Eleição na Câmara: partidos de esquerda não fecham consenso

Após reunião de três horas, PSB, PDT e PC do B não chegam a um consenso de quem vão apoiar; Maia (DEM) é o mais cotado 
 
Rodrigo Maia e Paulo Câmara. Foto: Ivaldo Regis/Divulgação
 
Jornal GGN – Partidos de esquerda na Câmara do Deputado não chegam a um consenso de quem apoiar na disputa da presidência da Casa. Segundo informações da Folha de S.Paulo, PSB, PDT e PC do B se reuniram por mais de três horas na noite desta terça-feira (15), mas não conseguiram fechar um acordo. 
 
Em princípio, cada deputado do bloco está livre para decidir em quem votar no dia 1º de fevereiro. Um dia antes, o PC do B, anunciou a preferência pelo presidente da Câmara e candidato à reeleição Rodrigo Maia (DEM). No final de semana, foi a vez do partido de Ciro Gomes, o PDT, anunciar o apoio ao atual presidente da Casa.
 
Juntos, os três partidos querem formar um bloco consistente para negociar posições na Mesa Diretora da Câmara e no comando de comissões, caso o democrata consiga a reeleição. O bloco soma 69 deputados, mais do que o PT, sigla com a maior bancada na Casa, com 56 deputados, e o PSL, com 52. 
 
“Temos uma afinidade política, institucional, democrática estabelecida há mais de três anos com ele”, afirmou à Folha a presidente nacional do partido, Luciana Santos, também vice-governadora de Pernambuco. Para ela, não há constrangimento de apoiar Maia, mesmo após o deputado aceitar o apoio do partido de Bolsonaro, PSL. 
 
“Eles [PSL] é que fizeram um movimento na direção de uma construção política que vem de muito tempo com a gente”, argumentou Luciana. Maia está com viagem marcada amanhã (17) para visitar o governador do estado, Paulo Câmara (PSB). 
 
O deputado é o favorito na eleição legislativa e conta com o apoio 12 partidos que, juntos, reúnem 262, dos 513 deputados da Casa. Isso não significa que todos os parlamentares das siglas votarão em Maia, uma vez que a votação será secreta. 
 
Após o anúncio de que democrata aceitou o apoio do PSL, a presidente do PT, senadora e deputada eleita, Gleisi Hoffmann, declarou que o partido não apoiaria mais a reeleição de Maia, contrariando a estratégia de deputados do próprio partido, que buscavam um acordo com o parlamentar.  
 
Em seguida, o democrata respondeu que não se interessa pelo apoio do Partido dos Trabalhadores. “Eu acho que a constituição da Casa é a governabilidade de todos. A outra coisa que eu disse é que, no bloco com o PSL, o PT não vai fazer parte”, disse.
 
O consenso da direção do PSB, PDT e PC do B em apoiá-lo facilitaria o trabalho de Maia. Enquanto isso não acontece, o candidato precisa fazer um trabalho maior de convencimento, corpo a corpo. 
 
Outro partido de esquerda que não anunciou apoio a reeleição de Maia é o PSOL. Com 10 parlamentares, o partido estuda apresentar Marcelo Freixo (RJ) para a disputa.
 
O principal oponente do democrata na Casa é Fábio Ramalho (MDB-MG), candidato que reúne outros partidos de centro-direita e também busca apoio do governo. Na semana passada, Ramalho se reuniu com Bolsonaro para falar de apoio às reformas defendidas pelo novo presidente. 
 
Redação

4 Comentários

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  1. Deseducação Política

    NENHUM partido está comprometido 100% com a Educação Política do povo brasileiro. Todos estão preocupados com suas posições sectárias, seus benefícios institucionais e não se distingue o comportamento político de “esquerda” e o de “direita”.

    O PT só se afastou de Maia DEPOIS que este recebeu apoio do partido de Bolsonaro, apesar de Maia ter participado do golpe contra a Democracia. O PCdoB e o PDT vão apoiar o “Botafogo da Odebrecht” em nome de quê ?

    Por isso é comum ouvir que “todos os políticos são iguais”.

     

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