As vítimas civis em ações militares, entre 1983 e 1988

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – A queda do avião da Malaysian Airlines, ainda não foi esclarecida, e por ela paira o choque da possibilidade de ter sido causada por um ataque militar a alvo civil. Caso se confirme a hipótese, o caso não é um fato isolado, mas parte de outros ocorridos na década de 1980 e que provocaram horror.

O primeiro foi em 1º de setembro de 1983 quando um voo da Korean Airlines foi abatido por caças soviéticos. O voo 007 fazia a rota Nova York, nos Estados Unidos, até Seul, na Coreia do Sul. Uma escala foi feita em Anchorage, no Alasca, e o voo seguiu sua rota. Ao se desviar da rota traçada, o avião invadiu o espaço aéreo da União Soviética, sobrevoando a península de Kamchatka, onde Moscou mantinha uma série de operações secretas. Os caças soviéticos foram atrás da aeronave invasora, a missão era abatê-la. E foi o que aconteceu, vitimando as 269 pessoas a bordo, entre elas 61 norte-americanos.

O governo dos Estados Unidos classificou a ação como “massacre”. O governo soviético negou o ataque ao avião civil, mas depois assumiu o erro mas atribuiu o equívoco a uma “sofisticada provocação” dos EUA.

O episódio se deu em um dos momentos mais tensos da Guerra Fria e só não estragou completamente as relações entre as duas potências pois tanto nos EUA quanto na União Soviética a versão que prevaleceu, embora de forma privada, foi de que havia sido um mal-entendido. A versão vigorou pois, no mesmo momento em que o avião civil entrou no espaço aéreo soviético, uma outra aeronave fazia um voo de vigilância na região e, como se depreende, era uma aeronave espiã dos Estados Unidos, que se utilizava de Boeings RC-135s, muito semelhantes ao 747 da Korean Airlines.

Cerca de cinco anos depois, em 3 de julho de 1988, as Forças Armadas dos Estados Unidos abateram um avião civil. O Cruzador USS Vincennes, da Marinha dos EUA, entrou em embate com navios iranianos no Golfo Pérsico e, no confronto, abateu o voo 655 da Iran Air, que decolara de uma base aérea em Teerã, capital do Irã, para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Os mísseis lançados pelo cruzador destruíram o avião, mantando as 290 pessoas a bordo, incluindo 66 crianças.

Os EUA, em versão oficial, alegaram que confundiram a aeronave civil com o caça Tomcat F-14 usado pela Força Aérea iraniana. No Irã o entendimento foi como um sinal de Washington de que iria entrar definitivamente na Guerra Irã-Iraque, ao lado do Iraque, então sob comando de Saddam Hussein. Este ataque e os demais, feitos com armas químicas pelas Forças Armadas iraquianas, fizeram com que o governo do Irã aceitasse, em agosto daquele ano, um cessar-fogo proposto pela ONU.

Os EUA indenizaram as famílias das vítimas, em 1996, em 61 milhões de dólares, mas nunca pediram desculpas pelo ocorrido. Até hoje o caso do voo 655 é usado no Irã como prova de que os EUA não são confiáveis e estão dispostos a tudo para derrubar a República Islâmica.

Com informações da Carta Capital e por sugestão de Assis Ribeiro

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

14 Comentários

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  1. russos

    No caso do avião abatido pelos russos, num documentário do NatGeo foi dito que os EUA tinham aviões espiões na mesma região no dia que o avião coreano saiu da rota e foi abatido pelos russos.

    Talvez, se os aviões espiões não estivessem lá,  nada teria acontecido. 

    1. Se não fosse a queda daquele

      Se não fosse a queda daquele avião em 1983, o mundo poderia ter entrado numa guerra nuclear difícil de imaginar as consequências, duas semanas depois o controlador de vôo soviético Stanislav Petrov estava sozinho na madrugada numa base militar nos arredores de Moscou quando avistou pelo radar o alerta de mísseis atacando o país.

      Petrov friamente pensou antes de acionar os sistemas de defesa que disparariam ogivas e ignorou, por três motivos:

      – Havia a lembrança do avião abatido injustamente;

      – O sistema soviético falhava muito;

      – E porquê os EUA começariam a 3ª guerra mundial com menos de meia dúzia de ogivas?

      Depois se descobriu que o radar estava acusando era raios solares, Petrov comunicou aos seus superiores e foi afastado do cargo, a história seria divulgada quase 20 anos depois.

    2. A ação era combinada

      A função do jato comercial Coreano era adentrar ao espaço Kantchtka e acionar o esquema de defesa Soviético e no mesmo instante havia um jato CIA do mesmo modelo Coreano com super equipamentos de radar e outros para detectar o processo soviético de defesa. Os Migs enviaram ordens ao jato coreano desviar e seguir para a base soviética, mas após três tentativas sem sucesso o pilotos do caça, recebeu ordens de um oficial em terra para abater o invasor, inclusive havia um senador americano abordo.

    3. o piloto do caça russo

      o piloto do caça russo emparelhou com o jumbo e informou ao comando aereo que o aparelho era civil  e o 747 tem a corcova caracteristica que o difere de um 707, isso sem falar do tamanho do aparelho e principalmente pelo logo da KAL no leme, além disso o piloto disse que pois podia ver pessoas pela janela, mesmo assim a ordem de abater o aparelho foi dada! 

      os russos pediram desculpas posteriormente!

       

  2. RIMPAC

     

    RIM OF THE PACIFIC EXERCISE

     

    Rim of the Pacific - Capaz, adaptável Partners

    Realizada a cada dois anos pelo Comando da Frota do Pacífico dos EUA (PACFLT), o RIMPAC 2014 é um exercício marítimo multinacional que acontece dentro e ao redor das ilhas havaianas.

    Este ano o exercício RIMPAC, a 24 ª da série que começou em 1971, está programado de 26 Junho a agosto 1, com uma recepção de abertura marcada para 26 de junho e recepção de fechamento 1 de Agosto. Vinte e duas nações, 49 navios de superfície, seis submarinos, mais de 200 aeronaves e 25.000 funcionários irão participar. 

    Unidades da Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Colômbia, França, Índia, Indonésia, Japão, Malásia, México, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, República Popular da China, Peru, República da Coreia, a República das Filipinas, Cingapura, Tonga, o Reino Unido e os Estados Unidos participam do RIMPAC, que é uma oportunidade de treinamento exclusivo para promover e sustentar as relações de cooperação entre os participantes e que são fundamentais para garantir a segurança das rotas marítimas e de segurança em todos os oceanos do mundo.

    TESTES COM NOVO ROBÔ

    [video:http://youtu.be/CHS_RzH99mA%5D

  3. temos muitos outros

    Não vamos esquecer o voo Itavia IH 870 de 1980 abatido por foguete da Otan no Mediterraneo, fogo amigo estúpido, e escondido até agora pelos estados covardes.

  4. A diferença é que foi proposital

       As pessoas, as vivas e as mortas, são só  joguetes para os psicopatas de alta patente que querem ter controle sobre cada parte desse mundo. Uma chuva de corpos na ucrânia, crianças (supostamente)mortas enfileiradas na Síria, tudo isso só existe porque tem uma mídia levada no cabresto dando a versão “oficial” dos fatos que sempre favorecem os mesmos interesses. Quem fingir que não sabe quem é o responsável por esse cotidiano macabro só dá força para os genocidas e sua “estratégia” do mundo em chamas, também não adianta fingir que não tem nada a ver com esses distantes acontecimentos, um dia antes no Brasil estavam reunidos líderes importantes, inclusive o ultimo “vilão” que entrou na mira  “heróis do ocidente”, isso não é um problema local na ucrânia, nem deve ser considerado mera fatalidade, é preciso lembrar que os dois maiores arsenais atômicos estão envolvidos no conflito e que esse fato ocorreu na fronteira da Rússia e sendo cogitado como um possível ataque ao comandante do maior arsenal nuclear que existe.

