Em evento na CNI, Temer volta a falar em medidas impopulares

Da Agência Brasil

Após anúncio da meta fiscal de 2017, Temer volta a falar em medidas impopulares

Por Paulo Victor Chagas

Revisão em concessão de benefícios vai racionalizar recursos públicos, diz Temer

Mudanças em auxílio-doença e aposentadoria por invalidez podem trazer de volta trabalhadores a meio-período, diz Temer

Após anúncio de meta fiscal de 2017, Temer volta a falar em medidas que não agradam

O presidente interino Michel Temer disse hoje (8) que o pente-fino anunciado pelo governo em benefícios previdenciários e assistenciais pode acarretar que o trabalhador que hoje recebe auxílio-doença ou está aposentado por invalidez que não está incapaz passe a trabalhar por meio período. Segundo ele, a revisão de concessões dos benefícios vai racionalizar recursos públicos. 

Ao participar de um evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente interino voltou a lembrar que terá de tomar medidas impopulares a partir de um certo momento.

“É preciso estabelecer, como estabelecendo estamos, alguns aprimoramentos da gestão pública. Dou exemplos singelos aos senhores porque um dia eu disse: ‘Em um dado momento, vamos precisar de medidas que podem não agradar no primeiro momento’. Eu digo no primeiro momento, porque subsequentemente as medidas tomadas irão agradar toda comunidade brasileira”, afirmou.

Nessa quinta-feira (7), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou a estimativa do governo de fechar o ano de 2017 com um déficit primário de R$ 139 bilhões, e não descartou o aumento de impostos. De acordo com a equipe econômica, a questão será definida até o fim de agosto.

A uma plateia de 100 empresários do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação, Temer elogiou a sugestão do presidente da CNI, Robson Andrade, sobre as mudanças anunciadas ontem pelo Palácio do Planalto.

“Ainda agora o Robson me propunha: ‘Olha, nesse projeto aí poderia pensar-se no seguinte: alguma fórmula pela qual perícia médica  pudesse dizer que, já que ele está com problema, alguém está com problema, ele trabalharia apenas meio-dia’. E ele me deu um exemplo claríssimo: se ele está com depressão, se ele ficar em casa é capaz de ficar mais deprimido. Então, quem sabe, em certos momentos, você pode usar essa fórmula”.

Mudanças com força de lei

O Diário Oficial da União publicou hoje a medida provisória que fixa o prazo máximo de 120 dias para cessação do auxílio-doença aos beneficiários que não têm data-limite fixada pela Previdência Social. A proposta determina a revisão dos benefícios de aposentadoria por invalidez e auxílio-doença, inclusive os concedidos judicialmente, com o objetivo de economizarmais de R$ 7 bilhões por ano.

De acordo com o texto da MP, os aposentados por invalidez e trabalhadores afastados por motivos de doença que continuam recebendo salários poderão ser convocados a qualquer momento para avaliação de suas capacidades de trabalho. Ao anunciar as mudanças, os técnicos do governo federal explicaram que a medida não gera a necessidade de os segurados telefonarem imediatamente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para agendar perícia médica.

Para isso, a medida provisória criou uma gratificação por dois anos para os médicos peritos do INSS que promoverem perícia além da capacidade normal em beneficiados cuja revisão não ocorre há mais de dois anos. O bônus, que começará a ser concedido em setembro, valerá pelo período de dois anos. A intenção do governo é gerar 100 mil novas perícias mensalmente.

Embora precise ser aprovada no Congresso Nacional, a medida provisória tem força de lei e já começa a valer a partir de hoje.

Redação

12 Comentários

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  1. Brasil, empresa falida com executivos a salvo

    Brasil é como navio velho em guerra, pilotado por oficiais que não precisam afundar junto com ele.

    Brasil é dirigido por oficiais que sabem que a guerra é entre “cavalheiros”, com gente finíssima, onde os oficiais são poupados e a patuleia é torturada ou morta.

    Brasil é como uma empresa falida dirigida por executivos que tem o seu salário garantido e aposentadoria integral, ou seja, em permanente zona de conforto. Brasil parece com uma empresa que deve bilhões, mas vive como doente mediante aparelhos, girando um mínimo de receita e um custo básico operacional, que lhe permite exatamente isso: pagar em dia aos seus executivos. Alguns executivos corruptos usam ainda tretas para ganhar mais, alugando equipamentos para prestar serviço às próprias empresas que comandam (como acontece em algumas mineradoras) ou alocando jogadores cujo passe lhes pertence, dentro do time que dirigem. Outros são apenas corruptos, garantidos hoje e na sua velhice, eles e sua prole, mas continuam corruptos.

    Os executivos da empresa “Brasil” são, dentre outros, a classe política e os meritocráticos do serviço público, incluindo com isso os poderes paralelos da república. Somam-se privilégios, filhas de militares e milhares de aproveitadores de uma nação que hoje lamenta pelos seus desempregados em forma tão falsa como o choro do Eduardo Cunha. Cambada de cínicos que aparecem na TV, agora querendo que o povo trabalhe 80 horas semanais.

