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Por André Araújo
Um acontecimento chocante do verão de 1959 foi o cruzeiro no Mediterraneo, no iate ” Cristina” de propriedade do armador grego Aristotele Onassis, tendo como convidado de honra o ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill. O inusitado da noticia era o enorme prestigio de Churchill e a péssima reputação de Onassis, processado em vários paises, procurado pela Justiça americana por fraude na compra de navios financiados pelo governo. O público e a sociedade inglesa não entenderam como Churchill aceitou o convite de um personagem com essa ficha nada limpa. Para Onassis, ter Churchill como convidado tinha um enorme valor. Ajudaria limpar sua reputação, afinal Churchill era um dos homens mais importantes do século, figura histórica.
Do cruzeiro participaram a esposa de Onassis, Tina (Athina), e a amante Maria Callas, bem como outros personagens do café society europeu. Churchill levou a esposa Clementine e sua entourrage, inclusive o indispensavel “valet de chambre”, criado que Churchill sempre teve desde que era oficial de cavalaria na India no Seculo XIX, afinal alguém precisava cuidar do guarda roupa e preparar seu banho.
Perguntado por um jornalista por que aceitara o convite de Onassis, que tinha a fama de um gangster, Churchill, notório bebedor, respondeu “Porque ele me dá a melhor champagne do mercado”. Onassis enchia Churchill de mimos como baguetes fresquinhas mandadas vir de Paris todos os dias, baldes do melhor caviar. Churchill, um sibarita nato, ficou encantado. Foi içado para o iate por um guindaste que o colocu sentado numa cadeira de rodas. Durante o cruzeiro que durou quase um mês percorrendo as ilhas gregas, o litoral da Turquia – Onassis era grego de Smyrna, cidade no litoral da Turquia – o barco parou em muitas praias onde Onassis levava Churchill passear no seu “beach car”. Percorriam bares e restaurantes, monumentos, saudados pelas populações, que Churchill adorava.
Churchill, então com 85 anos, adorou o cruzeiro e Onassis melhorou sua reputação que ficou mais limpa ainda quando casou com Jacqueline Kennedy, um choque para o mundo muito maior que o cruzeiro de Churchill.
Churchill, um dos maiores estadistas do Seculo XX, sempre teve uma vida atrapalhada, nada certinha. A mãe, Jennie teve 300 amantes, inclusive o Rei Eduardo VII (há otimas biografias de Jennie). A vida financeira de Churchill, sempre problemática, era “facadista” costumeiro, apesar de familia aristocratica mas arruinada pela morte prematura do pai,
alem disso sua fama de aficionado da bebida o acompanhou da juventude ao tumulo, tomava champanha desde a manhã, era tão bom bebedor que Stalin se admirava de sua resistencia aos famosos “brindes” russos de vodka que derrubavam qualquer um, menos Churchill. Tambem adorava charutos cubanos, que fumava continuamente.
Nada abalava Churchill, gostava do cheiro de polvora e desfrutava da guerra como um brinquedo, algo percebido pelos eleitores birtanicos, que o defenestram do poder assim que acabou a guerra, como se ele só fosse bom para a guerra.
Churchill voltou como Primeiro Ministro na década seguinte, o que aumentou sua fama e figura historica.
Churchill morreu em 1965, portanto seis anos após o famoso cruzeiro. Dizem as más linguas que ele esperou novos convites de Onassis para os verões seguintes, que não vieram. O grego já tinha espremido o limão e a grife de Churchill já tinha rendido sua utilidade, mais a frente veio outra grife para lustrar sua ficha, a viuva do Presidente dos Estados Unidos, o grego era profissional.
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Embora tenha se redimido perante o mundo durante o período da Segunda Guerra Mundial, por sua brilhante atuação, Churchill foi um dos maiores FDP do século XX, talvez, depois de Hitler, pelo seu colonialismo e anticomunismo emperdenidos em favor do Império Britânico, tenha sido o líder que mais mal impigiu a humanidade.
Biografias
André,
Você poderia indicar boas biografias do Churchill ? Abraço
Recomendo a de MARTIN
Recomendo a de MARTIN GILBERT, é a melhor das recentes e tem edição em portguês.
Muito obrigado !
Abraço
Muito obrigado !
Abraço
Oligarcas russos – os “armadores gregos” hodierno
Pode-se, indubitavelmente, credenciar os trilliionários oligarcas russos (e suas respectivas reputações) como a versão atual dos armadores gregos (Onasis, Niarchos, Livanos), que tão fizeram os encando do grand monde ao longo do século XX.
Em comum, devem ter se encontrado nos anos 90 em Nicósia para a troca de bastão.
De fato, os oligarcas russos
De fato, os oligarcas russos que roubaram os bens do Estado sovietico são mega ricos e poderosos.
Mas os armadores gregos continuam como donos em primeiro lugar no mundo das maiores frotas (em tonelagem)
de petroleiros e de graneleiros, são os terceiros em tonelagem de porta containers, no total da tonelagem mundial de marinha mercante são os maiores desde 1956, muito à frente dos demais.
Ver o rankin da Internation Maritime Organization, organismo da ONU.
É verdade
Indaguei recentemente um amigo belga, conhecedor profundo do mercado de shipping finance europeu acerca de onde estavam os armadores gregos para ajudar o país a superar a crise. Resposta dele: “você é ingênuo. Procurem eles na Suíça, em Londres, Paris, Nova York ou em Mônaco. Eles nem sabem mais onde é e o que é Atenas.” Explicou-me que os herdeiros, vivos que são, já há décadas que não botam 1 tusta na Grécia. Grande parte da gaita está nos privates de Genebra ou, em menor grau, no Chipre (onde os russos passaram a ter grande presença com suas mega fortunas).
Além de Chipre
A aprasível Malta.
Como diria um habitué do blog “follow the money”!
A grana de muitos dos AK47 que fazem a festa na África esta lá!
LENDO E APRENDENDO
LEITURA
LENDO E APRENDENDO
LEITURA AGRADÁVEL ESTA
OBRIGADO ANDRÉ ARAÚJO!!!!
Os que fazem a diferença no
Os que fazem a diferença no mundo e do mundo podem ser chamados de qualquer coisa menos de “certinhos”.
Estaline gostava de Churchill
Estaline gostava de Churchill por uma razão pouco time-life e pouco café society: Churchill foi o último a tentar retomar Constatinopla para a cristandade, na guerra de 14 – 18.
Estaline esta um ex-seminarista ortodoxo.
Esse negócio está muito revista caras… Caras de há setenta anos, mas ainda assim caras.
O “lobista” e a Bomba Atomica
Caro AA,
Todos que se interessam por esta fase da história, sabem que a idéia de uma “arma nuclear”, levada a um governo, foi a famosa carta de Einstein e Szilard para o Pres. Roosevelt, datada em 02/08/1939, MAS poucos tem idéia como esta “carta'” chegou as mãos do Presidente, não foi pelo “U.S. Mail “.
Einstein e Szilard, judeus de origem *, convenceram a outro judeu, um dos fundadores do Banco Lehmann Brothers, que era muito amigo, financiador de campanha, oraculo financeiro particular – um LOBISTA – afeito a administração Roosevelt , que já era, desde 1933, uma das “cabeças” do NRA** na area de energia, o lituano Alexander Sachs.
Em 11/10/1939, em audiência com FDR, marcada a respeito das demandas de energia (petroleo/ hidroelétrica/ TVA***) da NRA, Sachs entregou em mãos a famosa carta, FDR a leu e disse: ” Seria prematuro os Estados Unidos, esta administração, envolverem-se em assuntos europeus, no atual estagio dos acontecimentos, os isolacionistas, apoiados pelos republicanos, com o “herói” Lindenberg, não aceitariam “, Sachs lhe explicou o que Einstein e Szilard, falaram sobre o que os alemães estavam fazendo, convenceu FDR para “investigar” o “atomo” ( os ingleses a época estavam já desenvolvendo o Projeto Tubbealloys, mas não se comunicavam, ainda com os americanos ,não tinham dinheiro para realiza-lo ), em seguida, no mesmo gabinete, FDR convocou, a outro “desaparecido da História”, o General Edwin Watson – o principal assessor militar de FDR, o homem que indicou George Marshall – para que fosse dado o “pontapé” inicial do “Projeto Manhattan” – O que veio a seguir : História.
Se não tive-se existido este “lobista”, talvez a carta de E & S, nunca teria chegado a FDR.
Glossário:
* judeus de origem: Não se trata de algo depreciativo, sequer religioso, mas apenas que um “alemão”, outro hungaro, e o outro lituano, todos se encontravam na Conferencia Judaica Americana, antecessora da AIPAC.
** NRA : Orgão criado por FDR para a recuperação da depressão economica americana.
*** TVA : Orgão federal americano, parte da NRA, responsavel para desenvolver o Sul dos Estados Unidos, com a retificação do Mississipi, e até mesmo a hidroelétrica do Colorado.
Um Procurador ( US Ass. Attorney General )
Burke Marshall ( Yale Law School ).
Quando Onassis adquiriu, com suposta fraude, Liberty – Ships descomissionados da US Navy, a preço “de banana” ( não só ele, varios armadores gregos tb. fizeram, como Niarchos e Livanos ), em finais da decada de 40, ele foi processado nos Estados Unidos, escolheu para defende-lo – não apenas no caso dos L-Ships, mas acusações subsidiarias referentes a trafico de drogas (ópio ) e armas – a firma Covington & Burle , na pessoa do jovem advogado, que já tinha trabalhado para a ESSO, de nome Burke Marshall.
Marshall trabalhou para varias empresas, em 1961 foi nomeado US Ass. Attorney General, por Robert Kennedy ( US Attorney General de seu irmão John ), tornando-se um dos maiores defensores dos direitos civis, um dos criadores da Lei dos Direitos Civis de 1964, amigo de Martin Luther King, negociou com o Reverendo e o Governador Wallace; para época, Burke Marshall foi um “campeão dos direitos humanos”.
Deixou o serviço publico, por que quiz, com carta assinada pelo Pres. Johnson, com a ressalva: “I have never know, any personm who rendered a better quality of public service “, retornou a area corporativa, foi vice presidente da IBM, vice reitor da Yale, já no final da vida, saiu da advocacia corporativa e academica, para a defesa do “pleno emprego” e oportunidades para os jovens.
Provavelmente,para a “latinidad”, movida a humores e paixões, tratou-se de uma personalidade complexa, transitando da defesa de corporações e monopólios, de armadores inescrupulosos, para um defensor das minorias , dos direitos civis e de voto, retornando a area corporativa, e terminando como um ponto de apoio juridico e institucional, para a juventude, até mesmo um produtor de textos academicos com relação as prerrogativas das minorias.
Foi ADVOGADO.