Sugerido por Arthemísia
Deixo aqui uma sugestão de notícia publicada hoje no Diário de Pernambuco, referente às mudanças no PNE e que ajuda a entender que a escola inclusiva não é o único e, muito menos, o melhor caminho. A Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos defende que a escola inclusiva permaneça no texto, como mais uma opção para as famílias. Mas eles defendem mesmo é a escola bilíngue, cujo ensino é em LIBRAS.
Do Diário de Pernambuco
Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) pede que sejam feitas alterações no item 4.6 da meta
Entidade nacional que representa os surdos pede mudanças na Meta 4 do Plano Nacional de Educação (PNE). A preocupação é que, com a atual redação, os surdos deixem de receber uma educação voltada para eles e sejam prejudicados. Apesar das mudanças propostas nessa quarta (18/9) pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), os surdos não se sentem contemplados. O PNE estabelece metas para o setor para os próximos dez anos. A Meta 4 trata do acesso de alunos com deficiência à educação básica e tem sido alvo de polêmica desde o mês passado.
A Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) pede que sejam feitas alterações no item 4.6 da meta. Eles pedem que a redação aprovada na Câmara dos Deputados seja retomada. O texto dizia que a oferta de educação bilíngue em Língua Brasileira de Sinais (Libras) deveria ser garantida aos alunos surdos e com deficiência auditiva com até 17 anos, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas.
No Senado, as escolas inclusivas foram retiradas do texto. “O que os surdos querem é garantir a diversidade de opções e que os familiares consigam e tenham o direito de escolherem onde os filhos estudam”, diz a doutora em linguística e assessora da diretoria de Políticas Educacionais da Fenesis, Sandra Patrícia de Faria do Nascimento.
Sandra explica que, nas escolas inclusivas, um intérprete traduz a aula dada em português para os alunos surdos. Já na escola bilíngue, a aula é dada em Libras. Segundo a especialista, a maior parte dos surdos prefere a escola bilíngue por ter Libras como a primeira língua. Com a ausência de “escolas inclusivas” no PNE, a entidade teme que as escolas bilíngues e inclusivas sejam consideradas iguais e que as inclusivas predominem, prejudicando o aprendizado dos alunos.
No Brasil, são quase 10 milhões de surdos e pessoas com deficiência auditiva. Do total, cerca de 800 mil tem até 17 anos, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Distrito Federal, a Escola Bilíngue, Libras e Português Escrito de Taguatinga foi uma conquista da comunidade surda da cidade. Segundo a diretora da escola, Marciley Ferreira Côrtes, foram 20 anos de luta até que o centro de ensino fosse criado em julho deste ano. A escola funcionava como escola inclusiva. Agora como bilíngue, continua oferecendo classes regulares, além das classes voltadas para os surdos.
“Vimos que em uma escola inclusiva acabávamos perdendo muito. O vocabulário do surdo é limitado em relação ao do ouvinte”, diz Marciley. A escola atende a 120 estudantes surdos e filhos de surdos em classes bilíngues e 350 alunos em classes regulares.
O funcionário público Orlando Ilorca é pai de Fernanda, de 14 anos. Ela tem distúrbio do processamento auditivo, “um primo do surdo”, explica. Apesar de a filha não estudar em classe bilíngue, pela distância do local onde mora, o pai defende o tipo de escola. “Vejo que em um ensino inclusivo, não há inclusão. Pode ir em uma escola onde haja surdos e ouvintes. Um fica de um lado e o outro do outro”, diz ele.
“Quando o professor entende os gestos dos alunos e não há mediador, a motivação de estudar é diferente”, explica, defendendo o ensino bilíngue. Sobre a possibilidade de o texto do PNE atrapalhar o surgimento das escolas em detrimento das inclusivas, Ilorca lamenta: “Agora que as escolas bilíngues estão surgindo. Abriram um caminho para os surdos que muitas outras pessoas com deficiência não conseguiram”.
O novo texto deve ser votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal na próxima semana. Em audiência no Senado Federal, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância de que as crianças estudem em escolas públicas comuns como forma de estimular o respeito e a convivência com pessoas diferentes. %u201CPor exemplo, uma criança surda precisa estar em um momento do desenvolvimento dela na escola especial para aprender Libras [Língua Brasileira de Sinais], aprender a conversar na linguagem dos surdos. Mas ela precisa ir para a escola pública para aprender a conviver com os outros e para os outros aprenderem a conviver com a diferença”.
Para Orlando, a convivência pode ser estimulada em uma escola bilíngue. “A escola não exclui o ouvinte. A inclusão é inversa, o colégio de surdo absorve o ouvinte”.
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É o óbivo: surdos precisam ter aulas em LIBRAS!
Já venho batendo nessa tecla aqui no Blog há mais de 2 anos. Como quererem que uma criança aprenda sem poder interagir diretamente com o professor? INTÉRPRETE NAO É PROFESSOR! Os alunos surdos precisam ter aulas de todas as disciplinas em LIBRAS, e aprender Português como língua estrangeira. Logo nao podem estar nas mesmas turmas que alunos ouvintes (ou entao estes seriam prejudicados, já sabem Português e nao sabem LIBRAS…). A questao da interaçao entre surdos e ouvintes tem que se dar NO RECREIO.
E poderiam ser oferecidas aulas de LIBRAS para os ouvintes tb, vai haver bom mercado de trabalho para intérpretes à medida que os surdos forem conquistando seus direitos. Mas isso talvez nem seja necessário, se as crianças brincarem juntas os ouvintes aprenderao naturalmente.
Concordo plenamente.
Em
Concordo plenamente.
Em LAranjeiras há uma escola grande para surdos. Funciona!