    Colcha dobrada:

    Muitos falam que a colcha não consegue cobrir a todo o mundo, justamente ficando de fora milhões de brasileiros. Então há que desdobrar a colcha, que protege em dobro a classe mais abastada e abrir a colcha inteira para proteger a todos.

    Impostos sim!

    Impostos para os mais ricos, CPMF e, principalmente, reduzir os ganhos do sistema financeiro. Eu sou empresário e quero impostos sim, mas cobrados do meu faturamento e não do meu oxigênio que mantém viva a minha empresa mediante aparelhos. Quero contratos e trabalho, isso eu quero e, para tal, não me importo em pagar mais impostos, pois cada vez que pago a este fundo que atende a todos os que hoje estão sem cobertura, algo também entra na minha própria caixa. Não há outro modo de romper o círculo vicioso.

    Quem chora por impostas é justamente quem está na zona de conforto, com colcha em dobro ou mais; protegido do frio e do calor.

    Lula deu certo, pois ele foi um daqueles sem cobertor e entrou no campo correndo atrás de um prato de comida. Brasil nunca andará para frente se quem dirige os nossos destinos nunca teve nem projeta ter privações. Nas empresas só avança quem arrisca; quem acredita. Executivo na zona de conforto nunca levará o Brasil para frente e, como todos eles, vão querer arrancar pedaços, assim como advogados acima de uma empresa em falência, e observarão nossa miséria desde longe, na sua aposentadoria, cansados de sugar, desde Miami.

    Não há mais dúvidas sobre o que queremos e sobre quem queremos que dirija mesmo este país.

  2. Das medidas, não sou contra

    Das medidas, não sou contra revisar as aposentadorias por invalidez. Na verdade, tudo que precisaria ser melhor fiscalizado para evitar manobras espúrias deve ser prioridade. Por exemplo: os benefiários dos programas sociais petistas. Vira-e-mexe sabemos de pilantras que receberam os benefícios sem merecimento. Outro dia conhecemos funionários públicos que estavam desviando dinheiro do bolsa Família para suas contas pessoais.

    Eu conheci uma mulher completamente saudável que estava aposentada por invalidez há muito tempo, com a colaboração do marido médico. E não duvido que existam inúmeros na mesma situação. Resta saber como será feita essa inspeção. Se não vai Temer exonerar e demitir pessoas por elas serem petistas.

    Por outro lado, como exigir que uma pessoa com diagnóstico de depressão possa trabalhar meio-expediente. Pra que isso seja possível, primeiro tem que se ter em conta o grau dessa depressão.

    Só quem teve na família, ou viveu essa experiência, sabe o que significa uma vítima de tal enfermidade. 

    Minha prima passou mais de 6 anos com depressão, piorando a cada dia, ao ponto de não querer ver ninguém da família. Fica uma morta-viva. 

     

  3. Não precisava toda esta

    Não precisava toda esta engenhosidade para aumentar o caixa da previdência, pois com o DESinvestimento na saúde pública (já em andamento), possivelmente os idosos ou trabalhadores com problemas de saúde terão sobrevidas abreviadas .

    Provalmente o programa de extermínio de pobres a ser executado pelos conspiradores suspenderão milhões de benefícios previdenciários até o final de 2017 .

  4. papo de bebados no pinel

    Olha só o papo de dois mentecaptos, o FORA TEMER e Robson resolvendo todos os problemas com uma medida simples e de efeitos monumentais no orçamento.

    Se pega o Zé alquebrados que deve gozar de um auxilio de meio SM obriga o infeliz a voltar ao trabalho em meio expediente, FORA TEMER num ambiente de 12 milhões de desempregados, e feitas as contas a economia deve ser cálculos nas coxas aquilo que eles gastam em refeição e vinho importado e sonegações em um mês.

    Quantas pessoas estão nesta condição, quanto representam de gastos, é esta a pergunta certa o resto é papo de gentinhas que, estes sim deveriam estar encostados em algum pinel receber salario com obrigação de nunca abrir a boca. E nos estamos nas mãos destes sujeitos, tristes trópicos.

  5. jornada de trabalho de 80 horas semanais!

    de segunda a sábado 12H todo dia. no domingo dá pra sair mais cedo, só 8 horas!

    como é ‘empresário’ brazuca, é claro que com o mesmo salário de hoje! ou seja reduzindo o valor da hora trabalhada a metade!

  6. A doutrinação liberal, o
    A doutrinação liberal, o coronelismo atávico e a certeza da impunidade fizeram o presidente da CNI abrir a boca para falar a merda que falou.

    Por alguma razão incompreensível, o liberalismo golpista se sente lesado pelos 13 anos de governos trabalhistas. É como se houvessem lhes roubado algo muito precioso. O que obviamente é uma bobagem porque a redução das desigualdades mal começou e serão eles, os ricos, que devem pagar a conta para que esse país se torne um lugar civilizado.

  7. Esses caras são sem noção,

    Esses caras são sem noção, com esse arrocho eles vão implodir a base trabalhadora do país.

    Ninguém trabalha sob pressão e infeliz. Os acidentes de trabalho irão disparar.

    Peão insatisfeito, quebra a maquina que opera. Enrola, faz corpo mole, finge que está doente, trabalha murriando. Haverá motim, greves, pancadaria.

    Esses caras são burros prá cacete, não sabem o que um peão revoltado é capaz.

    O patrimônio e maquinário de algumas empresas, principalmente pequena e média, corre sério riscos com essas medidas escravagistas.

    Já fui peão na área de manutenção, sei o que digo.

    Essa raça de peão não presta.

  8. medida impopular de Temer: a volta da escravidão.

    Passando o Impechment, Temer irá propor a volta da escravidão no Brasil com apoio do presidente da CNI.

  9. Agora ta na hora dos

    Agora ta na hora dos enganados da baixa renda que foram as ruas apoiar a saída da presidente sentarem na boneca. Os assalariados da força sindical e os midiotas. Espero que se fodam. 

  10. Sobre a falsa modificação da lei do trabalho na França.

    Um dos escravocratas da CNI sugeriu que se permitisse que a prolongação do trabalho para 12 horas por dia, e um argumento posto por deste futuro desejoso SENHOR DE ESCRAVOS é que a França modificava a sua lei para permitir que os trabalhadores fizessem uma jornada de 60 horas de trabalho por dia.

    A origem desta notícia foi veiculada em alguns blogs e sites na Internet francesa que foi desmentida pela Ministra do Trabalho do governo francês, coloco uma parte da nota de esclarecimento da Ministra, o texto original com uma tradução amadora sobre o assunto.

    O mais surpreendente de tudo que nenhum jornal, site ou quem quer que seja foi verificar o que está acontecendo na França e compraram o peixe pelo preço que a CNI quis vendê-lo.

    O que há na França também há na legislação atual brasileira, que permitem médicos e vigias noturnos trabalharem mais do que 10 horas com as devidas compensações.

    Nota de esclarecimento do Ministério do Trabalho, da formação profissional e diálogo social.

    “Avec le projet de loi, les salariés devront travailler 60 heures par semaine”

    “Com o projeto de lei os assalariados deverão trabalhar 60 horas por semana.”

    FAUX La durée maximale hebdomadaire restera fixée à 48 heures par semaine, comme aujourd’hui. Il ne sera donc pas possible de dépasser 48 heures par accord collectif. En cas de circonstances exceptionnelles, il sera possible demain comme aujourd’hui d’y déroger, pour une durée limitée, dans la limite de 60 heures par semaine, et uniquement sur autorisation de l’inspecteur du travail, comme aujourd’hui. Cette règle n’est aujourd’hui mobilisée que dans des situations très exceptionnelles (réparation navale), et fait l’objet ensuite de journées de récupération ou de majorations salariales très favorables.

    FALSO A duração máxima semanal continuará a ser 48 horas por semana, como é nos dias atuais. Logo não será possível ultrapassar 48 horas por acordo coletivo. Em casos de circunstâncias excepcionais, será possível alongar, por uma duração de tempo limitado, como nos dias atuais, dentro do limite de 60 horas por semana, e unicamente sobre a autorização dos fiscais do trabalho, como é nos dias de hoje. Esta regra não é utilizada nos dias atuais, salvo em situações muito excepcionais (reparação naval), e, posteriormente, compensadas por dias de recuperação ou aumentos salariais muito favoráveis.

    “Avec le projet de loi, les salariés devront travailler plus d’heures par jour”

    “Com o projeto de lei, os funcionários terão de trabalhar mais horas por dia”

    FAUX La durée quotidienne de travail restera fixée à 10 heures par jour comme aujourd’hui. Comme aujourd’hui, il sera possible de déroger à cette durée par accord collectif dans la limite de 12 heures par jour ou sur autorisation de l’inspecteur du travail. Le projet de loi ne modifie donc ni les durées maximales, ni les modalités selon lesquelles il est possible d’y déroger.

    FALSO. As horas de trabalho diárias permanecerão em 10 horas por dia como hoje em dia. Como hoje, será possível prolongar este período por acordo coletivo, dentro dos limites de 12 horas por dia ou com a permissão do fiscal do trabalho. Portanto projeto altera nem a duração máxima ou as condições em que é possível prolongá-los.

    1. Perfeito!
      O empresariado brasileiro no topo da pirâmide é tão tosco que acha que engana quem, diferente deles, venceu na vida trabalhando. O presidente da CNI é da mesma estirpe de Temer: mitômano e corrupto.

      A gente não mama nas tetas do governo, como esses “empresários”. A gente não sonega impostos, como eles. A gente não vive da exploração do outro. A gente não recebeu tudo de mão beijada do pai rico.

      A meritocracia é nossa porque estamos vivos e chegamos até aqui. E queremos mais. Mais dignidade e menos desigualdade.

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