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Jornal GGN – “Ih, doutora, de médico audiovisual esse plenário está cansado. [Está cansado] de alguém que ouviu e viu, e não leu, não se aprofundou e não tem estudado. Desde que começou essa doença, tenho lido tudo que tem dessa matéria. Tudo! A senhora nem sabe quando começou a primeira manifestação do coronavírus do mundo e como foi essa manifestação. A senhora não podia, de jeito nenhum, estar debatendo um assunto que não é do seu domínio. Isso não é honesto. A ciência e a medicina querem a honestidade, verdade, integralidade, capacidade intelectual e científica para dissertar sobre uma doença tão grave como essa, que muitos médicos ainda não dominam.”
O médico e senador Otto Alencar se destacou na sessão da CPI da Covid nesta terça (1/6) ao expor a falta de conhecimento e preparo da médica Nise Yamagushi sobre infectologia e, especialmente, sobre o novo coronavírus. Oncologista, Nise é defensora ferrenha da hidroxicloroquina e do tratamento precoce contra Covid-19, mesmo diante da falta de evidências científicas de sua eficácia e segurança para ser administrada em pacientes.
Em sua intervenção na CPI, Otto demonstrou indignação pelo fato de Nise ter participado de reuniões do Ministério da Saúde e influenciando o presidente da República, Jair Bolsonaro, a propagar que a hidroxicloroquina seria a saída para a crise sanitária que se instalou em março de 2019 no Brasil.
Para Otto, Nise não tem sequer preparo para opinar sobre a pandemia. “A senhora não é infectologista, se transformou de uma hora para outra, como muitos no Brasil se transformaram em infectologistas, e não é assim”, disparou logo após Nise não conseguir conceituar com propriedade a diferença entre vírus e protozoários, já que defende o uso de medicamentos usados contra protozoários para tratar de doenças virais.
“A senhora não conhece nada, a senhora não está preparada para participar nem do ‘gabinete paralelo’ – como tantos outros que participaram”, pontuou Otto. Ele comparou o “gabinete paralelo” de Bolsonaro à “arca de Noé”, “só que não tinha Noé para conduzir a arca.”
Ao final, Otto comentou que, em sua visão, Nise buscava holofotes e se envolveu no aconselhamento de Bolsonaro porque queria ser ministra da Saúde, “mas não conseguiu”.
Ele insistiu que vírus não se previne com nenhum medicamento, mas com vacinas, e repreendeu a médica: “A senhora jogou no escuro com um grupo de pessoas que não entendiam absolutamente nada da doença. A senhora brincou com a saúde do povo brasileiro falando de imunidade de rebanho, cloroquina e tratamento precoce.”
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