Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
[email protected]

É terça gorda! Chame o nutricionista!, por Rui Daher

Rainha da Bateria do Baixo Augusta

É terça gorda! Chame o nutricionista!, por Rui Daher

Segunda magra que antecede à terça-gorda do Carnaval 2017. Na sequência, termino a coluna para a CartaCapital, que poucos lerão preocupados com o resultado do desfile das escolas de samba de São Paulo, dou baforadas no charuto nicaraguense (os cubanos só com o Fernando Morais), ouço Carminho cantando Jobim (presente do amigo Márcio Alemão), e sorvo os últimos goles de um chileno menor de 30, agora que muitos pedem a volta de Belchior.

Estou em minha casa, São Paulo, que segundo as folhas e telas cotidianas não fez cirurgia bariátrica e amplia a gordura de seu Carnaval com blocos e famílias tomando as ruas da cidade. Quatro dias gordos, pois. Estariam à procura de Doriana Júnior para passa-lo no pão? Estranhos, esses paulistanos.

Demoro para atender o telefone que toca. Moacyr Franco, Hortência, algum pastor evangélico, o cantor Daniel? Lembro da TV me informar sobre bloco sertanejo de Carnaval, no bairro de Moema. Bregas, esses paulistanos.

Diante da insistência, atendo.

– Porra, que merda você está fazendo em casa? A cidade tá fervendo.

É Nestor.

– Esqueci. Me dá uns segundos para pensar. E você onde está?

– Aqui, com o Pestana.

– Meio vago, não?

– Na Redação, ora.

– Fazendo o quê? Não esperem que eu pague horas extras. Vai mudar a CLT.

– Nada! Na televisão do Nassif, vendo umas gostosas desfilarem.

– Cacete! Pediram licença ao Luís ou à Lourdes?

– Não. Eles são liberais.

– Então tá. Mas do que se trata?

– Conversávamos aqui e achamos que você deveria escrever sobre assuntos mais sérios no BRD, Blog-Boteco do Rui Daher, no GGN.

– Merda de papo para um dia de Carnaval. Esquecem Millôr, Ivan Lessa, Tarso de Castro, Maciel, os cartunistas, Sérgio Augusto, Francis, Ziraldo, Fritz?

– Viu hoje? Carnaval! E mesmo assim Temer e Zé Yunes, perda de referencial das instituições, os inimigos íntimos da Lava Jato, venda de terras a estrangeiros, greve de policiais na 3ª pessoa da Santíssima Trindade, Serra, censura da Globo ao “Fora Temer”.

– E daí? Alguém ainda pode duvidar quem é Temer? Conheço propriedade sua perto da Praça Pan-americana, a casa de Yunes em Ilhabela, os objetivos da Lava Jato e a tonta da Dilma que a deixou prosperar, Serra – que Nassif já considerou estadista contra meu vômito. E Globo, ora a Globo. Sobre a venda de terras a estrangeiros, escrevi há dias e não houve destaque.

– Esse amargor, Rui, não vai te levar a nada.

– Mas já não estamos no nada?

– Vem pra cá.

– Vou não. Um leitor me pediu enviar um exemplar do “Dominó de Botequim”. Estou caprichando na dedicatória.

– Como está indo?

– Nesse passo, devo finalizar a venda da 1ª edição em 2025.

– Obra póstuma.

– No dia 10 de março, autografo na Realejo Livros, de Santos. Vocês vão, né?

– Paga o combustível?

 

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Diria o finado Bussunda, “fala sério!”

    Acompanhe comigo, Rui. Alexandre Moraes no Supremo, Serralha (praga que dava no meio do cafezal) na Justiça. O ponderado e equilibrado Cláudio Lembo, um liberal à moda antiga, diz Mino Carta, manda um “…Brasília virou uma cloaca”, em seguida somos jogados na suruba do Caju, para terminar cavalgando na mula do Yunes, uma expressão – mula – retirada do léxico de traficantes de cocaína. O que é possível diante disso tudo? Sobrou o que para nós exatamente? NADA.

    No final do ano passado, dava de barato que o deadline do atual governo interino seria, no máximo, meados de fevereiro, Gilmar e o TSE sde encarregariam de defenestrá-lo. Até já estava conformado e achando simpático o Nelson Jobim, veja o nível de desespero. Pois bem, eis que fevereiro terminou junto com o carnaval, e nenhuma luz no horizonte, restam as cinzas da quarta. (No velho Pasquim, anos 70, um cartum dois conversam diante de um tunel escuro, lá no fim um pequeno brilho. Um diz que é, enfim, uma luz. Não era luz, mas o brilho das esporas)

    Restringi minha participação aqui na caixa de comentários do GGN por variados e bons motivos: saco cheio, desesperança, apatia, e também por absoluta desnecessidade, inutilidade. Cloaca, suruba e mula. Não dá. 

    Tenho ido a todos os blocos de rua quanto meu corpo de 61 anos aguenta, bebido tanta cerveja que até eu duvido. Logo mais estarei no bloco Agora Vai, na rua Marta, nr. 50, Barrafunda. Acredite, é melhor. E sobre as patrulhas que rolam nas redes sobre “comportamento de esquerda”, relembremos Henfil e a Grauninha, que sabia das coisas: 

    No cartum da Graúna, aparecem, sob sol escaldante, o Cangaceiro Zeferino seviciando a pequena ave. Chega o bode Orelana e questiona o que vê: “Não me parece ser este um típico comportamento de esquerda….” A Graúna retruca, em êxtase: “Hora de gozar a vida, Orelana, eu sou de direita…”.

    Como se faz humor político?

    Livro de Tárik de Souza expõe ideias do criador dos Fradinhos, de Ubaldo, o Paranóico, da Graúna e do Cemitério dos Mortos-Vivos

     

     

    27 de Fevereiro de 2015

    https://www.brasildefato.com.br/node/31419/

     

    1. E dá, Fernando,

      para repetir Bussunda, quando uma foto de Alessandra Negrini, maiô corpo inteiro, em posição não erótica, é considerada apelativa? Quando ponho a cara de Ronaldo Caiado lá, ninguém acha apelação.

      O que você discorre, mais do que político, é que o Brasil acabou intelectualmente. Esperemos (acho que não dará tempo) outras gerações.

      Ontem, a Rádio USP, apresentou um especial com Lamartine Babo. A “nova-refundadora-esquerda” se horrorizaria com o taor de suas marchinhas. Também estou cansando. Tenho pensado muito em parar de escrever tanto aqui como na CartaCapital.

      Os motivos não são diferentes dos seus e mais alguns. Sinto-me meio bobão, meio enganado. pesquiso, leio artigos, livros. Outro dia deixei aqui, em 3 partes, uma discussão sobre os rumos do capitalismo e o Brasil dentro disso. Porra nenhuma. De nada. Não tinha obrigação nenhuma.

      Depois de escrito, vejo a mesma discussão, as mesmas conclusões no suplemento do Valor, na Carta, pelo Belluzzo e pelo Drummond, sem falar no que vem do exterior.

      Como me pergunta o Alemão: “Pra quê, Rui?”

      Espero que em sua orgia de blocos não tenha comparecido a um em Moema, só com músicas neo-sertanejas.

      Abração 

  2. Tá apelando para atrair leitores

     

    Rui Daher,

    Sempre boas as suas crônicas. Agora, não chega a ser uma recriminação, mas avalio que nessa época de carnaval essa foto apelativa não vai atrair tantos os leitores.

    E quando surge uma crônica fazendo referência a terça-feira gorda, vem-me à memória a frase do “mineiro João Camilo Penna, Indústria e Comércio do Brasil, de 15/03/1979 a 21/08/1984, que explicara o comportamento do brasileiro entre o otimismo e o pessimismo da seguinte maneira: ‘A alma do brasileiro balança entre a “Terça-feira Gorda” e a “Quarta-feira de Cinza”’”.

    Coloquei entre aspas toda a sequência para a frase de João Camilo Penna porque retirei a frase de um comentário que eu enviara segunda-feira, 20/01/2014 às 11:53, para Chico Pedro junto a comentário dele enviado segunda-feira, 20/01/2014 às 09:16, para o post “A visão racional de Chico Lopes sobre a economia” de domingo, 19/01/2014 às 05:00, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele. O post “A visão racional de Chico Lopes sobre a economia” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-visao-racional-de-chico-lopes-sobre-a-economia

    Eu não precisava fazer a consulta para reproduzir a frase de João Camilo Penna, mas podia ocorrer que ao fazer a consulta eu fosse adentrar algum post em que eu tenha transcrito a frase de João Camilo Penna que houvesse alguma coincidência com o momento atual a se destacar. Com essa perspectiva é que resolvi consultar no Google. Não houve nada que chamasse atenção salvo o fato que ontem eu mencionara a alteração que acontece com os nomes de alguns comentaristas que as vezes resolvem ficar anônimos e entre os nomes que mencionei estava o de Chico Pedro. No post ele aparece com o nome de Chico Pedro em meu comentário e com o nome de Chico O Cavalo Manso no comentário dele.

    Eu tratei desse assunto dos comentaristas que somem e desaparecem em comentário que eu enviara já na madrugada de hoje, terça-feira, 28/02/2017 às 01:30, para Rdmaestri junto do comentário dele enviado segunda-feira, 27/02/2017 às 17:01 lá no post “Lei proíbe carrinhos de catadores em Porto Alegre” de segunda-feira, 27/02/2017 às 11:27, aqui no blog de Luis Nassif em matéria do Jornal GGN sobre legislação do município de Porto Alegre que proíbe a utilização de carrinhos de catadores pelo centro da cidade. O post “Lei proíbe carrinhos de catadores em Porto Alegre” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/lei-proibe-carrinhos-de-catadores-em-porto-alegre

    E bem lembrado a chamada para a música de Chico, “Acorda, Amor!”, afinal “não é mais pesadelo nada”. É a nossa realidade que a música de Chico (A letra é dele e a música também seria dele? Quando lançada era música de Julinho de Adelaide e Leonel Paiva) expressa, ainda que essa realidade nos faça sentir em uma Quarta-Feira de Cinzas.

