Primeira derrota de Temer na Câmara vem com pressão do Nordeste

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

 
Jornal GGN – Com resultado apertado, a Câmara dos Deputados rejeitou, há pouco, o pedido do interino Michel Temer de urgência para o projeto do acordo sobre a dívida dos Estados. Faltaram apenas quatro votos para alcançar os 257 necessários para a demanda de Temer.
 
Apesar de tema mais longe das polêmicas que tramitam no Legislativo, essa foi a primeira derrota do interino peemedebista no plenário da Câmara. O projeto foi anunciado por Michel Temer como um acordo já estabelecido com o Estados, mas não obteve apoio, por exemplo, da bancada do Nordeste que discordou do texto.
 
Da Folha de S. Paulo
 
 
Por DÉBORA ÁLVARES e EDUARDO CUCOLO

A Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira (6) o pedido de urgência do presidente interino Michel Temer para o projeto que trata do acordo sobre a dívida dos Estados com a União.

A pedido de urgência teve 253 votos favoráveis. Eram necessários 257. Houve ainda 131 votos contrários e duas abstenções.

Houve dissidências, por exemplo, no PMDB, partido do presidente interino. Além disso, contribuíram para a derrota, a primeira de Temer no plenário da Câmara desde que assumiu, pressões da bancada do Nordeste, maior discordante do texto das dívidas.

Entre os líderes de partidos da base, todos pediram aos seus deputados que votassem sim, com exceção do Solidariedade, que liberou a bancada para votar como quisesse.

Alguns parlamentares afirmaram que o segundo vice-presidente da mesa da Câmara, deputado Giacobo (PR-PR), que comandou a sessão, encerrou a votação com um quórum considerado baixo, algo que o presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não costumava fazer. O pedido, contudo, partiu do líder do governo na Casa, André Moura (PSC-SE).

A nova versão do projeto, apresentado originalmente pela presidente afastada Dilma Rousseff, foi divulgada nesta quarta-feira (6) pelo deputado Esperidião Amin (PP-SC), relator da matéria.

O texto é fruto do acordo fechado no dia 20 de junho e que teve o aval do STF (Supremo Tribunal Federal) na última sexta-feira (1º).

Apesar do acordo, alguns governadores têm manifestado descontentamento com o que foi definido. Governadores do Nordeste por exemplo, cobram a reposição de receitas perdidas por causa da queda na arrecadação.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Papagaio de Pirata

    Impressionante!

    O mesmo loirinho baixinho que aparece durante horas do lado dos deputados que votaram o impeachment, aparece agora do lado do microfone onde Temer fala.

    Vai ser aparecido assim!!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador