Ion de Andrade
Médico epidemiologista e professor universitário
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Trégua pelo Brasil, por Ion de Andrade

Por Ion de Andrade

O agravamento da crise política coloca o Brasil e suas instituições diante de uma grave imprevisibilidade em relação ao curto prazo.

Não há necessidade de aprofundar a análise relacionada ao impasse que está posto que pode vir a mergulhar o país numa situação caótica com graves consequências para todos. Há crise profunda e forças fortes dos dois lados do tabuleiro.

As manifestações convocadas para hoje e os próximos dias devem portanto ser entendidas por todos os seus protagonistas, não como um momento de preparo para desdobramentos ainda mais graves, mas como uma expressão final de que as forças políticas estão convocadas a sentar-se para definir os rumos da volta à normalidade e em que termos isso ocorrerá.

A hora deve ser de grandeza no sentido de dar ao país o fôlego necessário a uma retomada da previsibilidade. Não é hora de egos, mas de foco no interesse maior.

Têm papel nessa trégua: o Ministério Público e o Poder Judiciário que podem retomar a normalidade processual, a mídia e a blogosfera de ambos os lados, que podem cessar fogo, os Partidos Políticos cujas lideranças devem encontrar alma nova para recompor saídas, o que implica em reconhecer a legitimidade dos mais ferrenhos adversários e sentar-se com eles para o diálogo e os movimentos sociais, tanto os que organizam os atos da direita como os que sustentam o governo, também para distender o ambiente que permitirá novos desenhos de saída.

Se isso ocorrer, as manifestações de hoje e dos próximos dias poderão ser entendidas como o último ato da crise e não como o primeiro do caos.

A hora é de dar uma chance ao Brasil e concedermos uns aos outros a necessária trégua para a negociação.

É evidente que haverá vozes discordantes de setores que veiculam posições extremas, mas o papel de quem tem sensatez nesse momento é de isolar essas vozes. E não se trata de abrir mãos de valores e de princípios mas de explorar os novos cenários onde deverá ocorrer a convivência entre os diversos.

Vivamos civicamente as manifestações como prelúdio da saída da crise e não como o passo definitivo para a instabilidade e o caos.

Ion de Andrade

Médico epidemiologista e professor universitário

5 Comentários

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  1. a direita não quer paz, vamos à guerra

    A direita liderada pela rede Globo não quer paz, então vamos à guerra. Chega de contemporizar com os golpista de sempre. Corvos, urubus ou abutres, Carlos Lacerda, Aécio, Serra ou FHC tanto faz. São todos cordeiros da rede Globo, mas por ironia do destino, podemos trazer setores da burguesia para nosso lado: As em,preiteiras.

     

  2. É o golpe do século XXI
    O post propõe serenidade, racionalidade, inteligência e patriotismo. Tudo o que a direita e a “imprensa” golpistas não querem.
    O filme não é novo. Apenas o cenário e os métodos foram aprimorados com uma nova roupagem.

  3. “Têm papel nessa trégua: o

    “Têm papel nessa trégua: o Ministério Público e o Poder Judiciário que podem retomar a normalidade processual, a mídia e a blogosfera de ambos os lados, que podem cessar fogo”

    Se depender disto estamos todos ferrados.

    Só há uma saída: As forças de esquerda ocuparem as ruas e botar para quebrar, começando pelas organizações criminosas globo em todos os estados. Quando digo botar para quebrar é para incendiar mesmo.

    Os coxinhas não atacam e insultam políticos petistas nas ruas e ambientes privados. Façamos a mesma coisa com o bandidos do paraná e os ladrões do psdb/dem/pps/jornalistas da mídia golpista. Sabemos onde eles moram e trabalham. 

    Este bolsonaro já passou da hora de tomar umas porradas bem dadas. inclusive estes pastores de merda que vivem arrotando sandices em cultos e na internet.

    Ai sim, tenho certeza que dentro de um mês acaba toda esta palhaçada.

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