Em defesa de Caetano

Cala a boca já morreu.

Assustador o baixo nível dos comentários do blog. Uma notinha boba do Ivan Lessa, publicada em 2009, serve de desculpa para uma matilha de abobados desancarem Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil. A maledicência da nota do Lessa – Caetano está sempre fazendo shows e lançando discos, portanto suas entrevistas sempre vêm antes de algum show ou disco – até parece coisa da Veja.

Besteira perder tempo defendendo o talento de Caetano Veloso, Gilberto Gil ou Chico Buarque, os que aqui o negam apenas atestam sua ignorância, da qual parecem se orgulhar.

Acho que ainda vale a pena perder algum tempo – antes que os baba-ovos do governo e a nova classe dominante tome conta de vez – defendendo o direito que Caetano, Gil e Chico dizerem o que pensam sem que algum medíocre – covardemente escondido sob pseudônimo – o mande “calar a boca”, alegando que “ninguém houve (sic) Caetano”.

Sou fã de Woody Allen. Caetano (e Susan Sontag, e outros) sempre o criticaram, por sua despolitização, por sua temática moralista e pequeno burguesa, que julgam superadas, mas tenho certeza que tanto Caetano como Susan Sontag nunca mandaram Woody Allen “calar a boca”.

Discordo e me divirto com o texto brilhante e as neuroses recorrentes de Woody Allen, seus piores filmes são melhores que quase tudo que o cinema americano produz, seus melhores filmes (Annie Hall, Manhattan, Crimes e Pecados, Ana e suas irmãs, Memórias, Tiros sobre a Brodway…) são obras-primas.

A quantidade crescente de besteiras e de agressões nos comentários deste blog – para mim, diretamente relacionados com a mudança do sistema que tornou automática a publicação dos cadastrados – é constrangedora.

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador