Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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Em Observação os 13 filmes mais esperados para 2016, por Wilson Ferreira

Por Wilson Ferreira

Fuja de um ano que será marcado por mais do mesmo na indústria do cinema: mais Star Wars, Star Trek, Capitão América, X-Men etc., além de remakes e spin-off de Harry Potter. Preocupado com essa perspectiva sombria, o Cinegnose resolveu mergulhar nas turbulentas águas do cinema independente e trazer à tona uma lista de 13 estreias para esse ano. Há apenas três exceções. Incorporamos à lista três filmes mainstream: “Deuses do Egito”, “Alice Através do Espelho” e “Esquadrão Suicida. O primeiro, por trazer temas gnósticos; o segundo pela Disney querer apagar na adptação dos livros de Lewis Carroll todas as simbologias ocultistas e esotéricas; e o terceiro em ver os efeitos de mais uma aparição do Coringa no cinema.

Esse é o ano que será marcado pela continuidade de franquias (Star Wars, Star Trek, X-Men, Capitão América, Batman lutando junto com o Super-Homem etc.) e spin-off da série Harry Potter (Animais Fantásticos e Onde Habitam), e refilmagens (Jumanji, uma versão feminina de Ghostbusters etc.) numa evidência de que a indústria do cinema pretende se arriscar o menos possível e apostar mais em fórmulas prontas do que em novos nomes ou temas. 

Mas também podemos esperar para 2016 novos filmes e diretores desafiando o seu status de filmes independentes e cruzando o mar turbulento das distribuidoras e bilheterias. Diante de um 2016 tão pouco promissor em termos de novidades cinematográficas, o Cinegnose elaborou uma lista de 13 filmes mais esperados para esse ano por temáticas gnósticas, esotéricas ou simplesmente estranhas – sobre esse conceito de “filme estranho” clique aqui.

Há algumas exceções na lista que fogem à categoria de filmes independentes como o novo filme do diretor Alex Proyas ou Alice Através do Espelho, justificadas abaixo.

13. Moonwalkers 

Estamos nos anos 1960 em meio à corrida espacial entre EUA e URSS para ver quem chegava primeiro na Lua. Um agente da CIA é enviado a Londres para contatar o famoso diretor Stanley Kubrick para dirigir um filme com um falso pouso lunar para a NASA. Em Londres, o homem da CIA confunde Johnny Grint, um obscuro empresário de uma banda de hippie-rock fracassada, com o próprio agente de Kubrick. Desesperado por dinheiro, Johnny leva a mentira adiante fazendo um dos membros da banda se passar pelo famoso diretor de cinema. Apenas o tempo suficiente para colocar a fortuna no seu bolso.

Por que está “Em Observação”? – A antiga teoria da conspiração sobre um falso pouso lunar dirigido por Kubrick e as evidências disso que teriam sido colocadas de forma cifradas em filmes como O Iluminado (sobre isso clique aqui) misturado com personagens losers  dentro da famosa cena cultural da Swinging London de onde emergiram bandas psicodélicas como o Pink Floyd. Definitivamente estamos diante de um “filme estranho”. O Cinegnose tem interesse por esse tipo de filme como possíveis sintomas culturais.

12. Terminus

Os tempos são difíceis e o mundo está à beira da autodestruição com uma guerra orquestrada para distrair as massas através da mídia. Em meio a isso, depois de uma noite de bebedeira, David testemunha a queda de um meteoro enquanto guia, fazendo-o sofrer um devastador acidente de carro. Um estranho organismo alienígena cura totalmente as suas feridas, para depois suas filha Annabelle encontrar David vagando pela floresta. 

De alguma forma essa entidade alienígena passou a David a informação de que o mundo está à beira de uma catástrofe nuclear. O que faz David construir em sua casa uma cápsula protetora com estranhos poderes de cura, ajudando um ex-combatente de guerra paraplégico voltar a andar. Isso faz chamar a atenção de autoridades governamentais, além da filha achar que o pai enlouqueceu. David terá que completar o que acha ser um propósito sobrenatural, antes que os agentes do governo o prendam.

Por que está Em Observação? – Um mix dos clássicos Cocoon (1985) e Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977). Produção de baixo orçamento filmado em Sidney e com elenco totalmente australiano, embora a narrativa se passe no Meio Oeste americano. Manipulações midiáticas e paranoia são temas diletos do Cinegnose.

11. Synchronicity

Um físico está prestes a abrir um wormhole no contínuo espaço-tempo e criar uma máquina do tempo. Junto com seus assistentes, ele realiza o experimento em seu próprio laboratório privado, mas está dependendo de uma substância caríssima somente disponível a partir de um vasto conglomerado cujo CEO se recusa em cooperar – a não ser que dê a ele uma parte dos direitos sobre os resultados positivos. É claro que o protagonista se arrependerá e o CEO vai se revelar o que foi Thomas Edson para o físico Nikola Tesla: roubar os créditos de um invento altruísta e usá-lo para finalidades comerciais.