    E ontem enquanto fazia o comentário para Rdmaestri lá no post “Lei proíbe carrinhos de catadores em Porto Alegre” eu fiquei sintonizado nas músicas disponíveis lá no post “Totalmente Empoderados!!, por MarcosPOA” de segunda-feira, 27/02/2017 às 16:03, aqui no blog de Luis Nassif trazendo por sugestão de MarcosPOA vídeos de Janis Joplin e Jimmy Hendrix. O link para o post “Totalmente Empoderados!!, por MarcosPOA” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/marcopoa/totalmente-empoderados-por-marcospoa

    E lá no post “Totalmente Empoderados!!, por MarcosPOA”, há uma discussão interessante sobre quão próximos Jimmy Hendrix e Janis Joplin se aproximaram do poder de serem capazes de mudar alguma coisa no mundo. É uma discussão que nos traz para o presente e nos leva para o passado. Quando Jimmy Hendrix morreu eu estava com 16 anos e terminando o segundo científico. O Brasil pegava fogo e eu, sem ser músico, acendia mais com Jimmy Hendrix pondo fogo na guitarra dele.

    E por fim reproduzo o seguinte parágrafo da sua crônica e com a qual eu discordo:

    “- E daí? Alguém ainda pode duvidar quem é Temer? Conheço propriedade sua perto da Praça Pan-americana, a casa de Yunes em Ilhabela, os objetivos da Lava Jato e a tonta da Dilma que a deixou prosperar, Serra – que Nassif já considerou estadista contra meu vômito. E Globo, ora a Globo. Sobre a venda de terras a estrangeiros, escrevi há dias e não houve destaque.”

    Não discordo de todo o parágrafo. A frase “Conheço . . . Serra – que Nassif já considerou estadista contra meu vômito” só não digo que é minha porque eu não conheço o Serra e não sou tão radical na crítica que faço a essa antiga percepção equivocada de Luis Nassif sobre José Serra. Tenho questionamento a ser eventualmente mais bem detalhado em relação a sua pergunta: “Alguém ainda pode duvidar quem é Temer?” O eventualmente pode ser nunca, embora eu já tenha feito referências a uma necessidade de compreensão diferenciada para o papel de Michel Temer no golpe. De todo modo se eventualmente eu entrar com mais detalhes sobre como analisar o golpismo de Michel Temer, isso ocorrerá em outros posts.

    E discordo quando você diz que conhece “a tonta da Dilma que a [a Operação Lava Jato] deixou prosperar”. Creio que você está sendo injusto com a ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff. Não foi tonta. Ela não tinha era poder como os parcos 22 votos no Senado contra o Impeachment demonstram.

    E se ela tivesse poder, eu não a estimaria vendo-a comportar como um Michel Temer. Até porque não creio que Michel Temer que tem o poder terá capacidade de parar com a Operação Lava Jato. E mais mesmo se a ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff pudesse parar a Operação Lava Jato você estaria sendo injusto com a Operação, que, apesar de eu considerar que os vazamentos seletivos e adrede tempestivos deveriam constituir crime contra a República, está possibilitando o Brasil mostrar a cara de forma cada vez mais despida de qualquer máscara.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 28/02/2017

    1. Até tu, Cléver

      Apelativa? Uma atriz bonita, discretamente vestida, maiô corpo inteiro, o “Fala Sério” tudo a ver com o centro do texto, e eu quis atrair leitores. Aqui? No GGN? Acha que tenho interesse em popularidade? Se assim o fosse abriria o meu Facebook a todos e passaria a escrever textos de 4 linhas para alegria de todos e conquista de público. 

      Quanto a Temer, seus rastros estão em Santos, postos de gasolina, bancas advocatícias, sem dizer na atuação política. Compare-o a José Alencar e pergunte se este aceitaria o golpe.

      No “tonta”, você tem razão. Expressei-me mal, mas seu comportamento republicano com a Lava Jato nunca teve a ver com sua falta de apoio no Congresso. Tanto que todo ele está envolvido na corrupção e, agora, tentando barrar a Operação.

      O Nassif sabe que se equivocou sobre Serra.

      Abraços

    1. Apelar, Adroaldo? Melhor? Laura Cardoso?

      Trata-se de uma ótima atriz, bonita, que está discretamente vestida, e desfilou no Carnaval sem precisar chamar a nutricionista. No carnaval 2018, posto uma velhinha de Higienópolis.

      Abraços

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador