Testemunha em CPMI das Fake News recua de denúncias e ataca repórter da Folha

Hans River era funcionário da Yacows, na campanha de 2018. Disse à Folha que empresas faziam uso fraudulento de nome e CPF de idosos para registrar chips de celular e garantir o disparo de lotes de mensagens para alguns políticos.

Jane de Araújo – Agência Senado

Jornal GGN – Hans River do Nascimento, testemunha na CPMI das Fakenews no Congresso, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa via WhatsApp, não contou a verdade à comissão e ainda atacou a repórter da Folha Patrícia Campos Mello.

Hans River era funcionário da Yacows, especializada em marketing digital, na campanha de 2018. Foi ele quem relatou à Folha, em dezembro do ano eleitoral, que empresas faziam uso fraudulento de nome e CPF de idosos para registrar chips de celular e garantir o disparo de lotes de mensagens para alguns políticos.

Ele teve vários contatos com a Folha e, ao mesmo tempo, entrou com ação trabalhista contra a Yacows. Ele afirmava a fraude, mas não listava as empresas, por não saber. Após fazer acordo com a empresa, na questão da ação, ele mudou de ideia e pediu que o jornal retirasse tudo que ele tinha dito, ‘não contem mais comigo’.

O deputado Rui Falcão, do PT, convocou Hans para a CPMI que investiga a disseminação de notícias falsas na eleição. No seu depoimento ele deu informações falsas e insultou Patrícia Campos Mello, uma das autoras da reportagem.

Eduardo Bolsonaro, rapidamente, pegou a deixa para propagar ofensas e insinuações contra a repórter da Folha, e atiçou as redes sociais. Pegou a fala de Hans, dizendo que ela se insinuara sexualmente, e soltou sua metralhadora giratória em cima da repórter.

“Comprovando que houve mentira, nós podemos indicar o seu indiciamento, uma abertura de inquérito, porque mentira numa CPMI é crime. Ele teve diversas incoerências”, disse Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da CPMI das Fake News.

A Folha, rapidamente, foi em defesa da jornalista, publicando documentos que comprovam a correção da reportagem. Leia a nota do jornal.

“A Folha repudia as mentiras e os insultos direcionados à jornalista Patrícia Campos Mello na chamada CPMI das Fake News. O jornal está publicando documentos que mais uma vez comprovam a correção das reportagens sobre o uso ilegal de disparos de redes sociais na campanha de 2018. Causam estupefação, ainda, o Congresso Nacional servir de palco ao baixo nível e as insinuações ultrajantes do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).” ​

“A ilação de que a jornalista teria sugerido a troca de matéria por sexo causa danos a ela, não apenas porque se trataria de um desvio de natureza ética da profissão como também por atingir sua condição feminina”, disse Taís Gasparian, advogada da Folha. “Na medida em que provoca danos, cabe a reparação.”

Redação

7 Comentários

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  1. Foi cair no canto e encanto do bolsonarismo fakinista e vai se dar mal: a folha está queimando a reputação do indivíduo e já desenterrou até denúncias policialescas de sua antiga companheira e pelo lado bolsonarista, ou vai ser largado às moscas ou vira cinzas de armário. A aguardar.

  2. Será que Hans River foi buscar inspiração no filme “O caso de Richard Jewell” ?
    Pra quem não conhece o filme, trata-se do relato sobre o atentado durante os Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996. A direção do filme é de Clint Eastwood – um republicano militante e admirador de Trump.
    Mas em quê consistiria a possível “inspiração” ? Sexo em troca de informação !
    No filme Clint afirma que a jornalista transou com um agente do FBI em troca de informação. A jornalista já falecida não pôde se defender. Mas o jornal para quem ela trabalhava, repudiou com veemência a canalhice de Clint Eastwood.

  3. Nassif: para a cúpula dos VerdeSauvas o SapoBarbuto não passava de um ladrão e corrupto, cujos atos nunca foram sobejamente provados, apesar de todo esforço do meliante TogaSuja, que fabricou o caso, dirigiu o processo e proclamou a sentença. Dir-se-ia, no direito mediano, condenado por hipóteses. Na intermediação, permitiram o MordomoDeFilmeDeTerror. Finalmente, após aquela encomendada facada e Israel contribuindo com a fábrica de fakenews, juntamente com as hordas avivadas de CaifásDoBras, empossaram o Messias, como se a redenção de um País. Tudo, dentro de um esquema da QuerênciaDeCruzAlta, onde essa testemunha, possivelmente, fosse parte. Assim, ao que parece, após fazer “acordos” resolve o cara tumultuar a história, com outra e nova versão, jogando PóDeMico no ventilador. Pelo texto e pela Fe-Lha, parece ser mais um desses desclassificados moral na folha de pagamento das Milícias. Aplausos ao Planalto. Vivas às AgulhasNegras. Viva os quarteis…

    PS: ouvi de um norteameriacano que o dono do Quintal onde moramos não tem nada a ver com isso. Disse que é coisa dos inquilinos locais, pagos pela CasaBranca pra manter limpo o terreno.

  4. Cara, não é o caso de desmascarar e prender apenas este safado que mentiu na CPMI, precisam limpar o congresso de pulhas como este zeroN.
    Isto é urgente!

  5. Patrícia Campos Mello tem estirpe, DNA.

    Patrícia Campos Mello é filha de Hélio Campos Mello, fundador da magnífica revista mensal Brasileiros, da qual fui assinante enquanto existiu. É profissional e pessoa que chamo de DDHH: digna, decente, honrada e honesta. É óbvio ululante que a testemunha foi ameaçada de morte, além da família, está se lidando com bandidos da mais alta periculosidade, capazes de tudo. Não há dinheiro na jogada, há o cano de uma pistola .380 na boca.

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