Sessão das Dez: “Florbela”

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Florbela

A poetisa Florbela Espanca (Dalila Carmo) não consegue levar uma vida de dona de casa e esposa em uma região rural. Seu desejo de descobertas leva-a a acompanhar o irmão Apeles na grande Lisboa, onde pode enfim conhecer tudo o que desejava: festas, amantes, movimentos populares… Embora o marido tente trazê-la de volta, e o irmão seja obrigado a partir, Florbela sente que encontrou seu lugar. Nesta cidade surge a inspiração para os seus maiores poemas.

https://www.youtube.com/watch?v=y-qvKz_9vG4 width:700 height:394

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. Fanatismo

    Minh’ alma, de sonhar-te, anda perdida

    Meus olhos andam cegos de te ver

    Não és sequer a razão do meu viver

    pois que tu és já toda minha vida

    Não vejo nada assim enlouquecida

    Passo no mundo, meu amor, a ler

    No misterioso livro do teu ser

    A mesma história, tantas vezes lida!

    “Tudo no mundo é frágil, tudo passa.”

    Quando me dizem isto, toda a graça

    De uma boca divina, fala em mim!

    E, olhos postos em ti, digo de rastros:

    “Ah! podem voar mundos, morrer astros

    Que tu és como um deus: princípio e fim”.

     

    PS.: seu nome jà é um verso Florbela D’Alma Espanca

    1. Belíssima!
      Se Tu Viesses Ver-me…

      Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
      A essa hora dos mágicos cansaços,
      Quando a noite de manso se avizinha,
      E me prendesses toda nos teus braços…

      Quando me lembra: esse sabor que tinha
      A tua boca… o eco dos teus passos…
      O teu riso de fonte… os teus abraços…
      Os teus beijos… a tua mão na minha…

      Se tu viesses quando, linda e louca,
      Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
      E é de seda vermelha e canta e ri

      E é como um cravo ao sol a minha boca…
      Quando os olhos se me cerram de desejo…
      E os meus braços se estendem para ti…

      Florbela Espanca, in “Charneca em Flor”

  2. Junho
    O Livro das Mágoas

    Para Quê?!

    Tudo é vaidade neste mundo vão…
    Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
    E mal desponta em nós a madrugada,
    Vem logo a noite encher o coração!

    Até o amor nos mente, essa canção
    Que o nosso peito ri à gargalhada,
    Flor que é nascida e logo desfolhada,
    Pétalas que se pisam pelo chão!…

    Beijos de amor! Pra quê?!… Tristes vaidades!
    Sonhos que logo são realidades,
    Que nos deixam a alma como morta!

    Só neles acredita quem é louca!
    Beijos de amor que vão de boca em boca,
    Como pobres que vão de porta em porta!…

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