Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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Em “O Predestinado” somos todos prisioneiros dos paradoxos do Tempo, por Wilson Ferreira

Por Wilson Ferreira

A noção de Tempo não passa de uma convenção lógica criada pelo homem para organizar os eventos da sua existência. Por isso, guarda uma série de paradoxos, assim como os sistemas lógicos matemáticos, mostrando seus limites e insuficiências. O filme australiano “O Predestinado” (Predestination, 2014) trata de um desses paradoxos: o paradoxo da predestinação – passado, presente e futuro não se sucedem mas coexistem e se interagem, condenando-nos à condição de prisioneiros em espécies de armadilhas temporais. Ciclos viciosos cuja única fuga é através da condição existencial de estranhamento, alienação e investigação paranoica. A condição de sermos como Detetives e Estrangeiros para escaparmos dessas armadilhas. Assim como certa vez o matemático Alfred Tarski resolveu o célebre Paradoxo do Mentiroso de Epiménides. Filme sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

Uma das coisas fascinantes dentro da Filosofia é demonstrar os limites da lógica com seus paradoxos e incompletudes como, por exemplo o Teorema da Gödel que demonstra as limitações inerentes a todo sistema matemático. Ou o famoso Paradoxo do Mentiroso de Epiménides onde uma afirmação produz sua própria negação, produzindo um raciocínio circular, recursivo e sem solução.

“Todo cretense (natural de Creta) é mentiroso”, disse o cretense Epiménides. Mas se a frase for verdadeira, o filósofo estaria nos contando uma mentira. Mas se for mentira, a frase é verdadeira. Mas não pode ser, pois todo cretense é mentiroso, e assim por diante num ciclo vicioso sem solução.

O Tempo também é uma forma lógica de organizar nossa existência e que, portanto, também guarda paradoxos como, por exemplo, a relatividade tempo/espaço de Einstein ou o “paradoxo da predestinação” de que trata o filme O Predestinado

O filme é uma produção australiana dirigida Michael e Peter Spierig baseada num conto do escritor de ficção científica Robert Heinlein chamado All You Zombies – adianto que a narrativa toma o termo “zumbis” apenas no sentido metafórico.

O paradoxo temporal da predestinação sempre foi a própria essência dos filmes sobre o tempo do período modernista do cinema e séries de TV como O Túnel do Tempo ( Time Tunnel, 1966-67) onde os protagonistas Doug e Tony vagavam perdidos na História, tentavam evitar tragédias mas a inevitabilidade da flecha do tempo sempre conspirava contra eles e as coisas acabavam acontecendo tal como foram descritas nos livros de História. Alterar eventos históricos poderia criar paradoxos catastróficos que, inclusive, poderia fazer desaparecer os próprios sujeitos das alterações.

O Tempo Pós-Moderno

Mas O Predestinado é um filme pós-moderno e, como tal, vê o tempo dentro de uma perspectiva mais flexível onde os paradoxos podem ser confrontados e, assim, os protagonistas sempre podem criar novos passados ou futuros como nos filmes da trilogia De Volta para o Futuro, Primer (filme analisado pelo Cinegnose – clique aqui), Time After Time, Looper etc.

O Predestinado nos mostra a luta de um protagonista que tenta enfrentar esse paradoxo onde ele próprio figura o problema e a solução da seguinte forma: “Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? O Galo!”. 

Como o leitor perceberá, o filme resolve o paradoxo de maneira análoga à célebre solução ao paradoxo do mentiroso dada pelo lógico e matemático polonês Alfred Tarski: a frase do cretense mentiroso implica num nível metalinguístico, nível superior na hierarquia semântica onde conseguimos distinguir afirmações do cretense e sobre cretenses. Ou de “ovo”e “galinha” e sobre galos.

Seguindo a tradição dos filmes gnósticos, a solução somente poderá ser encontrada no interior do próprio protagonista quando perceberá que o paradoxo não é produzido por alguma entidade estranha chamada Tempo, mas por uma própria luta interior que parece sempre mantê-lo prisioneiro em um tipo de armadilha temporal.

