Brasileiros são contra posições conservadoras, diz pesquisa

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – Uma pesquisa do Instituto Idea Big Data revela uma baixa adesão dos brasileiros a posições conservadoras. Ao contrário, a maioria da população defende que o Estado deve garantir a igualdade de oportunidade, a proteção aos mais pobres, aposentadoria aos mais velhos e o crescimento econômico do país. Para 62,4%, por exemplo, os direitos humanos devem valer para todos, incluindo bandidos.
 
Aqueles que são contra a frase representam 33,8% dos 3 mil entrevistados em todo o país, entre os dias 1 e 10 de novembro. O levantamento foi encomendado pelo grupo “Movimento Agora!”, que reúne pesquisadores, ativistas, economistas, profisionais liberais, membros de ONGs e outros entre seus participantes. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. 
 
Entre os integrantes da organização, que tem cerca de 90 pessoas, estão os empresários Carlos Jereissati Filho e Eduardo Mufarej, Beto Vasconcelos, ex-secretário Nacional de Justiça e ex-chefe de gabinete da ex-presidente Dilma Rousseff, a economista Mônica de Bolle, o ativista indígena Anápuáka Muniz Tupinambá Hã-Hã-Hãe e as pesquisadoras Ilona Szabó e Melina Risso. Luciano Huck também aparece como membro do movimento.
 
A primeira pergunta da pesquisa foi questionar se preferem impostos mais baixos ou melhores serviços públicos, como saúde e educação. De cada 10 brasileiros, 8 optaram a segunda opção. 
 
“Foi com satisfação que eu vi os resultados dessa pesquisa. Uma boa surpresa perceber que há espaço para discussão de outros temas. Acho esse resultado da preferência por serviços públicos revelador da desconexão entre o que ganha visibilidade na imprensa e no debate público e o que é dito pelos brasileiros”, afirmou a pesquisadora ao jornal Valor.
 
Nessa mesma linha, três entre quatro ouvidos concordaram que “reduzir imposto é importante, mas não urgente”. Sendo que apenas 15,5% discordaram, e outros 8,3% não concordaram nem discordaram.
 
Ainda, 57,2% da população mostra-se favorável às cotas raciais em universidades públicas, e 39,2% são contra. “Dez anos atrás, só um terço da população defendia cotas desse tipo. Houve uma rápida inversão nesse tema”, concluiu Mauricio Moura, ao Valor.
 
Ainda dentro do que se chama de minoria, direitos para homossexuais também ganharam maior apoio: 65,5% acreditam que pessoas do mesmo sexo têm direito a se casar, e 29,7% são contra. Também 62,4% reconhecem o direito de homossexuais de adotarem crianças, e 34,6% discordam.
 
Um dos únicos pontos que se assemelha a teses conservadoras que ganhou a maioria neste levantamento foi a concordância de 44,8% das pessoas com a frase “bandido bom é bandido morto”. Os que discordam são uma minoria de 31,4%.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Boa noticia

    Sera que somos esquizofrênicos? Entre o que se diz nas rodas sociais e o que se pensa, pelo visto, tem variante. Mas acho que esse comportamento conservador que vemos, vem muito mais dos meios de comunicação do que é o que gostaria mesmo para si o brasileiro. 

  2. E por que não se mexem?

    ORA, NÃO VÃO PRAS RUAS, PORQUE A DILMA NÃO USOU A CADEIA NACIONAL DE TVS, PRA CONTAR O QUE SE PASSAVA!

    Ela deixou que 97% do povo ficasse sabendo apenas o que a globo contou…

    Alguém pode explicar o porquê disso?

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