Câmara dá impulso a estratégias para danificar imagem do governo federal

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A três meses para as convenções partidárias e início do registro de candidatos, a intenção na Câmara é claramente de criar tumulto no governo federal, por uma ação conjunta do chamado “blocão”: bancada de oposição, capitaneado pelo PMDB, que se posicionou independente à base aliada.

O líder dessa manobra: Eduardo Cunha (PMDB/RJ), protagonista de oposição na Câmara, possui acervo de escândalos desde o caso PC Farias, passando pela sonegação da Refinaria de Manguinhos ao esquema de Furnas.

A semana foi de intensa turbulência no Plenário. Na segunda, o PMDB se alia à oposição. Na terça, a comissão para analisar irregularidade na Petrobras venceu por 267 votos. Também no dia 11, o PMDB pressiona movimento contra a votação do Marco Civil da Internet. Ontem, o plano se concretiza e o PL é adiado para a semana que vem. Na mesma quinta-feira, o “blocão” consegue convocar 4 ministros e convidar outros 6 para esclarecer assuntos diversos.

Vamos a eles.

Foram obrigados a comparecer: Aguinaldo Ribeiro, da Cidades, sobre o andamento das obras de mobilidade urbana e outros assuntos da pasta; Manoel Dias, ministro do Trabalho, Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União e Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral – os três sobre denúncias de irregularidades de ONGs que têm relações com os ministérios.

Foram convidados a prestar esclarecimentos o ministro Arthur Chioro, da Saúde, sobre o programa Mais Médicos; Aldo Rebelo, do Esporte, para apresentar planos e projetos da pasta, e o mesmo motivo para Marco Raupp (Ciência e Tecnologia), Paulo Bernardo (Comunicações), Francisco Teixeira (Integração Nacional) e Moreira Franco (Aviação Civil).

A presidente da Petrobras, Maria Graça Foster, também foi convidada a esclarecer denúncias sobre contratos firmados com a SBM Offshore, que teria pagado propina a funcionários da Petrobras.

Ou seja, dez ministros foram chamados a prestar explicações em diversos requerimentos e convocações. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), afirmou que a aprovação faz parte da vida do Legislativo. “Isso é normal no Legislativo. Faz parte do processo democrático. O Legislativo é para isso mesmo: cobrar, fiscalizar, convidar ministro”, disse, negando que seja consequência dos atritos recentes entre o PMDB e o governo federal.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Gente fina

    Cunha também fez negócios com o traficante Abadía, segundo denúncia da dep. Cidinha Campos – http://goo.gl/RVli6W e http://goo.gl/DJTZvb

    De acordo com reportagem do Último Segundo sobre as 60 personalidades mais influentes do país: “Dono de um poder que se ramifica por diversas instâncias e setores da República, ele sabe como adiantar ou atrasar os ponteiros de uma votação de acordo com seus interesses, que, às vezes, até coincidem com os do PMDB” – http://goo.gl/wNj9Ja

    Pergunta-se: como é que o maior partido da República deixa um sujeito como esse ditar as regras do jogo? É o PMDB e não PT o maior refém de Cunha.

  2. Eduardo Cunha. A síntese

    Eduardo Cunha. A síntese encarnada do “tudo o que está aí” de ruim na política brasileira. Ele é o apêndice que supurou e que vai levar para o buraco o PMDB inteiro. Chega de Eduardo Cunha e similares. Acorda, eleitos do Rio de Janeiro!

  3. Eduardo Cunha representa a

    Eduardo Cunha representa a imagem encarnada do ‘Tudo de ruim que está aí” na política brasileira. Como um apêndice supurado, espalha seus podres e venenos aos adeptos oportunistas da hora. Espero que os cariocas lembrem desse nefasto na hora de enterrá-lo politicamente. E que o governo não ceda às manobras de tão tristes e lamentáveis figuras. Ampliarei essa imagem e vou mandá-la para muita gente na campanha desse ano.

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