Brasileiros cruzam fronteira de Gaza e chegam ao Egito

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Duas pessoas decidiram ficar na Palestina; 32 pessoas da lista seguirão para aeroporto onde está aeronave da Presidência

Selfie de Hasan Rabee com o grupo de brasileiros instantes antes de concretizarem a saída de Gaza. Foto: Arquivo pessoal

O grupo de brasileiros que aguardava para cruzar a fronteira entre Gaza, na Palestina, e o Egito por meio do Portal de Rafah conseguiu fazer a travessia neste domingo (12/11).

Segundo comunicado divulgado pelo Itamaraty, o deslocamento dos brasileiros e seus familiares para a cidade do Cairo terá início ainda neste domingo, em trajeto que deve durar em torno de seis horas.

“Os brasileiros já atravessaram a fronteira e se encontram no Egito, de onde virão, em segurança, para o Brasil, na Operação Voltando em Paz”, ressaltou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais.

O grupo irá pernoitar na capital egípcia, e a expectativa é que o voo de repatriação para o Brasil decole na manhã desta segunda-feira.

Quando a aeronave da Presidência tocar o solo da capital federal, a Operação Voltando em Paz terá transportado um total de 1.477 passageiros, além de 53 animais domésticos. Três aeronaves da Força Aérea Brasileira e duas da Presidência da República foram utilizadas.

Estrutura de apoio em Brasília

Na chegada ao Brasil, o Governo Federal já tem uma operação de acolhimento montada. Em complemento ao apoio que terão de suas famílias no Brasil, eles terão à disposição serviços de abrigo, documentação e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Ficarão dois dias hospedados em Brasília.

“Alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, então serão deslocados para esses locais. Uma parcela significativa, quase a metade do grupo, não tem onde ficar, mas o Governo Federal já disponibilizou, através do Ministério do Desenvolvimento Social, um local onde essas pessoas ficarão acolhidas. Vai ser no interior de São Paulo”, afirmou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Segundo ele, não há prazo específico para o atendimento que será fornecido pelo Governo Federal aos repatriados.

“Estamos preparados para o tempo que for necessário, para que essas pessoas possam se integrar ao nosso país. Não há prazo limite fixado. Estamos prontos para recebê-los da melhor forma. Eles ficarão em um local com longa experiência de acolhimento de refugiados da forma mais completa, mais digna, sem prazo”, concluiu.

Apoio pré-travessia

Durante o período em Gaza, os brasileiros tiveram apoio diplomático, receberam recursos para garantir alimentação, água potável, gás de cozinha e medicamentos, tiveram acesso a atendimento médico e psicológico de forma online.

Além disso, foram estabelecidos em residências alugadas pelo Governo Federal em Khan Yunis e Rafah e fizeram deslocamentos seguros em ônibus fretados pela representação brasileira em Ramala. Tanto os veículos quanto os imóveis eram identificados e informados às autoridades de Gaza e de Israel para evitar bombardeios.

Por meio de aplicativos, os diplomatas brasileiros mantinham contatos diários com o grupo para identificar necessidades e garantir, dentro da realidade de uma zona conflagrada, que todos estivessem nas melhores condições até que o cruzamento da fronteira fosse autorizado pelas autoridades.

“A travessia coroa um mês de intensos esforços diplomáticos do presidente Lula e sua equipe de governo para que a evacuação dos brasileiros e familiares de Gaza pudesse ser concretizada hoje”, ressaltou o Itamaraty nas redes sociais.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. Se um país amigo,como o Brasil,precisou aguardar a boa vontade do governo de Israel para repatriar seus cidadãos,imaginemos o que não está passando o povo palestino.
    Enquanto Israel não se posicionar como Estado e sim como a sede de uma religião,não haverá paz no mundo e nem motivos para garantir a existência dessa sede.

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