Pior que morrer é ficar doente

Por maria rodrigues

A morte, em si, nada representa a ninguém, se o ser que morre perde todos os sentidos. Pior que morrer é ficar doente, no leito, precisando de todos para as necessidades mais básicas, como comer, urinar… É perder, de certa maneira, a dignidade por estar enfermo, prostrado, às vezes se dando conta do que se passa a seu redor sem, contudo, nada poder fazer. E nem estou me referindo a quem sofe de alzheimer, que Maguila em uma entrevista deu outro nome à doença: Mal do Azar. E acrescentou: “É muito azar ter uma doença dessa”.

Eu também sofri um bocado, sendo internada há dois anos, vendo-me sumir com a perda de peso diária, o que me deixou irreconhecível a muitos. Sobrevivi a duras penas, pois carecia de medicação de  alto custo, e não foi nada fácil conseguir. Passada essa fase tão deplorável pra minha vida, tenho hoje plena convicção de que a dor nos ensina muita coisa.

Eu passei a viver mais intensamente cada momento. Aprendi que não adianta sofer por antecedêndia, e fui ficando mais tolerante porque é melhor pra mim que seja assim a vida: com paciência, sem explosão de jeito algum, e se algo não saiu a contento, deixo pra lá, e parto pra outras. Vale dizer que no auge desse sofrimento, sem que médicos soubessem me dar um diagnóstico correto, achei que morreria, e vi que estava preparada para partir. Ou seja, entendi que o homem se adapta mesmo a tudo, inclusive à ideia da morte.

Veríssimo já saiu da condição de quase morto para a vida. E a partir de sua pronta recuperação, nos próximos dias, se Deus quiser, ele voltará a se comunicar com o Brasil por meio de suas sábias palavras com um entusiasmo extravagante, e nos dará muito mais alegria porque ele estará vivendo com mais intensidade e, portanto, com mais gana de se comunicar e dividir suas experiências. Conto com isso. O Brasil espera isso desse grande escritor.

Luis Nassif

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