Covid-19 – O medo, a má-fé e a inércia estão a promover uma nova escalada nos números, por Felipe Costa

As métricas para a semana ora em curso já estão em 0,0232% (casos) e 0,0063% (mortes). E vão subir ainda mais até amanhã.

Covid-19 – O medo, a má-fé e a inércia estão a promover uma nova escalada nos números.

Por Felipe A. P. L. Costa [*].

Embora ainda faltem dois dias (hoje e amanhã, 12 e 13/11) para fechar a semana, as estatísticas divulgadas nos últimos cinco dias (7-11/11) dão mostras de que a pandemia tornou a recrudescer. Algo semelhante ao que ocorreu, por exemplo, na segunda metade de junho (ver aqui).

1. ALGUNS NÚMEROS.

Vejamos os resultados mais recentes.

(A) – Estatísticas. Na semana passada (31/10-6/11), foram computados 26.584 casos e 256 mortes (para detalhes, ver o balanço semanal mais recente – aqui). Entre segunda e sexta-feira da semana ora em curso (7-11/11), já foram computados 56.748 casos e 304 mortes.

(B) – Taxas. Na semana passada, as taxas de crescimento ficaram em 0,0109% (casos) e 0,0053% (mortes). Supondo que as estatísticas de hoje e de amanhã (12-13/11) não saiam do zero (algo virtualmente impossível, exceto por omissão ou manipulação deliberada), as métricas para a semana ora em curso já estão em 0,0232% (casos) e 0,0063% (mortes). E vão subir ainda mais até amanhã.

2. CENÁRIOS E PROJEÇÕES ATÉ 4/12.

Os quatro percentuais referidos no item B acima e, sobretudo, as diferenças entre eles podem parecer insignificantes e desprezíveis. Mas não são.

Para dimensionar melhor as implicações demográficas das escaladas referidas aqui – de 0,0109% para 0,0232% (casos) e de 0,0053% para 0,0063% (mortes) –, basta observar o seguinte:

(1) Levando em conta as taxas da semana passada (0,0109% e 0,0053%), nós chegaríamos ao primeiro domingo de dezembro (4/12), com mais 87,6 mil casos e 842 mortes; e

(2) Levando em conta os valores provisórios dessas taxas já detectados para a semana atual (0,0232% e 0,0063%), chegaremos a 4/12 com ao menos mais 187 mil casos e 1 mil mortes. (Projeções mais apropriadas, claro, poderão ser feitas a partir de amanhã, quando serão obtidos os valores finais das taxas relativas à semana ora em curso.)

3. CODA.

A situação da pandemia em terras brasileiras é (mais uma vez) preocupante. Por vários motivos. Em linhas gerais, no entanto, talvez pudéssemos resumir tudo por meio de duas recomendações: NÃO SAIA DE CASA SEM MÁSCARA e NÃO DEIXE DE TOMAR A VACINA.

A primeira recomendação é dirigida a todo e qualquer cidadão individual, mas vale também para os donos e os gerentes de estabelecimentos comerciais, em especial aquele que atraem um público numeroso. (Não custa lembrar: Quanto maior a aglomeração, mais os indivíduos que lá então se expõem aos perdigotos alheios e, portanto, ao contágio.) É o caso dos supermercados. De minha parte, devo dizer o seguinte: Acho vergonhoso (e politicamente inadmissível) que muitos desses estabelecimentos não estejam a exigir o uso de máscara por parte de quem os frequenta.

A segunda recomendação vale, sobretudo, para (1) Os recalcitrantes exageradamente medrosos ou individualistas que ainda não tomaram nenhuma dose; (2) Os vacinados com duas doses que ainda não tomaram a dose de reforço; e (3) Os responsáveis pelas crianças pequenas que ainda não tomaram sequer uma dose.

Em resumo, a situação é esta: o Sars-CoV-2 (em suas diferentes manifestações) segue a circular. E o pior: o vírus, ao que parece, não vai embora tão cedo. O que não significa dizer que a pandemia (ou mesmo alguns surtos epidêmicos mais ou menos localizados) seja inevitável. Podemos e devemos combatê-la. Para tanto, além de acolher a máscara e a vacina, devemos combater os pilares que alimentam e, ao mesmo tempo, sustentam a crise neste momento: o medo de algumas parcelas da população, a má-fé de muitos empresários e a inércia do governo federal.

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NOTA.

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Redação

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