Pensata em Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, por Cilene Victor

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a campanha da ANJ foi direta ao ponto:

“Quem vai combater o Estado Islâmico? Os jornais, o Facebook ou o Google? No papel ou no digital, nada substitui o papel do jornal”.

Para completar, a Folha traz uma entrevista com Marty Baron, editor do Whashington Post, capaz de renovar o otimismo de jornalistas, professores e estudantes de jornalismo.

Atento às inovações tecnológicas, Baron defende o jornalismo aprofundado – adjetivação que particularmente não gosto e sobre a qual discuti com os meus alunos de Jornalismo Opinativo na última terça-feira, momento em que falávamos do legado de Luiz Beltrão, Manuel Carlos Chaparro e Marques de Melo para o estudo dos gêneros jornalísticos. 

Como muitos “velhinhos teóricos”, desprezados na academia e fora dela, Baron provoca uma reflexão sobre parcela de leitores ainda interessados em “reportagens longas, bem feitas, com narrativas aprofundadas”. 

Melhor, melhor mesmo foi a crítica que caiu como carapuça ao jornalismo-colunismo praticado por aqui: “Gosto do jornalismo que explica o mundo, explica assuntos com nuances. Tudo o que puder fugir de slogans de políticos, de comentaristas com frases feitas”.

Informação e opiniões toscas não explicam um mundo complexo, muito menos recorrendo a polarizações baratas. 

Eis um caminho aberto às reportagens. Sou da geração de jornalistas que aprendeu que reportagem é reportagem, mas para quem ainda não entendeu, melhor ser prudente e usar um adjetivo pertinho dela: reportagem em profundidade!

Aproveito para homenagear todos os jornalistas diariamente cerceados por defenderem um mundo melhor, mais humano e mais justo. 

Aos cerceados por defenderem injustiça social, linchamento de crianças negras, redução da maioridade penal, por favor, pelo bem da humanidade, continuem calados!

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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