Xadrez de como os músicos vieram salvar a utopia Brasil, por Luís Nassif

Texto para o Seminário O Renascimento das Utopias, que ocorrerá nos dias 14 e 15 de setembro no Rio de Janeiro

Foram alguns anos de guerra e destruição. Grandes fogueiras arderam por muito tempo, consumindo fiéis e ímpios, a velha política e os jacobinos que ascenderam pregando o ódio e a punição. No centro da arena, o orçamento.

Protegendo-o, a muralha da Constituição. Dentro dela, um punhado de generais vacilantes, reunidos em um sarcófago de nome Supremo. No seu entorno, grupos variados, cada qual manobrando seus instrumentos mortais visando a conquista do butim.

Os juízes entraram armados de sicas  e escudos; os procuradores, de gládios e lanças; os técnicos do TCU, com as redes com pesos nas bordas; e o mercado com seus carros de combate, anunciados por corneteiros da mídia. E as cornetas tinham o condão de espalhar o terror a quem as ouvisse.

A luta ultrapassou os limites da arena e se estendeu por todo o país, especialmente depois que os defensores da Constituição levantaram suas batas, deixando à mostra canelas desossadas, e saíram aceleradamente de ré, para não aparentar a fuga dos deveres. Fugiram sem dar as costas, data venia.

Derrubada a última cidadela, as instituições sofreram um massacre generalizado e o orçamento foi alvo de pilhagem em nível jamais ocorrido.  Bombas de alta calibragem, de nome PEC, destruíram o que restava. No horizonte, viam-se  apenas destroços, cadáveres de ideias insepultas, fetos mortos, de sonhos não realizados, ruínas de sonhos interrompidos  do que antes fora uma civilização promissora.

Jogadas por todo o país, as bombas de nêutron não deixaram instituições em pé, vitimaram milhões de pessoas, mortas pela fome, pela peste, pelas PMs e pelo desencanto. Uma pesada bruma envolvia todo o país, impedindo as pessoas de se verem.

Todas as velhas lideranças foram  destruídas. Dos partidos políticos, nenhum sobrevivera ao grande expurgo. Principal estimuladora de uma guerra fratricida, da mídia viam-se apenas destroços, manchetes boiando no esgoto onde foram afogadas todas as verdades.

Último dos grupos sobreviventes, a Rede Globo foi engolfada pelas redes sociais, depois de ter sido decepada em dezenas de pedaços por uma turba raivosa, que juntou extremistas de direita, de esquerda e moderados de outros tempos, que guerras inclementes haviam transformado também em vingadores sanguinários.

Os tecnocratas foram os últimos a serem liquidados.

Antes do grande dilúvio, haviam tomado de assalto a capital federal, especialmente os das áreas jurídicas e de controle. O parlamento foi substituído por uma junta de controle composta por presidentes de tribunais superiores, da CGU e do MPF, todos eleitos apenas pelas respectivas corporações, e avalizados pelo Mercado.

Na planície, as empresas foram tomadas de assaltos por advogados, contadores, egressos do Ministério Público, da Controladoria Geral da União, dos Tribunais de Conta, controlando todos os passos, impedindo qualquer decisão, expulsando, por inúteis, gestores, pesquisadores, empreendedores, prendendo e expondo à turba o funcionário que ousasse qualquer passo fora do manual ou o cidadão que aspirasse qualquer demanda do setor público.

Foram anos e anos de purgação até que o ódio injetado na veia do país fosse expelido e, de uma nação extenuada pelas guerras sem fim, brotasse um princípio de acordo.

Quando as bombas cessaram, os primeiros sobreviventes puseram a cabeça para fora de seus abrigos. Olharam o horizonte. Onde, antes havia um país, agora restava o silêncio sepulcral.

https://www.youtube.com/watch?v=NG0piPBjAzk]

A reação começou quando um bisneto de candangos encontrou no fundo do baú um toca-discos e colocou para tocar um baião de Gonzaga: “a gente lembra só  por lembrar”. O som entrou fundo na sua cachola, despertando lembranças imemoriais. Rapidamente chamou os vizinhos para mostrar o achado. O som foi se espalhando pelo quarteirão, depois pelo bairro, finalmente alcançou as redes sociais.

De outros cantos do país, outros sons foram brotando no circuito, como peças de um enorme quebra-cabeças.

De uma vila do Nordeste ouviu-se um som de sanfona e um repente; das bordas do sul, responderam com um chamamé; do centro, em Minas, tambores e toadas; ao lado, em São Paulo, sons de viola. Como náufragos se encontrando, os sons foram se aproximando, até que um batuque explodiu no Rio, e o samba juntou a todos em uma confraternização irresistível: o país estava vivo. Os cantores que ajudaram na Abolição da Escravatura no século anterior, que celebraram a democracia nos anos 80, que foram a resistência no momento final, em que o país foi açambarcado por uma organização criminosa, estavam de volta, juntando os cacos do país e, mais uma vez, comandando o renascimento da Nação.

[video:https://www.youtube.com/watch?v=tk4Qho11ysc

Ao som de maracatus, sambas e frevos, houve a convocação da nova grande Assembleia Constituinte.

Dos HDs, preservados em grandes tubos de aço, no pior período da guerra, sábios sobreviventes extraíram experiências e conhecimentos da era anterior para trazer para a mesa de negociação. E, com a solidariedade e o bom senso só possíveis em períodos de pós-guerra, teve início a grande negociação.

Os princípios fundadores

Tiveram que reaprender, desde o início, como se constrói uma Nação.

O primeiro passo foi pensar que país que se queria. A destruição do velho país, as lições das guerras havidas, dos erros cometidos, ajudavam a dar mais objetividade aos constituintes.

O primeiro ponto, inegociável, foi a fixação das chamadas cláusulas pétreas: a ideia de que todos seriam iguais, o conceito da igualdade de oportunidades, a solidariedade, o combate a todas formas de preconceito.

Os enormes erros cometidos no período que antecedeu as guerras púnicas impuseram um cuidado adicional para não se repetirem. No período de maior turbulência, o Estado passou a ser disputado por corporações públicas, pelo mercado e por uma organização criminosa que se apossou do poder distribuindo nacos da Nação como se fosse um butim capturado por piratas.

Havia a necessidade de um aprofundamento da democracia.

Foram recriadas, então, as Conferências nacionais e conselhos de participação em todas as instâncias. Para impedir a apropriação por grupos políticos, definiram-se regras claras garantindo a participação isonômica de toda a sociedade, de trabalhadores a pequenos empresários, de movimentos sociais a religiosos, das grandes cadeias produtivas às representações regionais.

Corporações de Estado, que tiveram papel central na destruição do país, perderam suas regalias. Recriou-se o Conselho Nacional de Justiça, mas com composição majoritária de pessoas fora do Judiciário. Acabou-se com o Ministério Público Federal que, nos estertores do velho regime, havia se convertido no maior fator de desestabilização institucional e falhado em sua missão de defender a Constituição. Copiou-se o modelo de países maduros, nos quais procuradores da República são indicados pelo presidente da República eleito. O Tribunal de Contas voltou a ser apenas um órgão de assessoria do Legislativo. E fortaleceram-se as defensorias públicas que assumiram as atividades positivas minoritárias do MPF, de defesa dos direitos difusos do cidadão.

O combate à corrupção consolidou-se com a ampla abertura dos dados de governo, de suas empresas e fornecedores, e também das grandes organizações privadas.

Houve uma Justiça de Transição, sim, que julgou e condenou juízes e procuradores que fugiram de sua missão constitucional, de defender a Constituição. Não houve reações maiores. Àquela altura, eram apenas lembranças velhas, como a dos velhos torturadores que passaram o resto de seus dias temendo o castigo das leis, depois de terem sido condenados pela história.

O novo modelo de participação

As redes sociais haviam criado uma enorme profusão de grupos de interesse dispersos, com suas demandas bastante específicas. Por isso mesmo, constatou-se a inevitabilidade da recriação dos partidos políticos, sindicatos, conselhos e associações, como forma de organizar as demandas, encontrar pontos em comum e dar visibilidade e massa crítica política às propostas

Partidos e sindicatos passaram a se organizar em um conjunto de células das redes sociais, cada qual escolhendo seu representante, podendo ser substituído a qualquer momento ao menor sinal de não cumprimento dos compromissos firmados.

Não se implantou a democracia direta, pela impossibilidade de dar consistência a demandas dispersas. Mas os grandes temas nacionais passaram a ser submetidos a escrutínios diretos, através de votação digital.

Para impedir a manipulação da opinião pública, houve uma grande reforma nas comunicações, depois que os grupos de mídia soçobraram no caos por eles mesmos criado. Definiram-se regras objetivas para impedir a concentração da informação. E, antes de cada plebiscito, havia a garantia expressa de igualdade de oportunidades para a apresentação de todas as propostas.

Mas não bastavam os conselhos cidadãos para impedir a apropriação do Estado pelas corporações.

O novo Estado deveria ser forte e enxuto. Retiraram, então, do fundo do baú, as leis de abertura de dados e, graças ao grande avanço dos bigdatas, foram desenvolvidos indicadores para cada área do Estado. E, nos indicadores, incluíram índices de satisfação dos contribuintes, impactos de cada ação no desenvolvimento humano, econômico e social.

Consolidados os dados, para surpresa geral descobriram verdades enterradas pelo pesado véu de desinformação do período anterior. O aumento do salário mínimo para a aposentadoria, em vez de mais gastos para o Estado, significava uma enorme economia, pois aposentados e pensionistas se tornaram arrimo de família. Com isso, havia apoio aos filhos e netos, que puderam estudar. O Estado economizou os gastos com saúde, segurança e teve enorme ganho de eficiência com a melhor formação escolar.

Com indicadores adequados, foi possível avaliar a relação custo x benefício de cada obra pública, assim como os financiamentos do BNDES. A velha mania de analisar os subsídios do BNDES – diferença entre a taxa Selic e a TJLP – se sofisticou e foram incluídas as chamadas externalidades positivas, os impostos que passaram a ser pagos pela empresa, nos seus produtos, na sua folha de pagamentos. E impediram-se as grandes obras faraônicas de duvidoso retorno social.

As indústrias do bem estar

Com esses indicadores, foi possível mensurar o tamanho ideal do Estado e abrir espaço para as potencialidades da população, soterradas nos anos de chumbo pelo peso do mercado no orçamento público e nas corporações nas funções de Estado.

A liberação das energias se deu em vários planos.

Para a base da pirâmide, redescobriram políticas sociais que, em algum momento, haviam se tornado modelo para o mundo. Relançou-se a renda mínima e novas políticas de educação, saúde e segurança, mas remodeladas para os novos tempos. Cada moradia passou a ter direito a um computador ligado à Internet e cada cidadão a um celular com os principais aplicativos cidadãos.

Conquistou-se novamente amplo acesso à alimentação, educação e saúde. Mas não na forma estática do velho regime. Em cada escola foram criados comitês com participação de alunos, pais e professores. O ensino passou a se organizar em torno de projetos concretos, ligados a problemas da região, permitindo aos alunos o aprendizado objetivo e a busca de informações fora do ambiente das escolas. E foram desenvolvidas metodologias permitindo medir o impacto dos projetos e do ensino no crescimento dos alunos, no desenvolvimento regional e nas formas de solidariedade.

Ao mesmo tempo que estimulava a participação social na gestão do ensino, a educação também passou a fornecer ferramentas para o empreendedorismo, através do estímulo à criação de grandes cooperativas virtuais.

Com o renascimento da cidadania, o SUS e o MEC se transformaram em grandes compradores e nos maiores financiadores de pesquisas para a nascente indústria de bem estar.

O SUS levantava todas as compras de medicamentos e fechava acordos com multinacionais. Para vender ao SUS teriam que transferir tecnologia para laboratórios públicos que, por sua vez, montariam convênios com laboratórios privados nacionais. Desse pacto renasceu a indústria farmacêutica brasileira, ao contrário da indiana, focada no bem-estar da população.

O mesmo ocorreu com o MEC. As aulas foram digitalizadas, criou plataformas em que cada criança definia o ritmo do seu aprendizado e aprendia a mudar de nível se valendo da pedagogia dos games.

A renegociação da Lei Geral das Telecomunicações permitiu, pela primeira vez, a universalização da banda larga.

O SUS renasceu das cinzas, mas em outras bases. Deu-se poder efetivo aos conselhos de saúde. Através de aplicativos cada cidadão passou a ter sua ficha médica registrada e acompanhada por centros de avaliação e as avaliações passaram a tomar por base a eficácia do tratamento e não o número de procedimentos.

O renascimento da cidadania obrigou a uma melhoria nos serviços públicos.

Criaram-se parcerias entre Estado e setor privado em saúde e educação. A Finep ressurgiu das cinzas e, em parceria com as fundações de amparo à pesquisa, ressuscitou os programas de startups para a área de saúde e educação.

E, como democracia consolidada, o Brasil voltou a aspirar a ser o líder das economias do bem-estar fornecendo para todos os grandes países emergentes.

A nova economia

No Ministério da Cultura foram criadas grandes plataformas digitais incumbidas de abrigar toda a produção cultural digital brasileira. Jovens de todas as partes do país acorreram com suas músicas, seus sons, seu colorido.

Cicatrizadas as horrendas chagas do período anterior, o brasileiro voltou a ser visto como o povo alegre, criativo, aberto às novas experiências, acolhedor de imigrantes. Os temas da sensualidade, do meio ambiente, dos festejos e do modo de vida descolado ajudaram a consolidar novamente a imagem do Brasil internamente e no mundo.

Um grande evento global reuniu no Brasil as principais culturas do mundo com os imigrantes que, desde o século 19, ajudaram a construir a pátria. E celebraram o renascimento do país, irmanados com coletivos de LBTGs, de feministas negras, com o movimento negro e com as ONGs do setor moderno da economia. E o mundo se deu conta de que o Brasil voltara a ser a síntese que permitiu a união de todas as raças.

Essas grandes celebrações ajudaram a apagar da memória nacional o período vergonhoso da intolerância, do preconceito, do ódio plantados pela mídia e por movimentos de ultra-direita.

Em pouco tempo as plataformas musicais brasileiras ganharam mundo, permitindo o renascimento de cooperativas de cultura por todo o país, todas ligadas entre si pela plataforma e com seus produtos oferecidos ao mundo.

Brigadas culturais, grupos de jovens contratados por cooperativas de moda, passaram a percorrer as comunidades digitais de jovens do mundo inteiro, levando a alegria da marca Brasil. E, debaixo do festival de cores, o país tornou-se um grande fornecedor de moda e de música.

Nas plataformas de vendas online, jovens criativos passaram a prospectar mercados externos, identificando demandas dos clientes e desenhando coleções cujos moldes chegavam na ponta a grupos de pequenas empresas através de impressoras 3D. Tudo de modo desburocratizado, em um ambiente de cooperação informal que permitiu brotar a reconhecida criatividade brasileira.

Mantiveram-se também grandes cadeias produtivas, com estímulos para que as empresas-mãe levassem princípios de qualidade, gestão e inovação para a cadeia de fornecedores.

Graças aos chips, os pequenos fabricantes começaram gradativamente a conquistar o controle da clientela, antes dominada pelos grandes varejistas.

Aos poucos foi se formando uma imensa rede de pequenos fabricantes, pequenos fornecedores, trabalhando de forma sincronizada em torno de plataformas coletivas, onde trocavam experiências, ideias, montavam estratégias de venda. E dessa nova geração nasceram futuros grandes empresários, que souberam assimilar toda a criatividade da cultura brasileira.

Os fóruns de pactuação

Por todas as partes, houve a descoberta dos ganhos da pactuação, dos acordos de produtividade à busca da paz social.

Foram recriadas câmaras setoriais, reunindo trabalhadores e empresas em torno de metas de produtividade e de divisão dos ganhos. Houve mapeamento das grandes cadeias produtivas e o fortalecimento dos pequenos fornecedores através de políticas fiscais inteligentes e de programas de capacitação conduzidos pelas empresas-polo.

Ressuscitou-se o Conselhão, que voltou a se tornar uma fonte de ideias originais e de pactuação. E também as câmaras empresariais no âmbito da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, permitindo montar planos consistentes de investimentos em áreas inovadoras.

Houve completa reformulação da política monetária e os juros foram trazidos para níveis compatíveis com os níveis internacionais. Sem o peso dos juros, houve redução dos fluxos cambiais com a consequente desvalorização do real, aumentando a competitividade das empresas brasileiras.

Com a abertura do mercado interno, pelo câmbio, com a redução do custo interno, sem o peso dos juros, houve sobras de caixa nas empresas, que passaram a investir mais em parcerias e inovação.

Empresas e trabalhadores se deram conta de que o grande custo do setor produtivo estava no capital, encarecido por décadas da mais irresponsável política monetária. Com os juros refluindo, houve também notável liberação de recursos orçamentários para a infraestrutura e um novo fôlego para as empresas do setor produtivo.

A redução da Selic levou à queda da Taxa Interna de Retorno esperada dos investimentos. Com isso, houve redução no custo dos investimentos privados, que passaram a se multiplicar por todo o país.

Sem os ganhos provenientes das altas taxas de juros e dos spreads da intermediação, os bancos comerciais voltaram a centrar esforços na concessão de crédito. Os fundos de investimento e fundos de pensão saíram da renda fixa e começaram a buscar oportunidades de investimento na renda variável. E, nela, os investimentos em infraestrutura se tornaram a joia da coroa.

Com os investimentos públicos retomando, com o mercado de capitais sem a âncora das elevadas taxas de juros, houve uma corrida em direção às médias empreiteiras, que puderam se capitalizar e ocupar o lugar deixado pelas empreiteiras vítimas da Lava Jato.

A alegria brasileira, mais a recuperação do dinamismo, trouxe de volta o soft power da diplomacia brasileira. Em pouco tempo, reconquistou o espaço perdido na Africa, América Latina e emergentes. 

A nova economia agrícola

A tecnologia tropical brasileira passou novamente a ter papel central na recuperação da África.

Ao mesmo tempo, houve a recuperação das bandeiras do combustível verde. Agora, com os juros deixando de oprimir, com o CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico) impedindo a concentração econômica, depois dos desastres dos antigos campeões nacionais, criou-se uma nova economia no campo, complementar ao agronegócio. Multiplicaram-se as pequenas propriedades agrícolas, auto-suficientes em energia, produzindo combustível verde com o ajuda das grandes inovações ocorridas no período, depois que a Finep e as Fundações de Amparo à Pesquisa recuperaram sua visão de futuro.

Renasceram as vilas agrícolas, descongestionando os grandes centros, enquanto uma política regional inteligente tratava de preparar as futuras metrópoles para crescerem em cima da oferta de serviços públicos e culturais e da busca da qualidade de vida.

Em pouco tempo, o novo Brasil atraiu os olhos de habitantes de vários países, que voltaram a buscar abrigo e oportunidades nas terras brasileiras.

Foi erguido, então, um monumento ao imigrante desconhecido, um senhor italiano que logo após a guerra vendeu suas terras, juntou um dinheirinho e começou a analisar para qual país fugir da fome e do ódio. Nos alto-falantes do porto, então, começou a tocar “Aquarela do Brasil”. E ele não vacilou: um país que tem uma música tão bonita como esta, só pode ser um grande país.

 

Luis Nassif

69 Comentários

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  1. Divino Maravilhoso

    A música é tudo!

    É só me chamar pra tocar uma flauta transversal… tô dentro.

    Não é à toa que escolhi a clave de sol como meu “avatar”, que me identifica em diversos websites, há muitos e muitos anos.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=_onoQnEBhsw align:center]

    No mais… que coisa fantástica… parar para pensar um projeto de nação, hein? Ao invés de apenas sugerir que se pense em um projeto de nação, o senhor Nassif medita sobre cada um dos pilares, e nos brinda com sugestões brilhantes para todas as áreas.

  2. E as pessoas, de apodrecidos

    E as pessoas, de apodrecidos entes anestesiados pelo egoísmo e consumo desenfreado, foram transformadas em robôs de longa duração, porém limitada, destituídos de sentimentos reais e de humanidade básica.

    Luis Nassif, seu otimismo ao mesmo tempo me enerva e me deslumbra.

  3. uau…muitos aplausos…………………..que maravilha

    mas quem sou eu para comentar uma Obra Prima!?

    mas vou me atrever: dígna do Prêmio Nobel

  4. Julga STF!

    p { margin-bottom: 0.1in; line-height: 120%; }

    Pra começar a utopia pela celeridade no judiciário. Julga STF! Já faz mais de um ano que um processo de impedimento obscuro e maculado empossou na presidência um politico que foi pego negociando propina em malas de dinheiro, enquanto por decisão do próprio STF pessoas investigadas por corrupção não podem permanecer na linha sucessorial da presidência da republica, e negociou o próprio impitiman segundo gravações, e continua negociando para se livrar das investigações. Os fatos relevantíssimos para a ordem publica apontam para a urgência e gravidade do processo para ser julgado, não engavetado, para atender o clamor esse sim das ruas que aponta 80% de apoio ao seguimento das investigações de um politico que não pode ser julgado que caracteriza sua atuação no processo de impitiman como uma tentativa de obstrução de justiça, um processo que esta para ser julgado, dados os fatos e por questão de ordem, por clamor popular, utopicamente. Julga STF!

  5. Só uma intuição:

    Um esforço hercúleo para tentar se resgatar os pilares de uma identidade nacional. Ecos de 22?

    Se for, cuidado. Nossa auto-imagem não foi formulada deste jeito por acaso ou por gente atemporal ou a-histórica.

    Toda a manipulação sofrida nestes último tempos e que foi arquitetada e desferida pelos comunicadores não foi mais do que a instrumentalzação de nosso inconsciente coletivo. Foi a parte sombria do que somos a matéria-prima de toda esta destruição. E não sejamos condescendentes ao criticar os individuos que maquinaram tal tragédia. Eles entendem muito bem do riscado, desde a Segunda Guerra.

    Desgraçadamente, teremos de admitir: arrancaram nossas fantasias e nos deram um espelho.

    Antes de purgar, é preciso o luto. E ambos os estágios da mudança mental – purgação e luto – não se definem como mera sobrevivência ao mal que nos acometeu. Depois de lamber as feridas, é preciso aceitar o que nos tornamos. Nem todos reagem bem a deformidades e cicatrizes. Por consolo, nos resta saber que em nada pareceremos com aquilo que julgávamos ser. Será o fim da identidade ditada pelo outro. Teremos, portanto, uma fase cínico-depressiva.

    Aí sim, poderemos olhar para trás e entender a profundidade das mentiras que nos foram pregadas. O caminho a ser seguido depois disto, senhor Nassif, nunca é condizente com nenhum exercício de futurologia utópica.

  6. E como ninguém é de ferro,

    E como ninguém é de ferro, boa parte passou a terminar o dia comendo um tira-gosto e tomando uma loira gelada, no boteco pé sujo da esquina, todo mundo zoando-se mutuamente, ao som peculiar de cada recanto, com a criançada tomando seu guaraná sem tirar a tampinha da garrafa, com um buraquinho feito nela por um providencial prego martelado. E a noite abrindo-se estrelada, reluzindo as Três Marias e o Cruzeiro do Sul (que me desculpem os atleticanos…).

  7. Pela falta de reação do povo,
    Pela falta de reação do povo, das instituições e das forças democráticas internacionais gostaria de ler uma DISTOPIA escrita por Nassif, seria bem mais crível.

  8. Utopias

    Todo grande homem enxerga grande (com licença pelo clichê), não obstante o que seria deste mundo sem os sonhadores, os grandes pensadores, empreendedores; os visionarios? Também embarquei nesse sonho de Pais-Nação que desde menina tenho para o meu Brasil e meu povo. O final do artigo deixa a gente realmente com muita saudade do Brasil. O que foi feito De Vera?

  9. Para sorte de todos nós que o
    Para sorte de todos nós que o admiramos, o Nassif nasceu sonhador e vai morrer sonhador. Porque, para realizar tudo que nesse belo texto está escrito, será necessário, em primeiro lugar, combinar com os russos – ou, para modernizar o ditado, com os chineses. Para tanto, teremos que recorrer ao ser humano, o único que não deveria entrar nesse enredo.
    Gostaria de ser otimista, como o Nassif. Não consigo. Continuo achando que Deus deveria ter descansado já no sexto dia.

  10. Texto lindo – pena que é

    Texto lindo – pena que é sobre o que o país poderia ter sido e não o que ele é e, do jeito que as coisas andam, será. Com a elite que temos não é possível que triunfe um projeto de país que inclua todos os brasileiros. A cultura do Brasil é o que vai sobreviver ao país e o que será lembrado de bom no futuro – mas não vai compensar o lado negro de uma elite formada por gente que nunca viu a gente como gente. 

  11. Sonhar

    Sonhar mais um sonho impossível

    Lutar quando é fácil ceder,

    Vencer o inimigoinvencível

    Negar quando a regra é vender

    Sofrer a tortura implacável

    Romper a incabível prisão

    Voar num limite improvável

    Tocar o inacessível chão

    É munha lei, é minha questão

    Virar esse mundo, cravar esse chão

    Não me importa saber

    Se é terrivel demais

    Quantas guerras terei que vencer

    por umpouco de paz

    E amanhã se este chão que eu beijei

    for meu leito e perdão

    Vou saber que valeu

    Delirar e morrer de paixão

    E assim, seja lá como for

    vai ter fim a infinita aflição

    E o mundo vai ver uma flor

    Brotar do impossível chão

    https://www.youtube.com/watch?v=9–MWT-hEFA

     

  12.  Caro Nassif, no meio do

     Caro Nassif, no meio do texto tive a impressão de ler um conto de Asimov, visionário. De mais imediato sugiro uma profunda reforma no judiciário, extinção dos tribunais de (faz) de contas e ministéros públicos.

