Raio X do Comércio em novembro: o vôo de galinha da economia, por Luis Nassif

Depois do factoide do crescimento de 9,5% nas vendas de shoppings, o setor encara a realidade

Vamos ao nosso Raio X do Comércio, com a divulgação, pelo IBGE, dos dados levantados até novembro de 2019.

Os dados mostram a economia parada: em novembro o comércio caiu 0,64% em relação a outubro, subiu 1,57% no ano e permanece 2,9% abaixo de 2014.

Sobre o comportamento dos shoppings centers

A Alshop (Associação das Lojas de Shoppings Centers) se desmoralizou totalmente, com a falsa estatística de 9,5% de crescimento nas vendas dos shoppings em dezembro. Seus dados foram contestados, não divulgou a pesquisa, blefou com a notícia de que faria um seminário com especialistas para discutir a metodologia empregada. Definitivamente, não houve pesquisa.

Por outro lado, era óbvio que o comportamento do comércio em novembro refletia aspectos pontuais – Black Friday e liberação do FGTS e PIS-Pasep, que não se repetiriam nos meses seguinte. O consumidor gastou o que tinha em novembro e não voltou às compras em dezembro.

Quando se compara com os principais indicadores da Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, percebe-se que não houve sequer o vôo de galinha anunciado: todos esses continuam abaixo dos níveis registrados em 2014

Sobre o comportamento do comércio nos Estados

Não se deve levar ao pé da letra as estatísticas de curto prazo sobre o comportamento do comércio nos estados. Há muita volatilidade, indicando insuficiência de coleta para cada item. Percebe-se, por isso mesmo, grandes oscilações no curto prazo, distintas das medidas de prazo mais longo.

Por exemplo, os estados do norte registraram as maiores altas nos últimos 12 meses.

Mas também as maiores quedas em relação a 2014.

A regra geral é que, de 2014 para cá, o crescimento anual foi negativo ou pífio. O maior crescimento do período, Roraima, não passou de 0,47% ao ano.

Luis Nassif

1 Comentário

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  1. Roraima cresceu mais, será que devido à fronteiriça Venezuela em crise? Se foi, mais uma vergonha para o presidente vendedor de abacates que é ema vez mais desacatado pelos dados.

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