Em 2001, seis morreram em incêndio em casa noturna mineira

Por EltonLopes

Comentário ao post “Dilma visita familiares das vítimas no Rio Grande do Sul

Salvo a grande diferença com relação ao número de vítimas fatais, a semelhança do ocorrido é de causar indignação.

Pergunto: Quantas mortes serão necessárias para que alguma coisa de concreta seja feita?

Da Folha

Incêndio em casa noturna de BH deixa 6 mortos e 341 feridos

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Um incêndio em uma casa noturna de Belo Horizonte (MG) ocorrido na madrugada de hoje provocou a morte de seis pessoas e ferimentos em outras 341, sendo dez em estado grave.

A causa provável do acidente foi a queima de uma cascata de fogos de artifício sobre o palco de shows, pouco antes de um grupo de pagode se apresentar.

O Caneco Mineiro era um local de shows populares, com capacidade para 1.500 pessoas. Estavam na casa noturna pelo menos mil pessoas, de acordo com as testemunhas. O pânico do público no momento da fuga fez com que muita gente fosse pisoteada.

No momento em que o grupo de pagode Armadilha iniciaria o seu show, por volta das 2h, a cascata de fogos foi acesa. O isopor no teto _usado para melhorar a acústica do galpão_ pegou fogo e as chamas se alastraram com facilidade pelos fios e pelas paredes revestidas de espuma, altamente inflamáveis.

Segundo o Corpo de Bombeiros, as pessoas que sofreram queimaduras foram as que, provavelmente, estavam mais próximas do palco. As chamas ultrapassaram o telhado do galpão, de 2.000 metros quadrados, provocando muita fumaça nas áreas interna e externa.

O Caneco Mineiro não tinha estrutura de emergência para funcionar como casa de shows, segundo o capitão Antônio Rocha, do Corpo de Bombeiros. “Não havia saídas de emergências e outros itens obrigatórios de segurança, como hidrantes, iluminação própria para esses casos e sinalizações de saídas”, disse ele. Além disso, os cinco extintores não estavam funcionando.

Por isso, cada um tentou sair como pôde. Quando o fogo aumentou, a luz do galpão foi cortada, o que fez com que as pessoas tivessem que encontrar a saída no escuro. A única saída era um acesso com aproximadamente quatro metros de largura.

“Algumas pessoas tentavam escalar as paredes para alcançar o telhado. Não se enxergava nada por causa da falta de luz e da fumaça”, diz o comerciário Aristides Silva, 24, que sofreu escoriações leves.

“Vi muita gente gritando, pedindo socorro e sem saber para onde correr. Foi um desespero total”, disse Demilson Nunes, um dos integrantes da banda de pagode Nova Geração, que faria a última apresentação da noite.

Os feridos foram levados para pelo menos sete hospitais da capital mineira. No maior pronto-socorro da cidade, no hospital João 23, foram atendidas durante a madrugada 132 pessoas, muitas delas com problemas respiratórios, segundo a médica Beth Kophi, coordenadora do atendimento de urgência.

Morreram no local Luciana Ferreira, 21, Roseana Peres, 30, Ivanildo Miranda, 37, Everlaine Martins, 20, e Geraldo Soares, 41. A sexta vítima, Cláudia de Almeida, 39, morreu no pronto-socorro. Os corpos não estavam carbonizados, segundo o Instituto Médico Legal, mas só a perícia vai informar se as mortes ocorreram por queimaduras ou intoxicação.

Os proprietários da casa noturna, cujos nomes ainda são desconhecidos, não foram ao local. Um deles seria empresário no Rio.

O prefeito em exercício da capital mineira, Fernando Pimentel (PT), percorreu os hospitais na manhã de ontem e disse que a casa tinha alvará de atividade econômica, mas não soube dizer se o local estava autorizado para funcionar como casa de espetáculos.

À tarde, Pimentel divulgou uma nota informando que foi formada uma comissão de sindicância para apurar o licenciamento da casa de shows e a fiscalização no local. A comissão tem três dias úteis para concluir o trabalho.

O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel José Maria Gomes, disse que não recebeu pedido para vistoriar o local.

O governador Itamar Franco (PMDB) também esteve no local e colocou à estrutura do Estado à disposição para o atendimento às vítimas.

Luis Nassif

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