Os garimpeiros que invadiram a terra Yanomami usaram o ouro obtido na região para subornar os funcionários do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y) para receber as vacinas contra covid-19 destinadas aos indígenas.
O caso consta em ofício enviado em abril de 2021 pela Hutukara Associação Yanomami para o coordenador do DSEI-Y, o secretário Especial de Saúde Indígena e ao Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com o relato divulgado pelo site Metropoles, a Hutukara Associação Yanomami afirma que uma técnica de enfermagem do polo-base de Homoxi estaria desviando materiais em troca de ouro.
Entre os materiais desviados, estaria um gerador de energia e gasolina, além da mesma funcionária aplicar as vacinas contra covid-19 nos garimpeiros em troca de ouro.
O mesmo teria ocorrido em outra base, mas com a funcionária desviando aos medicamentos. Os distritos sanitários indígenas são diretamente subordinados ao Ministério da Saúde – na época, comandado pelo médico Marcelo Queiroga.
A Hutukara Associação Yanomami chegou a enviar outro ofício meses depois à Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e ao MPF, uma vez que a instituição – então presidida por Marcelo Xavier – barrou a entrada de uma equipe médica da Fiocruz na terra Yanomami.
A equipe em questão foi chamada pelos próprios indígenas para o combate de doenças causadas pelo garimpo. E justamente a covid-19 foi usada como justificativa para impedir a ida dos profissionais mesmo com os yanomamis lembrando que, na época, todos estavam vacinados.
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