Jornal GGN – Logo após a conclusão da leitura do parecer de Antonio Anastasia (PSDB-MG), pela pronúncia da presidente Dilma Rousseff e favorável ao seu afastamento definitivo por crime de responsabilidade, senadores aliados leram um voto em separado na Comissão. Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) tiveram um prazo de 20 minutos para a apresentação das 27 páginas.
“As razões alegadas como crime de responsabilidade são em sua totalidade inconsistentes, tendo os depoentes, em sua esmagadora maioria, atropelado os argumentos da acusação”, afirmaram.
As parlamentares contestaram os argumentos apresentados por Anastasia, rebatendo, por exemplo, que Dilma não praticou as chamadas pedaladas fiscais, referentes aos atrasos nos repasses do Plano Safra para o Banco do Brasil.
Neste ponto, relembraram a manifestação do Ministério Público Federal (MPF) pelo arquivamento de uma investigação na Justiça que questionava as pedaladas. “O Ministério Público Federal [órgão competente para a denúncia de crimes], por meio de despacho de 14 de julho de 2016, determinando o arquivamento da investigação em relação às operações do Plano Safra, pela clarividente inexistência de condutas criminosas no âmbito da Operação do Plano Safra, haja vista a inexistência de operação de crédito”, afirmaram.
Gleisi destacou que o próprio relator, Antonio Anastasia, deveria ser considerado impedido de relatar o processo, uma vez que pertence “ao mesmo partido que os denunciantes”, ao se referir à advogada de acusação Janaína Paschoal, ligada ao PSDB.
A senadora frisou, também, que o processo que hoje colocava a presidente Dilma em afastamento partiu de uma denúncia acolhida pelo “vingativo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha [PMDB-RJ], no exato dia em que o Partido dos Trabalhadores [o mesmo da Presidenta da República] declarou posição favorável junto ao Conselho de Ética, em relação à perda de mandato dele próprio”.
Grazziotin e Gleisi alegaram, ainda, que a junta pericial do Senado observou que o “Poder Executivo cumpriu as metas de resultado fiscal e que os decretos de contingenciamento foram suficientes para assegurar o resultado fiscal de 2015”, lendo trecho da perícia técnica.
“No nosso voto em separado, demonstramos que o respaldo técnico, as normas afetas, os fartos documentos e os depoimentos prestados são frontalmente contrários aos elementos da denúncia. Até agora, o processo caminhou somente com base na vontade política, a política que desprestigia os políticos e o parlamento porque é a política do conchavo e dos interesses obtusos”, concluíram.
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Sabemos de todas as
Sabemos de todas as influências neste caso…MAS, o que é aterrorizante é a constatação dos OUVIDOS MOUCOS para as teses e testemunhas da defesa. Isso é assustador para o cidadão comum, que se apavora em um dia precisar da JUSTIÇA, na condição de vítima. NenhumVotoParaGolpistas.
Abaixo o GOLPE! Todos na
Abaixo o GOLPE! Todos na rua.
impítiman
Amigos
Como podem estes senadores cobrar da Justiça ação e isenção, se eles, na posição de juizes agem dessa forma, esquecendo os autos, as provas e as perícias?
Condenar inocente é também um crime!
Seus nomes não serão esquecidos, vão pagar adiante os que condenarem Dilma!
Esse relatório do Anastazia
Esse relatório do Anastazia poderia ter sido escrito em russo ou na língua do p, dava no mesmo. Ninguém deve ter lido. Acho que só o Zé Cardoso.
Esse pau mandado do Aécio fazendo esse teatrinho pseudo-institucional é das cenas mais tétricas da história do parlamento brasileiro. Vergonha em cima de vergonha.
“Cadáveres Ilustres”
Não há mais o que fazer, no Senado. Não creio que Dilma consiga reverter a situação entre os 81. A única esperança é o STF barrar a infâmia, uma vez que o processo não tem qualquer consistência legal. Confesso que, quando foi vazado o áudio em que Lula incluía o judiciário entre os acovardados da nação, eu julguei que o ex-presidente tinha exagerado. Mas li, recentemente, no DCM, uma declaração da ministra Carmem Lúcia, durante um congresso da Abraji, em junho, em que ela declara que erros judiciários só ocorrem em foros de pequenas cidades. Não sei o que pensar de semelhante declaração. Lembrei-me do filme “Cadáveres Ilustres”, de Francesco Rosi, em que o presidente do Supremo Tribunal italiano (interpretado por Max von Sydow) faz declaração semelhante, conferindo ao poder que representava uma aura de infalibilidade divina. No que se transformarão os nossos ministros do Supremo? Acabarão com o golpe mais abjeto da história política do Brasil, ou concederão salvo-conduto à escória golpista, se transformando nos cadáveres ilustres da justiça brasileira?