Sou professor: professo o amor!, por Mestre Yoda

Sou professor: professo o amor!, por Mestre Yoda

“…o ato de amor (…) como ato de valentia, não pode ser piegas, como ato de liberdade não pode ser pretexto de manipulação, senão gerador de outros atos de liberdade. A não ser assim, não é amor. Somente com a supressão da situação opressora é possível restaurar o amor que nela estava proibido.” (Paulo Freire)

É claro que educandos e educadores podem ser chatos, desrespeitosos, violentos, fanáticos, mas também inteligentes, criativos, afetuosos e cheios de esperança. Não cabe, portanto, ao professor, dizer que todxs são “tchutchucos”, “fofinhxs”, “queridinhxs”. É óbvio que temos nossas afinidades, que temos relações mais tranquilas e mais legais com uns, mais do que com outrxs.

Assim, amar é uma construção, é uma decisão. Se decidimos amar, podemos produzir transformações que, obviamente, não dependem só de nós, embora seja nosso papel induzi-las. É mais simples odiar e discriminar quem nos odeia gratuitamente, mas pode ser exatamente esta pessoa odiosa aquela que está mais próxima de uma transformação radical, quem pode saber?

Na verdade, o que podemos saber é que boa educação é diferente de “boas maneiras”, de “bons modos”, de ser nerd ou de ter estudado em uma “boa escola”. Até porque boa escola sem aspas é diferente, muito diferente, de escola particular cara e conteudista. Este tipo de escola, na verdade, tem sido disseminador de ódio com grande frequencia. Isso, aliás, não ocorre porque xs professorxs semeiam este sentimento, mas muitas vezes porque fazem pouco para transformar esta situação.

A escola pública idem, sem, entretanto, ser, ao menos, conteudista. Também a universidade vivencia este quadro. Ser odontólogo, engenheiro civil ou administrador, por exemplo, é freqüentar um curso do qual se exige tão pouco do intelecto que, com frequência se formam “imbecis especializados” entre os profissionais destas áreas, como diria Domenico de Masi. Situação idêntica ocorre com muitos mestrados e doutorados.

Agora chega! A crítica à educação e axs professorxs para por aqui! Estamos à beira do colapso e tendendo a piorar gravemente, caso se concretizem promessas estapafúrdias como a de oferecer Ensino Fundamental à Distância. Então, caro eleitor, com todas as críticas que se possam formular axs professorxs, nossa luta atual é para que a desvalorização social e os ataques físicos e simbólicos à professorxs não contribuam para ampliar o número dos “sem educação” no país.

O movimento obscurantista prega o ódio à figura do professor, que é o ódio ao próprio conhecimento em si, o ódio a quem pensa e age diferente, o ódio do brasileiro ao próprio brasileiro (Nelson Rodrigues nos fala sobre como o Brasil é impopular no Brasil), ao pobre, ao capoeirista, ao indígena, ao nordestino. Por isso, não será um software de educação à distância, um aplicativo de celular ou um coaching que transformarão o ódio, o bullyng e a violência no âmbito escolar, serão pessoas, mulheres e homens, que estudaram por anos, por horas a fio, como o Messi, como o Garrincha, nos campos, ou como um Master Chef se preparou na cozinha.

Galera, não se deixe emprenhar pelos ouvidos. Nós não temos ódio de policiais, de pastores, de religiosos ou de analfabetos, embora sejamos humanxs e, como tal, em nossa categoria, tenhamos alguns exemplares bastante imperfeitos, elitistas, preconceituosos também. Nossa profissão não é a mais importante do mundo, mas tampouco se pode prescindir dela. Agricultorxs, professorxs, motoristas, balconistas, pedreirxs, médicxs, artistas, massagistas, pescadorxs, quem podem viver sem elxs?

A educação, como o futebol, é uma área cheia de palpiteiros, de gente que não conhece, mas quer ficar metendo o bedelho, ainda que muitxs destxs não sejam capazes de educar os próprios filhos (alguns não são capazes nem de assumi-los). Educação, tampouco é praia só de educadorxs profissionais. Neste jogo, os papeis são, muitas vezes, confusos, mas se você parar pra pensar, vai conseguir encontrar o técnico (especialista), o atacante (professor), o zagueiro (sindicato), o meio campo (pedagogo), o lateral (vigia, merendeira), o preparador físico (pais) e a torcida (todos nós).

No Dia do Professor, não marque gol contra. Afinal, você preferiria ver seu filho com um livro ou com uma arma nas mãos? Pense muito nisso! Feliz 28… 13… ops, feliz 15 de outubro!

 

Redação

1 Comentário

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  1. O segredo da vitória.

    Para cada uma das dez mil linhas que a esquerda escreve, dez figurinhas mentirosas são postadas nas redes. Dez mil linhas ninguém lê, dez figurinhas todos olham.

     

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