Covid-19 – Johns Hopkins suspende o monitoramento, por Felipe Costa

O painel Mapping 2019-nCov, tão útil desde o início da crise, morreu de inanição – as atualizações foram suspensas em 10/3.

Covid-19 – Com média doméstica superior a 300 mortes diárias, Johns Hopkins suspende o monitoramento.

Por Felipe A. P. L. Costa [*].

1.

As notícias não são boas para os brasileiros que seguem a correr atrás da pandemia. Não bastasse o histórico de má preguiça (ver aqui), a dilapidação do patrimônio público e os crimes de toda ordem e natureza que tanto caracterizaram a administração anterior (2019-2022), os novos governantes acharam por bem suspender a divulgação diária das estatísticas.

Em vez de diária, a divulgação agora seria semanal. Quer dizer, mais ou menos. Assim é que só no fim da tarde ou no início da noite de hoje – se não chover forte em Brasília, imagino –, o Ministério da Saúde irá divulgar as estatísticas da semana passada (12-18/3). As da semana anterior (5-11/3), é bom lembrar, só foram divulgadas na noite do dia 13. E foram as seguintes: 60.450 casos e 328 mortes.

2.

No plano internacional, as coisas vão ainda piores. Não bastasse a guerra que a OTAN (leia-se Estados Unidos) e a indústria bélica estão a promover contra a humanidade (representada neste momento por jovens ucranianos e russos), constato agora que a Universidade Johns Hopkins (EUA) decidiu suspender o monitoramento da pandemia. O painel Mapping 2019-nCov, tão útil desde o início da crise, morreu de inanição – as atualizações foram suspensas em 10/3. Não deixa de soar estranho, do ponto de vista, diga-se, dos próprios estadunidenses: Estão a morrer por lá, todos os dias, algo como 330 indivíduos – i.e., a média diária por lá é comparável à atual média semanal por aqui.

3.

Doravante, portanto, seguirei a monitorar a pandemia com base apenas e tão somente em um único painel – o Worldometer: Coronavirus (EUA). Vale lembrar que havia diferenças pontuais entre os dois, algumas bem expressivas (e.g., nas estatísticas da China), de sorte que seria um tanto precipitado manter as análises comparativas nos termos que eu vinha adotando até a semana passada. O mais indicado agora é aguardar ao menos mais uma semana antes de retomar as comparações. No que segue, portanto, vou apenas apresentar os números.

4.

Levando em conta as estatísticas obtidas na manhã desta terça-feira (21/3), eis um resumo da situação mundial.

(A) – Em números absolutos, os 20 países mais afetados seguem a concentrar 74% dos casos (de um total de 682.631.158) e 69% das mortes (de um total de 6.820.707).

(B) – Nesses 20 países, 486,6 milhões de indivíduos receberam alta, o que corresponde a 96% dos casos. Em escala global, 655,6 milhões de indivíduos já receberam alta.

(C) – Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em 11 grupos: (a) Entre 100 e 110 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 40 e 45 milhões – Índia; (c) Entre 35 e 40 milhões – França, Alemanha e Brasil; (d) Entre 30 e 35 milhões – Japão e Coreia do Sul; (e) Entre 25 e 30 milhões – Itália; (f) Entre 20 e 25 milhões – Reino Unido e Rússia; (g) Entre 15 e 20 milhões – Turquia (estatísticas congeladas); (h) Entre 12 e 15 milhões – Espanha; (i) Entre 10 e 12 milhões – Vietnã, Austrália, Argentina e Taiwan; (j) Entre 8 e 10 milhões – Países Baixos; e (k) Entre 6 e 8 milhões – Irã, México e Indonésia.

5.

Enquanto isso, nós, o povo, devemos ter em mente o seguinte: Máscaras e vacinas seguem sendo as únicas armas dignas de confiança. São elas que podem impedir (i) a ocorrência de surtos locais; e (ii) o surgimento de novidades evolutivas que venham a promover uma nova e repentina escalada dos números. (Lembrando que a vacina combate a doença, mas não impede o contágio. O que pode impedir o contágio é o uso correto de máscara facial.)

*

NOTA.

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Redação

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