O Filme 

O Predestinado é um daqueles filmes difíceis de fazer uma resenha: qualquer coisa que possa ser dita corre o risco de transformar-se num gigantesco spoiler e prejudicar a experiência da narrativa. Mas vamos ficar nos aspectos mais externos.

O filme acompanha um “agente temporal” de uma espécie de agência governamental secreta no futuro (nos anos 1990) formada por um grupo de elite de pessoas que viajam através do Tempo a fim de prevenir crimes horríveis antes que eles ocorram.

O filme começa quando vemos um desses agentes tentando desarmar uma bomba de um terrorista chamado “O Detonador Sussurrante” que explodirá quarteirões de Nova York em março de 1975. Ele não consegue e retorna para o futuro com o rosto desfigurado pela explosão. Na sede da agência é feita uma cirurgia plástica para recuperar seu rosto, quando finalmente vemos o rosto do protagonista feito por Ethan Hawke.

Obcecado em descobrir quem é o terrorista que sempre consegue vencê-lo, o agente retorna para a Nova York dos anos 1970, dessa vez como um bartender. Nesse bar ele começa uma conversa com um cara com uma aparência ligeiramente andrógina apenas conhecido como “A Mãe Solteira” – Sarah Snook. Ele ganha a vida escrevendo contos falsos sobre confissões intimistas femininas para leitoras desocupadas em revistas populares. 

Em troca de uma garrafa de uísque ele promete contar para o bartender “a melhor história que você já ouviu”, na verdade a sua própria história que começa quando foi largado ainda bebê na porta de um orfanato em 1945.

Lá ele (na verdade “ela”) cresce com o nome de Jane. Desde o início ela demonstra qualidades que a destacam das outras meninas: inteligência, determinação e força física. O que desperta interesse do enigmático Mr. Robertson (Noah Taylor), agente de uma agência governamental chamada SpaceCorp, agência dos anos 1960 supostamente destinada para formar mulheres que no futuro farão missões de resgate e socorro a astronautas no espaço.

Porém Jane se apaixona por um homem misterioso que a engravida e desaparece deixando-a sozinha e sem emprego – mulheres com filhos ou família não é o perfil procurado pela SpaceCorp. E para piorar ainda mais, seu bebê é sequestrado do berçário do hospital o que conduzirá a mais uma descoberta que causará uma reviravolta na sua vida.

Detetives e Estrangeiros – atenção: perigo de spoilers

Fazer as conexões entre esse bartender, Jane, SpaceCorp, e Mr. Robertson será o desafio do espectador para resolver, junto com o protagonista, o chamado paradoxo da predestinação. 

 

Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

8 Comentários

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  1. “o filme resolve o paradoxo

    “o filme resolve o paradoxo de maneira análoga à célebre solução ao paradoxo do mentiroso dada pelo lógico e matemático polonês Alfred Tarski: a frase do cretense mentiroso implica num nível metalinguístico, nível superior na hierarquia semântica onde conseguimos distinguir afirmações do cretense e sobre cretenses. Ou de “ovo”e “galinha” e sobre galos”:

    A sentenca eh falsa.  100 por cento falsa, Wilson, e eh uma das razoes que eu nunca me enfiei em literatura de paradoxos. I don’t do doxes!  Vejamos:

    ““Todo cretense (natural de Creta) é mentiroso”, disse o cretense Epiménides. Mas se a frase for verdadeira, o filósofo estaria nos contando uma mentira. Mas se for mentira, a frase é verdadeira. Mas não pode ser, pois todo cretense é mentiroso, e assim por diante num ciclo vicioso sem solução”

    O modelo SE nao comporta isso.  Todo 1 vai pra esquerda e todo 0 vai pra direita.  Essa eh a realidade fisica do modelo SE.  Resumindo em curtissima sentenca:

    Nao se pode ter um 1 indo pra direita como afirmacao que todo 1 vai pra esquerda.  (Onde “1” eh a abstracao de um objeto fisico, diga se, e nao uma abstracao propriamente numerica.)

