Gilberto Maringoni
Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.
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Precisamos criar uma burguesia brasileira, por Gilberto Maringoni

Dessa vez, a nova classe deve ser mantida com rédea curta e cumprir pelo menos parte de seu papel histórico no desenvolvimento.

Precisamos criar uma burguesia brasileira

por Gilberto Maringoni

A burguesia brasileira é uma invenção de Vargas, que incentivou o uso do excedente cafeeiro em 1930-33 para o investimento em manufaturas que garantiriam a rentabilidade da atrasada oligarquia cafeeira paulista. Mas não se tratava de mero favorecimento.

Celso Furtado – em Formação Econômica do Brasil – detalha como o governo se valeu da política de valorização do café para criar uma poderosa política anticiclica que recuperou a economia brasileira já em 1933. Foi um keynesianismo antes de Keynes. Trata-se de uma página em que o Brasil deu ao mundo lição de ousadia. Os EUA só sairiam da grande depressão em 1940, graças ao esforço de guerra.

Pois esta classe, criada a partir do Estado e dele eternamente dependente, arrumou em nosso país uma ideologia liberal postiça para chamar de sua. Seus grandes formuladores não provinham da indústria, mas eram quadros vinculados desde cedo ao capital financeiro ou à economia agrária, como o pioneiro deles, Eugênio Gudin.

A burguesia brasileira é assim um experimento de proveta, fruto do big push (Rosenstein-Rodan) do nacional-desenvolvimentismo. Tirando alguns ideólogos, como Roberto Simonsen, Reis Velloso e Delfim Neto, nunca gerou pensamento econômico original e nunca defendeu abertamente o que seriam seus interesses de classe. (Tá bom, pregava pau nos de baixo, o que é noblesse oblige de barão do café). Nunca os defendeu por nunca ter completado sua constituição como classe.

A apropriação do neoliberalismo pela burguesia brasileira é das maiores aberrações histórico-sociológicas do século XX. O esboço dessa apreensão se dá no primeiro governo Vargas (1930-45) e se completa na gestão FHC. Ao se contrapor ao primeiro e aderir idiotamente ao segundo, a burguesia nativa demonstra seu caráter artificial e efêmero. O governo Bolsonaro completa como farsa a transição desse arremedo de classe em lumpesinato financeiro, mais interessado em vender seus negócios e viver da vadiagem rentista.

Uma das primeiras tarefas de um governo verdadeiramente de esquerda no Brasil deve ser a recriação de uma burguesia brasileira.

Dessa vez, a nova classe deve ser mantida com rédea curta e cumprir pelo menos parte de seu papel histórico no desenvolvimento.

Delírio? De forma alguma. É o que a China vem fazendo, com pleno êxito até aqui.

(A partir de várias conversas com Artur Araújo)

Gilberto Maringoni

Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.

20 Comentários

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  1. Dessa vez concordo PLENAMENTE com o Maringoni.

    Temo apenas que seja muito tarde. A Revolução Industrial 4.0 já começou e nós estamos desaprendendo até a fazer camisetas, coisa da 1ª Revolução Industrial…

  2. Dessa vez concordo PLENAMENTE com o Maringoni.

    Temo apenas que seja muito tarde. A Revolução Industrial 4.0 já começou e nós estamos desaprendendo até a fazer camisetas, coisa da 1ª Revolução Industrial. Espero que ainda haja espaço para um ressurgimento.

  3. Pois é; a tal burguesia brasileira fez falta e o PT em que tentou criá-la mas, por falta de visão, os candidatos se deixaram mesmo levar pelo lumpesinatismo-financeiro. Agora a China é outra coisa e não sei se serviria de modelo…

  4. Cuma?!

    A burguesia brasileira está aí, como sempre foi, no dizer de Antonio Cândido, “exilada na própria terra”, ou seja, com os o pés aqui mas com a cabeça lá fora. O “projeto” é o mesmo, que segue a todo vapor: predar aqui o que estiver ao alcance da mão, e torrar la fora, na “metrópole”.

    Não é nada a toa que a história economica brasileira é uma história de crises cambiais. Já voltaram a torrar reservas: são U$600 bi pra brincadeirinha de gangorra, de sobe e desce de dólar.

    Vamos voltar pro modelo agrário exportador, com uma pequena classe media de profissionais liberais, marajás do serviço público mais um punhado de gerentes no pescoço da girafa, e um largo corpo de assalariados, desempregados e indigentes esperando virar o mês ou cair alguma migalha.

    1. Concordo. Embora penso que quem disse aquela frase foi o amigo do Antônio Cândido e pai do Chico Buarque, o desterrado em sua própria terra evoluiu e agora se tornou CORSÁRIO NA PRÓPRIA TERRA. Em relação á burguesia, o que se precisa criar é VERGONHA NA CARA DAS ELITES. É a antítese da burguesia entreguista que tem que ser estimulada: o trabalhador nacional. Simples assim.

