Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Confusões, por Rui Daher – Capítulo 8

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Foto: Paulo Iannone

Por Rui Daher

Se eu colocasse como título deste post a venda do BRD, Blog-Boteco Rui Daher e sucursal Fígado Diário, não teria a menor chance-Conceição de “subir”. Nem mesmo dos aqui já explicados 155,5 centímetros aos 156. Só passo disso quando singro campos agrícolas. A bota tem sete centímetros de salto. Daí ter mudado o título para ver se consigo enganar meus rigorosos editores.

Não que a intenção de, pelo menos, uma joint-venture, não se mantenha. A crise colocou a mim, Nestor, Pestana, em situação desesperadora. É tanta a vontade de que os patos-amarelos estivessem certos ao derrubar 54 milhões de votos, que temos passado o dia sorvendo o otimismo das folhas e telas cotidianas, a ver se por ele somos abduzidos.

Como não confiar se o jogo, em séculos, foi de tirar de uns para aos outros? Vai que estamos no grupo receptor.

Amanhã será 1º de maio. Não trabalharei, pelo que me permitem o calendário oficial e o locaute que determinei na Redação. No Brasil, desde 1895, comemora-se o Dia do Trabalhador. Lembro-me de que num curso de cinema que fiz, tanti anni fa, fiquei sabendo que naquele mesmo ano os irmãos Lumiére inventaram o cinema. Daí em diante, um dia por ano “A classe operária vai ao paraíso”, como no filme dirigido pelo italiano Elio Petri, em 1971.

Nas lembranças, também um “Primo Maggio” empolgante, sublime, no final da década de 1970, em Nápoles, entre milhares de trabalhadores italianos carregando bandieras rossas, e propondo sciopero! Nem o assalto que sofremos na chegada à cidade tirou o brilho da jornada. Lembro-me que, na época, aqui, não tínhamos liberdade vermelha, como hoje, parece, querem nos tirar.

Mas, também, confusões, não apenas como truque, marcarão meu amanhã.

Como quando olho para os rostos dos amigos que apoiaram o golpe. Vejo o genial Ivan Lessa: “a cada 15 anos, o Brasil se esquece do que aconteceu nos últimos 15 anos”.

Meu caro Ivan, aí sobrevoando sob o sol de Cascais, pronto para um mergulho na “pixina” da casa da Elsie, sua escritora mãe, como Orígenes, seu pai escritor, aqui o tempo encurtou. Quinze minutos servem. Inventaram uma tal de pós-verdade, de que você muito riria.

Outra confusão. Os jornalistas-empregados das seis famílias donas da mídia, baixarem tanto as calças para o dolorido supositório.

Mais uma. A evidência Temer fora estar demorando tanto.     

Nota:imagens e vídeos aqui postados não vieram para confundir. São lembranças de convicções persistentes, grazie signori!

https://www.youtube.com/watch?v=hAXoGxLx6yk,

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6 Comentários

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  1. O que podemos levar em

    O que podemos levar em consideração sobre tudo isso? Uma coisa é certa! Se nessas alturas do campeonato ainda  tá contando em estar do lado receptor nesse tira duns prá outros, entendemos que mesmo se estivesse do lado receptor pularia para o lado garfado… questão nata de equilíbrio e um certo dom pra fiel de balança. Vai firme aí!

  2. Esta música foi utilizada no início da ditadura militar

    Para alertar o povo brasileiro, sobre os “perigos” do comunisno ( o que não existia por aqui ), pois ainda dominava, infelizmente, como hoje, a oligarquia, nos meios estudantis era cantado este Hino:                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    Avanti, popolo, facciamo greve!

    Viva Lenine, viva Kruschev!

    Bandiera rossa, color di vino

    Viva Krushev, viva Stalino

    A’ mezzanotte, cielo stellato

    Il santo papa, sarà inforcato.

    Ela existiu, mas dela se aproveitou a elite brasileira para colocar coisas principalmente na mente dos estudantes. Eu era um deles. Mas brincava cantando, porém com seriedade.                                                                                                                                                                                                                                               Apenas, o último verso ficava mudo. Tenho Deus no coração e respeito pelo cristianismo. Meu pai era católico e minha mãe presbiteriana. Estava com razão em emudecer, embora cantasse os versos de forma brincalhona, emudecendo ao final.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 Hoje o Papa Francisco está apoiando e defendendo os trabalhadores traídos pela classe política, pela oligarquia e pelo corporativismo.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      Agora, se me derem licença, cantarei: Viva o Papa, Deus o proteja, o pastor de nossa Igreja.                                                                                                                                                                

     

    1. Edward,

      bem lembrado. A continuar assim, Bergoglio nega definitivamente a última parte da letra. Abraços e os mesmos desejos a ele.

  3. Ainda somos como nossos pais

    E prá piorar o dia ai na redação, na Seção Fúnebre, manda o Nestor fazer o pós-mortem do Belchior. Eita coisa braba só!!

    1. Costa

      falei com ele por telefone. Está inconsolável. Não para de repetir os versos de um dos maiores letristas da música brasileira. Enquanto vivermos continuaremos lembrando que somos como nossos pais. Abraços.

  4. Adroaldo, meu caro

    garanto que oportunidades não faltaram. Quando o PT ganhou a primeira eleição, muitos amigos vieram dizer: “agora você está feito”. Aí que fui ver que nunca fui filiado ao partido e nem conhecia ninguém para cumprimentar lá. Uma exceção: o Suplicy que foi meu professor na GV. Mas este sempre esteve do lado garfado. Abraços

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