Requião diz que Dilma vacila: “É plebiscito ou a vaca vai pro brejo”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O senador Roberto Requião (PMDB) disse que a presidente Dilma Rousseff (PT) está sendo “mal assessorada” e que “vacila” sobre assumir o compromisso de apoiar novas eleições, como forma de barrar a aprovação do impeachment no Senado. 

Segundo o blogueiro Esmael Morais, Requião oferece nesta quarta (29) um jantar ao chamado G-30, bloco parlamentar formado por “desenvolvimentistas” que não concordam com a política econômica do interino Michel Temer e poderiam ajudar Dilma a retomar o poder, caso a petista se comprometesse com a proposta de plebiscito por novas eleições.

Para Requião, só um “acordo de senadores lúcidos e nacionalistas pode resolver o impasse.” É isso ou aguardar “a outra solução, [que] se dará nas ruas com o desespero aos abusos do capital.”

Em entrevista publicada pela Agência Brasil nesta semana, Dilma disse que não está fechado o compromisso em torno de novas eleições, pois o assunto ainda está em discussão entre movimentos sociais. Setores ligados ao PT, segundo relatos divulgados na imprensa nas últimas semanas, têm resisto à proposta por entender que seria validar o “golpe do impeachment”.

Para Requião, o racha no PT também cumpre outro papel: “Setores de PT pretendem a incineração final de Dilma na esperança de lançar Lula [em 2018]. Erro que incinera a democracia e aliena a soberania.”

Para o senador, é preciso uma mudança “radical” da política econômica e um plebiscito. “Caso contrário, a vaca vai pro brejo.”

Requião integra uma frente parlamentar lançada nesta terça (28) para se opor ao governo interino do presidente Michel Temer e barrar o impeachment. O senador Lindbergh Farias (PT) será o líder do grupo. Na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB) será comandante de frente semelhante.

Requião reúne hoje o G-30 contra o impeachment

Do blog do Esmael Morais

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) reúne nesta quarta (29), em jantar na casa dele, em Brasília, o “G-30” — o grupo de 30 senadores desenvolvimentistas que podem mandar o interino Michel Temer (PMDB) para a casa.

Requião alertou ontem (28) que o vacilou da presidente eleita Dilma Rousseff, que não apresenta logo a proposta de plebiscito e mudança na economia, poderá significar a continuidade do golpe de Estado.
O senador peemedebista disse que a “solução Temer” para a economia, reprovada por 70% dos brasileiros, segundo pesquisas, não é bem vista pelos senadores.

Requião afirmou que o fracasso do jantar de ontem na casa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), com a presença do ministro da Fazenda Henrique Meirelles, foi sintoma dessa desconfiança do Senado.
“Afinal os senadores perceberam que Meirelles é exatamente o que sempre foi durante os últimos 13 anos: uma espécie de Janaina da economia?”, comparou o senador do PMDB.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

25 Comentários

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  1. Eu fico com a outra solução.

    Eu fico com a outra solução. Fica claro que todos tem medo que o povo tome o poder (impicheiros e peblisciteiros)!

  2. Chantagem. Escárnio.
    “Eu sei
    Chantagem. Escárnio.

    “Eu sei que vc foi eleita até 2018 , mas vc tem que sair agora pra evitar o golpe”

    Qual o nome disso?

    Não faz tempo que, mesmo aqui nessa bananalandia, as pessoas eram mais discretas ao colocar a faca no pescoço da outra pessoa.

    Enfim, chantagista de 10a. categoria.

  3. O dia “I + 1″(I data do

    O dia “I + 1″(I data do julgamento do impeachment) em se tratando de Michel Temer todos sabemos o que nos espera: mais arrocho fiscal e menos atenção ao social. E quanto a presidente Dilma, o que acontecerá se estiver “viva” no Day after? Quais seus planos? As condições de governabilidade serão melhores ou piores que antes do afastamento? 

    Afinal, quem será, o que fará esse governo Dilma, parte 3, o Retorno?

    Interessante que até os analistas(políticos, jornalistas, acadêmicos et caterva) estão calados. Por que será, hein? Há elementos para projeções de cenários, mas serão, digamos, nada agradáveis ou será porque na realidade não possuem a mínima condição de antecipá-los dada a conjuntura caótica? 

    Apostaria que nesse estágio da confusão ninguém quer arriscar reputação. A saída então é ir levando com a barriga para ver como é que ficará. 

    Particularmente, confesso minha total incapacidade de prever qualquer coisa para esse desiderato. 

     

  4. Requião talvez até esteja bem

    Requião talvez até esteja bem intencionado, mas é um equívoco convocar plebiscito para eleições gerais agora. A razão é muito simples: golpistas (leia-se direitistas esterícos, políticos delinquentes e judiciário fascista) vão mover mundos e fundos para convencer os eleitores de que o melhor é manter temer e sua quadrilha até 2018.  Vai ser um festival de terrorismo ideológico, de compra de votos e de ameaças de todo tipo. Tudo  com o incondicional e arrasador suporte midiático criminoso de globo e cia. Quando finalmente chegar 2018, o país já estará depenado, fatiado, grelhado e devidamente engolido pelo capital internacional, que é o financiador de toda essa patranha. 

    1. Ele nao passa de um nepotista

      Ele nao é bem intencionado nao.

      Tudo bem que ele se esforça em algumas questoes, tem apreço pela educacao e nao quer privatizar o brasil. Mas eu nao coloco a mao no fogo por ele. Ele, o irmao, o filho…todo mundo jogando custo e arrecadando pela teta publica. Ainda mais todos pelo PMDB…partido de crente hj em dia.

  5. Não se trata mais de reverter

    Não se trata mais de reverter o golpe. A Dilma e seu governo perderam o poder antes mesmo da votação na Câmara.

    Trata-se de livrar o país de tamanho retrocesso. O papel dela é esse. O contrato previsto na constituição foi rasgado e a Presidente não tem condições de poder para restaurá-lo voltando ao Planalto se não for pelas ruas ou pela força. Nem uma coisa, nem outra.

    Vamos ao plebiscito.

  6. Demagogo

    Este senhor continua no PMDB do Cunha, Temer, Moreira Franco, Renan, Padilha, Jucá, etc?

    E ainda reclama que a Dilma não quer fechar “acordo”?

     

  7. Isto só tem um nome:

    Isto só tem um nome: GOLPE. Qual é a diferença para o golpe da direita? Nenhuma. O partido do sr. Requião inviabilizou o segundo mandato de Dilma e agora quer enfiar a faca no pescoço dela.

  8.  
    … E por que estes

     

    … E por que estes senadores [supostamente] desenvolvimentistas e nacionalistas exigem a moda de troca do plebiscito?

    “Que negócio é este?!”

    É mais um achaque contra a presidente legitimamente reeleita?

    Eu afirmei ‘REELEITA’!

    E nós votamos na honrada presidente Dilma Vana Rousseff para um mandato que deverá se expirar à 00:00 de 01/01/2019!

  9.  
    Beatriz Cerqueira: Chamar

     

    Beatriz Cerqueira: Chamar um plebiscito agora é contribuir com legitimação do golpe

    27 de junho de 2016 às 11p2

     

    (…)

     

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.viomundo.com.br/politica/beatriz-cerqueira-chamar-um-plebiscito-agora-e-contribuir-para-legitimarmos-o-golpe.html

     

    ***

     

    LÁ VEM O MATUTO QUE SENTE CHEIRO E GOLPE DESDE O DIA EM QUE NASCEU EM PINDORAMA

     

    Concordo integralmente com a excelente análise da Beatriz Cerqueira!

    Parabéns!

    ***

    PLEBISCITO SERIA A LEGITIMAÇÃO DO GOLPE MAIS VAGABUNDO &$ DESCARADO DA HISTÓRIA MUNDIAL

    … Cientificamente comprovado que a honrada presidenta Dilma Rousseff não cometeu crime algum, nada desta história de negociar a derrubada do ‘golpeachment’ via acordão com aquele IMUNDO antro/covil senatorial…
    Os(as) senadores(as) terão que se posicionar!
    E só há duas alternativas:
    mandar os(as) nazigolpistas, abjetos(as) antinacionalistas/entreguistas &$ [mega]corruptos(as) para Os Quintos dos Infernos, ou a materialização do crime hediondo…
    De uma forma ou de outra a história continuará…

  10. A confiança já está

    A confiança já está voltando.

    O dólar não para de cair, já está em 3,25. Em muito breve os efeitos dessa queda sobre a inflação.

    A Dilma é carta fora do baralho. ACABOU.

    Única chance de eleições é se ela renunciar e na renuncia, ela fazer um apelo para o Temer acompanhar a sua renuncia.

    ACABOU.

    VIVAM COM ISSO.

