A diminuição da população em cidades do Sul de Minas

Sugerido por LACosta

Do Jornal de Lavras

População diminuiu em 19 cidades do Sul de Minas, três estão próximas a Lavras

Dezenove cidades do Sul de Minas decresceram em 13 anos, elas tiveram redução no número de habitantes

O Sul de Minas é uma das regiões mais prósperas do Estado, as cidades crescem e se desenvolvem através da instalação de cursos superiores, de indústrias, comércio e outros, como Lavras, por exemplo, que no ano 2000 tinha uma população de 78.772 mil e, onze anos depois, este número pulou para 93.231 mil habitantes e em dois anos, em 2013, para 98.172 mil.

Mas não são todas as cidades que se desenvolvem, algumas chegam até mesmo a perder moradores e registrar números negativos. Em 2013, foram 19 cidades do Sul de Minas que decresceram, algumas estão localizadas bem próximo de Lavras, como Itumirim, Itutinga e Coqueiral.

Em Itumirim, no Censo de 2.000, aquela cidade contabilizou 6.391 moradores; 13 anos depois, apresentou um número menor de habitantes: 6.263 moradores, um saldo de – 2%. Itutinga também decresceu, em 2.000 o Censo acusou 4.140 mil habitantes e em 2013, 3.976 moradores, um saldo negativo de – 4%. Coqueiral também encolheu em 13 anos. No ano 2.000 aquela cidade tinha 9.612 mil moradores e em 2013, um número menor: 9.492 mil pessoas, um saldo negativo de – 1,2%.

Além dessas, outras 16 cidades da região também diminuíram a sua população: Brasópolis, que perdeu – 1,2%, passando de 15.165 mil no ano 2000 para 14.982 mil, em 2013; Córrego do Bom Jesus, – 3,3%, de 3.949 mil para 3.819 mil em 13 anos; Dom Viçoso, de 3.133 para 3.074 mil moradores, registrando um saldo negativo de – 1,9%; Itamogi, de 10.723 para 10.572, – 1,4%; Jesuânia, 4.823 para 4.899, um saldo de – 1,6%; Pedralva caiu – 2,7%, de 12.009 para 11.683 mil moradores; Pratápolis, – 2,6%, de 9.217 para 8.975; Santa Rita de Caldas caiu – 2,7%, de 9.500 para 9.239; Santana da Vargem também caiu, aquela cidade perdeu – 1,9% de seus moradores, antes tinha 7.521 pessoas e agora, 7.379 habitantes.

As cidades de Maria da Fé e São Tomás de Aquino foram as que registraram menores perdas. Maria da Fé perdeu – 0,4%, baixando de 14.607 para 14.551 habitantes, São Tomás de Aquino caiu de 7.303 para 7.257, uma redução de – 0,6%.

Cinco cidades do Sul de Minas tiveram as maiores perdas: Marmelópolis, Munhoz, Pouso Alto, São Pedro da União e Senador Bento. Em Marmelópolis foi registrada uma queda de – 9,5%, a população daquela cidade decresceu de 3.293 para 2.979; Munhoz perdeu – 4,6% de sua população, caindo de 6.656 para 6.351; Pouso Alto caiu – 7,7%, de 6.813 para 6.291.

Duas cidades foram destaques nesta queda: São Pedro da União perdeu – 10% de sua população, aquela cidade decresceu de 5.618 para 5.054 moradores. Mas a cidade que mais perdeu foi Senador Bento, foi mais de ¼ de sua população que desapareceu. Senador Bento registrou no Censo de 2000 uma população de 2.452 mil habitantes, 13 anos depois este número despencou para 1.804 moradores, uma perda de – 26,4%.

Redação

12 Comentários

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  1. Bom lugar para alguns anos de castigo

    O êxodo rural mostra que, nestes últimos 60 anos, de 70% rural e 30% urbano, a população brasileira virou essa estatística para o sentido inverso. Ao tirar o trem de ferro por carros, o fluxo seguiu desde o interior do país para as capitais (o trem fazia o inverso), enchendo as grandes metrópoles de favelas. Também, existem cidades-acampamento, que surgem junto a grandes construções ou usinas. Itutinga, que surgiu ao lado de uma represa de Furnas, no caminho a Carrancas, é um bom exemplo, hoje um vilarejo triste e vazio. Vai aqui uma sugestão: peguem algumas cidades de 2000 habitantes, que estão morrendo, e levem esse povo para outra cidade próxima, mais desenvolvida. Façam da cidade vazia um presídio.

  2. É a terciarização da economia

    Notem a maciça presença de cidades de populações muito pequenas entre as que mais sofrem perdas populacionais. Como a pequenas escala de consumo nestas cidades não justifica estabelecimentos de comércio e serviços de maior porte e complexidade, estes se concentram nas maiores, que assim absorvem todo o dinamismo nas suas regiões de influência, gerando os empregos que atraem os jovens sem alternativas em suas cidades de nascença. Este antigo processo já não é mais movido pela industrialização concentrada nas metrópoles, como foi até por volta de 1980, sendo agora impulsionado pela expansão do comércio e dos serviços. Atividade de maior capacidade de pulverização espacial, em função de sua estrutura atomizada em estabelecimentos de pequeno e médio porte, o setor terciário tem como um dos traços de sua dinâmica a criação de “centralidades” regionais e sub-regionais para as quais agora fluem os contingentes de jovens em busca de empregos, antes direcionados para as áreas metropolitanas.

    Mas este dinamismo de agora é muito diferente do que ocorreu no passado. É que, historicamente, a agricultura forte foi a base do aparecimento de capitais locais no interior, dando suporte inclusive a uma industrialização melhor distribuída no espaço e, posteriormente, ao aparecimento de grandes centros regionais não-metropolitanos. Isto fica bem claro quando se observa a diferença entre o Estado de São Paulo – com suas fortes cidades do interior de base originalmente agropecuária – e o Rio de Janeiro, fracamente interiorizado.

    A própria Lavras, exemplo de cidade que cresce em meio ao esvaziamento da vizinhança no Sul de Minas, deve seu dinamismo original à condição de grande centro cafeeiro e – agora – de ensino superior liderado pelo ensino e pesquisa voltados para a agropecuária. Mas faltou a industrialização no período áureo do desenvolvimento fabril (1930-1980), lacuna que hoje dificilmente será preenchida.

    Todo este processo foi mais uma face perversa da abolição mal resolvida e da reforma agrária profunda que nunca tivemos. Não vejo mais como retomar o bonde perdido do desenvolvimento industrial interiorizado, mas há como minimizar os efeitos mais danosos do esvaziamento atual do interior. Ou tratamos a sério da questão fundiária e do desenvolvimento prioritário da agricultura familiar em todos seus segmentos – pesquisa, extensão, produção e comercialização, criando condições para uma circulação maior de renda e dinamização dos mercados consumidores nos núcleos urbanos de apoio às atividades rurais ou não há esperança de futuro para as pequenas cidades, de Minas e do restante do Brasil. 

    1. Verdade, Gui. O mesmo

      Verdade, Gui. O mesmo acontece com Poços de Caldas que vem, ano a ano, se consolidando como centro regional, para fluem os jovens de cidades do entorno.

    2. É isso!

      Muito boa análise Gui. Seria interessante se a Universidade conseguisse levantar o perfil e características desses migrantes, onde mora, qual a formação, onde trabalha etc…Uma política de suporte e aporte aos que ficaram. Parabéns!

  3. Mas também, vá lá, sô!

    Só para descontrair!

    Um mineirim do Sul de M’nas andando pela estradim di chão encontra a famosa lâmpada do gênio e a esfrega.Dela aparece o gênio com a frase manjada: – meu amo o senhor tem direito a três pedidos daquilo que mais desejar!

    O mineirim diz convicto: -eu quero um que’jo! Um queijo? – retruca intrigado o gẽnio da lâmpada. -uaí, é sim, um         q-u-e-‘-j-o!

    Num piscar de olhos aparece um belo queijo e que o mineirim come de lamber os beiços. Terminada a comilança o gênio diz:- o senhor meu amo, ainda tem dois desejos a pedir. Pode ser ouro, pedras preciosas, um belo carro, casa na praia no ES, pode ser até em Guarapari, na Praia do Morro, uma linda mulher….hein? O que vai ser, meu amo? -Outro que’jo, bem branquim, cheim de furim e bem fresquim, sô! O gênio, com uma paciência milenar, mas muito a contragosto, estala os dedos e lá está o novo queijo que o mineirim destroça com a velocidade de um lobo faminto.

    Terminado o festim, o gênio diz para ele;- é o último pedido e não vou te dar mais queijo algum e vê se não torra o meu saco, hein ?

    Olha só, tem a filha do dentista, a loirinha linda de olhinhos verdes que você vive arrastando asa para ela? -Não! -E a aquela mulata linda irmã do padeiro? Nada! O gẽnio já estava a ponto de mandá-lo para umas férias no Saara, sem passagem de volta, disse: – Vai ser a beata Filomena, com as verrugas no nariz e tudo e sem mais papo! Tá doido parece um rato para gostar assim de queijo! E logo, logo o mineirim casou-se com a beata e o gênio foi ser o padrinho de casamento.

    Casados, o padrinho pergunta a ele: -e aí tudo bem? É né, fazer o quê, né, tá, tá tudo bem, sô, mas o que eu queria mesmo era um que’jo.

  4. Legislativo

    Quero ver se o número de vereadores também irá diminuir, afinal esse número é proporcional a quantidade de habitantes do município.

    1. Mas tem um mínimo

      Municípios com população inferior a 15.000 habitentes devem ter, segundo a Constituição, um mínimo de 9 (nove) vereadores. Nenhum dos municípios mineiros citados com perdas populacionais tinha em 2013 mais do que 15.000 habitantes, portanto … Felizmente, nestes pequenos municípios os recursos das prefeituras vêm quase exclusivamente do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), que é distribuído segundo coeficientes aplicáveis a faixas de populações relativamente amplas, que não mudam em função de variações populacionais tão pequenas. Ou seja, felizmente a relação entre arrecadação e gastos com as câmaras municipais não é alterada pelas mudanças populacionais aqui comentadas.

      Por isto tudo e outras coisas, penso que o mais importante seria estabelecer no país a prática de reagregação de municípios para racionalizar os gastos das administrações públicas. Nossa tradição de país em contínua expansão populacional é apenas de desmembramento de municípios para criação de novas unidades federativas, supostamente visando atender mais de perto as populações de novas zonas em desenvolvimento, mas – sabe-se bem – também visando acomodar as ambições políticas de novos grupos de interesse de modo a manter as coalizões de poder estabelecidas em níveis territoriais mais abrangentes (Estados e/ou país).

      Um bom exemplo que poderíamos e deveríamos seguir nas zonas populacionalmente estagnadas e mesmo nas menos dinâmicas do país é o da Dinamarca, que em 2007 reformou sua divisão administrativa consolidando 13 antigos condados em apenas 9 regiões, nas quais os antigos 270 municípios contidos foram consolidados em apenas 98. E olha que eles são ricos e gozam dos maiores níveis de bem estar do planeta …

  5. Agora vamos a polêmica:

    Como pode uma cidade estar em diminuição de população e ter um alto IDHM? Caso de Itumirim e outras. As cidades listadas são de IDHM de Médio para Alto, então ocorre uma prestação de serviços à população que não podem ser considerados ruins…o que fica então é a existência de empregos e salários que é o que provoca o êxodo:

    Itumirim: 6.391 para 6.263 moradores, –2%. IDHM 2010: 0,726

    Itutinga: 4.140 para 3.976 moradores, –4%. IDHM 2010: 0,727

    Coqueiral: 9.612 para 9.492 moradores, –1,2%. IDHM 2010: 0,694

    Brasópolis: 15.165 para 14.982 moradores, –1,2%. IDHM 2010: 0,692

    Córrego do Bom Jesus, 3.949 para 3.819 moradores, -3,3%. IDHM 2010: 0,692

    Dom Viçoso, 3.133 para 3.074, moradores, –1,9%; IDHM 2010: 0,687

     Itamogi, 10.723 para 10.572, -1,4%; IDHM 2010: 0,674

     Jesuânia, 4.823 para 4.899, –1,6%; IDHM 2010: 0,658

     Pratápolis, 9.217 para 8.975, -2,6%; IDHM 2010: 0,729

    Santa Rita de Caldas, 9.500 para 9.239, -2,7%; IDHM 2010: 0,690

    Santana da Vargem: 7.521 para 7.379 habitantes, -1,9%; IDHM 2010: 0,698

    Maria da Fé: 14.607 para 14.551, -0,4%; IDHM 2010: 0,702

    São Tomás de Aquino: 7.303 para 7.257, –0,6%. IDHM 2010: 0,700

    Marmelópolis: 3.293 para 2.979, -9,5%; IDHM 2010: 0,650

    Munhoz: 6.656 para 6.351, -4,6%; IDHM 2010: 0,647

    Pouso Alto: 6.813 para 6.291, -7,7%; IDHM 2010: 0,710

    São Pedro da União: 5.618 para 5.054, -10%; IDHM 2010: 0,674

    Senador Bento: 2.452 para 1.804 moradores,  – 26,4%. IDHM 2010: 0,684

     

    Acima de 0,6 é considerado IDHM médio e,

    Acima de 0,7 é considerado alto.

    1. Interessante

      Interessante observação, LA. Só que, ao meu ver, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa … rsrsrs. De qualquer forma, é curioso mesmo que a estagnação e a retração demográficas  estejam associadas a níveis bons de qualidade de vida neste mundo em que vivemos um verdadeiro fetiche pela expansão: uma correria desenfreada em que crescer não só é o melhor remédio como o único. Vai ver que nem é e as valorosas cidadezinhas sul-mineiras estão provando que “Small is beautyfull”: o meio ambiente agradece. Bão demaisssss …

    2. Isto é comum
      Quanto mais alta

      Isto é comum

      Quanto mais alta o IDHM, maiores os preços dos imóveis, e o custo de vida. e fica mais difícil casar e ter filhos, logo a taxa de natalidade diminui.

      Os municípios com maior taxa de natalidade, são os que tem preços de terrenos mais baixos, conforme o IDHM porque aí fica fácil para um casal adquirir uma casa, e ter vários filhos. como ocorre no norte do país, já em SP e sul de Minas, devido aos preços altos de terrenos em comparação a outras regiões do país, a taxa de natalidade é baixíssima.

      A isto no sul de Minas se soma a migração da população para o estado de SP vizinho, que tem renda per capita maior, embora muitos vão apenas para trabalhar e deixam a família no estado de origem.

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