  13. Maravilha: o Brasil ser

    Maravilha: o Brasil ser tornará nação a partir de um surto de otimismo e musica ( são metaforas no meu caso)  e ao mesmo tempo os traidores e demais lesa-patrias deixarão de prejudicar o pais pois sentirão a euforia do espirito santo penetrando seus corações e mentes.

    Surpreendente como isso ( o pós acopalipse relatado )acontecerá no Brasil sem precisar enfrentar de frente tudo e todos que por 500 anos fazem dos brasileiros ( não todos por óbvio) os pusilâmides que somos.

    Vamos derrotar tudo que ai esta com palavra e sem ações. Cordialmente. Como sempre. 

    E com nossas consciencias tranquilas, fodam-se nossos filhos, netos, bisnetos e as proximas gerações que verão a historia se repetir como farsa. Até que surja o mahdi e aceite o preço que temos de pagar para estancar essa sangria absurda.

  14. Texto sensacional. Que surja

    Texto sensacional. Que surja esse país.

    Ainda precisamos nos livrar das corporações cretinas de estado e da elite predadora, que atrasaram esse projeto que começava em 2003. 

  15. Poderia ser se o Brasil fosse ilha

    Se isso acontecesse, esse sepultamento do Brasil, não se teria mais Brasil, mas várias colônias de outros interesses, pois esse teria sido o objetivo. Pior, para quem é ingênuo, eles pensam a longo prazo, décadas, séculos. E esperam que a semente do câncer se espalhe e quando não sobrar mais organismo prestável, eles dessem como parasitas, bicheiras, e se refestelam.

  16. Está na hora de se juntarem

    Está na hora de se juntarem os grandes pensadores da música brasileira, como Chico, Caetano e Gil, Lenine, Zeca Baleiro, e tantos outros do mesmo naipe, para, juntos, cantarem um protesto veemente, que repercuta mundo afora, e que possa bradar a nossa voz engasgada. 

    Não é possível que a gente permaneça nessa apatia. A gente está vivendo mais ou menos O MITO DA CAVERNA. 

     

  17. Elis e o ultimo show Saudade do Brasil, no TUCA

    Revirando o HD da memória, só pode ter sido no segundo semestre de 1980, visto que no primeiro semestre morei no interior da Bahia e o LP e o show são desse ano. O show Saudade do Brasil estava já no último dia, no TUCA, um domingo, após algumas semanas em cartaz.

    O táxi me deixou na esquina da Monte Alegre, quando desci reparei em uma menina negra, muito magra, gorro na cabeça (estava frio) que mascaravam suas feições, vendendo flores no cruzamento. Idade indefinida, não era nova, talvez entre 30 e 40 anos. Ou talvez fosse nova e a vida difícil lhe desse feições de mais velha. 

    Comprei o ingresso na porta (naquele tempo isso era possível), pouco me importando com o lugar no teatro, visto que aos 24 anos sentava nos shows invariavelmente no chão, exatamente embaixo do palco (sim, isso também era possível naquele tempo).

    Passa das 21 horas e nada, o show está atrasado. Súbito um tropel de gente entrando no teatro. Como não havia público suficiente, pouco mais da metade do teatro e se tratava do último dia da temporada, liberaram a bilheteria para quem quisesse entrar. E lá apareceu esbaforida a menina das flores, com as flores nas mãos e tudo e sentou-se também no chão, próximo de onde eu estava. Acho que ela não acreditava no que estava acontecendo, para quem tinha ido até ao TUCA a trabalho.

    O show era emocionante do primeiro ao último minuto, longo, pouco mais de duas horas. A trupe de bailarinos dava um toque especial. Estava presenciando aquela maravilha pela segunda vez.  

    Findo o show, a cena inesquecível. Com o teatro já praticamente vazio, a produção já começando a desmontar os equipamentos a menina continuava sentada no chão, em transe. Então levantou-se, caminhou dois passos e depositou todas as flores que tinha nas mãos chão do palco, oferecendo à Elis. Era sua retribuição ao que tinha acabado de presenciar, não poderia pagar aquilo com dinheiro, mas com as flores que vendia no semáforo. 

    Voltou e sentou-se no mesmo lugar, cabeça apoiada nas mãos. Disfarcei, levantei e sentei-me na primeira fila para acompanhar o desfecho daquela cena tocante. Após algum tempo, alguém da produção veio até o palco e recolheu as flores, levando, quem sabe, para o camarim. Só então ela se levantou e foi embora, dando a missão por cumprida. 

    Naquele tempo, segundo semestre de 1980, sonhávamos que bastaria o fim da ditadura e o restabelecimento da democracia para que a utopia Brasil se realizasse. 

    1. Belo relato
      Emocionante seu relato. Após ler o texto do Nassif, cheio de utopias, funcionou como um complemento, uma mostra de que, se não era suficiente, como não foi, acabar com a ditadura, é necessário continuar acreditando, entendendo que o “processo”, diferentemente da “revolução”, exige um pouco mais de paciência, sem capitulações. Como disse Ivan Lins, nada de “entregar o jogo no primeiro tempo”.

  18. “Renasceram as vilas

    “Renasceram as vilas agrícolas, descongestionando os grandes centros,(…)”

    Sem um maciço retorno ao campo não há salvação. Aqui, ali e onde for.

     

    Ontem à noite, assistindo um excelente documentário da série A História da China, com Michael Wood, pela BBC, e me chamando a atenção a capacidade daquele país de saír das crises como a que foi engolfada a partir da Guerra do Ópio, origem do HSBC, e que perdurou por cem anos, com reflexos de fato até duas décadas atrás.

    A crônica do Nassif, enquanto fantasiosa que é, nos alenta justo pela fantasia a que nos impele, e que por isso vira esperança.

    A música é, de fato, a única salvação.

  19. Está à disposição de candidatos e partidos

    O que o Nassif nos apresenta de forma emocionante nada mais é do que um programa completo de governo ou de algum partido político. 

  20. A Distopia de Sakamoto:
    O sujeito, que se esfola no serviço até não aguentar mais, recebe um salário de fome e depende de programas de renda mínima para comprar o frango do aniversário do filho, chega em casa esgotado física e mentalmente após ter ralado o dia inteiro em uma merda de emprego (que, ainda por cima, corre o risco de deixar de existir pelos planos de terceirização na empresa graças às reformas ”modernizantes” do governo federal), senta-se no sofá e ouve o moço de cabelo impecável na TV dizer que bilhões foram gastos para comprar votos de deputados a fim de salvar Michel Temer de ser julgado por corrupção, mas também que bilhões foram desviados em escândalos de corrupção, bilhões foram garantidos em subsídios e renúncias fiscais a empresários e bilhões deixaram de ser recolhidos por conta das isenções de impostos a que os mais ricos têm direito, para, logo na sequência, ver engravatados senhores explicarem que o rombo das finanças nunca foi tão grande e que bilhões precisam ser economizados através do adiamento das aposentadorias para o país não quebre – e a cada palavra proferida pelos engravatados senhores, que parecem ter todos os dentes do mundo, um desespero genuíno vai lhe tomando conta, pois se lembra que seu corpo já não é como antes e se tiver que procurar um novo emprego naquele momento da vida, estará ferrado, sua companheira está ferrada, seus filhos estão ferrados, seus pais estão ferrados e, percebendo o quanto ferrado já está, seu desespero vai se transformando em vontade de quebrar tudo, não por autopiedade, mas frustração e raiva, e com a garganta embargada de choro, decide parar de pagar impostos, de seguir leis e regras injustas feitas pelas mesmas pessoas que estão lhe fodendo sem nenhuma cerimônia e a ir para a rua protestar contra um país desgraçado que lhe obriga a ter que escolher entre comprar o tal frango do filho ou trazer sabão e pasta de dentes, enquanto alguns arrotam caviar com dinheiro de impostos, mas daí se lembra do rapaz carioca, negro e pobre, que foi preso em uma manifestação por portar Pinho Sol e depois preso novamente por ser acusado de carregar alguns gramas de drogas enquanto o filho de uma desembargadora foi solto ao ser pegos com quase 130 quilos de drogas, e a vontade de sair quebrando tudo dá lugar à lembrança de que o país não é dele, nunca foi, e que ele é apenas a mão de obra barata que faz a engrenagem funcionar, nunca ganhará uma mala de R$ 500 mil de um dono de frigorífico por serviços prestados e mesmo se fizesse uma tatuagem de hena com o nome do presidente, não levaria milhões em emendas, pelo contrário, seria apenas mais um bobo pobre que acredita no governo (igual àqueles colegas do trabalho que botaram fé em tudo o que é mandado por listas de WhatsApp e passaram a achar que o principal problema do país são os comunistas) e, respirando fundo, se lembra que tem que acordar cedo amanhã porque o serviço tá atrasado, abraça forte a sua companheira, que acaba de chegar de uma viagem de mais de duas horas de ônibus da casa patroa onde é empregada doméstica, e a ouve perguntar com aquela voz que traz paz ao mundo se está tudo bem com ele, no que responde com um beijo em sua testa, a velha mentira do cisco no olho e um aviso de que a novela já vai começar.

