Com resultado negativo de Covid-19, Bolsonaro testa jornal até a última instância

Se o resultado tivesse sido positivo, a modificação de seu nome por codinomes inventados, indica que ele teria tentado recorrer até a última instância

Reprodução do exame negativo de Covid-19 de Jair Bolsonaro obtida pelo Estadão

Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro poderia ter divulgado o resultado negativo dos seus exames de Covid-19 nas redes sociais. A informação sobre o estado de saúde do presidente da República é um direito de conhecimento público, segundo definiu a Justiça Federal de São Paulo e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). Mas Bolsonaro fez jornalistas entrarem na Justiça para terem acesso a esses dados.

E se o resultado tivesse sido positivo, a modificação de seu nome no exame médico, por codinomes inventados pelo mandatário, indica que ele teria tentado recorrer até a última instância -aonde o processo já havia chegado por recursos investidos pelo jornal O Estado de S.Paulo- para impedir este acesso.

E o jornal obteve, nesta quarta-feira (13), o direito judicial a esta informação. O resultado, para o jogo de sátira do presidente, foi negativo. Antes disso, não somente criou um plano de mistério e estratégias para driblar jornalistas sobre o resultado, como também um assessor de seu governo chegou a vazar a informação, na manhã desta quarta (13), de que a divulgação do teste Covid-19 poderia levá-lo a um processo de impeachment [entenda mais aqui].

Em sua decisão dada na manhã de hoje, o ministro Ricardo Lewandowski determinou a “ampla publicidade” dos resultados do exame de coronavírus do presidente Jair Bolsonaro, após ele mesmo encaminhar ao seu gabinete os tais laudos médicos. No despacho, Lewandowski não chegou a analisar o caso (leia abaixo), uma vez que a ação se viu prejudicada com a entrega dos documentos – solicitação do jornal – pelo próprio mandatário.

“Mais do que a liberdade de expressão e o direito de informar, essa decisão garante o direito a receber informação. Um direito que não é titulado pela imprensa, mas pela coletividade”, havia defendido o advogado do Estadão, Afranio Affonso Ferreira Neto, após a sequência de tentativas de obter estes resultados desde o dia 13 de março, o que foi garantido pelas duas primeiras, mas negado no Superior Tribunal de Justiça (STF), levando o caso à última instância.

Nos três exames, foram utilizados por Bolsonaro codinomes (Airton Guedes e Rafael Augusto), com os números de CPF e RG do mandatário, e dois deles foram realizados no Sabin e um no Fiocruz. Ainda no mês passado, em abril, Bolsonaro havia comentado que era prática corriqueira dele utilizar codinome para fazer exames de saúde.

“Eu sempre falei com o médico: ‘Bote o nome de fantasia porque pode ir pra lá, Jair Bolsonaro’ já era manjado, principalmente em 2010, quando comecei a aparecer muito, né. Alguém pode fazer alguma coisa esquisita. Em todo exame que eu faço tem um código”, disse, justificando-se.

 

A decisão de Lewandowski:

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Redação

13 Comentários

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  1. Ele ainda não pegou. Que é estranho, lá isso é mas, ainda resta uma esperança.
    Por que ele não continua a frequentar locais públicos sem proteção? Faça-nos o favor!

  2. Os exames são falsos. Se tivessem mesmo dado negativo Bolsonaro teria se vangloriado imediatamente ao invés de ficar escondendo.

    Mas como no Brasil ninguém se importa com a lógica é claro que irão acreditar na palavra do bandido…

    1. Nem entro na discussão de que os resultados possam ter sido falsificados.
      Qualquer um que tenha contraído o vírus, ao recuperar-se testará negativo quando verificado se há a presença do vírus no seu sistema circulatório ou endócrino.
      Sem um resultado recente e confiável de que não desenvolveu anticorpos para o coronavírus estes resultados não valem nada. E estes resultados para a presença de anticorpos (que são o que realmente interessa nestas alturas) não foram apresentados, se é que existem.

  3. Logo depois da viagem aos USA, bozo fez um exame e a repórter da FoxNews perguntou a eduardo embaixador o resultado, e a resposta foi um SIM no teste de papai bozo. Cerca de uma hora depois apareceu o desmentido, o teste de papai bozo não deu positivo, e eduardinho embaixador não anunciou o tal desmentido assim como nunca mais tocou no assunto.
    Mais adiante, numa sexta-feira, bozo resolveu subir num carro prá falar para a turma que concorda com qq coisa que ele faça, e o trololó de sempre, acabou a velha política, etc…, e lá pras tantas veio uma tosse bem forte, alguns tossidos e ele logo saiu dali.
    Aqueles que acreditam em ato falho do embaixador, é porque acreditam em qualquer coisa, até mesmo em sereia.

  4. Gente,não sejam ingênuos. Qual a lógica de esconder e lutar pra esconder o exame se ele era negativo? Qual a lógica de todos na comitiva terem sido INFECTADOS, mas só ele o filho não? Como é possível que ele tenha contato com tanta gente, sem máscara, e não se infecta? Gente, o laudo tem o timbre do hospital das forças armadas e apareceu agora somente. Pra mim, tudo indica que este laudo é fraudado ou manipulado, e esse anti Cristo aí foi infectado mas, infelizmente, pra ele e seus familiares, realmente foi só uma gripezinha. O diabo protege… A imprensa tinha que correr atrás de analisar o laudo e comparar com outros laudos da mesma época…

  5. Há muitos anos não mais acredito em Papai Noel e outras personagens imaginárias que povoavam minha infância. Os adultos que mas sugeriam eram confiáveis para mim. Às vezes, dá saudade. Se ainda acreditasse nelas poderia acreditar, também, nos resultados de exame apresentados. Questão de confiança.

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