Izaias Almada
Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.
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O tiro pela culatra (II), por Izaías Almada

Descobertas bombásticas do jogo financeiro em volta da aquisição de vacinas foi o ponto alto, onde se demonstra a prevaricação do PR e a esperta ganância de empresários que a essa altura deveriam estar sendo conduzidos a julgamento.

O tiro pela culatra (II)

por Izaías Almada

          A CPI da Covid foi constituída e tocou os clarins dizendo a que veio, deixando em boa parte do país, pelo menos do Brasil minimamente civilizado, que poderia estar chegando a hora de um ajuste de contas entre a democracia e os seus atuais inimigos.

         Uma vez decidido os participantes e o que cada um representaria dentro dela, foram chamados os primeiros depoentes e o jogo começou com enorme expectativa.

         Mas, e digo isso com grande tristeza, estamos no Brasil e… Nem sempre o que se diz se faz. Conversa vai conversa vem e alguns escorregões ou contradições nos depoimentos vão deixando um gostinho de que não seria tão fácil assim encontrar os responsáveis, entre outras coisas, os verdadeiros responsáveis pela morte de já mais 500 mil cidadãos brasileiros.

         Descobertas bombásticas do jogo financeiro em volta da aquisição de vacinas foi o ponto alto, onde se demonstra a prevaricação do PR e a esperta ganância de empresários que a essa altura deveriam estar sendo conduzidos a julgamento.

         Mas não. São convocadas novas pessoas para deporem, testemunhas disso ou daquilo e o tempo vai passando enquanto a bandidagem vai executando um plano de descrédito da própria CPI.

         A serem verdadeiras as acusações, o governo fede, mas o país também fede, pois já existe material bastante, suponho, para se tomar medidas drásticas, antes que cheguemos aos 600 mil mortos, o que não tarda muito.

         Parece que o tiro está saindo pela culatra, pois, da expectativa de se fazer justiça, o trabalho da CPI entrou pelo caminho do “disse não disse”, da fofocagem, da mentira, do deboche, da linguagem chula, onde o português é assassinado diariamente e o respeito ao legislativo e ao próprio povo é desrespeitado.

         Como diria meu velho pai: “é o porco falando mal do toucinho”, ou diriam outros: “o roto falando do esfarrapado”.

         De repente um cheiro nauseabundo se desprendeu do Congresso Nacional e se espalhou pelo país confirmando aquilo que muitos ainda insistem em não acreditar: o país caiu na mão da escória.

         Vamos esperar até as eleições de 2022 para sair desse atoleiro? Infelizmente tudo indica que sim, pois não há organização suficiente para uma revolta popular.

         E se a confusão aumentar, como quer o fascismo caboclo, talvez não falte a sugestão de um golpe dentro do golpe. E nós já vimos essa história em 1968 com o famoso AI-5.

         Caro leitor: Qual a sua opinião sobre a saída dessa crise de um país que perdeu o rumo do progresso, da soberania e da justiça social? Se depender da CPI da Covid, penso que o tiro saiu pela culatra.

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro. Nascido em BH, em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

Este artigo não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Izaias Almada

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

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