    “Milagre não é Temer se manter, mas povo ter força para se levantar de manhã”

    Artigo de Leonardo Sakamoto

    1. Perfeito. Aí está a distopia
      Perfeito. Aí está a distopia que o Nassif jamais escreverá. E o pior, faltou explicitar a desgraça que as marionetes de cabelo penteado e dentição perfeita jamais mencionam, os juros pagos aos banqueiros.

  21. Xadrez de como a Lava Jato protegeu Michel Temer

    está no ar. quem é antenado, se conecta e capta. a música tocando. não vai ser fácil, não vai ser rápido, nem vai ser bonito. mas vamos reconstruir este país. já temos todo o material que precisamos: as pedras dos escombros de um Brasil morto.

    vídeo: Tente Outra Vez – Raul Seixas

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=wx0wyD1sXFM%5D

    vídeo: Onde Eu Nasci Passa um Rio – Caetano Veloso

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=2tgwFNoxRNM%5D

    .

  22. Utopia ou ontem cedo?

    Mas o texto só revela o que o PT fez de bom em dez anos, acrescido com uma pitada poética de quem fumou alguma erva não estragada.

    Havia o pt e quase tudo isso aí, veio o golpe, e temos o que temos hoje.

    Resumo: Depois do golpe, o caos.

    O Brasil que queremos, antes, sem inúmeros defeitos não seria o Brasil, seria a Suécia, não quero; e o que eles sempre quiseram, agora, desgraça total.

    Envie o mesmo texto como uma cobrança para nossa elites do judisssiário. Envie já a eles. 

    Cobremos já a desgraça completa que nos impuseram. Agora.

     

  23. E Agora Drummond?João

    E Agora Drummond?

    João Nogueira

     exibições2.733

    E agora Drummond?
    Que será de José?
    Que ficou sem tostão
    Que perdeu sua fé,
    Que não tem mais prazer…
    Que deixou de brigar,
    Que rendeu-se ao poder…
    Que não quer protestar,
    Sua raiva murchou
    Não tem gana mais não…
    A esperança acabou…

    E agora Drummond?

    Está sem trabalho
    Está sem dinheiro
    Está sem amigo e sem paradeiro
    Só vê desespero, miséria, abandono
    Os mesmos senhores na terra sem-dono
    Não vê a mudança, sonhar foi em vão
    José já se cansa…

    E agora Drummond?

    Se você voltasse,
    Se você escrevesse,
    Se você contasse que sofrer é esse
    Se você existisse e se denunciasse
    Se José pudesse ver a sua face
    Mas você foi embora,
    Que tristeza então…
    Pra José que chora…

    E agora, Drummond?

    Sozinho ele roda
    Na roda do mundo
    Atrás da utopia jogada no fundo
    Não viu alegria, a justiça não veio
    E o destino do povo parado no meio
    José chama o povo, ninguém lhe responde,
    Mas ele ‘inda marcha…

    Drummond, para onde?
    (E agora Drummond?)

    https://www.vagalume.com.br/joao-nogueira/e-agora-drummond.html

     

     

     

  24. Seu Nassif, peço licensa para

    Seu Nassif, peço licensa para reproduzir um comentário escrito em outro site – comentário feito por um leitor identificado como Neo: 

    Não foi golpe. Foi uma guerra. Não interessa se somos coxinhas ou mortadelas, perdemos essa guerra para forças estrangeiras.

    Fomos atacados por uma nova modalidade de conflito, que utiliza as modernas tecnologias do século 21 para manipular a opinião publica, ocupar posições políticas estratégicas e roubar nossas riquezas, principalmente o petróleo.

    Algo semelhante ocorreu na “primavera árabe” e na mudança de regime da Ucrânia. Com ajuda de uma manipulação maciça das redes sociais, incentivaram protestos contra governos não alinhados aos norte-americanos.

    O resultado é que fomos tirados do BRICS, para sermos uma colônia, e com o fim da CLT, será também um país de escravos travestidos de mão de obra barata. Mas não foram utilizadas apenas as redes sociais, a mídia como um todo, foi usada em peso, chegando mesmo a admitir isso ao denominar a lavagem cerebral que faziam como “jornalismo de guerra”.

    A Rede Globo, verdadeiro câncer brasileiro, não é apenas um canal de TV. É uma arma de guerra de desinformação criada por organizações estrangeiras durante a ditadura militar para controlar e sabotar o Brasil por décadas.

    A Globo consegue fazer com que o brasileiro torça pelos inimigos do país, pois a dominação através da mídia é mais barata do que a militar e tem a vantagem de deixar a população satisfeita, dentro do mundo irreal criado por ela, o que não acontece com a dominação através da força bruta.

     

    https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/310310/N%C3%A3o-foi-golpe-Foi-uma-guerra-E-o-Brasil-perdeu.htm

  25. Xadrez da Biafrasil em construção VS Resistência Cidadã
    Nassif, depois de ser preso e torturado por denunciar crimes contra a saúde pública e ganhar em troca, ainda na adolescência, o ensurdecimento e as crises convulsivas atuais (fruto dos “telefones” ou tapas desferidos com as mãos em concha em meus ouvidos, além dos eletrochoques sucessivos) tornei-me um jornalista “anônimo” há meio século, em parte por ter constituído família e temer revides aos filhos e esposa, mas, principalmente, por não confiar naqueles poderes Judiciário, Executivo e Legislativo que tínhamos e continuamos ter. Assinava as matérias com a certeza de que seria processado pelos criminosos nelas denunciados, razão pela qual mantinha comigo todas as provas documentais (aquelas montanhas de papéis que ocupavam cinco ou seis longas e largas mesas na redação em que trabalhamos juntos), tanto para suprir os advogados do jornal que nos defendiam nesses processos, como por saber que aquele emprego não seria eterno, mas os incomodados vingativos, sim, e caberia a mim defender o que havia assinado com rigor de dissertacionista em busca de doutorado. Depois de três décadas, o dono do jornal – que permitia aquelas reportagens como parte da guerra que movia contra o AI-5 e os censores militares que liam o que escrevíamos – mandou seus filhos me buscarem em casa para despedir-me: era o fim do AI-5 marcando a retomada do deus mercado – mais tarde chamado de neoliberalismo – sobre o dia-a-dia da imprensa; era o fim da guerrilha contra os pólos industriais poluidores, agrotóxicos, latifundiários devastando florestas e terras públicas, barragens faraônicas e usinas nucleares que certamente iriam transformar acidentes catastróficos como os de Fukushima em meros pequenos incômodos, caso tivessem sido implementadas. Voltei então para a clandestinidade, usando redes sociais só para ver fotos dos netos ou notícias, sempre tratando o celular como tratava o telefone fixo, com muito cuidado. De uns tempos para cá, deixei de ser visto como “alarmista”, “conspiracionista” ou portador de síndrome persecutória; já virei apenas “realista”, pois o que dizia – que a CF de 88 era pra inglês ver, assim como a propalada “redemocratização” – é o que todos agora comprovam: o país ainda é o mesmo que Getúlio Vargas e demais insurreitos tentou mas não conseguiu mudar. Com uma população adestrada a se comportar como a da corte lusa ou da metrópole anglo-estadunidense, sempre supomos que aqui era o lugar transitório de amealhar fortuna para bancar a boa vida mais tarde no além-mar, razão pela qual nossas bandeiras eram as mesmas dos descobridores e dominadores subsequentes e nosso principal estado bandeirante uma concentração de autóctones aspirando ao estrangeiro. Como captou Lima Barreto, não temos povo, mas, sim, público, espectadores de si próprios, mera massa contemplativista que se julga visitante e por isso cruza os braços na hora do pega-pra-capar. Por isso, os nacionalistas eram vistos como aborígenes no Brasil-Colônia e hoje são tidos como comunistas ou “politicamente incorretos” – já que o ensino obrigatório de Moral e Civismo nos idos da ditadura militar transformou o patriotismo em mácula e hoje em dia, com a ditadura judicial, em caso de confinamento coercitivo ou qualquer outro “pleonasmoro”. Só falta este, o magistraidor partidário, determinar a substituição dos bustos e estátuas de Tiradentes pelos ícones de Joaquim Silvério dos Reis para completar a deificação dos judas e traidores delatores em nosso panteão pátrio. Teu xadrez salvacionista da utopia é lindo, uma peça de mecânica sideral, mas só para no mínimo 20 ou trinta anos depois das primeiras clarinadas-batucadas-chorinhadas, desde que o show comece agora. Sinto falta, nele, daquela parte que nos foi subtraída quando se criou a Receita Federal, qual seja, que a mesma se aplique aos ricos, magistrados, políticos e seus familiares e prepostos e não apenas aos pobres e assalariados. Só assim mudaríamos os três poderes e poderíamos lutar pela repatriação do que nos foi e está sendo subtraído às claras, pois calada da noite virou sinônimo de muda noctívaga… Só assim começaríamos a plasmar uma república digna desse nome e não esse arremedo fajuto que engambelou Lula e Dilma, essa eterna colônia ultramarina dominada por uma elite que transforma a escravidão em liberdade pós-moderna e o escravo contribuinte em zumbi crente que é cidadão livre e independente, senhor das panelas (cada vez mais vazias) que modelam o presente e futuro desta Biafrasil em construção. Até lá, os amplexos clandestinos dessa minha resistência à falsidade institucional em vigência, saravá!