    2. Marajas do serviço publico seriam policiais, militares, juizes e senadores?
      Porque cientistas, universitarios, e servidores ao publico, na area de saude e educação, banco do brasil e central estamos sendo riscados do mapa. No mundo todo a noção de coisa publica, esta sendo atacada porque a nova forma de tirar dinheiro da ‘burguesia’ e do povo, post crise das subprimes, para alimentR o mercado e beneficiar o capital financeiro de uns poucos é transformando os ‘serviços publicos’ em fonte de riqueza para companhias de seguro saude, previdencia, empréstimos a pais e estudNtes para pagar escolas. Cade o pessoal que pedia padrão fifa de saude e educação ? Alias, na China ainda não acabou com serviços publicos…

  5. Até meia hora Paulo Arantes, usando Herbert Marcuse compara o golpe de 2016 como mais sinistro que 1964. Marcuse analisando o III Reich disse que o III Reich era mais sinistro que Luís Bonaparte, em referência Marx que que dissera que a História só se repete como farsa. Paulo Arantes, baseado em Marcuse, compara a CF/88 Brasil como a república de Weimer. A luta agora é só por democracia, pois universalizando os povos, esvazia o conceito de Nação, e portar uma bomba atômica será como ter um fuzil em casa. Vão usar no Complexo do Alemão, 2010, Lula e Cabral. Presídios brasileiros, brasileiros, presídios Venezuela, venezuelanos,EUA, americanos, China, Chineses, Na Rússia, russos e Ucranianos, a Rússia incorporou a Ucrânia e seus civis.
    https://www.youtube.com/watch?v=WzFmslF0ROk

  6. Não sei se é possível nessa quadra da história esse experimento. O fim, em 1980, do longo ciclo de crescimento econômico começou a empurrar o que havia de burguesia industrial para a financeirização. Nesse ano, não existiam Lenovo, Foxcom e a antecessora da atual LG era menor que a então Gradiente. Ninguém sabia quem era Samsung. Com o apoio e sustentação estadunidense, a Coréia do Sul se transformou no que é. A China atraiu a indústria estadunidense e gerou Huwaie, Alibaba. Nossa burguesia industrial preferiu se tornar sócia menor da burguesia financeira (Itaú, Santander e congerenes). Lula, na entrevista à Carta Capital, faz duas perguntas que demonstram o estado em que estamos: quais são os atuais líderes empresariais da indústria? onde estão os militares nacionalistas? (militares nacionalistas seria um oxímoro, mas na latinoamerica e, em especial no Brasil atual, são seres extintos, talvez para serem procurados em museus).

  7. A burguesia e sua classe sempre foi e é internacionalista
    Não adianta criar marimbondo em casa, pois esse, depois de sugar o sangue dos compatriotas voará para seu lugar de direito: New york, Pequim etc…
    Aqui só ficam as artérias rompidas

  8. A única burguesia que o Caudilho Ditador Fascista criou foi esta Elite Esquerdopata Parasitária do Estado Absolutista. Cancro cancerígeno que assola a Nação pelas últimas 9 décadas. O exemplo mais recente é deste Procurador do estado de Minas Gerais que reclama em ganhar o seu “misere” que parte de 25 mil reais. A partir do Golpe Civil Militar de Quartelada de Baixa Patente QuintoMundista de 1930, construímos esta tragédia e aberração que vivemos até 2018. A Indústria da Pobreza, da Vitimização, do Coitadismo, do Analfabetismo, da Bandidolatria, do AntiCapitalismo de Estado é revelado no comentário ditatorial do Articulista. É Ele quem irá comandar esta ‘nova burguesia’ com rédea curta? Ou algum outro Caudilho? Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação.

  9. Maringoni está errando o alvo. Recentemente ele quase culpou a Dilma pelo buraco em que estamos, silenciando sobre a destruição que significou a Lava Jato para “produção nacional”, para o “emprego”, para “industria” e para “soberania” em nosso país. Agora, quer fortalecer a Burguesia (des)Nacional quando quem está sendo estuprado é o TRABALHADOR NACIONAL, sem direito, sem emprego, sem salário, sem IDENTIDADE e, o pior de tudo, sem o SORRISO NO ROSTO.

    Daqui a pouco, corremos o risco de defender um Brasil feudal necessitando de uma revolução burguesa, igual nos tempo do PCB, que obrigaram um CAIO PRADO JUNIOR dizer que essa bodega sempre foi capitalista, menos talvez por acreditar em tal tese e mais por ser filho da burguesia e conhecer bem o que essa gente é capaz.

  10. Só discordo da comparação Vargas e Roosevelt. Economicamente o país era nada, rural e os EUA uma potência industrial. Roosevelt teve que fazer mudanças estruturais profundas tendo contra ele uma Suprema Corte adversa. Vargas era um ditador, portanto sua ordem era pra ser cumprida e não discutida. Não quero dizer com isso que diminuo a importância de cada um deles na história do seu respectivo país.

  11. Esqueça xará. Vai mudar a mosca mas a merda será a mesma. Vale recordar Cazuza em “A burguesia fede”:

    A burguesia fede
    A burguesia quer ficar rica
    Enquanto houver burguesia
    Não vai haver poesia

    A burguesia não tem charme nem é discreta
    Com suas perucas de cabelos de boneca
    A burguesia quer ser sócia do Country
    A burguesia quer ir a New York fazer compras

    Pobre de mim que vim do seio da burguesia
    Sou rico mas não sou mesquinho
    Eu também cheiro mal
    Eu também cheiro mal

    A burguesia tá acabando com a Barra
    Afunda barcos cheios de crianças
    E dormem tranqüilos
    E dormem tranqüilos

    Os guardanapos estão sempre limpos
    As empregadas, uniformizadas
    São caboclos querendo ser ingleses
    São caboclos querendo ser ingleses

    A burguesia fede
    A burguesia quer ficar rica
    Enquanto houver burguesia
    Não vai haver poesia

    A burguesia não repara na dor
    Da vendedora de chicletes
    A burguesia só olha pra si
    A burguesia só olha pra si
    A burguesia é a direita, é a guerra

    A burguesia fede
    A burguesia quer ficar rica
    Enquanto houver burguesia
    Não vai haver poesia

    As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
    Vai haver uma revolução
    Ao contrário da de 64
    O Brasil é medroso
    Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia
    Vamos pra rua
    Vamos pra rua
    Vamos pra rua
    Vamos pra rua
    Pra rua, pra rua

    Vamos acabar com a burguesia
    Vamos dinamitar a burguesia
    Vamos pôr a burguesia na cadeia
    Numa fazenda de trabalhos forçados
    Eu sou burguês, mas eu sou artista
    Estou do lado do povo, do povo

    A burguesia fede – fede, fede, fede
    A burguesia quer ficar rica
    Enquanto houver burguesia
    Não vai haver poesia

    Porcos num chiqueiro
    São mais dignos que um burguês
    Mas também existe o bom burguês
    Que vive do seu trabalho honestamente
    Mas este quer construir um país
    E não abandoná-lo com uma pasta de dólares
    O bom burguês é como o operário
    É o médico que cobra menos pra quem não tem
    E se interessa por seu povo
    Em seres humanos vivendo como bichos
    Tentando te enforcar na janela do carro
    No sinal, no sinal
    No sinal, no sinal

    A burguesia fede
    A burguesia quer ficar rica
    Enquanto houver burguesia
    Não vai haver poesia

    (Compositores: G.A. Heilborn Israel/jose Neves/Cazuza)
    Composição de 1989. Ou seja: Nada mudou!

  12. Uma burguesia “de proveta” só existe orbitando em torno do Estado, sobrevivendo de subsídios e reservas de mercado. Impressiona que o autor tenha exaltado o desenvolvimentismo varguista, mas silenciado totalmente sobre o colapso desse modelo nos anos 80. A fórmula varguista se justificava no cenário dos anos 30, para dar um empurrão inicial onde não havia nada. Na época atual, a reedição desta fórmula só faz criar um séquito de empresários amigos-do-rei, sustentados pelo Estado e desobrigados de concorrer no mercado global.

    O neoliberalismo é fenômeno dos EUA de Reagan e da Inglaterra de Thatcher. Nunca existiu no Brasil, pois o Brasil nunca foi um estado de bem-estar social com despesas excessivas, o que quebrou o Estado brasileiro foram as despesas para sustentar empresários, e não a população. O dito neoliberalismo de FHC nada mais foi do que o ajuste indispensável para um governo onde as despesas superam as receitas, mais ou menos o mesmo que está sendo feito agora. Lula tentou um getulismo tardio em seu governo, que como se sabe, só durou enquanto o vento soprou a favor, a a bomba depois caiu no colo de Dilma. Quando precisa, até governantes de esquerda são “neoliberais”, como foram o peronista Menem na Argentina e Dilma em seu segundo mandato.

    Os países da Ásia deram certo porque fizeram a coisa certa no momento certo: produção voltada para exportação no mundo globalizado. É simplismo atribuir isso à ajuda dos EUA, que também já ajudaram muitos outros aliados que não deram certo. Enquanto isso, nossos industriais produziam para empresas estatais, o que, para o país, é o mesmo que tirar dinheiro do bolso direito e botar no bolso esquerdo.

