Relatório da Oxfam mostra um ‘País Estagnado’

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – A desigualdade no Brasil deixou de diminuir. A redução das desigualdades simplesmente estagnou no último ano e, com ela, distribuição de renda deixou de ser ponto relevante, a pobreza aumentou com força e a equiparação de renda entre homens e mulhere, negros e brancos, que acontecia timidamente, simplesmente recuou. É o que mostra o relatório da Oxfam. E, no relatório a notícia triste de que, agora, somos o 9º país mais desigual do mundo.

E a notícia vem em péssimo momento, quando se comemora os 30 anos da Constituição brasileira de 1988. Desde sua promulgação houve um enfrentamento às desigualdades, e agora perde força em momento delicado, quando o enfrentamento às desigualdades deveria se fortalecer e frutificar.

No ano de 2017 a desigualdade de renda simplesmente estagnou, e pela primeira vez nos últimos 15 anos. Passamos então, tristemente, para o 9º país mais desigual. Segundo a Oxfam, o índice Gini da renda familiar per capita vinha caindo a cada ano, desde 2002, e em 2016 e 2017 simplesmente não ocorreu, ficando estagnado em 0,549. Isso pode significar um grande retrocesso.

O relatório ‘País Estagnado’, a Oxfam aponta que o Brasil ficou parado no mesmo ponto do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ficando em 79º lugar no ranking de 179 países. O indicador que recebeu o maior impacto foi o de renda, que registrou queda sobretudo nas menores faixas.

O número de pobres cresceu 11% em 1 ano, e hoje são 15 milhões de brasileiros atingidos em 2017, ou 7,2% da população. Os mais ricos conseguiram que seus rendimentos do trabalho crescessem 10%, mas eles são 10% dos brasileiros, enquanto os 50% mais pobres tiveram queda de 3,5% na renda. O rendimento médio do 1% mais rico é 36,3 vezes maior que o dos 50% mais pobres.

As mulheres, pela primeira vez em 23 anos, viram seu rendimento cair em relação ao dos homens, de uma proporção de 72% para 70%. A diferença salarial entre pretos e brancos aumentou, em 2017 os negros ganhavam em média 53% dos rendimentos médios de brancos, ante 57% em 2016.

Gastos sociais no Brasil sofreu um grande retrocesso, caindo ao patamar de 2001. E, pela primeira vez desde 1990, o país registrou alta na mortalidade infantil, que foi de 13,3 em 2015, para 14 mortes por mil habitantes em 2016.

Veja o relatório aqui.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

1 Comentário

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  1. Das primeiras radiografias

    Eis aí uma das primeiras radiografias dos efeitos desejados dos golpistas de 2016: a rapina dos recuusos dos mais pobres em benefício da concentração de renda dos mais ricos brasileiros.

    ELEIÇÕES SEM LULA FOI, É E SEMPRE SERÁ FRAUDE! 

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