Haddad diz que ia pagar “um sanduíche a mais” de IPTU

Jornal GGN – Dias depois do aniversário de 460 anos da cidade de São Paulo, a TV Brasil recebeu em seus estúdios o prefeito Fernando Haddad (PT), que debateu os problemas e desafios da maior metrópole do país, durante a transmissão do programa “Brasilianas.org”, na última segunda-feira (27). Um dos assuntos mais polêmicos envolvendo a administração paulistana no último ano foi o aumento do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), proposto pelo petista. Para ele, “se fez muito barulho por pouco”.

“Meu IPTU, no Paraíso [bairro da capital paulista, onde fica localizado o apartamento do prefeito], ia aumentar 20% do que eu pago hoje”, disse. “É um sanduíche que eu ia pagar a mais.”

Durante a transmissão do programa, Haddad disse que o aumento do imposto cumpre uma lei que determina o reajuste da PGV (Planta Genérica de Valores) da cidade no primeiro ano de uma nova gestão municipal. Na verdade, a Lei Municipal 15.044/09, sancionada durante o segundo mandato do ex-prefeito Gilberto Kassab, diz que a revisão dos valores dos imóveis deve ocorrer também no terceiro ano, ou seja, a cada dois anos.

“De 2009 para cá, quando ocorreu a última atualização, o reajuste tem sido pela inflação. A valorização do IPTU 2014 ia ser de 20%”, afirmou o petista, sem citar que o acréscimo poderia chegar a 35%, no caso de estabelecimentos comerciais.

Após o PSDB e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) entrarem na Justiça contestando o aumento, a proposta defendida pelo prefeito ficou apenas no papel. O TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) decidiu contra o reajuste, e o IPTU foi atualizado de acordo com a inflação (5,6%).

“A questão foi muito politizada”, afirmou Haddad, dizendo que a atualização dos valores nas gestões de Marta Suplicy e Kassab foi “mais drástica”. Em 2001, a Câmara Municipal aprovou uma proposta que previa, além da adoção do IPTU progressivo, reajuste de até 75% para estabelecimentos comerciais. Em 2010, o teto do aumento do imposto chegou a 30% para residências e a 45% para o comércio.

Em seguida, o prefeito criticou o que chama de “uma excessiva partidarização” do assunto e, sem citar o nome do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que houve um “movimento de um dos candidatos a governador, querendo mostrar serviço às custas do povo pobre de São Paulo, que vai pagar mais do que deveria”. Skaf deve ser o candidato do PMDB ao Palácio dos Bandeirantes nas eleições deste ano.

Redação

21 Comentários

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    1. Desenho

      Rebolla,

      com essa imagem, você simplifica quais são seus interesses, quando acusa o PT e a esquerda de estarem “acabando” com o Brasil. Você, como uma parcela de brasileiros que desgostam do governo popular, querem mesmo é que tudo continue como sempre foi até a chegada de Lula à presidência: privilégios para uns e miséria e pobreza para a maioria. 

    2. Essa é a forma desse troll

      Essa é a forma desse troll SEM ARGUMENTOS, para defender a injustiça social, fazendo os mais pobres pagarem o IPTU para os mais ricos. O troll obtuso quer que os ricos paguem menos do que a lei define, graças à falta de reajuste dos valores dos imóveis e que os pobres paguem a mais.

      O troll em questão sempre foi contra a justiça social e sempre defendeu a exploração dos mais pobres. Isso não é novidade para nenhum dos leitores assíduos do blog.

  1. Inacreditável

    Segundo o relato do prefeito Haddad nos últimos 12 anos o aumento do IPTU em São Paulo foi da ordem de até 120% para estabelecimentos comerciais, e ele ainda quer aumentar mais uns 20%? Inacreditável! Ou o IPTU de São Paulo é o mais barato do Brasil, ou vai ser impossível ter um estabelecimento comercial nessa cidade. 20% de aumento é o valor de um sanduiche? Quanto que ele paga de IPTU afinal?

    1. Nos últimos 8 anos tivemos

      Nos últimos 8 anos tivemos grandes aumentos do IPTU e nem a FIESP nem o judiciário disseram nada. Aliás, nem você reclamou.

      Eram aumentos lineares, ou seja, na mesma porcentagem para ricos e pobres, o que representa aumentar mais para os pobres e menos para os ricos.

      Enquanto isso o valor venal dos imóveis mais bem localizados da cidade explodia, sem que o IPTU fosse reajustado proporcionalmente.

      Portanto a política do Kassab era aumentr impostos para os pobres e reduzir para os ricos.

      O projeto do Haddad compensava em parte essa injustiça social, aumentando a isenção e dando aumentos menores para os mais pobres, enquanto reajustava o valor dos imóveis mais caros para que a cobrança de impostos fosse mais justa.

      Não havia nenhum abuso, o projeto era justo.

       

  2. Que sanduiche é esse que

    Que sanduiche é esse que custas uns 400 reais?

    Pra quem disse no Itaim Paulista que era Itaim Bibi,pensa que o sanduiche custa igual nos dois lugares.

       Mesmo perto da casa dele( Ponto Chic) dá pra comprar uns 25 sanduiches.

