A TAM dá um tratamento diferenciado para o estrangeiro quando o tema é venda de passagens. Na versão americana do site, foi comprovada uma diferença de até 400% entre os preços praticados para quem compra no exterior e aqueles para os brasileiros. O Idec replicou a notícia da Folha, que afirma ter tentado comprar a passagem no site americano mas teve a solicitação recusada, por ter cartão de crédito emitido em território brasileiro. A Senacon foi acionada e pede explicações. Caso as explicações não sejam convincentes a TAM poderá amargar uma multa.
TAM vende bilhete mais barato para estrangeiro na web
No site do Idec
Ponte aérea saía no site brasileiro 400% mais cara do que no americano; empresa diz que foi erro no sistema; Companhia pode ser multada em até R$ 6,2 milhões, diz Ministério da Justiça; denúncia foi feita em rede social A TAM colocou à venda na internet passagens aéreas para cidadãos estrangeiros com tarifas até 80% mais baratas do que o valor do bilhete cobrado dos brasileiros.
Uma das rotas mais caras do Brasil, levando-se em conta a distância, a ponte aérea entre os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio, saía a R$ 232 para quem comprasse o bilhete no site da empresa dedicado aos Estados Unidos. Esse preço era para o embarque no mesmo dia, o que em geral torna a passagem mais cara. O bilhete para o mesmo voo no site brasileiro da TAM custava 400% a mais –ou R$ 1.263, com taxas. Entre o aeroporto de Congonhas e o de Porto Alegre (RS), o preço para brasileiros era de R$ 864,14, enquanto para estrangeiros era R$ 316, menos da metade –ou 63% mais em conta. Os voos da TAM para Brasília também eram mais baratos na versão americana da página. A Folha tentou comprar um bilhete mais barato no site americano da companhia, mas o cartão de crédito, emitido no Brasil, não foi aceito. Ontem, a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), órgão do Ministério da Justiça, disse que cobrará explicações da empresa e que, se for constatada infração ao Código de Defesa do Consumidor, a TAM poderá ser multada em até R$ 6,2 milhões. A história veio à tona ontem por meio de uma denúncia feita no Facebook. Nela, a TAM foi acusada de praticar preços distintos para o mesmo produto, prática considerada abusiva. Para Maria Inês Dolci, advogada que mantém blog sobre defesa do consumidor no site da Folha, quem pagou mais caro pela passagem pode reivindicar o preço adotado para estrangeiros. OUTRO LADO Em nota, a TAM afirmou que ocorreu um erro no sistema de disponibilização de tarifas, causando uma grande diferença nos preços, para iguais trechos, nos sites do Brasil e do exterior. A companhia aérea disse que o erro foi temporário e já foi corrigido. A TAM ressaltou que “trabalha com o conceito de composição dinâmica de preços, tanto no mercado brasileiro quanto no exterior”. “Sendo assim, o que determina o valor das passagens é a demanda de cada perfil de passageiro e a oferta disponível, o que pode variar de acordo com cada mercado. Por isso, o site da TAM possui versões para cada país em que a empresa opera, obedecendo às legislações locais. Cada uma das versões só permite compras com cartões de crédito emitidos no país selecionado pelo cliente.” (Ricardo Gallo)
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