    SE CONFORMEM.

    1. A História é longa, caro

      A História é longa, caro amigo. Dilma entra para a ela de toda a forma. Se afastada, como uma injustiçada; se não afastada, como vitoriosa. E quem apoiou esse golpe irá para o abismo. Não há perdão para traidores. Aproveitem enquanto ainda há tempo, pois o jogo irá virar. 

  11. Ainda não entendi muito bem o

    Ainda não entendi muito bem o que o Requião está propondo.

    Plebiscito, ok. Mas o povo vai decidir o que ? Qual será a pergunta que farão ao povo.Que a Dilma continue até ou 2018, ou se haverá novas eleições.

    No caso de nova eleições como será ? Eleições apenas para presidente ou eleições gerais.

    Se for gerais, terá que ter eleições para governador, dep estadual, dep federal e 1/3 do senado.

    E aí ? isso vai dá o maior furdúncio. Os golpista não vão querer largar o osso.

    Sei não, isso está cheirando a um tremendo merdelê.

    ///////////

    O impeachment será julgado depois das Olimpíadas. Acredito que seja mau negócio para a Dilma, porque dá mais tempo desses golpistas comprarem todos os senadores, até os que votaram contra a admissibilidade.

  12. A vaca já está no brejo

    Alguns tentam resgatá-la de lá, mas tem que saber se ela realmente quer sair de lá.

    Apoir plebiscito ou eleições ? Que vantagem Maria leva ? Vai continuar no brejo só que com acompanhantes.

    E isso implica em perder o discurso do “golpe” para 2018.

    Dilma, e Lula também, sabem que a economia está em frangalhos e a aposta agora é no quanto pior melhor, inclusive contando com “perdas sociais” para ter o discurso pronto para 2018.

    E de quanto pior melhor o PT e Lula entendem.

    A disputa é única e exclusivamente por poder e nesse momento, essa é a melhor aposta para os “golpeados”.

     

     

     

  13. Plebiscito é tiro no pé.

    Esta proposta de plebiscito é a maior imbecilidade.

    Ela legitima o golpe. Além do mais, quem irá aprovar o prlebiscito? O Congresso?

    Se há senadores que só apoiariam a inadmissão do impedimento se for associado a um plebiscito a presidente se põe, de novo, como refém de parlamentares oportunistas.

     

  14. A presidenta Dilma precisa de

    A presidenta Dilma precisa de uma agenda positiva para o pais. Uma abertura de dialogo com a parte da sociedade refrataria a seu governo. Envolver no dialogo sindicatos e entidades empresariais. Propor uma discussão aberta sobre os problemas mais agudos da economia. Um plesbicito agora só vai manter a temperatura politica mais alta do que o necessario.

  15. A questão tempo.

    Eu fico vendo esse Requião pedindo plebiscito, eleições, etc.

    O julgamento só sairá em agosto.

    Alguem já parou pra pensar na questão tempo?

    Haverá tempo para montar as coligações?

    Tempo para se escolher um candidato?

    Os candidatos já existem?

    Já prepararam um plano de governo?

    E a propaganda? Já dividiram o tempo para cada um?

    O sr. Requião parou pra pensar se os eleitores vão acreditar em um candidato

    que promete “a solução” em tempo recorde?

    As próximas eleições não serão como antes.

    O povo pode até acreditar num salvador mas ele não terá sossego no cargo.

     

  16. Admitamos que Dilma não

    Admitamos que Dilma não cometeu erros porque se posicionou de modo severo contra a corrupção no interior do Estado deixando as corporações policiais e jurídicas agir livremente. Ok, não cometeu erros morais, portanto, continua candidata a santa quando falecer. Isso vai ser bom para os idealistas religiosos que sonham com mais um santo para adorar, pedir milagres e pedir apoio para conseguir aquele puxadinho no paraíso. 

    Admitamos, agora, que Dilma cometeu erros, não moral-utópico-idealista-irracional, mas político-racional-estratégico. Uma vez que não vive no céu com anjos, mas na terra com seres humanos egoístas, individualistas, ambiciosos, traiçoeiros, violentos, corruptos e tudo aquilo que faz lembrar a outra face do céu, isto é, o inferno, que muitos já disseram ser aqui mesmo, e eu concordo com quem disse isso…

    Uma vez que este ser humano infernal, que Thomas Hobbes enxerga nos subterrâneos da humanidade, lá no “estado de natureza”, habitado por miseráveis materiais e espirituais, e Maquiavel, com base em vasta análise histórica do poder, enxerga exatamente na cúpula da pirâmide social, nas estratosferas do poder onde Dilma passou a habitar…

    Sabendo que o poder ideológico, político, econômico e militar costuma massacrar a capacidade dos que habitam os subterrâneos da humanidade de exercer seu egoísmo, individualismo, ambição e corrupção, eu fico com Maquiavel e delego a Hobbes o papel de maquiador filosófico do mundo de aparências dos notáveis da sociedade…

    Então, Dilma errou porque delegou poderes demais a quem ela imaginava possuir alma nobre e sacra como a sua. Não entendeu que estes homens são da mesma espécie dos que fizeram o sistema a sua imagem e semelhança, um sistema que lhes serve para saciar o patológico egoísmo, individualismo, a ambição desmedida, a corrupção e a traição…

    Não soube jogar o jogo racional da tentativa e erro experimental, que envolve observação, adequação de hipóteses, métodos, objetivos, maleabilidade de ações e concessões. Quis acertar e guiar suas ações por premissas de verdades morais cristalizadas, devedoras de mundos supra-terrenos…

    O resultado desta equação é este: o inferno se rebelou por que o sistema não é utópico, nem em Pindorama nem na Conchinchina nem em nenhuma parte deste mundo de seres humanos. E, nesta medida, Dilma manteve o controle de suas utopias, mas perdeu as rédeas do sistema. É necessário habilidade de monge para se manter fiel a idealismos morais, mas, para administrar o sistema, é necessário sair da zona de conforto. Política não é para candidatos a santo.

    Aqui no inferno, há os que buscam reduzir as distâncias com o céu e há os que tentam tornar o ambiente cada vez pior. Ambos são guiados por interesses egoístas, ambiciosos, corruptos, humanos, demasiado humanos… 

    Como idealista, fico com aqueles que olham para o céu e nele se inspiram para arrumar o inferno. Contudo, o sistema não muda: mudam os seus efeitos. Dilma está do nosso lado, eu sei, mas ela não tem mais condições de guiar o sistema, este inferninho no qual vivemos e do qual depende a nossa vida. Com ela, é paralisia na certa. A grande jogada agora seria passar o bastão para alguém que enxergue no céu não um destino, mas uma inspiração.

    1. Um comentário para virar post

       

      Válber Almeida (quinta-feira, 30/06/2016 às 04:21),

      Belo Comentário. É uma pena que comentários assim acabem passando despercebidos. Mesmo com cinco estrelas pouco vão lembrar em breve do seu comentário. Desde que na década de 80 os jornais do sul do Brasil combatiam o fisiologismo do governo de José Sarney, entendendo por fisiologismo nenhum ato criminoso ou ilícito, mas a prática da composição de interesses conflitantes mediante o toma-lá-dá-cá, eu tenho defendido essa prática como a mais lídima e essencial a uma democracia. De certo modo está implícito no seu comentário no que ele não tem de idealização a defesa também do fisiologismo.

      Aqui no blog de Luis Nassif tenho redigido comentários em defesa do fisiologismo como mecanismo inerente e essencial à democracia. Talvez sejam mais de 100 com esse conteúdo. Não creio que consegui convencer ninguém. Só no post “FHC combate o fisiologismo que praticou” de quarta-feira, 16/11/2011 às 09:59, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele há uns 15 comentários meus e eu devo ter mencionado este post pelo menos uma vez ao mês nesses últimos cinco anos. E, como das outras vezes que indiquei o post, deixo a seguir o link. O post “FHC combate o fisiologismo que praticou” pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/fhc-combate-o-fisiologismo-que-praticou

      E é interessante que o post “FHC combate o fisiologismo que praticou” pode ser visto também no blog de Luis Nassif com uma formatação um pouco diferente em outro endereço

      http://advivo.com.br/node/680288

      Bem, por não gostar muito das posturas de Roberto Requião, a probabilidade maior era eu não me interessar por este post e acabaria não lendo o seu comentário. Tive sorte em ler o post “Requião diz que Dilma vacila: “É plebiscito ou a vaca vai pro brejo”” de quinta-feira, 29/06/2016 às 18:39, aqui no blog de Luis Nassif com esta matéria do Jornal GGN.

      Pena também que o Jornal GGN não deixa a assinatura de quem fez a matéria. Daqui um tempo provavelmente o Jornal GGN vai trazer matérias assim assinadas pelo Coletivo do Jornal GGN. Vai demorar muito para aparecer alguém que assine a matéria. Quem quiser saber que consulte no céu, porque aqui no inferno, a menos que haja delação premiada, ninguém vai saber.

      De todo modo além do seu ótimo comentário, o post “Requião diz que Dilma vacila: “É plebiscito ou a vaca vai pro brejo”” valeu também pela frase final reproduzindo fala de Roberto Requião. Transcrevo a seguir:

      “Afinal os senadores perceberam que Meirelles é exatamente o que sempre foi durante os últimos 13 anos: uma espécie de Janaina da economia?”

      A presidenta Dilma Rousseff que me perdoe, mas uma frase assim vale alguns impeachments. A sorte minha então foi dupla: pela frase do Roberto Requião e pelo seu comentário.

      Gostei do seu comentário, mas tenho as minhas críticas. Os idealistas sofrem muito porque não conseguem desvincular do ideal. Ocorre que o ideal é totalmente diferente do real. Não dá para buscar inspiração no céu para compreender a democracia porque provavelmente no céu não haja democracia. Quer dizer, o fisiologismo que é um sinônimo de democracia é o mecanismo de compor interesses divergentes. E então surge a pergunta: há interesses divergentes no céu? Então considero um tanto falha buscar inspiração no céu para realizar a democracia no inferno.

      Também considero difícil que exista alguém que “enxergue no céu não um destino, mas uma inspiração”. E mais difícil ainda que alguém saiba quem seja esse alguém que vai receber o cetro presidencial. Aliás quem seria o encarregado de passar o cetro presidencial para outro alguém? De certo modo é o tipo de jogada que só dá para realizar no céu. Ou aqui no inferno, mas não como uma grande jogada, a menos no sentido de jogo de pôquer, e provavelmente o Michel Temer vai passar o cetro para ele mesmo.

      E há também no início do seu comentário duas suposições que não são excludentes, diga-se de passagem, e que não me pareceram muito sábias. No primeiro você nos convida a admitir que a presidenta Dilma Rousseff não cometeu erros. Erros provavelmente de natureza moral-utópico-idealista-irracional. Será que exista alguém no mundo que não tenha cometido esse tipo de erro? De todo modo foi só um convite para que admitamos essa possibilidade. E além disso no seu entendimento cometido ou não cometido o erro isso não tem importância porque esta questão diz respeito apenas a quem vai para o céu ou quem não vai e não é disso que você pretendeu tratar no seu comentário.

      Então surge a outra suposição. Você nos convida a aceitar que Dilma Rousseff cometeu erros político-racional-estratégicos. A questão é que a presidenta Dilma Rousseff é um ser humano e como tal ela cometeu erros político-racional-estratégicos. Isso não é uma suposição é um fato.

      Em geral o problema com essa argumentação não é dizer que fulano cometeu erros. O problema ou falha na argumentação, ou pelo menos, uma omissão nessas alegações é não identificar o erro. Esse não foi o seu caso porque você identificou o erro dela. Segundo você, a presidenta Dilma Rousseff “delegou poderes demais a quem ela imaginava possuir alma nobre e sacra como a sua”.

      O problema dessa sua afirmação é que ela é um tanto contraditória não com o que você diz, mas com o que se tentou passar principalmente aqui no blog de uma presidenta Dilma Rousseff guerrilheira, teimosa e centralizadora.

      E se fosse fazer uma análise mais exaustiva caberia apontar as consequências do erro e as alternativas para evitar de cometer os erros ou as alternativas para corrigir os erros cometidos. Em seu favor diria que você tentou fazer algo nesse sentido ao propor um modelo de gestão de tentativa e erro, com observação, adequação de hipótese, métodos, objetivos, maleabilidade de ações e concessões. Em resumo a presidenta Dilma Rousseff não tem habilidade política. Perto de Michael Temer ela parece uma criança.

      Sobre essa falta de habilidade política da presidenta Dilma Rousseff que é real e que é uma exigência da prática democrática e nesse sentido a presidenta Dilma Rousseff tem esse débito ele mencionaria dois comentários. Um longo de autoria de Marco Antonio Castelo Branco, enviado quinta-feira, 26/06/2014 às 01:45, e que pode ser visto junto ao post “Para entender o desgaste do governo Dilma” de segunda-feira, 16/06/2014 às 16:47, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele, encabeçando-o no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-o-desgaste-do-governo-dilma

      Você vai gostar do comentário de Marco Antonio Castello Branco que eu já indiquei aqui muitas vezes, mas provavelmente poucos leram, mesmo nas inúmeras vezes em que eu cheguei a transcrever o comentário. É um comentário muito parecido com o seu ainda que apresentado de outra forma.

