Alexandre diz que relatório compartilhado pelo pai era “um debate preliminar”

Texto que Ricardo Silva Marques enviou a Bolsonaro seria compilado de informações com dados retirados do Portal da Transparência de Registro Civil

Auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Jornal GGN – O auditor Alexandre Silva Marques disse nunca ter afirmado a existência de supernotificação de óbitos causados pela pandemia de covid-19 no Brasil, e ressaltou que o documento compartilhado seu pai com o presidente Jair Bolsonaro era um arquivo preliminar em word.

“Era apenas um debate preliminar aberto em equipe para análise colaborativa, mas que foi encerrado”, disse o auditor aos senadores na CPI da Pandemia, em andamento no Senado Federal, ressaltando que documento seria um compilado de informações públicas em formato de word, com dados retirados do Portal da Transparência de Registro Civil, sem cabeçalho ou timbre do Tribunal de Contas da União.

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Ao relator, senador Renan Calheiros (MDB), Alexandre Marques informou que tal documento foi encaminhado por seu pai ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Segundo ele, após esse encaminhamento o documento, que não fazia qualquer referência ao Tribunal de Contas da União (TCU), passou a circular em PDF nas redes sociais sendo atribuído ao órgão, e afirmou não saber quem teria feito as alterações no documento.

O auditor do TCU ressaltou que, embora não tenha relação com a família Bolsonaro, seu pai, Ricardo Silva Marques, foi colega do presidente Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras e que trabalharam juntos no Exército. Hoje, seu pai trabalha hoje na Petrobras. Alexandre explicou ainda que foi indicado para a diretoria do BNDES em 2019, mas o TCU não autorizou sua cessão.

Segundo o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o pai de Alexandre enviou ao presidente da República o documento privado que questiona o número de mortes por covid para “bajular” Jair Bolsonaro, e criticou o auditor por colocar na plataforma de trabalho um documento equivocado e disse que em nada serviu para o Brasil.

“Em nada serviu para contribuir com a dor das pessoas. Pelo contrário, você estava procurando uma justificativa pra o presidente da República”, disse Aziz.

Acompanhe a CPI da Pandemia na TV GGN

Redação

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