No final do mandato, Governo Bolsonaro zera o caixa de universidades e institutos federais

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
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Durante campanha do segundo turno, ministro da Educação negou que cortes seriam feitos

O ministro da Educação, Victor Godoy. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Governo Bolsonaro zerou o caixa do ensino superior público do Brasil. Foram R$ 244 milhões bloqueados das universidades federais e R$ 122 milhões dos institutos federais, sendo R$ 366 milhões no total.

Em ofício enviado do Ministério da Economia às instituições nesta segunda-feira (28), a pasta determinou o congelamento de toda a verba disponível das escolas. A medida busca cumprir o teto de gastos, que limita as despesas do Estado brasileiro à inflação em período pré-determinado.

Vale lembrar o Governo de Jair Bolsonaro (PL) furou o teto de gastos já no primeiro ano de mandato, em 2019. Apoiadores e aliados do atual presidente argumentam que a medida foi necessária em resposta à pandemia e à guerra na Ucrânia, mas esses eventos começaram a ocorrer somente em 2020. Ao longo dos últimos quatro anos, o limite de despesas foi desrespeitado em R$ 795 bilhões.

LEIA: Bolsonaro furou o Teto de Gastos antes da pandemia, aponta estudo

Em nota, a Andifes, associação que reúne os reitores do País, criticou que a decisão tenha sido informada em dia que o Brasil jogaria na Copa do Mundo, contra a Suíça.

“Enquanto o país inteiro assistia ao jogo da seleção brasileira, o orçamento para as nossas mais diversas despesas (luz, pagamentos de empregados terceirizados, contratos e serviços, bolsas, entre outros) era raspado das contas das universidades federais, com todos os compromissos em pleno andamento”, diz o texto.

Ministérios silenciam

Até o fechamento desta reportagem, o Ministério da Economia nem o da Educação se manifestaram sobre o assunto. Caso isso ocorra, esta matéria será atualizada.

Mudança de postura

Em meio a disputa de Bolsonaro com Lula (PT) na corrida pela Presidência da República, um bloqueio ao orçamento das instituições de ensino superior foi feito.

No entanto, o ministro do MEC, Victor Godoy, negou que houvesse qualquer congelamento. Ele chegou a dizer que reitores faziam “politicagem” às vésperas do pleito. Na época, a pasta argumentou que o bloqueio seria feito em um primeiro momento para que voltasse a ficar disponível em dezembro.

Em seguida, Godoy anunciou que o Governo havia voltado atrás da própria decisão.

Johnny Negreiros

Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.

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