  13. Parte da inteligência “progressista” leu o conto de Dickens “A Christmas Carol” e acredita em fantasmas.
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    Vários intelectuais de esquerda ou mesmo de centro com uma visão de um capitalismo “produtivista” parece que leram ou assistiram as diversas versões cinematográficas deste famoso Conto de Natal de Charles Dickens, escrito pelo autor simplesmente para pagar uma dívida, terminando estes intelectuais acreditar que fantasmas poderão mudar a burguesia dita “rentista” como ocorreu com o velho e avarento Ebenezer Scrooge foi mudado pelos fantasmas que lhe aparecem no meio da noite transformando-se numa magnífica burguesia “produtivista”.
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    Pois bem, no “A Christmas Carol” de Dickens, o avarento Scrooge, segundo o conto transformou-se num avarento devido a problemas na sua juventude e mesmo sendo um velho miserável, um capacho seu, Bob Cratchit lhe adora e valida toda a dominação de um nojento capitalista que no fim é convertido para um simpático não sei o que.
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    Então, os nossos intelectuais progressistas acreditam mais na lógica de Dickens do que na lógica do mercado, pois acreditam que um fantasma, no caso seriam a vontade de produzir para criar empregos e levar alegria a sociedade capitalista.
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    Se fossemos interpretar filosoficamente esta compulsão a ser um rentista ou um produtivista estaríamos exatamente na dialética Hegeliana, onde a vontade ou espírito (Geist) que muda a realidade física, ou seja, um capitalista acorda pela manhã e pensa:
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    – Por que estou somente ganhando dinheiro sem precisar trabalhar?
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    Neste ponto vem a iluminação divina e ele pensa de novo:
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    – Não poderia utilizar o meu dinheiro para ganhar mais dinheiro e produzir empregos e felicidade para todos?
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    Claramente parece o dia da véspera do Natal de Scrooge que após ter sido assombrado pelos espíritos do Natal, resolve modificar a sua vida e deixar de ser um avarento. Em 1843, antes do manifesto comunista que foi publicado pela primeira vez em 1848, Dickens escreve o seu “Conto de Natal” e por ser um crítico da sociedade vitoriana mas não um político, um sociólogo ou um economista não tinha a mínima obrigação de abandonar uma visão idealista de se vencer a miséria ou a falta de produção fora desta proposta Hegeliana.
    Poderíamos dizer que o Sr. Scrooge após o vislumbre de sua avareza e quanto mal fazia ao seu empregado, poderia pensar como um capitalista rentista brasileiro na opção de se transformar num capitalista produtivista:
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    – Como vou competir com uma pequena fábrica, sem tecnologia e sem um mercado aberto a todos com os grandes conglomerados industriais que dominam o mundo?
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    Logicamente o nosso Scrooge, daria os ombros e pensaria em dar um peru de natal para sua doméstica e aumentaria um pouco o seu salário para dormir mais uma noite sem fantasmas.
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    Mas saindo da fantasia e voltando para a realidade, pensar que haverá formas de modificar a burguesia brasileira simplesmente por convicção e por afeto é pensar que existem fantasmas que aparecem no Natal.

    1. De modo geral, as pessoas, sejam burgueses ou trabalhadores, pensam somente em si mesmos e em suas famílias. O burguês “produtivo” é uma idealização, mas dependendo do cenário econômico, um burguês “egoísta” pode ser útil à sociedade, se conseguir multiplicar riqueza. O problema da burguesia brasileira é que ela floresceu à sombra do Estado, e nunca conseguiu libertar-se desta dependência. Com certeza o desenvolvimentismo varguista deu um grande impulso à industrialização, mas se você procurar exemplos de “gigantes da indústria” brasileiros, cuja história pessoa é notável, só achará gente do tempo da república velha ou do império, quando o Estado era dominado por fazendeiros e não dava fomento nenhum a industriais.

  14. Não me consta que a “vadiagem rentista” (expressão, de resto, excelente) seja uma decisão voluntária daquilo que a história um dia chamou de burguesia. Penso, ao contrário, que os meios de produção já estão em plena rebeldia contra o capital, o qual entrou numa fase de sistemática destruição de riquezas. Ao contrário do que aconteceu ao capital em seu auge revolucionário, o que resta agora de uma outrora força pujante, regurgita trabalho. O que nos resta agora, pois parte da tarefa já foi realizada com a liberação do trabalho de sua forma capitalista, é dar outro rumo ao trabalho, liberá-lo de sua forma capitalista. Se é verdade que na sociedade capitalista, capital é trabalho acumulado, como postulava Ricardo, é também verdade, e esta bem atual, que nem todo trabalho acumulado necessariamente tem que ser capital. Pode, e já tem condições pra isso, ser saúde pra todos, comida pra todos, casa e educação pra todo mundo.

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