  5. Vôo KAL 007

    Para quem quiser ter uma boa idéia sobre o episódio recomendo a leitura do livro “Flight KAL 007 – The target is destroyed”, de autoria de Tom Clancey.

    No livro tem uma informação interessante sobre a divulgação do acidente do vôo pela imprensa da África do Sul, antes do ocorrido, talvez num acesso premonitório dos editorialistas da Cidade do Cabo. Ou então teriam a certeza prévia de que o vôo seria realmente abatido e as impressoras cuspiram papel precocemente e os jornais foram as bancas daquela cidade com o avião ainda em vôo. Segundo depreende-se da leitura do livro, não se tratou em definitivo de qualquer questão relacionada a diferença de fuso horário entre o local de queda da aeronave ao norte de Okinawa, no Mar do Japão e Cappetown, SA.

    Um dos pontos mais intrigantes do episódio é o de que, segundo o relato gravado do piloto do caça soviético, durante a execução das diversas manobras do procedimento militar que precede ao abate de uma aeronave civil em tal situação, quer seja, de invasão de espaço aéreo, ele teria tido uma visão da cabine iluminada da aeronave civil no céu escuro sobre a Península de Kamchatka e a ele pareceu que os pilotos estivessem estáticos em suas poltronas, sem virar os rostos e buscar contato visual com a aeronave militar ao seu lado, parecendo já estarem mortos, en route sobre o complexo militar russo nas Ilhas Sakalinas, conforme a reprogramação de rota efetuada em Anchorage, Alaska, sem que os pilotos da KAL se dessem conta.

    Ao final 269 vítimas inocentes mortas pela estupidez da guerra fria jaziam no fundo do Mar do Japão.

  6. As sansões do mundo contra os EUA

    0 , , , , 7/19/2014 07:01:00 AM

    Tentativa de culpar Rússia sem evidências sugere o pior: isolados e em declínio, EUA tentariam manter supremacia por meio de provocação e guerra permanentes
    Por Paul Craig Roberts | Tradução: Vila Vudu


    Sobre o tema:
    AULA DE (ANTI-) JORNALISMO: ASSIM O “NEW YORK TIMES” MANIPULA
    Veja, passo a passo, como jornal engana seus leitores, para levá-los a acreditar numa mentira: a de que o mundo apoia a versão da Casa Branca sobre a derrubada do avião malaio. Por Antonio Martins

    As sanções unilaterais impostas pelos EUA e anunciadas por Obama em 16/7, bloqueando o acesso a financiamentos bancários de empresas russas de armas e energia, comprovam a impotência de Washington. O resto do mundo, incluindo duas das maiores associações comerciais dos EUA, já deram as costas ao presidente.

    A Câmara de Comércio dos EUA e a Associação Nacional de Fabricantes [orig. National Association of Manufacturers] fizeram publicar anúncios e emitiram opiniões nas páginas do New York Times, Wall Street Journal e Washington Post protestando contra as sanções inventadas pelos EUA. A Associação Nacional de Fabricantes disse que “estamos desapontados com os EUA, por ampliarem sanções unilaterais de modo que muito prejudica a posição comercial norte-americana no mundo.” A Agência Bloomberg noticiaque “reunidos em Bruxelas, líderes da União Europeia recusaram-se a acompanhar as medidas impostas pelos EUA.”[3]

    Na tentativa de isolar a Rússia, o insano habitante da Casa Branca isolou Washington.

    As sanções não terão efeito sobre empresas russas. As empresas russas podem obter mais financiamentos do que carecem, de bancos chineses, franceses e alemães.

    Os três traços que definem a cidade de Washington – arrogância, soberba e corrupção –, também emburrecem a capital norte-americana e a fazem incapaz de aprender. Gente arrogante, tomada de soberba, nunca aprende. Quando encontram resistência, respondem com propinas, ameaças e coerção. A diplomacia exige capacidade razoável para aprender com os erros — os próprios e os dos outros; mas já há anos Washington esqueceu a diplomacia. Washington só conhece a força bruta.

