PSOL critica tentativa de blindagem de Cunha na Lava Jato

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

 
Jornal GGN – O PSOL criticou o “corporativismo” e a “blindagem de parlamentares” que estão sendo investigados na Operação Lava Jato. Em nota oficial, o líder do partido na Câmara dos Deputados, Chico Alencar (RJ), comentou a tentativa do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de barrar a validade das provas coletadas contra ele na Câmara.
 
Cunha solicitou à Advocacia-Geral da União (AGU) uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para não considerar os fatos e as informações investigados no setor de informática da Casa, que podem trazer indícios do envolvimento do deputado no esquema de corrupção da Petrobras.
 
O presidente da Câmara teria insistido na tentativa junto à AGU, por meio de dois ofícios enviados ao advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e por meio de um telefonema, na última sexta-feira (07). Segundo o próprio advogado-geral, Cunha pediu “agilidade” na entrada dessa ação. O deputado, por sua vez, negou ter pressionado a AGU.
 
Leia mais: Adams diz que Cunha cobrou agilidade para anular provas da Lava Jato
 
O PSOL manifestou-se, afirmando que a Câmara não pode solicitar a defesa da AGU, sem antes “ouvir, ao menos, a Mesa Diretora” e seguir a praxe de “consultar o Colégio de Líderes”. “A atitude mínima esperada seria informar na reunião das lideranças e em plenário sobre essa iniciativa – o que jamais foi feito”, criticou Chico Alencar.
 
“Para o PSOL, a Câmara dos Deputados não tem donos e, em relação à Operação Lava Jato, tem o dever de apoiá-la integralmente – e não se utilizar de corporativismo e tentar blindar parlamentares que estejam sendo investigados”, completou, em nota.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Acontece que o personalismo

    Acontece que o personalismo patrimonialista de certas lideranças costuma  levá-los a se esconderem por trás de uma identificação com a instituição que temporáriamente chefiam. Assim, atacar Aécio até bem pouco tempo era “atacar Minas”. E para Cunha, atacar Cunha é atacar a Câmara, ou melhor, o Congresso Nacional. Ele é o Congresso. Ele é o dono do Congresso. 

  2. O que o Cunha quer é arrumar

    O que o Cunha quer é arrumar mais briga com o Executivo para justificar a manobra do impeachment e assim ganhar os parabéns da oposição e da Globo. A ordem foi clara: ou ele mostra empenho ou o que é dele sai da gaveta.

    A Globo, a chantagista geral da república, está até fingindo que impeachment é “coisa de político”…

  3. Blindagem

    Todas as “blindagens” são condenáveis, não é grande Chico ? O PSOL, com acertos e erros, procura ainda, na minha avaliação, uma coerência de discursos. Tem esta posição crítica de Chico Alencar, mas tem também “caminhada” de senador acompanhado das figuras mais sórdidas da república. Quer marcar posição como a “boa esquerda” ? É até legítima a pretensão, mas há um problema da “praxis” que não deixa boa parte do eleitorado entender qual é realmente a do partido.

  4. Caro Dr. Janot
    Será que não compete ao MPF evitar que um presidente da Câmara dos Deputados possa fazer tantos estragos no meio político e econômico?
    Dr. Janot.
    Hoje uma agência de rating baixou a nota do Brasil. Já tivemos outras perdas. O ainda deputado Eduardo Cunha pretende promover o impeachment da presidente para desviar a atenção do que acontece com ele. Já foi assim quando demitiu o diretor de informática quando simplesmente acharam requerimentos com a assinatura digital de Cunha neles. E olhe, Dr. Janot. Repare que até o nome da deputada laranja Solange Almeida saiu errado: Solande Almeida.
    Para tudo há um limite. Um investigado com esse perfil, que ameaça qualquer um e tem acusações graves nas costas, não pode presidir a nossa Câmara federal agindo de maneira tão irresponsável.
    Espero que as delações em curso se consolidem em breve e que Dr. Janot possa logo apresentar a todos quem de fato é Eduardo Cunha.
    PS: não se esqueça de ouvir a advogada Catta Preta.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador