar uma revolta? Foi traido por um companheiro endividado, ganancioso e covarde. João Goulart tentou reformas amplas? Nossa Elite e nosa metrópole da época, os EUA, se uniram, deram um golpe e travaram tudo. Lula e o PT tentaram então fazer uma reforma gradual e leve, semeando pequenas mudanças para inlcuir o povo no pder e dar a este educaçãod e qualidade? De novo, união da metrópole com a elite local, golpe, lawfare, fiqeu tudo como está, nada pode mudar.

    Então como quebrar o ciclo. Como fazer a população politizada, engajada e compreendendo miniamente  a política e o país? Como fazer o povão ignorante e analfabeto parar de crer cegamente na Globo e passar a se informar. E se informar como? Acham esmoq eu chegará o dia em qu a maioria dos brasilelros lerá Jornal GGN?

    SE Goulart tenta Mudança dramática, tem golpe. Se Lula tenta mudança suava, tem golpe. Vivemos em um mundo capitalista emq eu o poder está no dinheiro. O dinheiro está com os donos do brasile  do mundo, não com Lula e a esquerda honesta. Como enfrentamos isto? Aguardo respostas, pois só dizer que temos que alcanaçr o povo, educar politicamente o povo, fazer o povo  se reovltar, se unir e ir pras ruas cobrar seus direitos, fazer o povo dsligar a tv e o rádio, ora, tudo isso é um apo furado irreal. Quero meios e métodos, chega de objetivos impraticáveis e acusações injustas.

    1. Bacana seu texto, meu caro.
      O
      Bacana seu texto, meu caro.

      O sistema é muito mais forte, muito mais violento e organizado.

      Ele está sempre disposto a usar sua força genocida, dia após dia. Também preveem com muita velocidade e acertividade, qualquer possível origem revolucionária.

      Nem fazendo os jorrar sangue, vez ou outra em batalhas, ou através dos sangues de mártires, é possível derrota lo.

      O melhor caminho, ao meu ver, é enfraquecer o sistema por dentro, que é o que acontece quando a esquerda está no poder, e contar com a não acomodação do povo. Nesta ocasião é que devemos lutar mais do que nunca, dia após dia, pela reforma agrária, regulação da mídia etc. E não lutar somente em situações de desespero como agora, porque aí não é luta é lamentação (e também deve ser feito). Tem que ser a união das duas coisas, já tá claro que tanto um presidente sozinho, quanto o povo sozinho, não consegue. Um tem que servir de combustível para o outro e resistir bastante, porque a violência do Estado vai chegar.

      Falta a conscientização, de que violência faz parte do jogo político, e responder portanto, também.

  12.  
    Realmente, sem as bases

     

    Realmente, sem as bases acadêmicas do autor do texto, muitos percebiam que as políticas de Lula e na sequência Dilma, embora favorecendo, e muito, as camadas mais pobres da população, não tinham base firme, que derivasse da participação dos favorecidos dessa políiticas, em consonância com os partidos e associações de apoio amigo ao Governo. Foram benesses governamentais, e não direitos adquiridos na luta, participando. Sabendo disso, os inimigos que participavam do Governo, o mais proeminente o atual usurpador, Michel Temer, nos termos postos, simplesmente não se constituiram, em forte empecilho. Isso não quer dizer que os golpistas chegaram a se importar com essa questão, a ponto de desviá-los de seus objetivos, na lógica neoliberal que defendem, de não mais garantir os avanços sociais da era Lula/Dilma. A verdade é que o capitalismo atual está ainda mais sem condições de garantir, como tenta fazer a social democracia europeia, um estado de bem estar social. A decorrente fianceirização do sistema simplesmente suga os recursos para os bolsos dos magnatas (nada mais terrível e ridículo do que a lista da Forbes mostrando os bilionários, que aumenta a cada ano), agudizando a concentração de renda em todos os países. Aqui, a eleite brasileira e os estrangeiros que participam de nossa economia desejam aumentar seus ganhos, e mesmo o arremedo de bem estar social que vinha sendo praticado desde 2002 e até 2014 está deixando de ser possível. Do jeito que está, não demora que para viabilizar a economias de muitos países, suavizando os problemas sociais que enfrentam, alguma medida há de ser tomada, como, por exemplo, a estatização do setor bancário para regular a sangria de recursos que estão sendo desviados da produção e do desenvolvimento, impedindo que os governos  cumpram com suas obrigações em benefício das populações, diminuindo a marginalização e a miséria endêmica nos países mais pobres.                                                    

  13. O fim das ilusões conciliadoras

    ->Essa estratégia deve remeter-se a uma representação das massas populares, das pessoas que vivem nas periferias, das chamadas classes C, D e E, a partir de uma nova pedagogia política emancipadora, que saiba combinar participação horizontal com estruturas verticais.

    a periferia é o novo centro. e o interior, a capital.

    de volta às ruas, renasce com o movimento popular uma outra Esquerda. radical em seus princípios e capaz de construir a unidade na luta. consciente de que deve negociar, mas jamais se render e nunca se vender.

    uma Esquerda gerada pela luta contra o golpe, que não reduz sua militância ao confortável ambiente virtual da web, que não se acovarda frente aos enfrentamentos concretos do cotidiano.

    vídeo: Sul de Minas – Greve Geral 28/04/2017

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=Yi00HQlxoxw”%5D

    .

  14. Professor, a “conciliação” deu xabu na França tb, mas…

    O “sistema”, muito esperto, resolveu – ELE MESMO! – criar e (muito bem nutrir) o candidato “anti-sistema” (SQN).

    Veja este trecho do meu artigo de hoje sobre a eleiçao na França:

    “Com os 17% que teve em 2002, quando não foi ao segundo turno, Marine Le Pen já conseguiu transformar o Front National no maior partido do país. Ou, ao menos, o ~mais votado~ nos primeiros turnos das eleições locais.

    Eleições onde muitas vezes o FN bateu com a cabeça nesse tal “teto de vidro”, dos mesmos 40%…

    Sim, bateu… mas, mesmo com isso, ficou não raro muito à frente dos “irmãos gêmeos e rivais” – a esquerda e a direita tradicionais (hoje, PS e LR).

    Ambos, os partidos que se alternaram no poder durante toda a 5a República.

    Notem bem:

    Alternaram-se como ~camaradas~… os únicos sócios de um clube exclusivíssimo!

    Sem esquecer, é claro, que quase todos os Ministros dos governos que se alternaram – de direita e de esquerda – têm a ~mesma~ origem social…

    E isso não é tudo!

    – Mesmo a origem profissional-acadêmica deles é a mesma: as “Grandes Écoles“!

    Muitas e muitas vezes na política francesa os líderes do governo e da oposição de turno foram colegas de faculdade – quando não dividiram o mesmo dormitório!

    Vezes houve, inclusive, em que chegaram a… se casar e constituir família!

    Para vida e para a política!

    Casos de, por exemplo, Jacques e Bernardette Chirac, bem como de François Hollande e Segolène Royal.

    Notem bem: (2)

    Essa “fratrie”, essa “irmandade”, não envolve “apenas” a classe política:

    – Todos os dirigentes das grandes empresas (o “CAC 40”), os chefes da associação dos industriais (MEDEF), os grandes herdeiros e a elite do funcionalismo público têm algo em comum (além de dinheiro e poder): todos são alumni das…

    – … Grandes Écoles!

    Faz até sentido: são escolas – criadas por Napoleão, quem mais? – justamente para formar a ~nova~ “Nobreza” da França (tendo a antiga perdido a cabeça na Revolução):

    – o ~alto~ funcionalismo público.

    Pois advinhem de onde vem Monsieur Macron??

    Science-Po Paris + ENA:

    – Duplamente alumni de Grandes Écoles!

    (e se vende como o “novo”… o candidato “anti-sistema”… hahaha)”

    *

    http://www.romulusbr.com/2017/04/macron-e-franca-presidente-de-uma.html

      

     

     

  15. O fim das ilusões conciliadoras

    Romulus,

    novamente esclareço não se tratar de observações pessoais dirigidas a você.

    para compreender e atuar no cenário político atual, é preciso abandonar os obsoletos paradigmas.

    há um poderoso movimento político, tanto na França quanto no Brasil quanto por toda parte, que não se vê nem na mídia oficial tampouco em muito da mídia alternativa brasileira.

    e é este movimento o mais determinante vetor social e político atual.

    ressalvo, isto não implica, evidentemente, em desconsiderar a grande política e a via parlamentar, mas apenas não ficar cego para o que ocorre alhures.

    a triste verdade é que continuamos a usar muito mal a web. está tudo muito aquém do que deveria ser. o tempo urge.

    From the Loi Travail to the French Elections

    A Retrospective on Social Upheaval in France, 2015-2017

    video: #NuitDesBarricades

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=HOwpHkpwhBw%5D

    .

    1. O medo como gêneses do fascimo!

      Caro Arkx, me desculpe, mas esses movimentos são fora do mundo.

      Exceto em situações potencialmente revolucionárias, onde tomar o executivo e suprimir o legislativo, todos esses movimentos de mascarados somente ensejam autoritaristmo e fazismo. As velhinhas, mães de crianças e adolecentes de periferia, parcelas da baixa classe média, ao assitirem movimentos como dos Black Bloc, sentiram aterrizados. 

      Parcela da esquerda no Brasil ou é messiânica (PSOL e PSTU), ou é satânica. Estes últimos, senhores de toda verdade, crêm contraditoriamente que o homem seja bom, e que basta um brado de verdade e violência para ter a adesão das massas. 

      Esquecem que do medo nasce a esperança, e dessa a religião e um Estado Forte. Foi assim, com Catraca Livre e Blac Block, que foi eleita a bancada BBB – bala, boi e Bília. 

      Que a esperança dê adeus a todo ilusão e esperança!

    2. O medo como gêneses do fascimo!

      Caro Arkx, me desculpe, mas esses movimentos são fora do mundo.

      Exceto em situações potencialmente revolucionárias, onde tomar o executivo e suprimir o legislativo, todos esses movimentos de mascarados somente ensejam autoritaristmo e fazismo. As velhinhas, mães de crianças e adolecentes de periferia, parcelas da baixa classe média, ao assitirem movimentos como dos Black Bloc, sentiram aterrizados. 

      Parcela da esquerda no Brasil ou é messiânica (PSOL e PSTU), ou é satânica. Estes últimos, senhores de toda verdade, crêm contraditoriamente que o homem seja bom, e que basta um brado de verdade e violência para ter a adesão das massas. 

      Esquecem que do medo nasce a esperança, e dessa a religião e um Estado Forte. Foi assim, com Catraca Livre e Blac Block, que foi eleita a bancada BBB – bala, boi e Bília. 

      Que a esperança dê adeus a todo ilusão e esperança!

      1. O fim das ilusões conciliadoras

        -> Foi assim, com Catraca Livre e Blac Block, que foi eleita a bancada BBB – bala, boi e Bília. 

        não, não foi. como sempre, é justamente ao contrário. a bancada BBB é resultado direto das ilusões conciliadoras.

        para compreender o motivo, vc vai ter que sair da bolha confortável do comodismo e enfrentar a dura realidade, através da seguinte questão:

        – Moro vai prender o Lula no dia 10. o que o Lulismo vai fazer? o que vc especificamente vai fazer?

        apenas se lamentar via Facebook? protestar aqui na área de comentários do Blog do Nassif?

        ou será o fim das ilusões conciliadores?

        .

        1. Messianismo e volutarismo.

          Caro Arkx, estamos do mesmo lado da trincheira, me desculpe, mas esses movimentos não passam de movimentos messianicos menos e menos do aqueles que Hill descreveu no “Mundo de Ponta -Cabeça”. Com a seguinte diferença, na Inglaterra foram os trabalhaodres, nesses movimentos de extrema esquerda são de parcelas iluminadas da classe média, não levam a nada.

          A bancada BBB foi eleita depois do temor que a extrema esquerda criou em 2013, converse com as pessoas, sai do seu grupo de convivência, pergunte a idosos, mulheres e pessoas religosas o que elas acharam daquele caos infantil. Votaram, então, em pastores e delegados, qeu propunham acabar com todo tipo de bagunca e “marginais”.

          Deveria, talvez, abondanar a ilusão de que o homem é bom por natureza, pois tão pouco é mal por natureza, segundo a Bíblia. Se posso sugerir, sugiro que lei o “Tratado Teológico Político” de Spinoza.

          Por fim, me desculpando mais uma vez, cada um de nós sabe o que fez e o que faz politicamente. Essa convocação para militância é volutarismo, não leva a nada.

          Grato. 

          1. Ronaldo e Arkx:
            Concordo com

            Ronaldo e Arkx:

            Concordo com o Ronaldo que esses espasmos da classe média não levarão a nada. É verdade que todas as revoluções civis são perpetradas pela classe média, isto é, o segmento social ocioso (em menor ou maior grau), composto por funcionários públicos, profissionais liberais e pequenos empreendedores.  Gente que tem tempo de sobra para cultivar minhocas (não confundir com cultura e ciência) na cabeça. Mas essas classes ociosas na verdade não têm uma cabeça funcional. Nunca iniciaram de motu proprio uma revolução; sempre a iniciaram por ordem ou indução, e nos dois casos por financiamento, da classe “superior” e, é claro, contra o povo. Nunca existiu revolução a favor dos pobres; apenas revoluções de  novos ricos que tentaram tomar a posição dos ricos mais antigos…

            Nassif, não discrimine meus comentários! Se o Somebody pode propor revoluções populares sangrentas (e inviáveis, como explicado acima), por que não posso manifestar desagrado e desconfiança quanto à “justiça” brasileira (que um dia venerei)?!…

             

          2. O fim das ilusões conciliadoras

            ->É verdade que todas as revoluções civis são perpetradas pela classe média,

            de onde vc tirou isto!? qual “revolução” for perpetrada pela classe média?

            ( ) Guerra da Independência dos Estados Unidos (também conhecida como Revolução Americana);

            ( ) Revolução Francesa;

            ( ) Comuna de Paris;

            ( ) Revolução Mexicana;

            ( ) Revolução Russa;

            ( ) Guerra Civil Espanhola;

            ( ) Revolução Chinesa;

            ( ) Revolução Cubana;

            ( ) Maio de 1968;

            ( ) Revolução dos Cravos – Portugal

            ( ) …

            (X) nenhuma das anteriores.

            .

          3. Arkx:
            Lendo muitos livros de

            Arkx:

            Lendo muitos livros de história, principalmente a “mundial”.

            Acho que não expliquei bem. Uma “classe superior” (exemplo, burguesia na revolução francesa) precisa de uma revolução para desbancar a “classe superior” (rei, nobres e clero) que está no comando. Essa classe nunca arrisca a própria pele, e não tem, e não quer ter, contato com a plebe. Então contrata a “classe média” (ou classe ociosa, que também não é de arriscar a própria pele) disponível (funcionários públicos, profissionais, artesãos, pequenos comerciantes) para incendiar a classe pobre, distribuindo-lhe uma parte (migalhas) do dinheiro que para essa missão recebe da “classe superior”. A classe pobre (bandidos, desempregados, etc.) se dispõe a fazer o serviço sujo, crente de que irá ganhar alguma coisa além dos trocados que recebeu em adiantamento para a única refeição do dia. E acaba ganhando… pretensa passagem para um mundo melhor.

            Bom, alguns da classe incendiadora (Robespierre, por exemplo) também perdem a própria pele. Mas faz parte do risco.

            Nenhuma das revoluções que você citou foi de origem popular. Uma das pouquíssimas excessões foi a revolta de Spartacus, na antiga Roma (pô, chutei, mas você deve entender). Revolta de escravos.

          4. O fim das ilusões conciliadoras

            -> Lendo muitos livros de história, principalmente a “mundial”.

            suas fontes sobre história só estão lhe confundindo. não tem essa de “classe superior” (com ou sem aspas) contratando outras classes. e muito menos uma classe “atiçando” a outra.

            para compreender as “revoluções” e a luta política entre os diversos setores sociais (as classes) basta observar e analisar o processo em curso no Brasil:

            – o setor social dominante são os rentistas (a classe “ociosa” que não vive nem de seu trabalho tampouco do que produz através do trabalho alheio). são os banqueiros, os especuladores (apelidados de “investidores”) no mercado financeiro, os grandes proprietários de imóveis. vivem da SELIC, do over-night. não tem qualquer compromisso com um projeto de país, muito menos com uma economia formal e estruturada em torno da produção.

            agora este setor parasitário leva a cabo uma “revolução”: a regressão do Brasil a um status pré revolução de 1930, condenando o país ao modelo liberal periférico, com sua completa subordinação à Tirania Financeira global.

            nem os demais setores sociais do bloco dominante (como exemplo mais contundente temos os empreiteiros), tampouco os setores médios, serão capazes de reverter este quadro. só através de uma grande mobilização de massas, incluindo os trabalhadores e todos os demais setores oprimidos e espoliados, este golpe será derrotado.

            .

          5. O fim das ilusões conciliadoras

            ->estamos do mesmo lado da trincheira,

            ->Essa convocação para militância é volutarismo, não leva a nada.

            vc é uma boa pessoa. podemos até estar do mesmo lado. mas com certeza não estamos na mesma trincheira. até porque você mesmo declara não ter qualquer desejo de militância.

            e nada pode ser mais revelador de quem somos do que o nosso desejo! quem somos? somos nada mais do que o efeito colateral de nossos desejos.

            ->A bancada BBB foi eleita depois do temor que a extrema esquerda criou em 2013

            é por isto que o enigma da encruzilhada de 2013 ainda persiste. suas perguntas ainda não foram adequadamente respondidas. sem enfrentar a esfinge de 2013 não haverá nenhuma reconstrução para o Brasil.

            apesar de ser uma boa pessoa (mas não exatamente uma pessoa boa), lamentavelmente você ainda não compreendeu 2013. ainda vê 2013 não da perspectiva de quem esteve nas ruas, e sim através dos distorcidos e estereotipados relatos propagados por quem também lá não esteve.

            ->Deveria, talvez, abondanar a ilusão de que o homem é bom por natureza

            seus comentários abriram demais o leque de questões, mas como vc repetiu este ponto, não poderia deixá-lo de lado.

            é exatamente ao contrário: a ilusão é que o homem é mau por natureza.

            você nunca deve ter passado a experiência de estar numa situação imediatamente posterior a uma grande catástrofe, como é comum entre os que estão convictos de que o “homem é mau por natureza”. nestas situações o que se impõe é uma solidariedade radical. emerge uma comunidade dedicada a cuidar de si própria.

            “o “fundo vil do homem” que obcecava Pascal, as paixões más, a “natureza humana”, invejosa, brutal, cega e odiável que, desde pelo menos Tucídides, serve de argumento aos detentores do poder – fantasma infelizmente desmentido pela maior parte dos desastres historicamente conhecidos”

            .

          6. Lógica: limite da razão.

            Para análise da realidade, não se pode cometer certo afirmações infantis – tipicas desses tempos de Chartier, Bordieu e Foucault -, desde Órganon, depois pela gramática, se sabe que o adjtivo nunca predica o substantivo. Trocadilhos como “pessoa boa” ou “boa pessoa”, são próprios, parafraseando Hegel na Fenomologia do Espírito, de que frequentou escolas inferiores do pensamento. Ouco afirmar, escolas infantis da pós-modernidade que ataca até os conceitos de verdade e falso , e afirma paradigmas, afirmações provisórias sobvre a realidade. 

            Capacidade de compreensão limitada, ademais, não ajuda na condução pelo mundo, pois quanto ao bem e a mal, o que escrevi foi: 

            “Deveria, talvez, abandonar a ilusão de que o homem é bom por natureza, pois tão pouco é mal por natureza, segundo a Bíblia.”

            Voce tomou a frase pelo seguinte “é exatamente o contrário: a ilusão de que o homem é mal por natureza”.

            Já que não conseguistes analisar adequadamente a minha frase, vou trocar as palavras e falar o mesmo: o homem não é nem bom nem mal por natureza. Somado Freud a Marx, e a Vigosti – as pulsões libidinais do homem se constituem socialmente. 

            Com Pascal se mostrou – Pascal, grande cristão e pessimista, com Nietzsche diriamos mais –  prototipo de sacerdote ascético.  

            Adepto da salada pós-moderna, voce junto Pascal com desejo. Rigosamente desejo é referenciado na lidido freudiano. Pode-se, também, acrecentar as bobagens que Foucaltu escreveu contra a lógica fundadante do pensamento – Aristóteles, Kant, Hegel -, em Arqueologia do saber, tão em voga, do que voce dá indicios de adotar.

          7. O fim das ilusões conciliadoras

            você está incorrendo num dos mais corriqueiros erros (nem por isto menos grave) em uma troca de opiniões: perder o foco.

            afinal qual seu assunto? as ilusões conciliadoras do Lulismo? filosofia? por isto afirmei que você abrira excessivamente o leque de questões. isto é sempre fatal, ainda mais nas limitações de uma área de comentários.

            não quero ser rude contigo. pois nos bastam algumas poucas linhas de um comentário qualquer na web para termos grande aproximação do perfil do interlocutor. por isto repito: “és uma boa pessoa, mas não exatamente uma pessoa boa”. e o que vale não é a sintaxe e sim o conceito.

            já passamos no Brasil há muito do tempo do “blá, blá, blá”, já é mais do que hora de “pá, pá, pá”. a filosofia que precisamos, mais do que nunca, é aquela que transforma o mundo. a filosofia precisa vir das trincheiras e das barricadas. assim como a política. assim se faz História.

            contudo, você merece uma outra chance sobre: ->” o homem é bom por natureza, pois tão pouco é mal por natureza”.

            expressemos desta forma: o “homem” é bom porque a “natureza” é boa, e má é a “cultura humana”. também por isto há “boas pessoas” que não são “pessoas boas”.

            não há nenhuma “natureza” desvinculada de uma “cultura”. não há nenhum “indivíduo” separado de uma “sociedade”. e vice-versa.

            disto muito bem sabem os índios, mais uma vez atacados hoje em Brasília. e com este fato voltamos ao foco deste artigo: o fim das ilusões conciliadoras.

            kuarup prá você também.

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          8. Foco e cultura humana.

            Definir pela sintaxe, não é definir. Ela apenas é regra de concordância e questões pontuais da gramática.

            Na sua frase “expresamos dessa forma …” voce faz um jogo de palavra que não diz nada. 

            Nesse sentido voce fecha o foco, pois a realidade é aberta, nela as categorias devem atuar por meadição, filosofia das trincheiras é uma piada infantil. A realização da filosofia advem de seu pré-conhecimento e de sua efetivação no mundo, voluntarismo sem reflexação filosofica é cegueria. Da erro da extrema esquerda, de que o homem é bom por natureza, surge seus grosseiras e equivocadas ações que somente tem favorecido a direita. Cade o Catraca Livre e o Black Bock contra o Doria, o Alckim e o Temer? Onde estão as massas mobilizidas por eles nas ruas/

            Quanto a natureza e cultura, vamos a um silogismo aristótelico-hegeliano-materialista ( este último sendo – Freud, Marx e Vigostsi):

            O homem é primordialmente um ser biológico. 

            O homem molda suas pulsões biológicas ao ser educado pela geração mais velha e depois por situações diferentes.

            Todas essas situações, que se chama cultura, é formam o caráter e a condição social. 

             

            Ou seja: a natureza do homem é biológica (Darwin), que por uma sintese social é superada e conservada (Marx-Hegel), naquilo que com Aristóteles poderiamos dizer caminho do meio.

            Vigosti definiu adequadamente o que é cultura – cultura é tudo o que o homem cria. Essas bobagens da história cultural – de Chartier a Bordeiu – são um ataque ao materialismo historico dialético. Eles definem cultura apenas como representações isolados dos objetos materiais. Como seu um martelo não tivesse de ser pensado idealmente, antes das diversas materias primas que serão utilizadas, para torna ideal e matéria um martelo. 

          9. O fim das ilusões conciliadoras

            definitivamente seu assunto é filosofia, não a questão política premente do “fim das ilusões conciliadoras”. muito menos militância concreta nas ruas e ocupações. nada contra.

            a não ser o detalhe desta discussão ser na próxima sala à direita. um ambiente confortável, com ar condicionado, cadeiras estofadas, data show e coffee break.

            no momento é um tanto atarefado por aqui nas trincheiras e nas barricadas da luta contra o golpe.

            mas não faltará oportunidade.

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  16. Pode a Lava a Jato governar o Brasil no longo prazo?

    Um aspecto que já havia notado nesses movimentos desestabilizadores é que eles se assemelham com as táticas de especuladores para conseguir ganhos no curto prazo provocando movimentos desestabilizadores.

    Essa campanha de desestabilização do governo Dilma, iniciada desde os EUA(lembram daquele vídeo em inglês de uma brasileira elencando os motivos para não comparecer à Copa do Mundo?)foi suficiente para derrubar a Dilma, mas vão conseguir governar o país assim?

    Será possível governar o país à partir de manchetes espalhafatosas, vazamentos escandalosos e a retórica vazia do combate à corrupção?

    Já fica claro que o entusiasmo dos brasileiros pela Kava Jato está chegando ao fim, e não será possível governar o país com as mesmas estratégias utilizadas para derrubar a presidente. Também me parece inviável um governo autoritário que coloque na prisão seus opostiores, ainda mais considerando que a oposição ao governo Temer(e, mais importante, ao que ele representa)está na casa dos 80%.

    O Brasil seria a ditadura mais absurda do mundo.

     

  17. os caras falam grego

    gosto do que o Aldo Fornazieri escreve, mas este texto em particular me parece um choramingo, uma bobajada. ficar recriminando a conciliação, agora que inês é morta, pra mim é uma perda de tempo (ir até o -? – marquês de paraná, mais ainda). porque se você acha que a conciliação não é ou nunca foi o caminho e não quis participar dela, a quê nos leva essa análise? a conciliação era o que se tinha para o momento, o momento passou e agora estamos todos juntos novamente… na merda. se for pra tentar arranjar um culpado, ora, o culpado, pronto, já o encontramos, o culpado é o Lula (mais exatamente quando quis se aposentar como eminência parda de um poder que nunca teve de fato e deixou a dilminha sozinha na cova dos leões…). fez o que pôde e deu no que deu. mas ele, pelo menos, fez alguma coisa e mostrou um caminho: que, apesar de tudo, é possível ter um país menos desigual, menos injusto pra quem realmente precisa, e isso ficou bem gravado na realidade de quem queríamos atingir. e assim caminha a humanidade, sabendo dos limites e conhecendo o que caminhou. pra um povo aquém de despolitizado, que chama urubu de meu louro, já é um começo. o maior erro nosso é acreditar que o que passou está errado e vejo esses baita sociólogos fazendo altas análises que não levam a nada, desculpa o desabafo. a situação agora é assim, e o que podemos fazer? vamos nos voltar para as sementes (tem um monte delas espalhadas por aí), ou olhar para o debulho? a solução é ficar chorando o leite derramado e procurando quem o derramou? nem sei se é fora temer (claro que eu detesto esse pulha, desde o nascimento ou antes) porque temer no comando é bom, pra quem sendo do mal é ótimo… tipo “nóis”! só precisa de uma linha pra subir essa pipa… agora, me diga, que diabo de linha de ação é essa:

     

    “Essa estratégia deve remeter-se a uma representação das massas populares, das pessoas que vivem nas periferias, das chamadas classes C, D e E, a partir de uma nova pedagogia política emancipadora, que saiba combinar participação horizontal com estruturas verticais. Será preciso propor um conjunto de reformas radicais, removedoras das condições de desigualdade e novas políticas públicas. Será preciso reinventar os métodos de governo, viciados pelo burocratismo e comodismo. Será preciso propor um novo federalismo, radicalmente descentralizador, que permita uma ação e um controle da sociedade organizada sobre o Estado. 

     

    afe, os caras falam grego, se juntam aos troianos contra nós – os atenienses – e querem que a gente entenda… difícil!

  18. O fim das ilusões conciliadoras

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-fim-das-ilusoes-conciliadoras-por-aldo-fornazieri

     

    Lí algumas das postagens comentando o texro de Aldo. Desde há muito me questiono por ser, a exemplo de muitos, um “contestador de notebook”. A tecnologia, infelizmente, nos afastou das ruas e nos transformou em espectadores distantes das realidades políticas. Nos últimos dias, para meu espanto, me ví gastando mais tempo com o momento político francês, do que com o nosso. Não avalio se isso é bom ou ruim, apenas questiono onde nos levará esta abertura de zoom. Quanto maior o ângulo de amplitude, mais nos desviamos do objeto principal. No caso em questão, tanto Aldo quanto nós, tememnos em expor a única saída para o nó em que nos enforcamos lentamente; ruptura total ou, se preferirem a palavra mágica, que, coincidentemente alguns comemorarão na longínqua Rússia este ano: REVOLUÇÃO. NO século XXI soa estranha e distante, mas a saída e luta sem freios, custe o que custar, doa a quem doa. Quem a fará? Não sei. Nós, os “contestadores de notebook” com certeza não. O povo? A massa? Onde estão?! Ou êles a fazem ou continuaremos a tergiversar sobre soluções insolúveis.

     

  19. A conclusão é dura, mas é a

    A conclusão é dura, mas é a que chego: esse país só vai se ajeitar no dia que lavar seus problemas com sangue.

  20. Censura

    “Essa estratégia deve remeter-se a uma representação das massas populares, das pessoas que vivem nas periferias, das chamadas classes C, D e E”.

    Com todo o respeito à opinião do Prof. Aldo, em Cuba e na Venezuela existe esta participação, mas o massacre capitalista continua.

    O povo só achou que era infeliz absorvendo o veneno distilado pela mídia.

    Só existe uma forma de mudar os rumos, e é o ataque frontal aos meios de comunicação. Observe que não estou falando em censura, pois ela está sendo aplicada hoje pelos meios de comunicação, sem que ninguém reclame, ou não existe onde reclamar.

    Os meios de comnicação são concessões do governo e devem atender aos interesse públicos, se não atendem, fecha-se.

    Com a intervenção nos meios de comunicação, redime-se todo um povo e um bando de juízes que olham o que o povo quer através de seu porta-voz, a mídia.

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