    Consequentemente, os EUA, com as sanções, só são capazes de solapar o próprio poder e a própria influência. As sanções só têm estimulado os países a se afastarem do sistema de pagamentos em dólares, que é o fundamento do poder norte-americano.

    Christian Noyer, presidente do Banco da França e membro do Conselho de Administração do Banco Central Europeu, disse que as sanções de Washington estão afastando as empresas e os países do sistema de pagamentos em dólares. A soma gigantesca de dinheiro que os EUA assaltaram, sob a forma de “multa” aplicada ao banco francês BNP Paribas, por manter transações com países que os EUA “desaprovam”, mostra bem claramente os graves riscos que ameaçam todos os que ainda insistam em negociar em dólares, quando os EUA ditam as regras que bem entendam.

    O ataque dos EUA contra o banco francês serviu para que muitos recordassem as numerosas sanções passadas e se pusessem em alerta contra sanções futuras, como as que ameaçam o banco Commerzbank da Alemanha. Já é inevitável um movimento para diversificar as moedas usadas no comércio internacional. Como Noyer destacou, o comércio entre a Europa e a China não precisa do dólar e pode ser integralmente pago em euros ou renminbi.

    O fato de os EUA imporem regras só deles a todas as transações denominadas em dólares, em todo o mundo, está acelerando o movimento de países que se afastam do sistema de pagamento na moeda norte-americana. Alguns países já criaram acordos bilaterais com seus parceiros comerciais, para que os pagamentos se façam nas respectivas moedas próprias.

    Os países BRICS já estão estabelecendo novos métodos de pagamento, independentes do dólar, e estão criando seu próprio fundo monetário, para financiar seus negócios.

    O valor do dólar dos EUA como moeda de troca depende de seu papel no sistema internacional de pagamentos. Se esse papel vai desaparecendo, também começa a sumir a demanda por dólar e o valor de troca do dólar. A inflação entrará na economia dos EUA via preços de importações, e os norte-americanos, já tão pressionados, verão cair ainda mais os seus padrões de vida.

    No século 21, a cada dia menos gente confia nos EUA. As mentiras de Washington, como “armas de destruição em massa” no Iraque (que nunca existiram); “armas químicas usadas por Assad” (que jamais as usou); e “armas atômicas do Irã” (que absolutamente não existem) já são tratadas como absolutas mentiras por outros governos. São mentiras e mais mentiras, que os EUA usam para destruir países e ameaçar outros países com destruição, para manter o mundo em eterno sobressalto.

    Washington nada tem a oferecer ao mundo, que consiga acalmar o sobressalto e a aflição que os EUA distribuem pelo planeta. Ser nação amiga de Washington implica aceitar todas as suas chantagens. E muitos já começam a concluir que a amizade de não compensa o preço altíssimo que custa.

    O escândalo da espionagem universal pela Agência de Segurança Nacional dos EUA contra o mundo, e a recusa dos EUA a se desculparem e desistirem da prática reiterada daqueles atos aprofundaram ainda mais a desconfiança, que já se vê hoje até entre os próprios aliados dos EUA. Pesquisas, em todo o planeta, mostram que outros países veem os EUA como a maior ameaça à paz.

    Nem o próprio povo norte-americano confia no governo dos EUA. Pesquisas mostram que ampla maioria de norte-americanos entendem que os políticos, a imprensa empresarial prostituída [orig. presstitute media] e grupos de interesses privados, como Wall Street e o complexo militar/de segurança, violentam todo o sistema para servir seus próprios interesses, às custas do povo dos EUA.