    Portanto, a sentenca eh falsa em termos fisicos e nao “metalinguisticos” ou seja la que definicao se possa usar.  Falsa, falsa, falsa.  Nao, nao eh um “paradoxo”:  ela eh simplesmente falsa.  Eu posso muito bem extender falsamente a logica dizendo que esse 1 esta indo pra esquerda “em outro universo” e pro meu universo ele esta indo pra direita, e so assim -estracalhando a logica- eu “resolveria” o “paradoxo” -milhares de pessoas ja extenderam a logica atravez dos seculos, exatamente dessa maneira.  Extenderam com falsidades.

    Pra mim?  Nunquinhas.  I don’t do doxes.

    Essa eh so uma das dezenas de razoes que eu nunca lidei nem gostei de paradoxos.  O que nao quer dizer que eu nao li Heinleim, li praticamente tudo que ele e varios outros autores escreveram de sci fi (eu so leio e assisto exclusivamente sci fi), inclusive as duas historias irmans nas quais o filme eh baseado.

    (ainda assistindo o filme)

  2. “Todo cretense (natural de

    “Todo cretense (natural de Creta) é mentiroso”, disse o cretense Epiménides. Mas se a frase for verdadeira, o filósofo estaria nos contando uma mentira” ( não porque a frase não exclui a hipótese de o cretense não mentir o tempo todo, mesmo porque, nenhum sociedade sobreviveria para passar para a história, se fosse baseada na mentira o tempo todo).

    “Mas se for mentira, a frase é verdadeira” ( não porque o fato dele mentir, não significa que todo cretense é mentiroso como ele, e isso não faz da frase verdadeira).

     

    1. O meu comentário acima é

      O meu comentário acima é simplório, mas diz de outra maneira a resolução do paradoxo apresentada no texto: “a frase do cretense mentiroso implica num nível metalinguístico, nível superior na hierarquia semântica onde conseguimos distinguir afirmações do cretense e sobre cretenses.

      1. E voce se perdeu tambem,

        E voce se perdeu tambem, Meire!  Que coisa incrivel, todo mundo faz isso ha milhares de anos!!!

        O “ir para a esquerda” ou “ir para a direita” eh inherente ao objeto:  nao ha meio termo.  Isso nao eh “distinguir afirmacoes SOBRE ou DO cretense”, eh inherente a ele:  ou vai pra esquerda ou vai pra direita.  Se eh inherente a ele, entao ir para a esquerda inherentemente nao implica nada sobre qualquer coisa, e deduzir verdade ou mentira baseado no que nao eh inherente eh fisicamente tao falso como decidir que um objeto vermelho que diz “eu sou azul” eh azul por isso estar escrito nele.

        1. Princípio da não contradição violado.

          http://filosofar.blogs.sapo.pt/113419.html 

          O paradoxo do mentiroso, um pseudo paradoxo (fragilidades da filosofia analítica anglo-saxónica- III)

          O “paradoxo do mentiroso” é um argumento aceite como válido pela filosofia analítica anglo-saxónica. Blackburn o enuncia-o assim:

          «Paradoxo do mentiroso – Paradoxo alegadamente devido a Epiménides. Há um certo número de paradoxos que pertencem à família do mentiroso. O exemplo mais simples é a frase «Esta frase é falsa», que tem de ser falsa se for verdadeira, e verdadeira se for falsa. Uma sugestão de solução é afirmar que a frase nada diz; mas as frases que nada dizem não são, no mínimo, verdadeiras. Nesse caso, consideramos a frase ” Esta frase não é verdadeira” que, se nada diz, não é verdadeira e, logo, é verdadeira (a este tipo de raciocínio chama-se por vezes “o paradoxo fortalecido  do mentiroso”). …

          (Simon Blackburn, Dicionário de Filosofia, pag 320, Gradiva, 2007; o destaque a negrito é posto por mim).

          Há aqui uma pura manipulação sofística, um pseudo raciocínio: a frase, dita por um mentiroso, é falsa se for verdadeira, é verdadeira se for falsa. É óbvio que isto é uma impossibilidade lógica: verdadeira, em que sentido? Falsa, em que sentido?  Obrigatoriamente, terá de ser em sentidos diferentes e isso Blackburn e os seus partidários não discernem e não explicam. A dialética é, para eles, estranha. A sua analítica analisa, isto é, decompõe em elementos diversos, menos do que a dialética. Blackburn não pensa dialeticamente: mistura no mesmo plano, verdade e falsidade, o que viola o princípio da não contradição.  Como é que uma frase é falsa sendo verdadeira? Está-se a confundir o fundo com a forma, o conteúdo com o continente, a locução com o locutor.

          Trata-se de um pseudoparadoxo, o que se descobre pela aplicação do método dialético e do seu princípio «um divide-se em dois». Não existe um só enunciador da frase «Esta frase é falsa» mas dois: o mentiroso em acto e o mentiroso em potência. Se é o mentiroso em acto que diz «esta frase é falsa», a frase seria, logicamente, verdadeira, se tivesse algum conteúdo: o mentiroso em acto está obrigado a mentir. Se é o mentiroso em potência, ou seja, alguèm que no momento presente fala verdade mas que virá ou poderá vir a mentir no futuro, a frase «Esta frase é falsa», se porventura tivesse algum conteúdo, seria igualmente verdadeira, embora com conteúdo concreto diferente da frase dita pelo mentiroso em acto.

          Quando se diz «esta frase é falsa» não se distingue entre o  triplo sentido da palavra verdade: como essência ideal, ligada a referentes ideais, teoréticos, como essência confirmada no plano da existência materiale como existência linguística.

          Blackburn afirma confusamente acima: «Nesse caso, consideramos a frase ” Esta frase não é verdadeira” que, se nada diz, não é verdadeira e, logo, é verdadeira (a este tipo de raciocínio chama-se por vezes “o paradoxo fortalecido  do mentiroso”).»

          Então a frase que nada diz, não verdadeira,  é verdadeira? É pura sofística. É confundir, numa amálgama, planos distintos. Se a frase nada diz,  é falsa enquanto essência mas é verdadeira enquanto existência linguística, construção formal de palavras. A dialética, como ciência do uno, dos géneros e das espécies, impõe distinguir os vários sentidos de um mesmo conceito-termo, as várias ramificações deste, mas não é praticada por estes senhores da filosofia “analítica” que sofrem o fetichismo das palavras, os «efeitos especiais» destas, sem penetrar o sentido mais profundo de cada uma.

          Ao considerar a frase “esta frase não é verdadeira” não se distingue, em regra, que há duas proposições dentro da mesma frase, uma que funciona como enunciado a outra como enunciador : cada proposição possui o seu domínio próprio mas o pensamento caótico, sofístico, confunde-as . Se a frase interior é falsa como essência, isto é na sua relação com o referente, a frase exterior, englobante e judicativa sobre a primeira, é verdadeira. Não há paradoxo nenhum nisto.

          Se disser «A frase “o número atómico do oxigénio é 78”  é falsa»,  esta frase é verdadeira enquanto reportando-se a objetos reais, os átomos e os seus constituintes eletrónicos: sabe-se, de acordo com a tabela periódica dos elementos químicos, que o número atómico do oxigénio é 8. O que é falso é a frase dentro da frase ( a que está balizada por aspas: “o número atómico do oxigénio é 78”, a que chamo a frase interior )  não a frase como enunciado global. Esta última só pode ser dita por alguém que fala verdade neste momento – o mentiroso em potência – e não pelo mentiroso em acto. Este dirá apenas: “o número atómico do oxigénio é 78”.

          Dizer «esta frase é falsa» pode significar: é falsa no seu conteúdo concreto mas é verdadeira enquanto invólucro externo desse conteúdo. Portanto não há aqui nenhum paradoxo, mas apenas sofisma, confusão do terreno do verdadeiro com o terreno do falso. A palavra frase é tomada, sem que as pessoas se apercebam, em dois sentidos distintos, um anterior-interior e o outro posterior-exterior, este último um juízo de verdade sobre o primeiro. Há duas frases: a primeira é “esta frase”  – uma frase oculta, com aspecto de sujeito, frase de sentido indeterminado, hermeticamente fechada como uma boneca russa dentro da outra – e a segunda é “esta frase é falsa”. Ora como pode a boneca russa mais pequena fechada no interior da maior avaliar o aspecto desta? Não pode. E como pode a boneca russa maior avaliar o aspeto, o valor de verdade, da que está fechada no seu interior? Não pode.

           

          Diz-se que é um paradoxo o facto de o cretense Epiménides ter dito o seguinte: «Todos os cretenses são mentirosos”. Não há paradoxo nenhum, porque Epiménides podia ser mentiroso ocasional – não se mente sempre, em regra – e proferir esta afirmação sendo ela verdadeira. 

          1. UAU! Ce eh um genio!

            Uau!  Um genio de texto, e genericamente eu me recuso a ler todos argumentos no assunto:  em geral eu me recuso a ler argumentos sobre “paradoxos”…  mas esse me relembrou de varias coisas.

            Inclusive que o penultimo paragrafo entra em contradicao direta com o ultimo paragrafo.  Notemos SO MEN TE a primeira senteca do penultimo:

            “Dizer «esta frase é falsa» pode significar: é falsa no seu conteúdo concreto mas é verdadeira enquanto invólucro externo desse conteúdo”:

            (Enfiando aspectos tecnicos dos espiritas aqui)

            So que “pode” ja eh uma decisao – a outra eh “deve”.  Ou eh possibilidade “pode” ou eh probabilidade “deve”, como qualquer medium de meia tijela lhe pode dizer.  So que “pode” ou “deve” sao logicamente opostos.  Eu nao me adentrei nesse assunto nem vou me adentrar.  Eu ahei a unica coisa inherente ao assunto que EH.

            E “ser” nao depende de tenso verbal.  SE voce acredita que o mentiroso so vai em uma direcao enquanto o verdadeiro so vai em outra direcao, voce ja aceitou taticamente que direcoes opostas estao se digladiando.  So que voce nao “pode” introduzir uma direcao a mais ainda, as primeiras direcoes digladiantes tem que ser resolvidas, e elas “podem” SOMENTE ser resolvidas no tenso preseinte, no “EH” ou “NAO EH”.

            “Pode” eh um VOTO seu, leitor, de confianca no passado que ja passou, enquanto “deve” eh um VOTO de confianca no futuro que ainda nao passou.  Eu discardo todos dois pois a contradicao que eu achei AINDA eh inherente aa situacao presente:  ou vai pra esquerda ou vai pra direita.  Ou eh verdadeiro ou eh falso.  E a afirmacao “eu estou mentindo” eh falsa com todas as letras por entrar em contradicao direta com a minha mediunidade.  Nao ha e nem pode existir um “EH” nessa situacao exceto “falso”.  Ou uma coisa se move pra direita ou se move pra esquerda  O OUTRO “meio termo” eh se mover pra frente ou pra traz.  So que disso tambem nos ja sabemos.

            Fuzilo o primeiro espirita que eu ver lidando com esse tipo de “paradoxo”.  Ele eh ate mesmo anti-linguagem!  Quando eu digo que “essa frase ai eh falsa”, eu nao estou “tomando uma decisao” a respeito de alguma coisa, eu estou descobrindo uma verdade inherente ao que foi dito.  E a coisa eh falsa mesmo.

          2. (Perdao, Meire, saiu como

            (Perdao, Meire, saiu como gozacao a voce e eu achei o texto um barato!)

  3. “Mas O Predestinado é um

    “Mas O Predestinado é um filme pós-moderno e, como tal, vê o tempo dentro de uma perspectiva mais flexível”

    O filme comportaria também uma leitura moral, onde nessa busca interior de si mesmo, nem todos conseguem, da mesma maneira que o detetive do filme, resolver seus conflitos provocados à alguns ( especialmente mulheres e crianças em destaque no filme), pelos graves problemas e agressões do mundo em que vivem.

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