Suspeito de receber propina na Lava Jato, Collor quer impeachment de Janot

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Rodrigo Janot, procurador-geral da República que pediu inquéritos na Lava Jato contra quase 10% do Congresso, entrou definitivamente na mira dos parlamentares. Após jornais noticiarem a dobradinha entre os peemedebistas Eduardo Cunha (presidente da Câmara) e Renan Calheiros (Senado) para aprovar uma emenda constitucional (leia mais aqui) que, na prática, impediria Janot de ter um novo mandato na Procuradoria Geral, agora, o senador Fernando Collor (PTB) tenta viabilizar o impeachment do PGR por crimes de responsabilidade.

Na noite desta terça-feira (12), o ex-presidente entrou com quatro representações contra Janot. Na primeira, Collor argumenta que o procurador-geral agiu sem critérios na abertura de processos contra os políticos investigados na Lava Jato, “selecionando ‘como bem entende’ os que responderão a ação penal e ‘permanecendo inerte’ diante de acusações contra outros suspeitos.”

Collor, assim como Renan e Eduardo Cunha, consta na lista de políticos investigados sob suspeita de terem sido beneficiados pelos esquemas de corrupção na Petrobras. Delação premiada do doleiro Alberto Youssef apontou que Collor teria recebido R$ 3 milhões em propina.

Um dia antes de Collor protocolar as representações, Cunha disse à imprensa que Janot feriu direitos constitucionais da ex-deputada Solange Almeira (PMDB), que, em tese, não era obrigada a revelar a autoria de um requerimento da Câmara que teria sido usado para chantagear uma empresa em busca de propinas. Por conta do episódio, Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para realizar um mandato de busca e apreensão no gabinete de Cunha, que apareceu no sistema de informática da Casa como verdadeiro responsável pelo documento.

Collor também acusa Janot de abuso de poder em função da busca e apreensão na sala do presidente da Câmara. “A ação da Polícia Federal dentro das dependências do Congresso, segundo Collor, é uma violação ao princípio da separação dos poderes”, publicou a Agência Senado.

Janot também é acusado de autopromoção por ter divulgado, há alguma semanas, que teve sua residência invadida, e por ter recebido alguns manifestantes contrários ao governo Dilma Rousseff (PT). Para Collor, ele transformou “sua segurança pessoal em um espetáculo de mídia”.

A última das representações trata do desperdício de dinheiro público. Collor alegou que membros do Ministério Público têm feito uso de passagens e diárias de forma abusiva, “tudo autorizado expressamente pelo procurador-geral da República”. Janot tem liderado equipes de procuradores que viajaram ao exterior em busca de informações tanto para a Operação Lava Jato quanto para o caso das contas de brasileiros no HSBC da Suíça.

Impeachment

Em todos os casos, Collor pede que a Mesa do Senado, comandada por Renan, forme uma comissão especial para analisar as representações. Caso alguma delas seja acatada, o colegiado deverá colher mais informações e ouvir a defesa de Janot, para depois emitir um parecer sobre o caso. A decisão final caberá ao Plenário.

Se o processo chegar a essa fase, Janot deverá se afastar de suas funções até a decisão final. É necessário o voto de dois terços dos senadores para que o impeachment se concretize e o acusado seja destituído do cargo, segundo a assessoria do Senado. É possível também que ele seja impedido de assumir qualquer função ou cargo público durante um máximo de cinco anos.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

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  1. ódio…

    As maquinações e o ódio estão cada vez mais presentes na política nacional, tudo isso deve-se a abertura da caixa de pandora que foi a eleição de Eduardo Cunha. Tristes dias para a República, a Dmocracia e os cidadão deste país.

    1. “abertura da caixa de pandora

      “abertura da caixa de pandora que foi a eleição de Eduardo Cunha.”

      Eu que pensei que foi pq roubaram dinheiro publico.

    1. Que coisa, hem? Ontem ventou

      Que coisa, hem? Ontem ventou e caiu uma árvore em cima do muro de casa. Culpa do lulopetismo. A falta d’agua em São Paulo, o terremoto no Nepal e essa maldita gripe que me pegou também.

      Menos, Jc.

  2. Pois é,

    o pgr quis proteger a oposição e principalmente o Aecim e foi nisso que deu. Deveria ter sido imparcial , e sem medo, ter comprado briga com todo mundo mostrando total independência.

    Agora vai ter que segurar essa pressão.

  3. Todo mundo resolveu bater no

    Todo mundo resolveu bater no Janot, embora aqui não esteja fazendo nenhuma apologia ao PGR. Estranho que ninguém se queixa do Moro, nem Collor, nem Cunha, nem Renam, nem mesmo Anastasia. Engraçado…

  4. Normal e esperada reação de

    Normal e esperada reação de Collor, como foram as de Cunha e de Calheiros. Resta saber como os nossos representantes todos reagirão – o que será um bom indicativo do quanto nossos parlamentares estão levando a sério a caça aos corruptos, também apelidados de “marajás” pelo próprio Collor.

     

    O que nossos candidatos eleitos desejam mesmo é catar corruptos ou prejudicar o PT?

  5. QUEM TEM CULPA DEVE

    É sempre assim, todas vezes que um político que tem culpa tenta impedir que a justiça descubra os seus podres eles tentam de tudo e ás vezes consegue. É caso de Cunha Collor e Renan… Se eles não tivesse culpa , se não tivesse  feito nada de errado como dizem,  com certeza ficariam na deles tranquilamente, mas como deve parte pra tudo ou nada… O trio Cunha, Collor e Renan são limpos como água corrente… Isso é o que eles acham. Se o que eles querem acontecer,estará mais que provado que Ciro Gomes somente falou a verdade. ACHACADORES e Deus sabe que são… Não é Collor? Não é Renan? Não é Cunha?

  6. Tenho lido comentaristas

    Tenho lido comentaristas dizerem que as instituições do país estão bem consolidados. Que nada. Num país onde os poderes da República são respeitados jamais políticos rastaqueras envolvidos em corrupção teriam coragem de enfrentar um outro poder da República para encobrir suas falcatruas. Seriam rechaçados e desprezados pelo stablishment e pela população.

    No Brasil atual, se servir pra enfraquecer ou derrubar o governo, qualquer golpe esta valendo. Desde mudar a Constituição para uso pessoal até perseguir um Procurador que ousou agir como um procurador.

  7. Tá ficando bonito…

    Espero que entre mortos e feridos não se salve ninguém. Janot, Collor, Cunha, Renan e Paulinho da Força, se todos morressem amanhã o país só teria a ganhar!

  8. O país onde o suspeito pode

    O país onde o suspeito pode demitir o promotor e o juiz do seu processo.

    se cobrir vira circo, se cercar, vira hospício.

  9. Caro Nassif;
    As reações

    Caro Nassif;

    As reações destes caras (renan, cunha e collor) somente realçam a forma honesta e transparente como a Presidenta Dilma e o PT vem agindo, mesmo tendo o poder nas mãos primam pela transparência.

    Mesmo sob o fogo cruzado de acusações injustas e inverídicas ninguem pode dizer que a Presidenta,  o Lula ou mesmo qualquer membro do PT tenham pressionado ou ameaçado  qualquer membro do judiciário ou ministério público.

    Isto confirma minha convicção de que mais cedo do que se espera toda esta tramóia seja esclarecida, apesar do pig e da oposição golpista.

    sds

    Genaro

     

     

     

     

  10. Parcialidade

    Acho que o senador Collor tem razão, pois depois da luta que foi para a PGR receber a Lista de Furnas, nunca mais se ouviu falar dela. Cadê a Lista Janó?

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