OMS alerta para aumento da Ômicron com desinformação e flexibilização precoce

“Cada país está enfrentando uma situação diferente com desafios diferentes, mas a pandemia não acabou”, reiterou.

Estamos vivenciando um aumento de casos de Covid-19 em todo o mundo fruto da combinação da desinformação de que a pandemia acabou, interrupção do uso obrigatório de máscaras, fim do distanciamento físico e aparecimento de uma nova subvariante da Ômicron, alerta a Organização Mundial da Saúde.

“Após várias semanas de declínio, os casos relatados da COVID-19 estão novamente aumentando globalmente, especialmente em locais da Ásia”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus, a jornalistas em Genebra.

“Esses aumentos estão acontecendo, apesar das reduções nos testes em alguns países, o que significa que os casos que estamos vendo são apenas a ponta do iceberg”, explicou o diretor da OMS, alertando que quando os casos aumentam, também aumentam as mortes.

O diretor da OMS acrescentou que surtos locais contínuos são esperados, principalmente em áreas onde as medidas de contenção foram suspensas, mas muitos países estão com níveis de mortalidade muito altos, especialmente onde os níveis de vacinação são baixos.

“Cada país está enfrentando uma situação diferente com desafios diferentes, mas a pandemia não acabou”, reiterou.

Uma combinação de fatores alimenta o aumento de casos em todo o mundo, explica a médica da OMS Dra Maria Van Kerkhove. “Ainda temos a Ômicron que está transmitindo em um nível muito intenso em todo o mundo. Temos subvariantes da Ômicron (BA.1 e BA.2. BA.2), que são mais transmissíveis, sendo esta última subvariante a mais transmissível que vimos do vírus SARS-COV2 até hoje”, alertou.

A médica da OMS informou que nos últimos 30 dias das mais de 400.000 amostras colhidas, 99,9% são Ômicron e 75% correspondem a subvariante BA.2.

“Nós não vemos um aumento na gravidade da COVID-19 com BA.2. No entanto, com um grande número de casos, vocês verão um aumento nas hospitalizações. Vimos isso acontecer em país após outro”, destacou a médica da OMS.

Outro fator que influencia o aumento dos números é a redução das medidas de saúde pública e sociais. “Retirar o uso de máscaras, suspender o distanciamento físico e suspender as restrições que limitam o movimento das pessoas oferece ao vírus uma oportunidade de se espalhar”, alertou a médica.

A especialista também apontou que há “uma enorme quantidade de desinformação” causando muita confusão entre as pessoas. “A desinformação de que a Ômicron é branda, a desinformação de que a pandemia acabou, a desinformação de que esta é a última variante com a qual teremos que lidar”, explicou.

Com informações da ONU

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Redação

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