  26. Blog tambem e cultura.Aos
    Blog tambem e cultura.Aos meus olhos,nesses tempos desalentadores de cegueira e escuridao,a bela composicao musical Juventude Transviada de Luis Melodia,esta para a musica popular brasileira,no mesmo patamar de grandeza da obra literaria Fogo Morto de Jose Lins do Rego,esta atrelada a nossa literatura.Para aumentar ainda mais a nossa angustia de vivermos em um Pais desffigurado,temos o habito rudimentar de so descobrirmos a importancia das pessoas depois de mortas.

  27. Um texto muito bom, utópico

    Um texto muito bom, utópico mesmo, que mostra que o jornalista, como acontece com muitos, também já se apercebeu que estamos numa ditadura de fato, com as instituições típicas da Democracia (Congresso, Justiça, Executivo, aí incluídos a máquina do Estado, as atividades de segurança e inteligência) em mãos dos usurpadores do poder, os golpistas. Sem impedimentos, os parágrafos inicias fazem um resumo dos acontecimentos derivados do golpe de estado de 2016, de forma cifrada, sem todas as letras, forma típica de se expressar numa ditadura.Talvez a pior das ditaduras: pode-se falar à vontade, dizer o que quiser, chamar o presidente de usurpador, traidor, a imensa maioria da população concordando, só não há canais para que possa ser escutado. O texto é longo, mas vale, inclusive com a abertura de músicas brasileiras marcantes, na voz de intérpretes muito especiais. É um texto a meu ver pessimista, principalmente por dar ideia de longevidade ao golpe, mas vale o esforço intelectual para apresentar uma visão de mundo, do Brasil, que a imensa maioria anseia, mas não tem meios para lutar para tornar realidade, nem mesmo verbalizar, por no papel, o que está posto pelo jornalista. Ismos à part, a ideologia do bem comum, da Democracia de fato, mesmo num mundo ainda capitalista, que só tem sentido quando beneficia a todos.

  28. Poxa Nassif, que

    Poxa Nassif, que maravilha!

    Vamos começar isso agora, logo. Esperar não é saber. Aqui em Brasília ha muitos bisnetos de candangos. Um deles certamente terá uma vitrola escondida no fundo de um baú que poderá tocar um baião de Gonzaga, e, então, disparar o processo de refundação do Brasil, para o País novo, justo, feliz, lindo e maravilhoso com que todos nós sonhamos e merecemos.

    Vamos Nassif, vamos, vamos convocar os bisnetos dos candangos!

  29. No futuro teremos um olimpíada no Brasi

    Em pouco tempo, o novo Brasil atraiu os olhos de habitantes de vários países, que voltaram a buscar abrigo e oportunidades nas terras brasileiras.

    Já aconteceu, Nassif!

  30. Gratidão

    Eternamente grato ao Lula.

    …Em 2 de outubro de 2009, depois de perder as eleições anteriores, o Rio de Janeiro – segunda maior cidade do Brasil – conquistou a aprovação do Comitê Olímpico Internacional para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Segundo Carlos Roberto Osório, secretário-geral do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), dessa vez o Rio aprendeu com suas fracassadas candidaturas anteriores e contava com o sucesso de ter sediado os Jogos Pan-Americanos de 2007 no seu cinturão. Isso, combinado com as “circunstâncias especiais” da estabilidade econômica do Brasil em meio à recessão global, ajudou o país a superar as cidades concorrentes. Numa entrevista concedida a Felipe Monteiro, professor de administração, e Ken Shopshire, professor de ética nos negócios e de estudos legais da Wharton, Osório discutiu a proposta vitoriosa e os desafios que tem pela frente…

    http://exame.abril.com.br/negocios/como-rio-conseguiu-ser-sede-olimpiada-2016-593831/

  31. Quando o juiz é o bandido

    >> Corporações de Estado, que tiveram papel central na destruição do país, perderam suas regalias. Recriou-se o Conselho Nacional de Justiça, mas com composição majoritária de pessoas fora do Judiciário.

    Ver parte final deste artigo:

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    Quando o juiz é o bandido: o sequestro dos cofres públicos pelo Sistema de Justiça

    Por “Dom Cesar” & Romulus

    “Jabuticaba”: doce para uns (poucos) e amarga para outros (tantos). Os números evidenciam com clareza, numa análise comparativa com outros países ocidentais, que os custos do Judiciário e do Ministério Público brasileiros são anômalos.

    Consumindo ambos, juntos, 1,62% do PIB (!) …

    (atenção: nessa conta ainda não entram nem a Polícia Federal, nem as defensorias públicas!)

    – … a “escolha” institucional-orçamentária em favor do Judiciário/ MP foi longe demais.

    – Num contexto de desequilíbrio fiscal relevante, com queda de receitas e compressão dos investimentos públicos, tão necessários num quadro de depressão econômica, isso está perdido em algum lugar entre o escândalo e o…

    – … escárnio!

    Inexiste incentivo para o Poder Judiciário/ MP controlarem as suas próprias despesas. Como resultado, há um claro descasamento entre as despesas com o Sistema de Justiça, hipertrofiado, e as demais variáveis do gasto público.

    Diante desse quadro, cabe à sociedade realizar esse trade-off.

    No Estado democrático de direito, ela o faz por meio de mandato (“procuração”) conferido aos Poderes políticos do Estado para tanto.

    (como todos sabemos, é após a iniciativa do Executivo que o Legislativo elabora e, finalmente, aprova o orçamento geral do Estado)

    Ocorre que, no presente, os Poderes políticos foram virtualmente sequestrados pelos atores do Sistema de Justiça. Seja no nível de atores individuais, seja em nível corporativo. Não só na cúpula (STF/ PGR) como também na base (e.g., Moro/ Dallagnol/ ANPR/ AJUFE).

    Arrancam seus (crescentes!) privilégios por vezes com “doçura”, por vezes com…

    – … “chibata”!

    Fãs (em demasia…) da cultura pop americana, não hesitam em adotar a tática do “good cop, bad cop” no “diálogo” (??) institucional.

    A “cenoura e o porrete”:

    – De um lado os velhos laços do compadrio oligárquico;

    e, do outro…

    – As chantagens (mais ou menos explícitas) contra a classe política…

    – … “corrupta” (!)

     

    LEIA MAIS »

    http://bit.ly/JuizBandido

     

  32. Por Matheus Nachtergaele

    Por Matheus Nachtergaele

    Eu achei, sim, que se ia investigar o tal Temer. A política venceu o bom senso. Uma presidente foi caçada, um país desmontado novamente, mais uma geração condenada à miséria de tudo por causa de um negócio que não saberemos qual é, posto que a nós resta pagar em silêncio os impostos para a manutenção dessa babel que é Brasília.

    Para nós não haverá escola, hospital ou transporte decente. Não haverá penicilina, nem água limpa. As chuvas inundarão pra sempre as ruas sujas e sem esgoto, e as crianças nossas serão marginais, criadas no país do desamor, da cocaína, das igrejas evangélicas, do futebol a todo custo.

    Teremos sido o país castrado da festa, e transformado em campo de guerra e feiura. Não haverá, por muito tempo ainda, nenhuma alegria que não seja conquistada apenas por nós mesmos, nas reuniões singelas da dança e da festa. Teremos tido a melhor música do mundo, as mais lindas aves, as praias e a vasta fartura engolidas numa corrupção des-humanista e doente. Teremos sido o país do futebol…grande bobagem.

    De minha parte, vou seguir fazendo filmes, peças e séries de televisão que me pareçam investigadoras do homem do brasil ( com minúscula mesmo, porque estou triste ), do que poderia ter sido uma brasilidade, e serei um dos arautos sinceros do que é bonito e feio em nós. Farei isso até a exaustão de mim.

    É o que sei fazer como artesanato. Nas horas mansas, vou cantarolar um samba canção de arte e meus olhos vão se encher de água impura. Aos poucos, o que era o futuro será o passado, mesmo. Tendo sobrevivido a isso tudo, morrerei sem ter visto o país que ia inventar o novo. Tudo é um negócio. Sorte pra nós. Beijo.”

     

    http://cartacampinas.com.br/2017/08/matheus-nachtergaele-retrata-a-decepcao-e-o-desanimo-de-um-pais-que-desabou/

    http://cartacampinas.com.br/2017/05/brasil-vive-a-maior-crise-economica-da-historia-aponta-estudo-da-unicamp/

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editorial/O-mito-da-apatia-e-a-urgencia-dos-nossos-dias/38593

  33. E, aí, o país da utopia

    E, aí, o país da utopia faliu, por insolvência generalizada (e porque os investimentos em tanta coisa boa só deram retorno em sorriso, não em dinheiro que paga as contas).

    1. Não sei se tu leste o conto fantástico do Nassif,

      mas esta pequena parte pode te dar uma pista de onde viria o dinheiro:

      “A redução da Selic levou à queda da Taxa Interna de Retorno esperada dos investimentos. Com isso, houve redução no custo dos investimentos privados, que passaram a se multiplicar por todo o país.

      Sem os ganhos provenientes das altas taxas de juros e dos spreads da intermediação, os bancos comerciais voltaram a centrar esforços na concessão de crédito. Os fundos de investimento e fundos de pensão saíram da renda fixa e começaram a buscar oportunidades de investimento na renda variável. E, nela, os investimentos em infraestrutura se tornaram a joia da coroa.”

    2. País faliu? Não parece, com

      País faliu? Não parece, com os bilhões e mais bilhões pagos em propinas aos políticos coniventes e perdão às dívidas de grandes bancos e empresas.

  34. Nāo sendo pela paz poderá ser
    Nāo sendo pela paz poderá ser pela guerra: o morro descendo de forma organizada…jå tivemos a experiência dos rolezinhos: que ela seja ampliada e se ramifique como que numa rede ou rizoma…

    O povo brasileiro precisa dar um chega pra lá nessa elite bizarra, veja só alguns exemplos de como atraves dos seculos este pais tem suicidado ao não atentar para a defesa do interesse nacional como tem apontado Nassif:

    Como o Brasil tem ignorado por seculos a defesa do interessa nacional a troco de rapinagem mesquonha de setores da burguesia, no momento empenhada na caçada ao Lula, exatamente quem impulsionou este pais.

    http://revoltabalaiada.blogspot.com.br/2011/12/motivos-da-revolta.html?m=1

    Alem destes ver os casos Panair Brasil e do industrial visionårio Delmiro Gouveia como provas que o nosso grande nó é a falta de percepçao quanto a importancia da defesa do interesse nacional…

    O caso mais recente de ignorancia quanto ao tema defesa do interesse nacional foi a Lava Jato

    Com crise econômica, até executivos viram sem-teto no Rio de Janeiro: e a midia ignora que as causas tiveram origem na primavera do mercado e do golpe cujo processo teve inicio nas jornadas de junho quando a Globo e a direita tipo MBL se apropriaram da narrativa para que o golpe contra os brasileiros fosse dado.

    http://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2017/08/06/interna_nacional,889691/com-crise-economica-ate-executivos-se-tornam-sem-teto-no-rio-de-janei.shtml

    Tivemos 300 anos de regime escravagista

    http://www.institutolula.org/cais-do-valongo-no-rio-de-janeiro-e-eleito-patrimonio-da-humanidade

  35. Hei Nassif que coisa das mais
    Hei Nassif que coisa das mais estranhas….após espalhar o seu texto pelos contatos inclusive para o spin cantor ney matogrosso, peguei no sono e dormi e sonhei olhei fui a nudez..,,,imagina só,

  36. Nassif…o que aconteceu..meu
    Nassif…o que aconteceu..meu texto foi amputado..o sistema comeu
    …cliquei em salvar e publicou apenas o primeiro paragrafo…estou escrevendo via Samsumg J3…foi tao complicado escrever nesse teclado para no final da historia perder tudo..o q faço…

    Vou volta a tela pra ver se acho

  37. Foi no que deu ficar sem
    Foi no que deu ficar sem compputado fixo…tá dando off
    OFfidáriolll
    Off dário
    Bando de serpentes
    Comeram minha escritura
    Não adianta: vou escrever tudo de novo
    Eu volto vou.
    Lll
    Vou
    Viu..

  38. E por falar em ficar off por
    E por falar em ficar off por prazer e não como num OFFdário, li ontem que nós trabalhadores não teremos mais direito a feriado…como assim Nassif: nós escravos não temos direito ao ar.

    Ai ai …quando defendo um banho de sangue acham ruim e vem com lamentos

    Vou é cuidar da minha escritura

    Fui

    .

  39. Nassif,  como o texto havia

    Nassif,  como o texto havia sido destruido,  fiz esta primeira versão de reconstituição do mesmo

    Hei Nassif que coisa das mais estranhas….após espalhar o seu texto pelos contatos inclusive para o spin cantor ney matogrosso, peguei no sono e dormi e sonhei olhei fui a nudez..,,,imagina só, 

  40. Favor publicar o contraponto abaixo
    As distopias de Achille Mbembe
    “A era do humanismo está terminando”

    As desigualdades continuarão a crescer em todo o mundo. Mas, longe de alimentar um ciclo renovado de lutas de classe, os conflitos sociais tomarão cada vez mais a forma de racismo, ultranacionalismo, sexismo, rivalidades étnicas e religiosas, xenofobia, homofobia e outras paixões mortais.

    A difamação de virtudes como o cuidado, a compaixão e a generosidade vai de mãos dadas com a crença, especialmente entre os pobres, de que ganhar é a única coisa que importa e de que ganhar – por qualquer meio necessário – é, em última instância, a coisa certa.

    Com o triunfo desta aproximação neodarwiniana para fazer história, o apartheid, sob diversas modulações, será restaurado como a nova velha norma. Sua restauração abrirá caminho para novos impulsos separatistas, para a construção de mais muros, para a militarização de mais fronteiras, para formas mortais de policiamento, para guerras mais assimétricas, para alianças quebradas e para inumeráveis divisões internas, inclusive em democracias estabelecidas.

    Nenhuma das alternativas acima é acidental. Em qualquer caso, é um sintoma de mudanças estruturais, mudanças que se farão cada vez mais evidentes à medida que o novo século se desenrolar. O mundo como o conhecemos desde o final da Segunda Guerra Mundial, com os longos anos da descolonização, a Guerra Fria e a derrota do comunismo, esse mundo acabou.

    Outro longo e mortal jogo começou. O principal choque da primeira metade do século XXI não será entre religiões ou civilizações. Será entre a democracia liberal e o capitalismo neoliberal, entre o governo das finanças e o governo do povo, entre o humanismo e o niilismo.

    O capitalismo e a democracia liberal triunfaram sobre o fascismo em 1945 e sobre o comunismo no começo dos anos 1990 com a queda da União Soviética. Com a dissolução da União Soviética e o advento da globalização, seus destinos foram desenredados. A crescente bifurcação entre a democracia e o capital é a nova ameaça para a civilização.

    Apoiado pelo poder tecnológico e militar, o capital financeiro conseguiu sua hegemonia sobre o mundo mediante a anexação do núcleo dos desejos humanos e, no processo, transformando-se ele mesmo na primeira teologia secular global. Combinando os atributos de uma tecnologia e uma religião, ela se baseava em dogmas inquestionáveis que as formas modernas de capitalismo compartilharam relutantemente com a democracia desde o período do pós-guerra – a liberdade individual, a competição no mercado e a regra da mercadoria e da propriedade, o culto à ciência, à tecnologia e à razão.

    Cada um destes artigos de fé está sob ameaça. Em seu núcleo, a democracia liberal não é compatível com a lógica interna do capitalismo financeiro. É provável que o choque entre estas duas ideias e princípios seja o acontecimento mais significativo da paisagem política da primeira metade do século XXI, uma paisagem formada menos pela regra da razão do que pela liberação geral de paixões, emoções e afetos.

    Nesta nova paisagem, o conhecimento será definido como conhecimento para o mercado. O próprio mercado será re-imaginado como o mecanismo principal para a validação da verdade. Como os mercados estão se transformam cada vez mais em estruturas e tecnologias algorítmicas, o único conhecimento útil será algorítmico. Em vez de pessoas com corpo, história e carne, inferências estatísticas serão tudo o que conta. As estatísticas e outros dados importantes serão derivados principalmente da computação. Como resultado da confusão de conhecimento, tecnologia e mercados, o desprezo se estenderá a qualquer pessoa que não tiver nada para vender.

    A noção humanística e iluminista do sujeito racional capaz de deliberação e escolha será substituída pela do consumidor conscientemente deliberante e eleitor. Já em construção, um novo tipo de vontade humana triunfará. Este não será o indivíduo liberal que, não faz muito tempo, acreditamos que poderia ser o tema da democracia. O novo ser humano será constituído através e dentro das tecnologias digitais e dos meios computacionais.

    A era computacional – a era do Facebook, Instagram, Twitter – é dominada pela ideia de que há quadros negros limpos no inconsciente. As formas dos novos meios não só levantaram a tampa que as eras culturais anteriores colocaram sobre o inconsciente, mas se converteram nas novas infraestruturas do inconsciente. Ontem, a sociabilidade humana consistia em manter os limites sobre o inconsciente. Pois produzir o social significava exercer vigilância sobre nós mesmos, ou delegar a autoridades específicas o direito de fazer cumprir tal vigilância. A isto se chamava de repressão.

    A principal função da repressão era estabelecer as condições para a sublimação. Nem todos os desejos podem ser realizados. Nem tudo pode ser dito ou feito. A capacidade de limitar-se a si mesmo era a essência da própria liberdade e da liberdade de todos. Em parte graças às formas dos novos meios e à era pós-repressiva que desencadearam, o inconsciente pode agora vagar livremente. A sublimação já não é mais necessária. A linguagem se deslocou. O conteúdo está na forma e a forma está além, ou excedendo o conteúdo. Agora somos levados a acreditar que a mediação já não é necessária.

    Isso explica a crescente posição anti-humanistaq queagora anda de mãos dadas com um desprezo geral pela democracia. Chamar esta fase da nossa história de fascista poderia ser enganoso, a menos que por fascismo estejamos nos referindo à normalização de um estado social da guerra. Tal estado seria em si mesmo um paradoxo, pois, em todo caso, a guerra leva à dissolução do social. No entanto, sob as condições do capitalismo neoliberal, a política se converterá em uma guerra mal sublimada. Esta será uma guerra de classe que nega sua própria natureza: uma guerra contra os pobres, uma guerra racial contra as minorias, uma guerra de gênero contra as mulheres, uma guerra religiosa contra os muçulmanos, uma guerra contra os deficientes.

    O capitalismo neoliberal deixou em sua esteira uma multidão de sujeitos destruídos, muitos dos quais estão profundamente convencidos de que seu futuro imediato será uma exposição contínua à violência e à ameaça existencial. Eles anseiam genuinamente um retorno a certo sentimento de certeza – o sagrado, a hierarquia, a religião e a tradição. Eles acreditam que as nações se transformaram em algo como pântanos que necessitam ser drenados e que o mundo tal como é deve ser levado ao fim. Para que isto aconteça, tudo deve ser limpo. Eles estão convencidos de que só podem se salvar em uma luta violenta para restaurar sua masculinidade, cuja perda atribuem aos mais fracos dentre eles, aos fracos em que não querem se transformar.

    Neste contexto, os empreendedores políticos de maior sucesso serão aqueles que falarem de maneira convincente aos perdedores, aos homens e mulheres destruídos pela globalização e pelas suas identidades arruinadas.

    A política se converterá na luta de rua e a razão não importará. Nem os fatos. A política voltará a ser um assunto de sobrevivência brutal em um ambiente ultracompetitivo.

    Sob tais condições, o futuro da política de massas de esquerda, progressista e orientada para o futuro, é muito incerto. Em um mundo centrado na objetivação de todos e de todo ser vivo em nome do lucro, a eliminação da política pelo capital é a ameaça real. A transformação da política em negócio coloca o risco da eliminação da própria possibilidade da política.

    Se a civilização pode dar lugar a alguma forma de vida política, este é o problema do século XXI.

    Achille Mbembe (1957, Camarões francês) é historiador, pensador pós-colonial e cientista político; estudou na França na década de 1980 e depois ensinou na África (África do Sul, Senegal) e Estados Unidos. Atualmente, ensina no Wits Institute for Social and Economic Research (Universidade de Witwatersrand, África do Sul). Ele publicou Les Jeunes et l’ordre politique en Afrique noire (1985), La naissance du maquis dans le Sud-Cameroun. 1920-1960: histoire des usages de la raison en colonie (1996), De la Postcolonie, essai sur l’imagination politique dans l’Afrique contemporaine (2000), Du gouvernement prive indirect (2000), Sortir de la grande nuit – Essai sur l’Afrique décolonisée (2010), Critique de la raison nègre (2013). Seu novo livro, The Politics of Enmity, será publicado pela Duke University Press neste ano de 2017.

    O artigo foi publicado, originalmente, em inglês, no dia 22-12-2016, no sítio do Mail & Guardian, da África do Sul, sob o título “The age of humanism is ending” e traduzido para o espanhol e publicado por Contemporea filosofia, 31-12-2016. A tradução é de André Langer.

    Fonte: Revista IHU On-line

    http://assisprocura.blogspot.com.br/2017/08/as-distopias-de-achille-mbembe.html?m=1

  41. É, Nassif. O contraponto

    É, Nassif. O contraponto trazido pelo Assis Ribeiro faz mais sentido. Enquanto essa turma que mora em Miami e reside no Brasil estiver dando as cartas, nada poderá ser feito. E eles vão continuar mandando por muitos e muitos anos. Triste Brasil.

  42. …do chão da terra e das utopias…
    Seu Nassif, em primeiro lugar, obrigado! Não só por esse texto, tão simples quanto magnífico, mas por esse blog, esse espaço de JORNALISMO mas também de convívio, debates, troca de ideias…
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    Estou “seguindo seu conselho”, enquanto digito essa resposta ao seu texto, ouço Elis, cantando “O bêbado e o equilibrista” do grande João Bosco, música que me comove até à medula…..
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    É na voz linda dessa diva eterna que escuto os versos: “Mas sei / que um amor assim pungente / não há de ser inutilmente….. / A esperança dança….. ”
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    A “boa mensagem”, a “boa ideia” tem que ter um pouco dos dois, não, seu Nassif? Um tanto do chão da terra, de concretude, de viabilidade – que leve séculos, não importa…. – e um tanto de utopia, essa coisa linda que nos serve de farol para o existir.
    .
    Perfeito, quem em sua utopia, o despertar da nação comece com a música, nossa arte por excelência, festa e consolo do nosso povo há séculos, às vezes, única celebração a que se permitem nossos pobres, desde o samba, o rap, o funk nas favelas, ao Maracatu e outros ritmos e danças do Nordeste e todas as nossas ricas manifestações culturais nessa área, prova da riqueza espiritual do nosso povo….
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    Impossível não ler seu texto, seu Nassif, sem a gente se lembrar de outro grande sonhador, que bem que tentou realizar uma obra linda de transformação do nosso país: Darci Ribeiro. É só para te lembrar e a nós todos, que talvez não vejamos em nossa geração alguns desses sonhos, como a punição justa e merecida dos procuradores e juízes torpes, perversos, que usaram as instituições de um modo perverso, torpe e até sádico, torturando e destruindo vidas com o seu poder absoluto. Talvez não vejamos o fim da Globo, talvez sim, não sei…..
    Mas segue sendo importante, humana, legítima, a famosa frase de Darci, já ao fim de sua vida linda, em que afirma ter “fracassado em tudo o que tentou….”, mas que “odiaria ter estado ao lado dos que o venceram….”
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    Não desprezemos todos os frutos da boa luta, da luta justa…. Se o alvo é a RECONSTRUÇÃO DE UM PAÍS, ou quem sabe, não seria “A CONSTRUÇÃO” mesmo? – alguns alvos serão alcançados, outros não, se farão caminho a longo prazo para as gerações de nossos filhos e netos.
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    Mas temos a OBRIGAÇÃO, com nós mesmos e com eles, de deixar uma base sólida e confiável plantada nesse chão de nossa pátria…..
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    Por isso seu texto é um primor, seu Nassif…. Porque fala do “chão”, mas fala também da “utopia”, traz os tijolos para o que se pode construir logo, a curto prazo, e traz os “faróis” para o resto do caminho….
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    Eu só espero que velhos ou novos líderes, não importa, sejam capazes de MOBILIZAR a parte sã da sociedade, a parte não enferma, não fanática, para que nos ergamos, TOMEMOS AS RUAS num movimento semelhante ao “diretas já”, para que essa camarilha que tomou o país de assalto passe a ter a sensação de que “há algo novo no ar….”
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    Se temos articulistas capazes de nos trazer o chão e o farol das utopias, precisamos agora que se apresentem os líderes capazes de nos erguer em luta por esses objetivos.
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    Por ora, obrigado, muito! Um abraço.
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    Eduardo Ramos

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