    1. De sério, o anarquista não

      De sério, o anarquista não tem nada. Melhor alterar  p/ ANARQUISTA HILÁRIO, para dizer o mínimo e evitar um bate boca dispensável.

  3. Haddad e sua sensibilidade!

    Ontem, numa entrevista após 2 dias da vergonhosa ocorrência em S. Paulo, percebia-se um pouco de tristeza no semblante desse grande brasileiro. Aos que aqui comentam sobre o aumento que seria dado em S.Paulo, informo que por ocasião da ” grita” dos moradores, apareceu em uma reportagem da TV, uma senhora que mora numa bela e grande casa e com um extenso terreno à volta, reclamando, e mostrando o seu IPTU. O IPTU, marcava 1.350,00 reais. Informo que aqui no Rio, essa senhora estaria pagando hoje por volta de 4.000,00 e, subtraindo-se metade do terreno mostrado.O pior disso tudo, como já comentei, é triste ter visto pessoas humildes, que teriam isenção de IPTU, reclamando aos repórteres , do aumento. Trabalharam o factóide muito bem! São os PROFISSIONAIS da desconstrução!

  4. Achei a fala do prefeito

    Achei a fala do prefeito Fernando Haddad muito ponderada e segura. Não é à toa que, hoje, ele é indiscutivelmente um dos quadros políticos mais importantes do país. É incrível que, de toda a entrevista, seja citado aqui apenas este trecho acima, para criar polêmica. Ele falou sobre várias outras coisas que têm grande significado social e político. Também não entendi por que razão ele não teve todo o horário do programa ao seu dipor, para discorrer sobre tantos temas que interessam às pessoas, pois suas intervenções foram todas pontuadas com dados e informações de altíssima relevância? A outra convidada, na minha mais modesta opinião, não deu nenhuma contribuição ao debate. A não ser a exibição do mais completo vazio de ideias, que tem caracterizado os círculos dos assim chamados intelectuais e acadêmicos do Brasil atual. Quem melhor refletiu sobre isso foi o próprio prefeito, quando falou sobre o estado [lamentável] da educação paulistana: como é possível que a cidade que tem a melhor universidade da América Latina (USP), possa ter, ao mesmo tempo, um ensino fundamental assim tão degradado? É isso: quem deveria estar pensando a cidade, o estado, o país, simplesmente não o faz. E está de costas para a sociedade!

     

  5. Alhos e bugalhos e aritmética jogada no lixo!

    A tal lei 15044/09 prevê aumentos da ordem de DÉCIMOS percentuais nos valores venais dos imóveis, ora bolas. As alíquotas aumentam na mesma ordem. Detalhe: valores venais de TODOS os imóveis.

    Já o alcaide propôs um aumento diferenciado entre os sub-distritos, com percentuais de obscenas dezenas percentuais em alguns (os mais centrais, onde a prefeitura tem menos gastos dada a estrutura que existe) e zero em outros (onde falta tudo). Arranca-rabo de classes com impostos? Francamente…

    Mas as piadas mesmo são as diferentes justificativas. A mais ridícula delas: “rico tem que pagar mesmo”. Como se nas regiões mais centrais só tivessem abastados e nas periferias só pobretões. Quem tem imóvel tem que pagar, ponto. Tanto faz se em Itaim Bibi ou Itaim Paulista, oras. Se os próprios valores dos imóveis já são as balizas do valor do imposto, prá que diabos distorcer o que já é justo? Para jogar com a platéia? Ou temos munícipes mais múnicipes que outros? Ou ainda: “a valorização dos imóveis deve repercutir no imposto”. Como se este aumento fosse capitalizado instantaneamente ou como se já não houvesse o ITBI (cobrado na transação de imóveis) que serve para isso.

    Bola foríssima e justificativa mais furada que peneira por parte do prefeito. Mais estranho ainda é o LN cair nesta conversa.

  6. Exemplo da ” PGV “

      Apto. antigo com 90,0 mts2 area total, 65,0 mts2 area util, situado em Z-2 – area nobre de São Paulo: R$ 75.000,00 na PGV da Prefeitura, e isento de IPTU há mais de 15 anos.

       Valor de mercado do imovel: R$ 600.000,00

       Com o reajuste do Haddad: PGV= aprox. R$ 98.000,00 .

  7. Só em governos petistas o “povo” acorda…

    Eu li a lista dos aumentos propostos por Haddad, e realmente muitos iam ter uma diminuição do IPTU ou um aumento de apenas 2%. Mesmo assim, na onda dos “justiceiros” dos mídias, todo mundo insurgiu, sem saber quanto realmente iriam pagar. Em geral o IPTU de São Paulo, sobretudo para os imóveis mais antigos chega a ser ridículo, se comparado com o que a gente paga pelo IPVA.

    Será que ninguém tem nada a dizer sobre o IPVA, que pode custar muito mais do que o IPTU? Pessoalmente, pago quase 4 vezes mais por possuir um carro do que por um bom apartamento. Sem contar que o IPTU pode ser “diluido” em 10 vezes, enquanto o IPVA no máximo nos primeiros três meses do ano!

    Mas, ninguém mexe com governos tucanos, parece. É muita falta de honestidade.

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