Temer espera a poeira baixar para abandonar articulação política

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O vice-presidente Michel Temer (PMDB) se prepara para deixar a articulação política do governo. Segundo informações dos colunistas Ilimar Franco (O Globo) e Kennedy Alencar (CBN), Temer tem divergido de ministros de Dilma Rousseff (PT) e interlocutores afirmam que ele só não anuncia sua saída da coordenação agora por causa da denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal contra Eduardo Cunha (PMDB). Ele não quer abrir espaço para a interpretação de que Dilma perde o principal aliado no PMDB justamente agora que conseguiu fôlego.

Segundo Ilimar Franco, Temer tem dito aos mais próximos que, “votado o ajuste, liberadas as emendas e redistribuídos os cargos, sua missão estaria cumprida. A mudança deve ser formalizada no retorno de sua viagem à Rússia (setembro). A mudança foi confirmada ontem por um assessor da presidente Dilma: ‘Ruim. Temos que reverter’.”

Alencar observou que neste momento, é improvável que o vice deixe o posto de articulador de Dilma. “Fazer isso no momento em que Eduardo Cunha é denunciado poderia misturar os assuntos de modo desfavorável para Temer.” Mas observou que ele está “contrariado” e pensando no assunto há algum tempo.

“O Palácio do Planalto está, neste momento, tentando apaziguar uma desavença entre Temer e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Na quarta, Temer conversou com Levy sobre um pleito dos senadores para beneficiar o setor de transportes na votação da reoneração de impostos sobre a folha de pagamento das empresas. Levy respondeu que, se fosse para fazer mais concessões, seria melhor perder tudo de uma vez. Temer se surpreendeu com a rispidez e devolveu que havia entendido a posição de Levy. Disse que, assim, o Palácio do Planalto perderia a última votação do ajuste fiscal, o governo cairia e todos poderiam voltar para casa. A temperatura subiu. O ministro Edinho Silva entrou em campo para acalmar os ânimos”, relatou Alencar.

“Para piorar”, acrescentou, “Eliseu Padilha, ministro da Aviação Civil que auxilia Temer na articulação política, também se desentendeu com Levy. E, nos bastidores, há queixas de Temer e Padilha em relação ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que dificultaria a concretização de acertos feitos pelos dois peemedebistas.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Se tem uma coisa que o PT

    Se tem uma coisa que o PT falha é na escolha de seus componentes de governo. Assim como falhou na escolha de ministros do STF.

  2. Todos os (dois) homens meigos da Presidenta

    E assim, por absoluta falta de opção, Ele, o Sr. Simpatia (*), volta à coordenação política do governo. 2018 ainda está muito longe, como vai ser até lá? Vamos ter de ficar eternamente de prontidão indo pras ruas garantir a governabilidade de um governo que não se garante sozinho? Que não faz a sua parte, que é minimamete governar?

    (*) Quando o Mercadante ainda era senador e líder do governo no Senado, estava o então senador Heráclito Fortes dando uma entrevista para uma repórter e nisso passa o Mercadante sem olhar para os lados, como sempre. Heráclito fez o comentário na hora, mais ou menos “…lá vai ele, não cumprimenta ninguém, uma simpatia …” (2) Sr. Simpatia foi o apelido que o Nassif pregou no simpático.

  3. Cargos e a discórdia.

    O dinheiro move o mundo político.  A falta de dinheiro paraliza o mundo político.

    Ter cargos sem verbas, pouco ou de nada adianta. E imagina o nome de “indicados” por Padilha. Meu Deus…

    É PMDB, velho campeão de Prefeituras, não está fácil pra ninguém. Eleições pra Prefeito ano que vem sem dinheiro em caixa é dureza mesmo. Se esse ano está ruim, ano que vem ficará mais apertado. Só até o meio do ano que vem é que se pode contratar e inaugurar obras, pela Lei Eleitoral. Fica difícil se reeleger. Esse calendário eleitoral é fatal.

    Pois é. Quem mandou o PMDB jogar contra o ajuste. Renan cometer a bravata de devolver a MP da reoneração. Bem-feito. Agora os efeitos do ajuste ficam também pro próximo ano.

    O sangramento de DIlma, com queda de popularidade, é o sangramento dos Prefeitos – muitos do PMDB – também.  E dos Governadores também, principalmente os reeleitos, de todos os partidos, que estranhamente não são pesquisados. Eles sangram junto. É sintomático.

    Temer cumpriu o mister dele de aprovar o ajuste fiscal, em especial no Senado. Agora não articulará mais nada mesmo, pois Renan assumiu o protagonismo da Agenda Brasil e Temer não consegue controlar o Cunha. Cunha que seguirá a frente da Câmara com as pautas bombas dele, e com a “elite econômica” pedindo a cabeça dele em razão do acrécimos do gastos pleiteados por Cunha.

    O problema deles seria o Levy que não abre o cofre – pois está vazio – e o Mercadante que não libera os cargos – cujos ciritérios são muito exigentes. O problema, então, é a Dilma, que manda fazer o jogo duro, não entregar nada barato. E Dilma, a “fraquinha”, é a sobrevivente que emplacou o Fachin e reindicou o Janot e só teve um veto derrubado.

    Dilma sofre hoje, mas não tem mais – se algum dia teve – pretensões políticas. Cumprirá o mandato e vai pra Porto Alegre. Os políticos profissionais ainda irão disputar eleições, algumas de Prefeituras de capitais, sem dinheiro. Quem rem a peder com a tese do sangramento?

    O “problema” político – a crise política – foi criada por políticos profissionais, como Renan e Cunha. E ficou pra eles resolverem.

    O infindável terceiro turno trava a política. O impeachment está cada vez mais distante. Falta o fato gerador no atual mandato de Dilma. O TSE travou a ação da cassação da chapa Dilma/Temer. O TCU está menos belicoso pois a desaprovação da conta de Dilma em 2014 com base em pedaladas não se sustenta, pois as pedaladas em outras contas de Presidentes foram aprovadas pela Câmara ou Senado. Tratamento diferenciado gera recurso ao STF. E aí, rola um tempo pra pautar, pra julgar, tempo esse incompatível com a estabilidade política necessária.

    Renan percebeu tudo isso, alertado pela FIESP, FIRJAN e Bradesco, e acelerou o atrasado ajuste fiscal. Assim como Renan que segurou o projeto da repatriação de capitais, percebeu que os Governos – União, Estado e Município – precisam de dinheiro novo, uma receita extra, como a internalização desses capitais “guardados” no Exterior. Esse projeto andará rápido agora. Caiu a ficha acerca da necessidade de unificar o PIS/COFINS, de unificar e simpolicar a legislação do ICMS e de se majorar as alíquotas de Imposto Causa Mortis – ue é um imposto direto, sobre o patrimõnio. Essa crise econômica pode render frutos na área tributária.

    De quebra, Renan assume a paternidade da Agenda Brasil – um abacaxi -, que na prática só se realizará – com votos e vetos – no mínimo ao fim de 2016. Renan agora está com tudo, pois o poder de pautar o julgamento das contas cabe a ele.

    Antes de 2018, tem 2016. E quem vai querer assumir numa recessão? Os políticos profissionais do PMDB perceberam que prejudicar Dilma é um tiro no pé na pretensão deles mesmos para 2016. E jogar contra DIlma, é jogar contra eles. O tempo do impeachment passou.

    Enquanto isso, Dilma passa a visitar obras, inaugura algumas muito importantes, entrega casas, e bota o Dialoga Brasil – antídoto contra o fascismo – pelo Brasil e se descola deles. Em setembro, vem aí o Minha Casa, Minha Vida 3. E agosto está se findando.

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