Por que está Em Observação? – Synchronicity é um conto sobre viagem no tempo que segue a linha de filmes independentes como O Predestinado (2014), Time Lapse (2014) ou Crimes Temporais – 2007, já analisado pelo Cinegnose, clique aqui. Baixos orçamentos superados por roteiros inteligentes. Um filme que poderá entrar na categoria dos CronoGnósticos (filmes que apresentam um multifacetamento da realidade ou universos alternativos por meio da concepção quântica ou caótica do tempo) dentro da categorização dos filmes gnósticos pelo Cinegnose: CosmoGnósticos, TecnoGnósticos, PsicoGnósticos, AstroGnósticos e CronoGnósticos – sobre isso clique aqui.

10. Deuses do Egito

Bek (Brenton Thwaites) é um mortal pacato que se considera apenas mais um soldado, e que vive em um Egito ancestral dominado por deuses e forças ocultas. Quando o impiedoso Set (Gerard Butler), deus da escuridão, toma o trono da nação e mergulha a sociedade no caos, o jovem se unirá a outros cidadãos e com o poderoso deus Horus (Nikolaj Coster-Waldau), para formar uma expressiva resistência.

Por que está Em Observação? – O diretor Alex Proyas (O Corvo, Dark City e Eu, Robô) é conhecido pela seu estilo e fotografia claramente influenciados por Kubrick e Ridley Scott. Com narrativas em tom sombrio e cenários pós-apocalípticos, Proyas aplica em seus filmes inúmeras simbologias e temas gnóstico. Principalmente no filme Dark City (1998), um noir-gnóstico onde todos os temas que um ano depois Matrix exploraria são desenvolvidos de maneira mais filosófica e metafísica. Certamente o filme vai explorar a concepção esotérica dos antigos deuses como alienígenas arbitrários que colocam o homem como prisioneiros em um fogo cruzado. O mesmo tom dado por Ridley Scott no filme Êxodo: Deuses e Reis – filme já analisado pelo Cinegnose, clique aqui

09. Alice Através do Espelho

Sequência de Alice no País das Maravilhas, sucesso de 2010 dirigido por Tim Burton e adaptado dos livros de Lewis Carroll. Alice atravessa para o outro lado do espelho e lá encontra um mundo diferente, com muitos conceitos invertidos e acontecimentos imprevisíveis, tendo como tema o jogo de xadrez. Na história, ela descobre um estranho mundo construído como um tabuleiro de xadrez, com peças brancas e vermelhas.

Por que está Em Observação? – O filme está aqui como umas das exceções na lista por ser um blockbuster da Disney. O Cinegnose analisou na época o filme dirigido por Tim Burton e chegou a uma triste constatação: Alice sofreu um claro enquadramento moral e ideológico dos Estúdios Disney ao reduzir a complexidade ocultista e gnóstica dos livros de Carroll – a narrativa tornou-se numa jornada de autoconhecimento motivacional de Alice para transformá-la em uma espécie de empresária empreendedora no final. Retirou a transcendência de Carroll para a imanência do mundo dos negócios, tanto da empresa do pai de Alice quanto dos empreendimentos da Disney.

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Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

2 Comentários

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  1. Discordo. 
    O filme mais

    Discordo. 

    O filme mais esperado em 2016 será “Jesus em Tariquéia”:

    http://www.midiaindependente.org/pt/red/2007/05/381463.shtml

    A espera será tão grande que ninguém vai rodar a porra do filme. Ha, ha, ha…

     

    Um outro filme muito esperado (em estilo tarantiniano) é “Guerra do Paraguai – o filme”:

    http://www.midiaindependente.org/pt/red/2013/01/515748.shtml

    Mas a superprodução vetada pelo Exército Brasileiro não deixará de ser apenas um esquema inicial.

     

    O pública também ficará esperando a tragicomédia curtíssima “1964, o filme”:

    https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/1964-o-filme-roteiro-para-uma-tragicomedia-curtissima

    Mas este clássico também não será rodado. 

     

    Resumindo, os melhores filmes continuarão sendo esperandos… indefinidamente. 

  2. Wilson,
    Gosto muito dos seus posts.

    Este se revelou quase uma enciclopédia – no melhor sentido! Fui e voltei pelos links e hiperlinks muitas vezes, sempre encontrando análise e informações interessantes.

    Nem sempre concordo e nem tudo compreendo a ponto de dizer que apreendi, mas é agradável a leitura, passo importante para “fisgar” o leitor curioso e que não é especialista, como eu.

    Já compartilhei antes alguns de seus posts e mais uma vez estou “distribuindo” tuas impressões sobre 2016 e tudo que você adicionou.

    Bacana.

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