Do iG
Justiça suspende reintegração de posse de terreno na zona leste de São Paulo
Antes da decisão, moradores protestaram e Choque atirou balas de borracha e usa bombas de efeito moral. Área foi ocupada há sete meses e teria sido batizada de Pinheirinho II
O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu na tarde desta terça-feira (26) a decisão que determinava a reintegração de posse de um terreno no bairro Iguatemi, zona leste da capital paulista. A Polícia Militar cumpria o mandado na área invadida, mas a operação foi suspensa por causa de decisão do juiz Jurandir de Abreu Júnior, da 4ª Vara Cível do Fórum Regional de Itaquera. Ele é o mesmo magistrado que havia dado ordem para a desocupação do terreno mais cedo.
O major da PM Luiz Roberto Miranda, que comanda a ação, confirmou a interrupção do ato por ordem judicial. De acordo com ele, haverá uma reunião entre as partes envolvidas, que contará com representante do município de São Paulo. O efetivo da Polícia Militar, no entando, permanece no local.
A área invadida está localizada na avenida Bento Guelfi, número 2.880, e abriga cerca de 1,7 mil pessoas. A chegada dos agentes ocorreu por volta das 6h.
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Segundo a PM, o terreno foi ocupado por 750 famílias há sete meses e teria sido foi batizada com o nome de Pinheirinho II. No início da ação, os moradores protestavam pacificamente e agentes observavam. Mas, com a chegada da Tropa de Choque, por volta das 9h, o cenário mudou. O batalhão chegou a usar bombas de efeito moral para dispersar os moradores que protestam em uma das entradas do terreno. Dois helicópteros são utilizados na operação.
Mas após a Tropa de Choque entrar no terreno, a situação se acalmou novamente. Os moradores começaram a tirar seus bens das casas e a presença do prefeito Fernando Haddad é aguardada pelos manifestantes.
Outro lado
O proprietário do terreno, Eraclites Batalha, declarou que não aceita o prazo de um mês e meio proposto pelos moradores para desocupar a área de 132 mil metros quadrados. Ele alega que disponibilizou 60 caminhões de mudança para retirar os pertences das famílias e um armazém de 1.200 metros para guardar os utensílios.
Entretanto, as famílias alegam que não receberam nenhum auxílio. A Associação dos Moradores informou que a Prefeitura de São Paulo iria entrar com uma ação para que a área fosse declarada de utilidade pública, porém o proprietário do terreno declarou que não recebeu nenhuma oferta.
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