      E o outro comentário intitulado “O desequilíbrio entre Dilma e Temer comentado há 5 anos” e enviado sexta-feira, 07/08/2015 às 23:56, consiste apenas do link deixado por Luiz Felipe Alencastro para artigo dele “Os riscos do vice-presidencialismo” publicado na Folha de S Paulo de domingo, 25/09/2009, um ano antes da eleição de 2010. Luiz Felipe Alencastro deixou o link para o artigo “Os riscos do vice-presidencialismo” junto ao post “O raio X da política e o fator Temer” de sexta-feira, 07/08/2015 às 19:45, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-raio-x-da-politica-e-o-fator-temer

      E o artigo de Luiz Felipe Alencastro pode ser visto no endereço da Folha de S. Paulo indicado no link deixado por Luiz Felipe Alencastro e que reproduzo a seguir:

      http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2510200908.htm

      Como também no site do Instituo Humanitas Unisinos no seguinte endereço:

      http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-anteriores/26917-os-riscos-do-vice-presidencialismo

      A observar que o artigo do Luiz Felipe Alencastro, publicado quando foi sugerido Michael Temer para vice-presidente em 2009, visava mostrar a superioridade política de Michel Temer em relação à presidenta Dilma Rousseff.

      E em relação à proposta de Roberto Requião não se deve deixar de sempre dizer que ela é disparatada. Não tem consistência, não é viável. É um golpe contra a Constituição de 88 e é um tiro no pé da esquerda, pois este é o pior momento da esquerda. Se ela for para luta na atual situação será apenas para ser fragorosamente derrotada.

      Para o PT, o melhor é realmente o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. É claro que não ter o impeachment seria melhor do que ele ocorrer. Agora conhecendo o Michel Temer não há nenhuma possibilidade de ele ter feito tudo o que fez se não tivesse a certeza de que o impeachment seria aprovado. Se o impeachment não fosse aprovado ele não teria onde esconder a cara. E cá no inferno se ele a mostrasse ela queimaria rápido.

      Agora apesar de a presidenta Dilma Rousseff não ter carisma – digo desde a eleição de 2010 que o presidenta Dilma Rousseff tem o carisma do general Lott, principalmente pela dificuldade de alocução e ainda que haja um pouco de carisma decorrente da história dela – e não ter habilidade política, ela sé perdeu o cargo pelos fracasso da economia. Se a economia estivesse em vento em poupa toda a lenga lenga que a grande mídia travou contra ela era papo furado. Infelizmente algo deu errado.

      Até as manifestações de junho de 2013 e mesmo após o julgamento da Ação Penal 470, a presidenta Dilma Rousseff estava com 69% de aprovação. Em um mês foi tudo embora. E embora possível a recuperação de popularidade, o fato de a partir do terceiro trimestre de 2013, os investimentos terem caído sem parar, acabou inviabilizando a recuperação econômica e com ela a recuperação da popularidade da presidente que ganhou de modo apertado.

      Alguém deveria ser capaz de dizer o que provocou a que algo desse errado e quais as alternativas para não levar a esse algo ou para corrigir o algo que deu errado. É interessante que ninguém queira aventurar nessa pesquisa se limitando a acusar de modo genérico que a presidenta Dilma Rousseff cometeu erros.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 30/06/2016

  17. Apenas uma nova chantagem

    É a situação exata de viver com honra ou morrer com glória. O caminho do Requião é apenas uma rendição. Estão pedindo que finja cair na lona antes da luta finalizar….para evitar um provável nocaute? É brincadeira!

  18. Este plebiscito proposto por

    Este plebiscito proposto por Requião é impraticável. Teria que ser aprovado por 3/5 do Senado e da Câmara. Sem chance.

    Além do mais, sacramenta a interrupção do processo democrático, ao corroborar com a destituição de uma presidenta eleita.

    Seria mais viável e digno, invés do pebliscito, reunir a presidenta com estes 30 senadores e formular uma política econômica desenvolvimentista, a qual a presidenta se comprometeria a adotar após o seu retorno.

    O G 30 seria o embrião de uma nova base parlamentar da presidenta.

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