    O império de Washington está começando a rachar, circunstância que provoca ação desesperada. Hoje, (17/7, 5ª-feira), ouvi notícias na National Public Radio sobre um avião de passageiros malaio que caiu em território da Ucrânia. A notícia era verdadeira. Mas foi apresentada em tom de fazer crer que teria havido alguma espécie de complô urdido pela Rússia e “separatistas” ucranianos. Na BBC, mais e mais opiniões enviesadas, cada vez mais enviesadas. Até que matéria sobre as “mídias sociais” “noticiava” que o avião teria sido derrubado por um sistema russo de armas antiaéreas.

    Nenhum dos “especialistas” ouvidos sequer se preocupava com o que os “separatistas” teriam a ganhar com derrubar um avião de passageiros. Nada disso. Elas já haviam decidido que a Rússia “é culpada”, o que “evidentemente” “obriga(ria)” a União Europeia a apoiar sanções ainda mais duras contra a Moscou A BBC acompanhava o script dos EUA e “noticiava” o que Washington queria ver nas manchetes!

    A operação tem, isso sim, todos os indícios de ter sido concebida em Washington. Todos os promotores oficiais de guerras rapidamente apareceram em todos os canais de televisão e em todas as manchetes. O vice-presidente dos EUA Joe Biden declarou que “a aeronave foi explodida em voo”. Que “não foi acidente”. Ora! Por que alguém teria tanta certeza, antes de qualquer confirmação oficial? Visivelmente, Biden não procurava culpar o governo ucraniano. Claro que quem abateu a aeronave em “pleno voo” foi… a Rússia! É o modo como Washington opera: grita “culpado!” tantas e tantas vezes, até que já ninguém se lembre de exigir provas.

    O senador John McCain pôs-se imediatamente a “declarar” que havia cidadãos norte-americanos no avião, o que bastava para ele “exigir” ações punitivas contra a Rússia (tudo isso antes de alguém conhecer a lista de passageiros do avião e as causas da queda).

    As “investigações” estão sendo feitas pelo regime de Kiev, fantoche de Washington. Acho que já se poderia escrever a conclusão hoje, sem investigar coisa alguma.

    É alta a probabilidade de que apareçam provas fabricadas, como as provas fabricadas que o secretário de Estado Colin Powell dos EUA apresentou à ONU, para “provar” a existência das inexistentes “armas de destruição em massa” iraquianas. Washington safa-se há tanto tempo, com tantas mentiras, golpes, encenações e crimes, que já se convenceu de que se safará sempre.

    No momento em que escrevo, não há ainda informação confiável sobre o avião, mas a velha pergunta dos romanos vale sempre: cui bono? Quem se beneficia?

    Os “separatistas” nada têm a ganhar com derrubar um avião de passageiros, mas Washington, sim, tinha “bom” motivo: culpar a Rússia. E bem poderia ter também um segundo motivo. Dentre os muitos rumores, há um rumor que diz que o avião presidencial do presidente Vladimir Putin voava rota semelhante à do avião malaio, com diferença de 37 minutos entre um e outro avião. Esse rumor disparou especulações de que Washington teria decidido livrar-se de Putin, mas errou o alvo: tomou o avião malaio pelo jato presidencial russo. O site Russia Today (RT) noticia que os dois aviões teriam aparência semelhante.

    Antes de começarem a “explicar” que Washington seria sofisticada demais para ‘errar’ de avião, lembro que quando os EUA derrubaram avião iraniano no espaço aéreo do Irã, a Marinha dos EUA “explicou” que “pensara” que os 290 civis assassinados naquele atentado estivessem num jato iraniano, um F-14 Tomcat, jato de combate fabricado pelos EUA, e muito usado também pela Marinha dos EUA. Ora! Se a Marinha norte-americana não consegue distinguir nem entre um jato de combate que usa todos os dias, e um avião de passageiros iraniano… é claro que os EUA podem se atrapalhar e confundir dois aviões de passageiros que, como diz RT são, sim, até que “parecidos”.

    Durante toda a matéria da BBC, publicada para inventar a culpa da Rússia, nenhum “especialista” lembrou-se do avião iraniano de passageiros que os EUA “abateram em pleno voo”. Ninguém “exigiu” sanções contra os EUA.

    Seja qual for o desfecho do incidente com o avião malaio, os fatos indicam um perigo na política soft de Putin contra a intervenção armada e violentíssima dos EUA na Ucrânia. A decisão de Putin, de responder com diplomacia, não com recursos militares, às provocações de Washington na Ucrânia, deu vantagem inicial ao governante russo – como se comprova na reação da UE e de associações de empresários norte-americanos contra as sanções de Obama. Contudo, ao não impor fim imediato, por meios militares, ao conflito que Washington patrocina e comanda na Ucrânia, Putin deixou a porta aberta para os crimes e complôs que Washington está maquinando — e que são especialidade dos EUA.

    Se Putin tivesse aceitado o pedido dos antigos territórios russos do leste e sul da Ucrânia, para se reincorporarem à Rússia, o imbróglio ucraniano teria acabado já há meses; e a Rússia não estaria exposta a tantos riscos.

    Putin não colheu o benefício de ter-se recusado a enviar soldados para os antigos territórios russos: a posição oficial” de Washington é que há soldados russos operando na Ucrânia. Quando os fatos não ajudam a “confirmar” o que mais interessa à agenda de Washington, “dá-se um jeitinho” nos fatos.

    A imprensa empresarial norte-americana culpa Putin; já decidiram que o presidente russo é autor de toda a violência na Ucrânia. É coisa inventada na cabeça de Washington, mas “virou fato” nos jornais e televisões: é o que basta como justificativa para qualquer sanção.

    Dado que não há prática ou ato, por sujos que sejam, que Washington não abrace, Putin e a Rússia estão expostos a alto risco de se tornarem vítima de atentados graves ou dos golpes mais abjetos.

    A Rússia parece hipnotizada pelo Ocidente, sob forte motivação para ser incluída como parte. Esse anseio por ser aceita trabalha a favor da agenda e dos golpes de Washington.

    A Rússia não precisa do Ocidente; a Europa, sim, precisa da Rússia. Opção interessante para a Rússia é cuidar de seus interesses e esperar que a Europa a procure, interessada.

    O governo russo não deve esquecer que a atitude de Washington em relação à Rússia é modelada pela “Doutrina Wolfowitz”, que diz:

    “Nosso primeiro objetivo é impedir a re-emergência de um novo rival, seja no território da ex-União Soviética ou em qualquer ponto, que represente ameaça da ordem que exerceu, antes, a União Soviética. Essa é a consideração dominante que subjaz à nova estratégia regional de defesa, e exige que trabalhemos para impedir que qualquer potência se imponha, numa região cujos recursos, sob controle consolidado, bastarão para gerar poder global.”

      

    Paul Craig Roberts
    Paul Craigs Robert foi secretário assistente do Tesouro dos EUA e editor associado do Wall Street Journal. Seu último livro é “Como os Estados Unidos se perderam”. Para biografia, consulte a Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Paul_Craig_Roberts

    Outras Palavras

    http://folhadiferenciada.blogspot.com.br/2014/07/mh-17-um-atentado-suspeito-demais.html

  7. Pleleo que sempre soube, os

    Pleleo que sempre soube, os que a ex-URSS dererrubou eram todos   civil  que disfasamente transporttavam   material bélico.

  8. Sibir Airlines – Flight 1812 e Sea of Lies

      Em 04/10/2001, um TU-154M que fazia a rota Novossibirsk – Tel Aviv , foi abatido por um missil S-200, disparado por militares UCRANIANOS, que realizavam um exercicio militar no poligono de tiro da Criméia, o missil de médio-longo alcance, “vazou” a area delimitada do exercicio, causando 78 mortes.

       Indenização paga pelo Governo UCRANIANO: US$ 200.000 por vitima.

       Já sobre o Iran Air 655, a “Carta Capital”, ou quem se interessa, deveria ler ” Mar de Mentiras”, em http://www.alt-f4.org/img/seaoflies.html

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